Ontem fui no Antigo Palácio de Verão. Na verdade o meu plano para ontem era ir ver um jogo de Rugby, o problema é que eu envei 2 e-mails para o time perguntando como chegar lá e eles não me responderam, então resolvi ir no centro. Talvez na Cidade Proibida. Mas fui aconselhado por um brasileiro a não fazer isso, já que ontem seria dia de ensaio para a comemoração dos 60 anos da república e eles fechariam várias ruas e estações de metrô, então poderia ficar complicada a locomoção. Acabei decidindo por ir no Antigo Palácio de Verão, que fica relativamente perto da universidade (na verdade 1 hora a pé).
O Palácio de Verão era o local onde a corte residia até 1860, data em que foi destruída por forças anglo-francesas. A Cidade Proibida era o local onde o imperador fazia suas atividades mais formais apenas, mas toda a corte acabou se mudando para lá após 1860. O Palácio na verdade era um complexo de jardins e construções que abarcava uns 3.5 quilometros quadrados. O que hoje é conhecido como Palácio de Verão é a tentativa da imperatriz Cixi de reconstruir os jardins não muito longe do original. Este é muito mais famoso e preservado, mas não é tão grande quanto foi o original.
O que se tem hoje é um parque imenso, com lindas paisagens de árvores, plantas diversas, caminhos de pedra, lagos, corregos, pedras (obrigatórias em qualquer jardim chinês), pássaros, algumas construçõs novas, algumas ruínas, banquinhas para venda de comida e souvenirs e turistas. Ao contrário de outros lugares, vi pouquíssimos estrangeiros aqui, mas vi muitas crianças. As mães e os pais trazem seus filhos aqui para eles brincarem, e o parque é repleto delas. É incrível o amor que os pais demonstram pelas crianças. A grande maioria delas é filho único, devido ã política de controle de natalidade do governo, e os pais são realmente babões.
Caminhei por quase todo o complexo, sempre vendo esta paisagem linda de árvores, lagos e morros. Também comi de almoço uns espetinhos de carneiro muito bons, porém extremamente apimentados (quem mandou eu dizer que sim quando o cara perguntou se eu queria que pusesse mais pimenta). Alguns pontos que me chamaram a atenção:
- Há várias flores de lótus que se vê constantemente pelos lagos, assim como peixes e pássaros cujos nomes eu desconheço.
- O lago Fuhai é o maior lago do jardim. No centro há uma ilha com algumas construções e várias pessoas alugam barcos para navegar ali. A vista é realmente maravilhoas, parecendo mesmo as famosas pinturas de paisagens chinesas. O que reforçava isto era o templo nublado e com névoa, semelhante ao das pinturas.
- 90% das construções do palácio era em arquitetura chinesa típica, porém hoje sobram apenas ruínas de construções em estilo europeu. Isto leva muita a pensar que o palácio só possuia construções deste tipo. O que ocorre é que as construções chinesas costumam ser em madeira (a Cidade Proibida é toda em madeira), tendo queimado durante a invasão. As construções em estilo europeu que o imperador Qianlong mandou construir para satisfazer seu gosto pelo exótico eram de pedra, o que fez com que ainda sobrevivam seus escombros.
- Dentre estas construções de pedra havia a Fonte do Relógio d`água. Era uma fonte de água cercada por 12 estátuas de pedra com cabeças de bronze, representando os 12 signos do zodíaco chinês (fotos no orkut). A cada duas horas uma estátua diferente jogava água na fonte, de acordo com o horário. Desta forma podia-se saber o horário apenas olhando qual estátua estava jorrando água no momento (os 12 animais do zodíaco dividem não apenas os anos, mas também os meses, os dias, as horas, etc.). Atualmente apenas 5 ou 7 das cabeças originais estão em museus chineses, estando o resto espalhado por meuseus em outros lugares do mundo ou coleções privadas. A recuperação de todas as cabeças é uma meta do governo chinês.
- Cogitou-se durante algum tempo de se reconstruir o Palácio, porém isto era financeiramente inviável. O jardim foi então revitalizado e serve hoje como um lugar de memória para lembrar o povo chinês das humilhações que a China sofreu pelas nações imperialistas. Nos museus dentro do Jardim e am algumas bancas sempre está em exibição (e também a venda, é claro) um vídeo que conta a história da destruição do Palácio.
Bueno, acho que por hoje é só. Ontem eu sai de casa as 10:30 e voltei 18:00 extremamente cansado. Vou aproveitar o resto do domingo para estudar e fazer meu dever de casa para segunda. Umas hora dessas eu visito o novo Palácio de Verão. Fui!
domingo, 20 de setembro de 2009
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O primeiro capítulo do livro já está praticamente pronto.
ResponderExcluirParabéns!
Daniel, que experiência fantástica estás tendo! Vejo que estás aproveitando muito e a idéia do blog foi ótima. Parabéns pelo fôlego. Um grande abraço e muita sorte. Paula Mascarenhas
ResponderExcluirWow! Estás aprimorando a tua narrativa descritiva! Está bem melhor a descrição dos Jardins do que a da cidade proibida! Pelo visto ficaste encantado com o lugar! Tá sendo fantástico poder acompanhar tudo por aqui! E agora, que tás melhorando as descrições... wow! Está ficando muito literário mesmo! PARABENS!!!
ResponderExcluirAh, ontem tomei umas Heineken! hahaha! Claro que brindei a ti, do outro lado do mundo! Bração!
Que massa! O Temp é o pai apanhando pro blog...
ResponderExcluirTá ficando bem tri tuas "narrativas" mesmo. Hoje até dei uma estudada no mapa da China que tá no teu quarto pra me ambientar melhor! :)
Abração!
Eaí rapaz!
ResponderExcluirE os templos budistas??? Pelo visto o templo que visse por lá era pequenininho para não comentares muito...
Mas tudo bem, tuas descrições estão nota 10! Dá gosto de acompanhar teus relatos!
Abração!
Com esse post e com as fotos não tem como não ficar com vontade de conhecer o lugar!
ResponderExcluirBelíssimo, ponto.