terça-feira, 28 de setembro de 2010

Daqui a 2 dias começa o feriado de 7 dias em comemoração da fundação da república popular, espero então ter mais tempo de escrever. Até lá!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

World of Warcraft e a censura na Internet na China

Nada a ver com o Vietnã, mas acabei de ler este texto traduzido pela Márcia Schmaltz (uma gaúcha que está ensinando português na China) e tiver que divulgar aqui:



A beleza dos ideogramas, formas de manifestação da liberdade

Depois de esperarem por mais de 20 meses a liberação do "World of Warcraft" pelo orgão de controle de informação, finalmente, os chineses puderam ter acesso ao jogo eletrônico .

Contudo, os jogadores foram surpreendidos: na versão atualizada, ao digitar termos como "liberdade", "sexy", "exitação" - surpreendentemente, apenas aparecem com erro de codificação, impossibilitando a respectiva visualização. Pelo visto, essas palavras sofreram restrição governamental. Os jogadores até compreendem que termos "sexy" e "exitação" seja restringida, contudo não conseguem entender o porque da censura ao termo "liberdade".

Para evitar o erro de codificação, os jogadores já criaram uma solução para burlar a censura, começaram a digitar os ideogramas que formam o termo "liberdade" sem os traços superiores, como se tivessem decapitado a "cabeça" dos caracteres. Observe:

自由 –〉目田

Os dois ideogramas da esquerda é a escrita correta de "liberdade", observe que os ideogramas do lado direito não possuem os traços superiores, esses colocados um ao lado do outro não constituíam sentido, até agora, quando virou moda entre os internautas para expressar a vontade pela liberdade.

Haja criatividade!

(Traduzido e adaptado da International Chineses Newsweekly de 19/09/2010, autor: Guo Lei)



Fonte: http://marciaschmaltz.spaces.live.com/blog/cns!4A065CF0B0081CB!1771.entry

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vietnã - parte 2/5 (Hanói 2)

A minha estada em Hanói não foi contínua, já que sai da cidade 3 vezes para viajar para outros lugares. Mas nos dias em que passei em Hanói deu para conhecer várias coisas, como o templo confucionista (similar aos chineses, mas com características próprias, como uma estátua do Confúcio completamente diferente da clássica chinesa), a frente do mausoléu do Ho Chi Minh (que não entramos porque tinha que usar calça e eu me recusei naquele calor de quase 40 graus), o Museu da Revolução (inclusive com uma guilhotina usada pelos colonialistas franceses para executar os rebeldes) e o Museu de Hanói (cheio de peças desde a pré história, passando pelo domínio chinês até o período imperial; o domínio colonial fica no da Revolução). Em Hanói não existe nenhum museu específico da guerra contra os EUA, sendo estes concentrados no sul.

Além dos lugares acima ainda visitei o centro antigo, com suas vielas nomeadas de acordo com os produtos vendidos pelos comerciantes ali antigamente. Mas uma das grandes atrações foi o tradicional teatro de marionetes aquáticos. É um teatro sobre uma piscina d’água com bonecos de madeira com algumas articulações, manipulados através de cabos que ficam submersos. Os manipuladores ficam dentro d’água escondidos atrás de uma cortina por onde os bonecos entram e saem. A apresentação consiste de pequenas cenas, como algumas lendas famosas e pequenas histórias representando a vida dos camponeses e aldeões. Inclui pescaria, semeadura dos campos de arroz, uma procissão de um mandarim recém empossado, a criação de búfalos, os camponeses tentando impedir uma raposa de capturar seus patos, etc. É incrível as possibilidades que a água fornece de encenações, mesmo com bonecos tão pouco articulados: à medida que os camponeses semeavam a terra o arroz ia brotando de dentro d’água; o pescador em cima do barco que segurava uma vara de pesca em uma mão e um cachimbo na outra (com direito a tragada e fumaça) subitamente é puxado por um grande peixe para dentro d’água e sem que percebamos a troca um boneco nadador surge em seu lugar; do acasalamento de um casal de fênix surge um ovo, e do ovo surge um pequeno filhote de fênix; e assim vai... Era lindo de ver a criancinha na fileira da frente torcendo para que o camponês capturasse a raposa. Infelizmente para tirar fotos era necessário comprar um bilhete extra, então adivinhem...

Bom, Hanói foi bastante interessante, mas para mim não foi o ponto alto da viagem, sendo mais a nossa base para as outras viagens. Os lugares mais interessantes (na minha opinião) eu descrevo em seguida, tais como uma das baias mais lindas do mundo (sem dúvida), a antiga capital murada, uma vila nas montanhas habitada por uma minoria étnica, as ruínas de uma civilização a muito tempo extinta, uma antiga cidade comercial com a arquitetura de séculos atrás ainda preservada e a praia mais famosa do Vietnã. Até logo!

Vietnã - parte 1/5 (Hanói 1)

De volta a Beijing, depois de quase três semanas de banda lá naquele paizinho pequeno em forma de S lá no sul chamado Vietnã. A viagem foi longa, muito boa e enriquecedora, o que significa muito texto! Então vamos lá...

Antes de entrar no país tive, é óbvio, que primeiro chegar lá, o que por si só não é pouca coisa. Como eu sou muito pão duro, resolvi viajar do modo mais barato, o que significa enfrentar muuuuitas horas de trem. De Beijing até Nanning (南宁) foram 28 horas dentro do trem, que na verdade foi muito confortável. Comprei uma passagem de leito, o que significa que, além de poder dormir decentemente durante a noite, eu ainda pude ir boa parte da viagem deitado ou sentado lendo. Estando bem abastecido de macarrão instantâneo e comida enlatada e tendo com o que se ocupar a viagem passa bem rápido. Passei a noite em um hostel em Nanning e peguei o ônibus que cruza a fronteira até Hanoi de manhã cedo. Ai foram mais umas 8 horas de viagem e burocracia na alfândega até a chegada. No total uns 3 mil quilômetros desde Beijing. A Chi estava me esperando de moto, ai veio a minha primeira e mais profunda impressão do Vietnã, MOTOS!

E eu que pensava que o trânsito de Beijing é caótico. Aquilo é fichinha comparado com Hanói! O meio de transporte mais básico no Vietnã são as scooters, maioria esmagadora no trânsito. É uma de gente cruzando na frente dos outros, buzinas para avisar que se está dobrando, gente indo na contramão para evitar fazer uma volta muito longa... Como se dobra à esquerda em uma via de mão dupla? Vai indo devagarzinho e buzinando feito um louco para que os que vêm no fluxo contrário desviem de ti oras! Como se cruza a pé um tráfego desses? Vai caminhando devagarzinho e prestando muuuuuuita atenção e aos poucos o fluxo vai desviando de ti, ao mesmo tempo em que tu vai sendo alvo de diversas buzinadas. É uma loucura! E minha primeira experiência disso foi no banco de trás de um desses veículos loucos, com uma motorista que conhece bem o ambiente e que, portanto, tem muita prática em buzinar e zigue-zaguear feito uma louca.

Durante o passeio, quando eu consegui vencer o medo do tráfego e olhar para o entorno, me veio a segunda grande impressão do Vietnã (ok, essa é mais específica de Hanói mesmo): a arquitetura. Casas coloridas coladas umas às outras, com a frente bem estreita, muitos andares de altura, com características claramente européias. A frente estreita, cerca de 5 metros, é porque antigamente o imposto residencial era cobrado baseado no tamanho da frente da casa, assim o pessoal tinha que afinar a casa para pagar menos. Mas como a unidade familiar, não só no Vietnã como em diversos outros países da Ásia, consiste em várias gerações da mesma família morando debaixo do mesmo teto, a casa tem que crescer para algum lugar. Desta forma, não são incomuns casas com 5 ou mais andares. Além disso, as décadas de ocupação francesa deixaram sua marca na frente das casas, onde mesmo um leigo como eu pode reparar nas características européias das sacadas, janelas, ornamentos, etc. Aliás, só a frente das casas é pintada, já que o dinheiro não é a coisa que mais abunda em Hanói. E também porque a probabilidade de que seja erguida outra casa igualmente alta à tua e colada à tua parede linda é bastante grande.

No fim do passeio veio a minha terceira grande impressão do Vietnã de Hanói: as vielas. Ao sair das ruas principais para chegar até as residências deve-se penetrar em um labirinto de ruelas que vão afinando a cada esquina, até que não é possível mais entrar de carro. Daí o porquê de tantas motos, senão só de bicicleta ou a pé para boa parte da população da cidade chegar em casa. Agora imaginem que ladeando estas vielas que as vezes tem menos de 4 metros de comprimento estejam as frentes das casas estreitas de mais de 3 andares que eu acabei de descrever no parágrafo acima. Como as sacadas avançam sobre as entradas das casas, uma criatura que vá se espreguiçar na sacada após levantar da cama pode bem dar de cara com o vizinho fumando um cigarro na sacada oposta a 2 metros de distância ou menos! É nestas vielas que vive boa parte da população de Hanói, pobres e não tão pobres assim. Um templo aqui e ali quebrando a monotonia das casas; ciclistas anunciando serviços diversos com caixas de som penduradas nas bicicletas; redes de fios elétricos que parecem um emaranhado de “gatos”; velhinhas usando o famoso chapéu cônico de palha equilibrando seus produtos à venda em cestas penduradas nas pontas de uma vara de bambu apoiada nos ombros; motociclistas buzinando para os pedestres darem passagem; banquinhas vendendo suco ou sopa de macarrão. Isto é Hanói! Em breve mais...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O grande evento

Como disse no post anterior, ainda não publiquei minhas aventuras no Vietnã (que eu, porém, já começei a escrever) porque ando muito ocupado esses dias, hoje não foi exceção. Mas sou obrigado publicar este post antes de voltar a escrever sobre o Vietnã.

Ontem o escritório dos estudantes estrangeiros me ligou convidando para participar de um evento importante na universidade hoje. Não sabiam o que era, mas disseram ser importante. Respondi que participaria, mesmo sem saber do que se tratava. Muito ruim não podia ser. Ontem mesmo começei a ouvir boatos sobre o que seria o tal evento até que confirmei a informação uma hora antes de começar: a vinda do presidente chinês Hujintao à universidade. O negócio era grande mesmo! A última vez que um presidente visitou a universidade foi 10 anos atrás.

Bom, e de resto não tem muito o que narrar. Eu, uns outros 15 estudantes estrangeiros e alguns milhares de estudantes chineses selecionados ficamos esperando de pé no estádio por umas 2 horas até nos mandarem ocupar as laterais de uma rua da universidade por onde a comitiva do presidente iria passar antes de deixar o campus, esperamos por mais umas 2 horas de pé, acenamos por 2 segundos para a criatura quando finalmente passou o carro dele e só. Ahh se eu soubesse que ficaria quase 4 horas esperando só para fazer isso... Pelo menos agora posso dizer que vi o presidente da China ao vivo, a contrário da maioria da população chinesa. O engraçado é que ele não conseguiu evitar de arregalar os olhos de surpresa quando viu o grupo de estrangeiros acenando para ele, huahauhauhua.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Já vai, já vai!

   Iai gente! Cheguei do Vietnã dia primeiro deste mês, mas ainda não consegui atualizar o blog por estar muito ocupado. Desde que eu cheguei estou em função de mudança de dormitório, ajuda aos recém chegados, adaptação ao novo dormitório, início do semestre e etc. Mas nos próximos dias com certeza vem a maldita atualização. Desculpas e até logo!