segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O Festival de bandas e a banda nos locais sagrados do estado

Sábado passado ocorreu o tal do festival de bandas aqui na universidade. Quando cheguei lá descobri que o negócio não era bem bem apenas um festival de bandas. Nós eramos uma das poucas bandas que iam se apresentar, sendo a maioria das apresentações de cantores sem banda. Chegamos cedo da tarde, pudemos ficar em um camarim ultra profissional (com aqueles espelhos cheios de lâmpadas que eu havia visto apenas em gravações), depois de umas duas horas pudemos começar a passar o som as pressas porque o cara da mesa de som ficou gritando para a gente sair de uma vez. É a sexta edição do evento e parece que a organização mudou, o que explica que, apesar da baita estrutura a organização deixou bastante a desejar, pelo menos para a nossa banda. Os shows começariam às 19:00 mas acabaram começando ãs 19:30 ou mais e nós nos apresentamos entre 20:30 e 21:00 não tenho bem certeza. Antes do show ainda fui e voltei ao dormitório por causa da diarréia que me incomodava desde o dia anterior e que me fez ir ao banheiro 6 vezes neste dia. Algo interessante foi uma das mulheres da organização ter dito que nós devíamos trazer nossa própria maquiagem porque a do local seri cobrada. "Hein? Maquiagem?", óbviamente nós, como uma banda de metal, estavamos fora do contexto, mas azar!

Quando da nossa apresentação o meu AMP deu problema e resolveu que não funcionaria. Ficamos alguns minutos tentando resolver o problema e a platéia em silêncio olhando. O apresentador do festival entrou de novo no palco para dizer algo do tipo "Estamos com problemas técnicos" mas em seguida voltou a funcionar. Começamos a tocar a primeira música e a minha corda mais grossa arrebentou logo aos 30 segundos de música. O resto da música foi só com metade das notas do baixo e os guitarristas se perdendo por isso. Antes de começar a segunda música um cara me emprestou o baixo dele (e mais alguns segundos de silêncio constrangedor) e tocamos a segunda música tranquilamente, fora que o baterista errou o fim da música porque não tinha nenhum retorno e não ouvia direito o que nós estavamos tocando, hehe. Apesar dos pesares, acredito que o pessoal gostou.

A semana novamente não trouxe novidades. Mas neste sábado (ontem) eu, o Taka, o casal de finlandeses Juha e Sanna, os congoleses Armand, Francis e BR e a letã Maija fomos fazer turismo na cidade. Com temperaturas negativas o dia todo (OK, talvez as 15:00 da tarde tenha feito uns 2 graus) encaramos o frio e nos fomos. Visitamos o Altar da Terra, o Templo de Confúcio e arredores. O Altar da Terra é um dos 5 altares disctribuídos pela cidade onde eram realizados regularmente rituais pelo imperador, os demais são o dos Grãos, da Lua, do Sol e, o mais famoso, do Céu. Bem nesse dia havia começado no parque do altar uma feira de livros, então ao invés das árvores e da paisagem normal do parque vimos muuuuuita gente, mas foi bem legal. O Temple de Confúcio é o segundo maior templo na China dedicado ao cara, sendo o maior na cidade natal dele. Aqui não se encontra aquela exuberância de estátuas de deuses e demônios que se vê nos templos budistas e daoístas. Há apenas uma estátua de Confúcio que não está dentro de algum pavilhão para ser adorada. O que há aos montes aqui são estelas com os nomes de todos os aprovados nos exames para ingresso na burocracia imperial desde sei lá que ano. E são muuuuitas estelas! Fora isso um pátio interno bonito e alguns mini museus sobre o confucionismo. Ainda há vários locais para se queimar incenso, mas não vi ninguém fazendo isso aqui. Provavelmente o pessoal que quer orar prefere o Templo Lama que fica bem próximo e tem uma aura bem mais "religiosa". Os dois locais que visitamos neste dia tem um caráter religioso, mas muito mais ligado à burocracia e ao estado do que ao povo. O Altar é um dos locais onde o imperador deixava claro a importância dele na manutenção da harmonia entre o Céu e a Terra e o templo de Confúcio é basicamente um local de estudos e de sagração dos burocratas do estado, em homenagem ao "santo" dos estudos, Confúcio. Se é que ele pode ser chamado assim, já que apesar do caráter deificante que o pessoal e o estado atribuiu a ele depois da sua morte ele não tinha muito interesse por assuntos religiosos.

Entre as visitas comemos em um pequeno restaurante que tem como atração carne de burro! Comi uma massa com carne de burro e um tipo de sanduiche. Nada demais na tal da carne. Passamos por um restaurante que oferecia carne de cachorro também mas o finlandês ficou chocado demais com isso e não entramos.