Hoje é quarta feira aqui e amanhã começa um feriadão de 8 dias aqui. Dia 1 de outubro é o dia nacional da China, aniversário da proclamação da República Popular da China em 1949 que vai emendar neste ano com o feriado do festival de outono.
Amanhã vai fazer exatamente 60 anos da fundação da república e a festa vai ser simplesmente enorme. Cartazes estão espalhados por toda a cidade faz mais de um mês e em várias praças e pontos turísticos há arranjos de flores com o número 60 em cima. A frente da Universidade está decorada também. Haverá amanhã em frente à Praça da Paz Celestial uma parada enorme, provavelmente tão grande quanto (se não mais) que a abertura das olimpíadas, porém mais militarizada. Há várias semanas estão sendo realizados ensaios, e toda vez que há um ensaio ruas e estações de metrô são bloqueadas. Com certeza vocês vão ver a parada na TV, assim como eu, hehe.
A vigilância está bem grande em toda a cidade, para evitar manifestações políticas. Apenas pessoas convidadas estarão presentes para assistir ã parada, o restante da população (como eu) vai assistir tudo pela TV ou por telões espalhados pela cidade. Já comentei sobre a presença da polícia na cidade, mas nos últimos dias também estão presentes soldados do exército e tanques nas ruas!! Tudo para evitar que manifestantes queiram aparecer. A entrada na Universidade está sendo controlada também, e só se entra mostrando identidade. Porém acho que sábado ou domingo as coisas devem voltar ao normal.
É claro que não se deve levar tão a sério essa vigilância toda: os caras mal olham para a identidade quando tu mostra ela e nos locais onde há máquinas de raio-x para as mala as pessoas nem sempre estão olhando para a tela. A presença ostensiva é realmente para desencorajar manifestação extra-oficiais e não para reprimi-las. Mas... durante alguns dias vou andar com a minha carteira de estudante e a cópia do meu passaporte (já que só vão devolver meu passaporte em alguns dias) sempre no bolso.
Bueno, como já dizia Perna-Longa: Por hoje é só pessoal! Não garanto que eu escreva nos próximos dias por que eu não tenho certeza que a Internet vá funcionar plenamente (também por causa das medidas de segurança do feriado, blergh), mas na medida do possível nos próximos dias eu escrevos sobre os passeios do feriadão e publico as fotos. Até breve!
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
A Muralha 2.0 - Jinshanling e Simatai
Como eu já havia dito, terça-feira nós iriamos até uma seção mais afastada da muralha da China, Simatai, cerca de 2 horas de Beijing. Na verdade fomos até Jinshanling e depois caminhamos sobre a muralha até Simatai. Após ter visto o mar de gente em Badaling e ter me decepcionada com a Muralha para turista ver, as minhas expectativas não eram muito grandes em relação ä viagem deste dia, felizmente me enganei...
Fomos até lá em um ônibus fretado por um canadense. O grupo era formado por mim, 2 finlandeses e 5 canadenses, Ao chegar em Jinshanling ãs 10:00 pegamos o teleférico até o topo dos morros para chegar até a Muralha; já que teríamos 4 horas de caminhada difícil pela frente resolvemos nos poupar de escalar o morro. Chegando lá em cima eu literalmente perdi o fôlego, a vista é simplesmente incrível! O tempo estava nublado e chegou a chover a tarde, mas mesmo assim a vista era impressionante. Havia poucas pessoas no local e a paisagem é mais irregular do que em badaling. Vejam as fotos no orkut e confiram por si mesmos.
Nesta seção a Muralha não foi toda refeita como em Badaling, e há trechos que estão literalmente caíndo aos pedaços. Há partes onde se deve descer da Muralha porque não é possível seguir sobre ela ou porque não há escada para subir na próxima torre. Há torres inteira, torres sem telhado e torres sem parede alguma. Há trechos do onde se anda sobre pedra lisa, outros sobre tijolos irregulares e outros simplesmente sobre as pedras do interior do muro. Enfim, o grau de preservação deste trecho "vareia", mas a norma é que tenha uns 300 anos de idade. Há certo tijolos onde é possível ler a inscrição que o oleiro imprimiu sobre eles. Ã medida que a Muralha se aproxima de Simatai o estado de conservação (na verdade de modificação) vai se acentuando, mas pelo menos ainda é possível ver as pedras originais da dinastia Ming.
Após menos de uma hora de caminhada já estavamos suando e ofegantes de subir degraus altíssimos ou descer escadarias íngrimes. Durante todo o trajeto cruzamos por vendedores oferecendo camisetas, cerveja, água, café, etc. É incrível, eles caminham de um lado ao outro vendendo as mercadorias, e olha que tem mulheres de mais de 40 anos. Imaginem um ser de 45 anos de idade subindo a Muralha todos os dias com uma bolsa cheia de garrafas d'água e subindo e descendo nos dois sentidos da Muralha o dia inteiro atrás de turistas! Após 1 hora de caminhada nós já estavamos ofegantes, como elas aguentam? Uma hora eu disse para uma das mulheres que queria uma cama para descansar, e ela disse que conseguia, 200 RMBs a hora. De onde ela tiraria uma cama? Uma hora de caminhada depois cruzamos por ela denovo! Ela lembrava de mim. "200 RMBs hein! Não vai querer?" Algumas mulheres ajudam os mais velhos a subir ou descer alguns trechos mais difíceis, para depois empurrar-lhe mercadorias é óbvio. A garrafa de água que custa 1 RMB no mercado é vendida por 10 RMBs aqui. Vi uma mulher convencendo um cara em inglês que ele deveria comprar água ("Ainda tens mais 3 horas de caminhada! É muita coisa!"). Quem mandou não ir preparado?
Após 4 horas de caminhada e 30 torres chegamos em Simatai, exaustos mas felizes. O passeio realmente valeu a pena. A paisagem ainda intocada, a presença de poucas pessoas, a muralha menos modificada, vale muito a pena. Quando alguém vier me visitar aqui, com certeza é neste trecho da muralha que vai caminhar.
Fomos até lá em um ônibus fretado por um canadense. O grupo era formado por mim, 2 finlandeses e 5 canadenses, Ao chegar em Jinshanling ãs 10:00 pegamos o teleférico até o topo dos morros para chegar até a Muralha; já que teríamos 4 horas de caminhada difícil pela frente resolvemos nos poupar de escalar o morro. Chegando lá em cima eu literalmente perdi o fôlego, a vista é simplesmente incrível! O tempo estava nublado e chegou a chover a tarde, mas mesmo assim a vista era impressionante. Havia poucas pessoas no local e a paisagem é mais irregular do que em badaling. Vejam as fotos no orkut e confiram por si mesmos.
Nesta seção a Muralha não foi toda refeita como em Badaling, e há trechos que estão literalmente caíndo aos pedaços. Há partes onde se deve descer da Muralha porque não é possível seguir sobre ela ou porque não há escada para subir na próxima torre. Há torres inteira, torres sem telhado e torres sem parede alguma. Há trechos do onde se anda sobre pedra lisa, outros sobre tijolos irregulares e outros simplesmente sobre as pedras do interior do muro. Enfim, o grau de preservação deste trecho "vareia", mas a norma é que tenha uns 300 anos de idade. Há certo tijolos onde é possível ler a inscrição que o oleiro imprimiu sobre eles. Ã medida que a Muralha se aproxima de Simatai o estado de conservação (na verdade de modificação) vai se acentuando, mas pelo menos ainda é possível ver as pedras originais da dinastia Ming.
Após menos de uma hora de caminhada já estavamos suando e ofegantes de subir degraus altíssimos ou descer escadarias íngrimes. Durante todo o trajeto cruzamos por vendedores oferecendo camisetas, cerveja, água, café, etc. É incrível, eles caminham de um lado ao outro vendendo as mercadorias, e olha que tem mulheres de mais de 40 anos. Imaginem um ser de 45 anos de idade subindo a Muralha todos os dias com uma bolsa cheia de garrafas d'água e subindo e descendo nos dois sentidos da Muralha o dia inteiro atrás de turistas! Após 1 hora de caminhada nós já estavamos ofegantes, como elas aguentam? Uma hora eu disse para uma das mulheres que queria uma cama para descansar, e ela disse que conseguia, 200 RMBs a hora. De onde ela tiraria uma cama? Uma hora de caminhada depois cruzamos por ela denovo! Ela lembrava de mim. "200 RMBs hein! Não vai querer?" Algumas mulheres ajudam os mais velhos a subir ou descer alguns trechos mais difíceis, para depois empurrar-lhe mercadorias é óbvio. A garrafa de água que custa 1 RMB no mercado é vendida por 10 RMBs aqui. Vi uma mulher convencendo um cara em inglês que ele deveria comprar água ("Ainda tens mais 3 horas de caminhada! É muita coisa!"). Quem mandou não ir preparado?
Após 4 horas de caminhada e 30 torres chegamos em Simatai, exaustos mas felizes. O passeio realmente valeu a pena. A paisagem ainda intocada, a presença de poucas pessoas, a muralha menos modificada, vale muito a pena. Quando alguém vier me visitar aqui, com certeza é neste trecho da muralha que vai caminhar.
domingo, 27 de setembro de 2009
Bah!
Putz! Para quem disse que não havia novidades, até que eu escrevi pra caramba! Estou pegando essa mania de historiador de escrever demais. Tsc, tsc, tsc...
Algumas considerações
Bom, escrevi pra caramba para compensar o que eu não escrevi durante a semana. Mas agora são quase onze da noite aqui e eu ainda não fiz meus deveres para amanhã. Antes de ir gostaria dizer algumas coisas breve (prometo que é pouco texto desta vez):
- Muito obrigado mesmo àqueles que fazem comentários no blog. Estou sempre checando para ver se alguém mais comentou. É de muita importância para mim e me ajuda bastante a suportar a distância.
- Desculpem pelos erros de ortografia, mas os textos já demoram bastante para serem escritos, se eu ainda ficar revisando ai sim não faço mais nada da vida.
- Está sendo realmente interessante esta atividades de escrita. A narrativa é intrínseca ao trabalho do historiador, mas até agora eu tinha uma preguiça de escrever! Tomara que eu pegue alguma prática com este blog e melhore com o passar do tempo.
- Ao Mauríccio: o meu método de estudar chinês pode até ser meio torturante, mas é o único disponível! O professores simplesmente não falam inglês. Que saudades das aulas de francês da Isabela e da Paula! Pelo menos eu tenho um imenso vocabulário de comida por causa da pão duriçe! Huahuahauhau. E o desespero de não entender direito nem as aulas me leva a redobrar os estudos.
- Ao Rubens: Cara, os nomes em chinês que eu ponho já são a pronúncia. Cixi é Cixi mesmo, parecido com o português. É claro que vários sons não existem em português, mas apenas para aprender a pronúnica correta do sistema de transliteração para o alfabeto latino leva umas quantas aulas. Então tens que te contentar com os nomes que eu ponho mesmo. Quando a gente se encontrar de novo eu te ensino as pronúncias direitinho.
- Daqui por diante procurarei responder as perguntas nas postagens mesmo. Caso eu tenha esquecido de algo me avisem.
- Tenho que estudar! Fui!
- Muito obrigado mesmo àqueles que fazem comentários no blog. Estou sempre checando para ver se alguém mais comentou. É de muita importância para mim e me ajuda bastante a suportar a distância.
- Desculpem pelos erros de ortografia, mas os textos já demoram bastante para serem escritos, se eu ainda ficar revisando ai sim não faço mais nada da vida.
- Está sendo realmente interessante esta atividades de escrita. A narrativa é intrínseca ao trabalho do historiador, mas até agora eu tinha uma preguiça de escrever! Tomara que eu pegue alguma prática com este blog e melhore com o passar do tempo.
- Ao Mauríccio: o meu método de estudar chinês pode até ser meio torturante, mas é o único disponível! O professores simplesmente não falam inglês. Que saudades das aulas de francês da Isabela e da Paula! Pelo menos eu tenho um imenso vocabulário de comida por causa da pão duriçe! Huahuahauhau. E o desespero de não entender direito nem as aulas me leva a redobrar os estudos.
- Ao Rubens: Cara, os nomes em chinês que eu ponho já são a pronúncia. Cixi é Cixi mesmo, parecido com o português. É claro que vários sons não existem em português, mas apenas para aprender a pronúnica correta do sistema de transliteração para o alfabeto latino leva umas quantas aulas. Então tens que te contentar com os nomes que eu ponho mesmo. Quando a gente se encontrar de novo eu te ensino as pronúncias direitinho.
- Daqui por diante procurarei responder as perguntas nas postagens mesmo. Caso eu tenha esquecido de algo me avisem.
- Tenho que estudar! Fui!
A true mélange de 语言 (Uma verdadeira mistura de idiomas)
Sexta-feira, após a ida ao Mercado da Seda eu estava jantado e pensando em dar uma passado no "English Corner" novamente (a reunião de chineses que ocorre toda a sexta-feira a noite para falar inglês). Eis que de repente chega um chinês e me pergunta em inglês de onde eu sou. Só pensei: "Uau, nem precisei ir até o English Corner, ele veio até mim!". E não é que o cara não é chinês, mas norte-americano filhos de chineses. O Jonny está com uma bolsa de mestrado estudando em outra universidade e resolveu jantar nesta para conhecê-la. Acabou interrogando o primeiro estrangeiro que viu para conhecer a universidade e acabamos jantando juntos. Conversamos bastante e eu o convidei para visitar o English Corner. Ele ficou bastante impressionado (como eu havia ficado da primeira vez que eu fui) e puxou conversa com alguns norte-americanos, que óbviamente a princípio não acreditavam que ele fosse dos EUA. Vimos um mormon norte-americano (dãã, óbvio!) pregando em inglês! Quisemos muito perguntar para o cara se ele realmente achava que a platéia estava entendendo ele (falando em inglês, como nomes bíblicos e conceitos cristãos que os chineses desconheçem) e se ele sabia que ele podia ser preso por aquilo (na China é proibido pregação religiosa em público, e a atividade religiosa só é permitida em privado ou nos templos autorizados pelo governo). Vimos também algumas gurias alemãs bonitas que cometeram o erro de dar uma passada ali antes de irem pra festa. Acabaram cercadas de homens chineses que queriam seus telefones. Além disso, ficamos um baita tempo conversando com um rapaz e uma moça chineses que falavam inglês muito bem, até levei os três na parada de ônibus. Estes dois talvez sejam os dois chineses com quem eu realmente tenha conversado nestas três semanas aqui. Acabei pegando o contato dos chineses (que adoraram conversar com um ocidental realmente admirador da cultura chinesa, e não apenas interessado em lucrar com a China) e do sino-americano.
O resto do meu fim de semana foi de estudos. Sábado dormi um pouco a tarde e estudei o resto do dia. Já esse domingo tive aula de manhã! Que coisa bem boa! A tarde mais estudos e uma tentatica frustrada de dormir um pouco. A monotonia do dia só foi quebrada pela janta. Quando estava saíndo para jantar encontrei uma colega de sala de aula e mais algumas pessoas, então fomos almoçar juntos. O grupo consistia de: a suiça que é minha colega, uma norte americana, uma irlandesa, uma francesa, dois congoleses e eu! Foi uma torre de Babel! Duas pessoas não falavam francês (óbviamente as duas falantes nativas de inglês) e um congolês só falava francês. Os caras são muito legais e ficaram tri felizes de conhecer um brasileiro, ainda mais um que fala francês. E eu muito feliz de conhecer dois não-europeus (cansa um pouco conviver só com gente pálida que nào faz idéia do que é pobreza) com quem eu posso conversar em francês.
A conversa foi uma bagunça! Na maior parte do tempo ficamos eu, o congolês que não fala inglês e a suiça falando em francês. Mas de repente tinhamos que falar com outra pessoa em inglês, e de repente estavamos resolvendo algumas dúvidas do congolês em chinês. Muita mistura numa mesma mesa! Por sorte não havia mais ninguém ali falando português, ai sim eu enlouquecia. Foi realmente muito bom voltar a falar francês depois de quase um ano sem praticar, e até que me sai melhor do que eu esperava. Agora vou poder praticar meu francês de vez em quando, ao invés de só falar inglês e chinês o tempo todo.
Fora essa confusão toda, o fim de semana foi (ou está sendo bem monótono). Mas acho que terça feira eu vou matar aula para ir na Muralha! Mas dessa vez numa parte muito mais interessante. O casal de finlandeses me convidou para ir em um ônibus fretado para 10 pessoas, eu eu acho que vou! Simatai é uma parte da muralha mais afastada, original e com menos turistas. Pretendemos chegarneste ponto da muralha e caminhar até outro ponto, cerca de 10 km de distância. Desta vez talvez eu consiga realmente ver a muralha e a natureza ao redor, e não apenas turistas. Além do que, esta parte não foi reformada para atrair turistas, tendo realmente mais de 300 anos de idade.
O resto do meu fim de semana foi de estudos. Sábado dormi um pouco a tarde e estudei o resto do dia. Já esse domingo tive aula de manhã! Que coisa bem boa! A tarde mais estudos e uma tentatica frustrada de dormir um pouco. A monotonia do dia só foi quebrada pela janta. Quando estava saíndo para jantar encontrei uma colega de sala de aula e mais algumas pessoas, então fomos almoçar juntos. O grupo consistia de: a suiça que é minha colega, uma norte americana, uma irlandesa, uma francesa, dois congoleses e eu! Foi uma torre de Babel! Duas pessoas não falavam francês (óbviamente as duas falantes nativas de inglês) e um congolês só falava francês. Os caras são muito legais e ficaram tri felizes de conhecer um brasileiro, ainda mais um que fala francês. E eu muito feliz de conhecer dois não-europeus (cansa um pouco conviver só com gente pálida que nào faz idéia do que é pobreza) com quem eu posso conversar em francês.
A conversa foi uma bagunça! Na maior parte do tempo ficamos eu, o congolês que não fala inglês e a suiça falando em francês. Mas de repente tinhamos que falar com outra pessoa em inglês, e de repente estavamos resolvendo algumas dúvidas do congolês em chinês. Muita mistura numa mesma mesa! Por sorte não havia mais ninguém ali falando português, ai sim eu enlouquecia. Foi realmente muito bom voltar a falar francês depois de quase um ano sem praticar, e até que me sai melhor do que eu esperava. Agora vou poder praticar meu francês de vez em quando, ao invés de só falar inglês e chinês o tempo todo.
Fora essa confusão toda, o fim de semana foi (ou está sendo bem monótono). Mas acho que terça feira eu vou matar aula para ir na Muralha! Mas dessa vez numa parte muito mais interessante. O casal de finlandeses me convidou para ir em um ônibus fretado para 10 pessoas, eu eu acho que vou! Simatai é uma parte da muralha mais afastada, original e com menos turistas. Pretendemos chegarneste ponto da muralha e caminhar até outro ponto, cerca de 10 km de distância. Desta vez talvez eu consiga realmente ver a muralha e a natureza ao redor, e não apenas turistas. Além do que, esta parte não foi reformada para atrair turistas, tendo realmente mais de 300 anos de idade.
Mercado da Seda e Parque Ritan
Sexta-feira e eu alguns colegas de aula almoçamos juntos no restaurante do alojamento para estrangeiros, onde a maioria de nós mora (eu fui o único que me dei ao trabalho de decorar os nomes das comidas em chinês para comer nos outros restaurantes mais baratos, então fui vencido na escolha do local, blergh). Como alguns queriam fazer compras no Mercado da Seda, acabei acompanhando-os, mais para conhecer o famoso local do que para fazer compras.
O dia estava quente e com a tipíca neblina beijinense (é esse o termo?) encobrindo o céu. Após descermos na estação mais próxima ainda tivemos que caminhar cerca de meia-hora. Me espantou a quantidade de policiais nas ruas e o armamentos deles. Se vê policiais normalmente em Beijing, não muitos e sempre desarmados. Desta vez porém era impressionante. Em cada esquina havia uma viatura da SWAT chinesa (com a mesma sigla, sim) com pelo menos dois caras vestidos de preto na frente, usando capacete, colete a prova de balas e portando metralhadoras com baionetas! Impressionante. Não que realmente estivesse acontecendo algo, mas com a próximidade do feriado nacional o governo está realmente empenhado em mostrar que está presente e em evitar qualquer tipo de manifestação política contrária ao partido (vide as recentes manifestações de tibetanos e uigures). A tendência é que até o feriado a presença da polícia fique mais ostensiva, assim como o controle da movimentação das pessoas pela cidade, principalmente na Praça da Paz Celestial e arredores. Com certeza durante o feriado várias ruas e estações de metrô estarão bloqueadas, então vou andar longe do centro durante o início de outubro.
Bom, voltando ao Mercado da Seda. É um prédio de seis andares repleto de banquinhas vendendo diversos produtos falsificados, como um camelódromo mais organizado. Os produtos estão divididos por andares e lá pode-se encontrar roupas, sapatos, bolsas, eletrônicos, brinquedos, relógios, jóias, artigos em seda, artesanato tradicional, souvenires, enfim; muita coisa. Que marca queres? Gucci? Prada? Luis Vitton? Aqui é o lugar! Tudo perfeitamente replicado e por 1/10 do preço! Caso um pessoa tenha paciência de barganhar muito e aguentar os vendedores incomodando pode-se conseguir produtos bons e a preços muito baixos. É um local visitado principalmente por turistas, então todos os vendedores falam inglês (não é chinglish, é inglês mesmo, apesar do vocabulário limitadíssimo) e muitos falam o básico para vender em outras línguas. Não contive as risadas quando as vendedores viram a bolsa do meu colega finlandês que é estampada com a bandeira da Finlândia e cumprimentaram-no em finlandês! Até disseram "Preço bom" em finlandês!
A medida que se anda nos corredores os vendedores todos ficam oferecendo os produtos, uns dão tapas, outros esfregam os produtos na tua cara ou te puxam pelo braço! "Hello! Want purse? Luis Vitton? Good price! Jeans? Very cheap!". Quando eu dizia que não queria em chinês algumas me perguntavam de volta "Porque não quer?", para saber se eu realmente falava chinês, dava vontade de mandar a ... Há ainda as vendedoras que lembravam de mim! Com se eu já tivesse comprado na banca delas milhares de vezes. Fiquei bastante interessado em um conjunto de bonecos dos protagonistas do livro Jornada ao Ocidente. Perguntei o preço e a mulher respondeu 1040 RMBs. Eu disse que não queria e fui indo e a mulher meu puxou pelo braço! "Que preço tu queres?". Não respondi porque apesar do interesse eu não queria gastar dinheiro, mas com certeza eu conseguiria comprar por uns 300 a 400 RMBs.
Vi os vendedores com calculadoras apontandos para os clientes, "Ah, não. Com esse preço tu me mata!", "Ok, esse é meu preço final, agora é sério!", "Assim eu não tenho nenhum lucro", "Eu quero ser sua amiga para que tu voltes aqui, mas com esse preço nós não podemos ser amigos!" etc. Mais engraçado foi um americano barganhando por um relógio: "Aqui é tudo falsificado! Te dou 10 RMB por esse relógio!", no que a vendedora respondia batendo nele com outro relógio: "Tu estás louco! Tu tens que ir ver um médico!". No fim, ainda achando graça de tudo mas um pouco cansado de dizer "Bu yao!" (não quero!) começei a responder em português para as vendedoras, dizendo que caso elas falassem em português comigo eu compraria alguma coisa delas. E não que uma me disse "Obrigado"! Ai começou a falar em espanhol, mas ai já não era português. Não comprei nada dela!
Realmente, apesar dos preços iniciais serem exorbitantes, pode-se (na verdade deve-se) barganhar até o preço diminuir no mínimo pela metade. O problema é que como a maioria dos clientes é estrangeiros os preços são um pouco maiores do que em mercados de barganha menos movimentados e mais "chineses". Mesmo assim, os preços são muito bons após a barganha. Portanto caso alguém queira uma Luis Vitton por menos de R$ 50 é só avisar! É possível que eu volte lá para comprar roupas de inverno e tênis.
Bueno, após essa rica experiência antropológica o grupo (que consistia basicamente em quatro finlandeses, uma sueca e eu) resolveu voltar para a Universidade. Eu preferi ir sozinho conhecer as ruas no entorno. A zona do entorno é considerada o bairro dos estrangeiros. É aqui que ficam a maioria das embaixadas (senão todas) e há várias marcas internacionais. Tomei um café expresso muito bom em uma cafeteria que atendia em inglês (o expresso mais caro que eu já tomei, uns R$ 6, mas café é caro aqui na China e eu realmente precisava de um café de verdade) e consultando meu mapa resolvi ir no parque Ritan, o altar do sol, um dos cincos altares de sacrifícios imperiais que estão espalhados pela cidade (o mais famoso é o do Céu). No caminho passei na frente de algumas embaixadas, mas não encontrei a do Brasil.
O parque era bem bonito, mas já era tarde e estava escurecendo. Deu para ver várias pessoas se exercitando e um grupo de velhos jogando Weiqi, um jogo de tabuleiro chinês mais conhecido no Brasil pelo nome japonês, Go. Fiquei emocionado de ver enfim ao vivo uma partida de Weiqi, que eu gosto bastante, pena que não pude fotografar poque não levei a câmera (de novo?). Mas um dia ainda tiro fotos do parque, talvez na próxima vez que eu for no Mercado da Seda. Ai também já aproveito para procurar a embaixada do Brasil.
O dia estava quente e com a tipíca neblina beijinense (é esse o termo?) encobrindo o céu. Após descermos na estação mais próxima ainda tivemos que caminhar cerca de meia-hora. Me espantou a quantidade de policiais nas ruas e o armamentos deles. Se vê policiais normalmente em Beijing, não muitos e sempre desarmados. Desta vez porém era impressionante. Em cada esquina havia uma viatura da SWAT chinesa (com a mesma sigla, sim) com pelo menos dois caras vestidos de preto na frente, usando capacete, colete a prova de balas e portando metralhadoras com baionetas! Impressionante. Não que realmente estivesse acontecendo algo, mas com a próximidade do feriado nacional o governo está realmente empenhado em mostrar que está presente e em evitar qualquer tipo de manifestação política contrária ao partido (vide as recentes manifestações de tibetanos e uigures). A tendência é que até o feriado a presença da polícia fique mais ostensiva, assim como o controle da movimentação das pessoas pela cidade, principalmente na Praça da Paz Celestial e arredores. Com certeza durante o feriado várias ruas e estações de metrô estarão bloqueadas, então vou andar longe do centro durante o início de outubro.
Bom, voltando ao Mercado da Seda. É um prédio de seis andares repleto de banquinhas vendendo diversos produtos falsificados, como um camelódromo mais organizado. Os produtos estão divididos por andares e lá pode-se encontrar roupas, sapatos, bolsas, eletrônicos, brinquedos, relógios, jóias, artigos em seda, artesanato tradicional, souvenires, enfim; muita coisa. Que marca queres? Gucci? Prada? Luis Vitton? Aqui é o lugar! Tudo perfeitamente replicado e por 1/10 do preço! Caso um pessoa tenha paciência de barganhar muito e aguentar os vendedores incomodando pode-se conseguir produtos bons e a preços muito baixos. É um local visitado principalmente por turistas, então todos os vendedores falam inglês (não é chinglish, é inglês mesmo, apesar do vocabulário limitadíssimo) e muitos falam o básico para vender em outras línguas. Não contive as risadas quando as vendedores viram a bolsa do meu colega finlandês que é estampada com a bandeira da Finlândia e cumprimentaram-no em finlandês! Até disseram "Preço bom" em finlandês!
A medida que se anda nos corredores os vendedores todos ficam oferecendo os produtos, uns dão tapas, outros esfregam os produtos na tua cara ou te puxam pelo braço! "Hello! Want purse? Luis Vitton? Good price! Jeans? Very cheap!". Quando eu dizia que não queria em chinês algumas me perguntavam de volta "Porque não quer?", para saber se eu realmente falava chinês, dava vontade de mandar a ... Há ainda as vendedoras que lembravam de mim! Com se eu já tivesse comprado na banca delas milhares de vezes. Fiquei bastante interessado em um conjunto de bonecos dos protagonistas do livro Jornada ao Ocidente. Perguntei o preço e a mulher respondeu 1040 RMBs. Eu disse que não queria e fui indo e a mulher meu puxou pelo braço! "Que preço tu queres?". Não respondi porque apesar do interesse eu não queria gastar dinheiro, mas com certeza eu conseguiria comprar por uns 300 a 400 RMBs.
Vi os vendedores com calculadoras apontandos para os clientes, "Ah, não. Com esse preço tu me mata!", "Ok, esse é meu preço final, agora é sério!", "Assim eu não tenho nenhum lucro", "Eu quero ser sua amiga para que tu voltes aqui, mas com esse preço nós não podemos ser amigos!" etc. Mais engraçado foi um americano barganhando por um relógio: "Aqui é tudo falsificado! Te dou 10 RMB por esse relógio!", no que a vendedora respondia batendo nele com outro relógio: "Tu estás louco! Tu tens que ir ver um médico!". No fim, ainda achando graça de tudo mas um pouco cansado de dizer "Bu yao!" (não quero!) começei a responder em português para as vendedoras, dizendo que caso elas falassem em português comigo eu compraria alguma coisa delas. E não que uma me disse "Obrigado"! Ai começou a falar em espanhol, mas ai já não era português. Não comprei nada dela!
Realmente, apesar dos preços iniciais serem exorbitantes, pode-se (na verdade deve-se) barganhar até o preço diminuir no mínimo pela metade. O problema é que como a maioria dos clientes é estrangeiros os preços são um pouco maiores do que em mercados de barganha menos movimentados e mais "chineses". Mesmo assim, os preços são muito bons após a barganha. Portanto caso alguém queira uma Luis Vitton por menos de R$ 50 é só avisar! É possível que eu volte lá para comprar roupas de inverno e tênis.
Bueno, após essa rica experiência antropológica o grupo (que consistia basicamente em quatro finlandeses, uma sueca e eu) resolveu voltar para a Universidade. Eu preferi ir sozinho conhecer as ruas no entorno. A zona do entorno é considerada o bairro dos estrangeiros. É aqui que ficam a maioria das embaixadas (senão todas) e há várias marcas internacionais. Tomei um café expresso muito bom em uma cafeteria que atendia em inglês (o expresso mais caro que eu já tomei, uns R$ 6, mas café é caro aqui na China e eu realmente precisava de um café de verdade) e consultando meu mapa resolvi ir no parque Ritan, o altar do sol, um dos cincos altares de sacrifícios imperiais que estão espalhados pela cidade (o mais famoso é o do Céu). No caminho passei na frente de algumas embaixadas, mas não encontrei a do Brasil.
O parque era bem bonito, mas já era tarde e estava escurecendo. Deu para ver várias pessoas se exercitando e um grupo de velhos jogando Weiqi, um jogo de tabuleiro chinês mais conhecido no Brasil pelo nome japonês, Go. Fiquei emocionado de ver enfim ao vivo uma partida de Weiqi, que eu gosto bastante, pena que não pude fotografar poque não levei a câmera (de novo?). Mas um dia ainda tiro fotos do parque, talvez na próxima vez que eu for no Mercado da Seda. Ai também já aproveito para procurar a embaixada do Brasil.
Em busca do Cartão Sagrado
Burocracia é foda...
Quarta feira (sim, eu sei que faz tempo, desculpem-me por favor) eu mais umas 5 pessoas da minha sala de aula fomos tentar fazer nosso cartão do campus. Esse é um cartão magnético através do qual é possível se acessar a biblioteca e pagar nos restaurantes do campus. Descobrimos onde era o local de pagar e fomos lá, mas o pagamento só podia ser feito através de cartão do Banco da China, o que fez com que 4 dessem dinheiro para uma inglesa para que ela pagasse por eles, já que apenas ela e eu estavamos com o cartão de crédito. Por algum motivo meu colega de quarto que foi lá fazer o cartão no dia seguinte conseguiu pagar em dinheiro, fazer o que...
Com os recibos em mãos fomos até o setor onde os cartões são confeccionados e nos pediram para localizar nossos nomes em uma lista. Isto feito, as mulheres começaram a conversar e nos disseram que nossos nomes eram muito longos e que teríamos que por nossos nomes chineses no cartão. Tentamos explicar (em chinês) que apesar de possuírmos nomes em chinês deveríamos por nossos nomes originais, já que são eles que constam nos nossos passaportes e em nossas carteiras de estudante. Nada feito, muito longos. Poderiamos então cortar os nomes do meio? Não, nomes chineses apenas! Eis que chega um americano e mostra seu cartão com seu nome completo em inglês nele (composto de três nomes no total). Ok, mas cortem os nomes do meio. Cortamos e nos mandaram retornar na sexta porque eles teriam que digitar novamente os nomes no sistema e não há como digitar apenas os nossos, deveria seguir a ordem da lista.
Eis que volta o comboio todo na sexta-feira e a mulher nos manda para o Escritório de Assuntos dos Alunos Estrangeiros. De tudo que ela falou em chinês só entendemos que eles não fariam e que deveriamos ir para o escritório. Lá chegando descobrimos (felizmente com a atendente que fala inlgês) que as mulheres que confeccionam as carteiras se cansaram de atender vários estrangeiros com as mesmas reclamações a respeito do nome e transferiram a responsabilidade pela coleta dos dados para o Escritório. Lá também não sabiam se deveriamos por nossos nomes em chinês ou podiamos escrever o nomes originais. Na dúvida escrevemos ambos, tomando o cuidado de omitir os nomes do meio para que não fossem considerados longos demais. Tivemos que pôr o número de nossos passaporte, mesmo que ninguém ali estivesse com o mesmo já que eles estão com a polícia para a concessão da permissão de residência na China. Também tivemos que pôr o número de nossas contas de banco (obrigatoriamente do Banco da China) sendo que havia pessoas no grupo que não tem conta em banco chinês e nem pretendiam ter... Bom, isto resolvido devemos esperam mais uma semana até que os dados sejam enviados até o departamento que confecciona os cartões e então sabe-se lá mais quanto tempo até que os dados sejam digitados no sistema, para ai sim podermos fazer nossos cartões.
Omiti detalhes aqui da função toda, mas já dá para perceber que a burocracia aqui é grande. O restante do grupo que foi comigo era europeu e estava realmente furioso com o negócio. Eu só dava risada, "Pobres europeus, não estão acostumados com esse tipo de coisa, tsc tsc tsc."
Quarta feira (sim, eu sei que faz tempo, desculpem-me por favor) eu mais umas 5 pessoas da minha sala de aula fomos tentar fazer nosso cartão do campus. Esse é um cartão magnético através do qual é possível se acessar a biblioteca e pagar nos restaurantes do campus. Descobrimos onde era o local de pagar e fomos lá, mas o pagamento só podia ser feito através de cartão do Banco da China, o que fez com que 4 dessem dinheiro para uma inglesa para que ela pagasse por eles, já que apenas ela e eu estavamos com o cartão de crédito. Por algum motivo meu colega de quarto que foi lá fazer o cartão no dia seguinte conseguiu pagar em dinheiro, fazer o que...
Com os recibos em mãos fomos até o setor onde os cartões são confeccionados e nos pediram para localizar nossos nomes em uma lista. Isto feito, as mulheres começaram a conversar e nos disseram que nossos nomes eram muito longos e que teríamos que por nossos nomes chineses no cartão. Tentamos explicar (em chinês) que apesar de possuírmos nomes em chinês deveríamos por nossos nomes originais, já que são eles que constam nos nossos passaportes e em nossas carteiras de estudante. Nada feito, muito longos. Poderiamos então cortar os nomes do meio? Não, nomes chineses apenas! Eis que chega um americano e mostra seu cartão com seu nome completo em inglês nele (composto de três nomes no total). Ok, mas cortem os nomes do meio. Cortamos e nos mandaram retornar na sexta porque eles teriam que digitar novamente os nomes no sistema e não há como digitar apenas os nossos, deveria seguir a ordem da lista.
Eis que volta o comboio todo na sexta-feira e a mulher nos manda para o Escritório de Assuntos dos Alunos Estrangeiros. De tudo que ela falou em chinês só entendemos que eles não fariam e que deveriamos ir para o escritório. Lá chegando descobrimos (felizmente com a atendente que fala inlgês) que as mulheres que confeccionam as carteiras se cansaram de atender vários estrangeiros com as mesmas reclamações a respeito do nome e transferiram a responsabilidade pela coleta dos dados para o Escritório. Lá também não sabiam se deveriamos por nossos nomes em chinês ou podiamos escrever o nomes originais. Na dúvida escrevemos ambos, tomando o cuidado de omitir os nomes do meio para que não fossem considerados longos demais. Tivemos que pôr o número de nossos passaporte, mesmo que ninguém ali estivesse com o mesmo já que eles estão com a polícia para a concessão da permissão de residência na China. Também tivemos que pôr o número de nossas contas de banco (obrigatoriamente do Banco da China) sendo que havia pessoas no grupo que não tem conta em banco chinês e nem pretendiam ter... Bom, isto resolvido devemos esperam mais uma semana até que os dados sejam enviados até o departamento que confecciona os cartões e então sabe-se lá mais quanto tempo até que os dados sejam digitados no sistema, para ai sim podermos fazer nossos cartões.
Omiti detalhes aqui da função toda, mas já dá para perceber que a burocracia aqui é grande. O restante do grupo que foi comigo era europeu e estava realmente furioso com o negócio. Eu só dava risada, "Pobres europeus, não estão acostumados com esse tipo de coisa, tsc tsc tsc."
sábado, 26 de setembro de 2009
Aula no domingo
Ok, desculpem-me pelo desleixo. Aqui é quase meia noite de sábado e amanhã tenho aula (para compensar o feriadão que vai ocorrer de 1 a 8 de outubro). Sim, aula no domingo, e mês que vem haverá outro domingo com aula. Apesar disso prometo atualizar o blog amanhã a tarde. Já adianto que não tem muitas novidades não. Até lá!
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Aniversário do mano
Nesse útlimo sábado meu irmão, o Bruno, e a namorada, a Karina, fizeram uma reuinão no salão do prédio para comemorar o aniversário (que só vai ocorrer daqui a alguns dias). Teve cachorro quente, bebida, bolo da mãe e vários "convivas". Meu irmão imprimiu minha foto e pôs lá no meio, como forma de homenagem.
Olhando as fotos agora dá uma saudade imensa de casa. Ver que o pessoal está levando a vida lá, reunindo amigos, participando de coisas variadas e eu aqui longe de tudo isso. Queria muito ter podido estar lá. Não bastasse a saudade imensa que eu já sentia da Bruna por morarmos em cidades diferentes (e que agora foi multiplicada por mil), agora ainda tenho que lidar com a saudade da família e dos demais...
Que aprender chinês que nada! A maior dificuldade aqui é lidar com essa saudade braba. Realmente espero que isso compense no futuro. Até lá vou ocupando minha cabeça com os estudos e com o blog para tentar aguentar a distância...
Parabéns adiantados ao mano e à cunha pelo aniversário e muito obrigado pela homenagem, significa muito para mim.
Olhando as fotos agora dá uma saudade imensa de casa. Ver que o pessoal está levando a vida lá, reunindo amigos, participando de coisas variadas e eu aqui longe de tudo isso. Queria muito ter podido estar lá. Não bastasse a saudade imensa que eu já sentia da Bruna por morarmos em cidades diferentes (e que agora foi multiplicada por mil), agora ainda tenho que lidar com a saudade da família e dos demais...
Que aprender chinês que nada! A maior dificuldade aqui é lidar com essa saudade braba. Realmente espero que isso compense no futuro. Até lá vou ocupando minha cabeça com os estudos e com o blog para tentar aguentar a distância...
Parabéns adiantados ao mano e à cunha pelo aniversário e muito obrigado pela homenagem, significa muito para mim.
domingo, 20 de setembro de 2009
Feirinha noturna em frente à universidade
Cá estava eu estudando e eis que o Daisuke me convida para ir comer espetinhos de carneiro ãs 22:30 em um lugar aqui perto, por 1 yuan o espetinho (menos de R$ 0,30). Óbvio que eu não ia recusar carne de carneiro, ainda mais por esse preço. Na hora combinada descemos, encontramos dois de seus amigos japoneses (Takata e Sato), compramos cerveja na lojinha perto do portão leste e saímos. Por fim descobri que o "restaurante" era uma feirinha que se forma todas as noites em frente ao portão da universidade. Estavam ali duas bancas de frutas, três de espetinhos váriados fritos e uma de churrasquinho. Já havia visto esta feira antes mas nunca tinha prestado atenção; todos os dias das 22:30 às 02:00 ficam estas banquinhas ali para os estudantes que chegam tarde de volta da rua ou que queiram fazer um lanchinho mais tarde. Pedimos cada um dois espetos de carne de carneiro fritos e bastante apimentados (que na verdade custaram 2 yuans cada), comemos e fomos embora.
Agora eu sei que quando eu quiser comprar alguma fruta ou comer espetinhos de vários vegetais e animais fritos (incluíndo berinjela e lula) após as 22:30, é só eu me dirigir ao portão leste. Detalhe: todas as banquinhas são montadas em "reboques" atrás de bicicletas, incluído as chapas onde os caras fritam os espetinhos. Bueno, com a camiseta fedendo a fritura e com a pança recheada de cerveja chinesa, cordeiro e pimenta vou dormir. Muito obrigado a todos os que comentam no blog. É legal saber que pessoas que eu desconheço também estão visitando. Aliás, quem é "temp"?
Ah, outra coisa. Tentei comentar eu mesmo nos posts do blog, para responder aos demais posts, e não consegui. Provavelmente devido ao proxy que eu uso.
Agora eu sei que quando eu quiser comprar alguma fruta ou comer espetinhos de vários vegetais e animais fritos (incluíndo berinjela e lula) após as 22:30, é só eu me dirigir ao portão leste. Detalhe: todas as banquinhas são montadas em "reboques" atrás de bicicletas, incluído as chapas onde os caras fritam os espetinhos. Bueno, com a camiseta fedendo a fritura e com a pança recheada de cerveja chinesa, cordeiro e pimenta vou dormir. Muito obrigado a todos os que comentam no blog. É legal saber que pessoas que eu desconheço também estão visitando. Aliás, quem é "temp"?
Ah, outra coisa. Tentei comentar eu mesmo nos posts do blog, para responder aos demais posts, e não consegui. Provavelmente devido ao proxy que eu uso.
Antigo Palácio de Verão (Yuanmingyuan)
Ontem fui no Antigo Palácio de Verão. Na verdade o meu plano para ontem era ir ver um jogo de Rugby, o problema é que eu envei 2 e-mails para o time perguntando como chegar lá e eles não me responderam, então resolvi ir no centro. Talvez na Cidade Proibida. Mas fui aconselhado por um brasileiro a não fazer isso, já que ontem seria dia de ensaio para a comemoração dos 60 anos da república e eles fechariam várias ruas e estações de metrô, então poderia ficar complicada a locomoção. Acabei decidindo por ir no Antigo Palácio de Verão, que fica relativamente perto da universidade (na verdade 1 hora a pé).
O Palácio de Verão era o local onde a corte residia até 1860, data em que foi destruída por forças anglo-francesas. A Cidade Proibida era o local onde o imperador fazia suas atividades mais formais apenas, mas toda a corte acabou se mudando para lá após 1860. O Palácio na verdade era um complexo de jardins e construções que abarcava uns 3.5 quilometros quadrados. O que hoje é conhecido como Palácio de Verão é a tentativa da imperatriz Cixi de reconstruir os jardins não muito longe do original. Este é muito mais famoso e preservado, mas não é tão grande quanto foi o original.
O que se tem hoje é um parque imenso, com lindas paisagens de árvores, plantas diversas, caminhos de pedra, lagos, corregos, pedras (obrigatórias em qualquer jardim chinês), pássaros, algumas construçõs novas, algumas ruínas, banquinhas para venda de comida e souvenirs e turistas. Ao contrário de outros lugares, vi pouquíssimos estrangeiros aqui, mas vi muitas crianças. As mães e os pais trazem seus filhos aqui para eles brincarem, e o parque é repleto delas. É incrível o amor que os pais demonstram pelas crianças. A grande maioria delas é filho único, devido ã política de controle de natalidade do governo, e os pais são realmente babões.
Caminhei por quase todo o complexo, sempre vendo esta paisagem linda de árvores, lagos e morros. Também comi de almoço uns espetinhos de carneiro muito bons, porém extremamente apimentados (quem mandou eu dizer que sim quando o cara perguntou se eu queria que pusesse mais pimenta). Alguns pontos que me chamaram a atenção:
- Há várias flores de lótus que se vê constantemente pelos lagos, assim como peixes e pássaros cujos nomes eu desconheço.
- O lago Fuhai é o maior lago do jardim. No centro há uma ilha com algumas construções e várias pessoas alugam barcos para navegar ali. A vista é realmente maravilhoas, parecendo mesmo as famosas pinturas de paisagens chinesas. O que reforçava isto era o templo nublado e com névoa, semelhante ao das pinturas.
- 90% das construções do palácio era em arquitetura chinesa típica, porém hoje sobram apenas ruínas de construções em estilo europeu. Isto leva muita a pensar que o palácio só possuia construções deste tipo. O que ocorre é que as construções chinesas costumam ser em madeira (a Cidade Proibida é toda em madeira), tendo queimado durante a invasão. As construções em estilo europeu que o imperador Qianlong mandou construir para satisfazer seu gosto pelo exótico eram de pedra, o que fez com que ainda sobrevivam seus escombros.
- Dentre estas construções de pedra havia a Fonte do Relógio d`água. Era uma fonte de água cercada por 12 estátuas de pedra com cabeças de bronze, representando os 12 signos do zodíaco chinês (fotos no orkut). A cada duas horas uma estátua diferente jogava água na fonte, de acordo com o horário. Desta forma podia-se saber o horário apenas olhando qual estátua estava jorrando água no momento (os 12 animais do zodíaco dividem não apenas os anos, mas também os meses, os dias, as horas, etc.). Atualmente apenas 5 ou 7 das cabeças originais estão em museus chineses, estando o resto espalhado por meuseus em outros lugares do mundo ou coleções privadas. A recuperação de todas as cabeças é uma meta do governo chinês.
- Cogitou-se durante algum tempo de se reconstruir o Palácio, porém isto era financeiramente inviável. O jardim foi então revitalizado e serve hoje como um lugar de memória para lembrar o povo chinês das humilhações que a China sofreu pelas nações imperialistas. Nos museus dentro do Jardim e am algumas bancas sempre está em exibição (e também a venda, é claro) um vídeo que conta a história da destruição do Palácio.
Bueno, acho que por hoje é só. Ontem eu sai de casa as 10:30 e voltei 18:00 extremamente cansado. Vou aproveitar o resto do domingo para estudar e fazer meu dever de casa para segunda. Umas hora dessas eu visito o novo Palácio de Verão. Fui!
O Palácio de Verão era o local onde a corte residia até 1860, data em que foi destruída por forças anglo-francesas. A Cidade Proibida era o local onde o imperador fazia suas atividades mais formais apenas, mas toda a corte acabou se mudando para lá após 1860. O Palácio na verdade era um complexo de jardins e construções que abarcava uns 3.5 quilometros quadrados. O que hoje é conhecido como Palácio de Verão é a tentativa da imperatriz Cixi de reconstruir os jardins não muito longe do original. Este é muito mais famoso e preservado, mas não é tão grande quanto foi o original.
O que se tem hoje é um parque imenso, com lindas paisagens de árvores, plantas diversas, caminhos de pedra, lagos, corregos, pedras (obrigatórias em qualquer jardim chinês), pássaros, algumas construçõs novas, algumas ruínas, banquinhas para venda de comida e souvenirs e turistas. Ao contrário de outros lugares, vi pouquíssimos estrangeiros aqui, mas vi muitas crianças. As mães e os pais trazem seus filhos aqui para eles brincarem, e o parque é repleto delas. É incrível o amor que os pais demonstram pelas crianças. A grande maioria delas é filho único, devido ã política de controle de natalidade do governo, e os pais são realmente babões.
Caminhei por quase todo o complexo, sempre vendo esta paisagem linda de árvores, lagos e morros. Também comi de almoço uns espetinhos de carneiro muito bons, porém extremamente apimentados (quem mandou eu dizer que sim quando o cara perguntou se eu queria que pusesse mais pimenta). Alguns pontos que me chamaram a atenção:
- Há várias flores de lótus que se vê constantemente pelos lagos, assim como peixes e pássaros cujos nomes eu desconheço.
- O lago Fuhai é o maior lago do jardim. No centro há uma ilha com algumas construções e várias pessoas alugam barcos para navegar ali. A vista é realmente maravilhoas, parecendo mesmo as famosas pinturas de paisagens chinesas. O que reforçava isto era o templo nublado e com névoa, semelhante ao das pinturas.
- 90% das construções do palácio era em arquitetura chinesa típica, porém hoje sobram apenas ruínas de construções em estilo europeu. Isto leva muita a pensar que o palácio só possuia construções deste tipo. O que ocorre é que as construções chinesas costumam ser em madeira (a Cidade Proibida é toda em madeira), tendo queimado durante a invasão. As construções em estilo europeu que o imperador Qianlong mandou construir para satisfazer seu gosto pelo exótico eram de pedra, o que fez com que ainda sobrevivam seus escombros.
- Dentre estas construções de pedra havia a Fonte do Relógio d`água. Era uma fonte de água cercada por 12 estátuas de pedra com cabeças de bronze, representando os 12 signos do zodíaco chinês (fotos no orkut). A cada duas horas uma estátua diferente jogava água na fonte, de acordo com o horário. Desta forma podia-se saber o horário apenas olhando qual estátua estava jorrando água no momento (os 12 animais do zodíaco dividem não apenas os anos, mas também os meses, os dias, as horas, etc.). Atualmente apenas 5 ou 7 das cabeças originais estão em museus chineses, estando o resto espalhado por meuseus em outros lugares do mundo ou coleções privadas. A recuperação de todas as cabeças é uma meta do governo chinês.
- Cogitou-se durante algum tempo de se reconstruir o Palácio, porém isto era financeiramente inviável. O jardim foi então revitalizado e serve hoje como um lugar de memória para lembrar o povo chinês das humilhações que a China sofreu pelas nações imperialistas. Nos museus dentro do Jardim e am algumas bancas sempre está em exibição (e também a venda, é claro) um vídeo que conta a história da destruição do Palácio.
Bueno, acho que por hoje é só. Ontem eu sai de casa as 10:30 e voltei 18:00 extremamente cansado. Vou aproveitar o resto do domingo para estudar e fazer meu dever de casa para segunda. Umas hora dessas eu visito o novo Palácio de Verão. Fui!
sábado, 19 de setembro de 2009
Novo restaurante, Kendo e "english corner"
Desde que eu cheguei aqui eu tenho feito a maior parte das minhas refeições no restaurante do meu alojamento. Como o alojamento é para estrangeiros, há um cardápio em inglês e chinês, e o preço é bem bom. Porém, agluns dias atrás o Daisuke (meu colega de quarto japonês) me levou a um restaurante perto do portão leste. A comida lá também é muito boa e os preços são bem melhores, o único porém é que o cardápio é todo em chinês. Pesando o preço versus cadápio em chinês adivinhem o que conta mais para mim. Preço né! Vocês sabem que eu sou pão duro! Na segunda vez que eu fui lá levei lápis e caneta. Pedi um prato que eu consegui identificar e pronunciar e durante a refeição começei a anotar os nomes dos pratos que eu não conhecia. Fui para o quarto depois e procurei todos nos meus dicionários. Olhem só o que faz o pão-durismo: aumentei bastante meu vocabulário relativo a comida e estou gastando bem menos para comer. Gasto menos e ainda aprendo mais, acho que foi um bom negócio, hehe.
Mas eis que saindo deste restaurante na quinta a noite e passo em frente a um ginásio da universidade e ouço uns gritos. Ao entrar para verificar o que era descubro uma aula de Kendo! O Kendo é a arte marcial que lida com a Katana, a espada dos samurais. Óbviamente não se utilizam espadas de verdade, mas sim de bambu. A aula era toda em japonês e aparentemente para os alunos japoneses da universidade, então não consegui entender nada, mas fiquei até o fim observando tudo. Eles utilizam uma proteção um pouco semelhante à esgrima, com proteção para o tronco, genitais, mãos e rosto. Os movimentos são extremamente rápidos e os golpes são acompanhados de vários gritos. Havia mulheres e homens lutando junto. Eu já havia visto sobre o Kendo na TV e já havia lido a respeito, mas é impressionante de ver ao vivo. Os movimentos de alguns caras são realmente rápidos, com mais de um golpe sendo desferido em um único movimento e acertando o adversário em diferentes pontos do corpo.
Por fim, gostaria de narrar o ocorrido na minha noite de sexta-feira. Na universidade, todas as sextas-feiras a partir das 19:00 vários chineses se reunem na praça frontal da universidade para treinarem inglês. Isso mesmo, é um monte de chinês reunido em um local falando inglês, o chamado "english corner". Passei ali por curiosidade após a janta, cerca de 21:00, e vi como se formavam vários grupos em torno de estrangeiros. Normalmente havia um estrangeiro falando e vário chineses fazendo perguntas. Eu estava observando e em seguida vi um conhecido aqui da universidade, o Adrian dos EUA. Comecei a conversar com ele e de repente nós estavamos cercado por cerca de 10 chineses, todos ouvindo nossa conversa! Em seguida começaram a puxar papo e quando percebi eu era o centro de um destes grupos que eu recém mencionei. Perguntavam de onde eu era, o que fazia na universidade, o que eu achava da China, como era o Brasil, etc. Acabei ficando ali até a meia-noite, sempre cercado de chineses! Saiam 2 chineses do grupo e em seguida chegavam mais 3, "You are from Brazil?", e lá ia eu de novo responder as mesmas perguntas de novo.
É muito interessante esta iniciativa. O inglês dos chineses é muito ruim, nào há como comparar com o dos brasileiros. Aprender inglês para os chineses é muuuuuuuito mais difícil do que para nós. O português e o inglês, assim como o latim, o italiano, o francês, o alemão e outras línguas européias, pertencem à mesma família liguística, o indo-europeu, compartilhando diversas características. Já o chinês pertence a uma família liguística completamente diferente. Eles tem que aprender a pronúnciar e ouvir sons completamente desconhecidos, aprender uma gramática completamente estranha, etc. Então este tipo de iniciativa é realmente legal. Dá para ver não só que eles estão realmente se esforçando para falar inglês, mas também para aprender sobre os países dos outros.
Me perguntaram sobre o Lula, sobre os jogadores de futebol, sobre as mulheres no Brasil, sobre a Vale do Rio Doce (maior exportadora de minério de ferro para a China, pelo que um chinês me disse), ou melhor, "Fresh Water Valey" (demorei para reconhecer o nome em inglês). Perguntaram se eu achava que a China era realmente comunista, como é a política no Brasil, porque eu estudava a China, como são as relações étnicas no Brasil, enfim, tudo! Como eu disse que estudava a história chinesa eles resolveram me testar, pedindo para eu dizer as dinastias chinesas em ordem. Acertei, mas eles corrigiram minha pronúncia, hehehe. Eles ficaram bastante impressionados em saber que poderiam passar tranquilamente por brasileiros no Brasil, desde que não abrissem a boca (aqui na China sempre é óbvio quando alguém é estrangeiro). A maioria deles achava que no Brasil se fala espanhol, mas pelo menos não perguntaram se a capital é Buenos Aires. Eu gostei mesmo foi de uma cara mais velho que só falava mal do partido comunista. Ele reclamava da falta de liberdade, acusava os políticos de corruptos, citando as suas falcatruas acusava a TV que só falava bem deles e o partido de ter destruído a cultura tradicional chinesa. Muitos concordavam com ele, mas um cara falou que era bom ter um partido só (!!!), ai ele se enfureceu! Começou a gritar em chinês e depois falou para mim em inglês "O que essa juventude tem na cabeça??? Que tipo de educação recebem para pensar esse tipo de coisa??". Foi realmente interessante ver os chineses falando abertamente de política, xingando o partido em público, etc. O regime não é tão fechado quanto muitos nos querem fazer acreditar, ninguém ali estava com medo de ser preso por falar o que estava falando. Ainda tenho muito o que aprender sobre a política chinesa, e acho que essa foi minha primeira aula. Talvez eu apareça no "English Corner" novamente para aprender um pouco sobre a China, o problema é ficar falando em inglês e não treinar o chinês, mas é só de vez em quando mesmo.
Mas eis que saindo deste restaurante na quinta a noite e passo em frente a um ginásio da universidade e ouço uns gritos. Ao entrar para verificar o que era descubro uma aula de Kendo! O Kendo é a arte marcial que lida com a Katana, a espada dos samurais. Óbviamente não se utilizam espadas de verdade, mas sim de bambu. A aula era toda em japonês e aparentemente para os alunos japoneses da universidade, então não consegui entender nada, mas fiquei até o fim observando tudo. Eles utilizam uma proteção um pouco semelhante à esgrima, com proteção para o tronco, genitais, mãos e rosto. Os movimentos são extremamente rápidos e os golpes são acompanhados de vários gritos. Havia mulheres e homens lutando junto. Eu já havia visto sobre o Kendo na TV e já havia lido a respeito, mas é impressionante de ver ao vivo. Os movimentos de alguns caras são realmente rápidos, com mais de um golpe sendo desferido em um único movimento e acertando o adversário em diferentes pontos do corpo.
Por fim, gostaria de narrar o ocorrido na minha noite de sexta-feira. Na universidade, todas as sextas-feiras a partir das 19:00 vários chineses se reunem na praça frontal da universidade para treinarem inglês. Isso mesmo, é um monte de chinês reunido em um local falando inglês, o chamado "english corner". Passei ali por curiosidade após a janta, cerca de 21:00, e vi como se formavam vários grupos em torno de estrangeiros. Normalmente havia um estrangeiro falando e vário chineses fazendo perguntas. Eu estava observando e em seguida vi um conhecido aqui da universidade, o Adrian dos EUA. Comecei a conversar com ele e de repente nós estavamos cercado por cerca de 10 chineses, todos ouvindo nossa conversa! Em seguida começaram a puxar papo e quando percebi eu era o centro de um destes grupos que eu recém mencionei. Perguntavam de onde eu era, o que fazia na universidade, o que eu achava da China, como era o Brasil, etc. Acabei ficando ali até a meia-noite, sempre cercado de chineses! Saiam 2 chineses do grupo e em seguida chegavam mais 3, "You are from Brazil?", e lá ia eu de novo responder as mesmas perguntas de novo.
É muito interessante esta iniciativa. O inglês dos chineses é muito ruim, nào há como comparar com o dos brasileiros. Aprender inglês para os chineses é muuuuuuuito mais difícil do que para nós. O português e o inglês, assim como o latim, o italiano, o francês, o alemão e outras línguas européias, pertencem à mesma família liguística, o indo-europeu, compartilhando diversas características. Já o chinês pertence a uma família liguística completamente diferente. Eles tem que aprender a pronúnciar e ouvir sons completamente desconhecidos, aprender uma gramática completamente estranha, etc. Então este tipo de iniciativa é realmente legal. Dá para ver não só que eles estão realmente se esforçando para falar inglês, mas também para aprender sobre os países dos outros.
Me perguntaram sobre o Lula, sobre os jogadores de futebol, sobre as mulheres no Brasil, sobre a Vale do Rio Doce (maior exportadora de minério de ferro para a China, pelo que um chinês me disse), ou melhor, "Fresh Water Valey" (demorei para reconhecer o nome em inglês). Perguntaram se eu achava que a China era realmente comunista, como é a política no Brasil, porque eu estudava a China, como são as relações étnicas no Brasil, enfim, tudo! Como eu disse que estudava a história chinesa eles resolveram me testar, pedindo para eu dizer as dinastias chinesas em ordem. Acertei, mas eles corrigiram minha pronúncia, hehehe. Eles ficaram bastante impressionados em saber que poderiam passar tranquilamente por brasileiros no Brasil, desde que não abrissem a boca (aqui na China sempre é óbvio quando alguém é estrangeiro). A maioria deles achava que no Brasil se fala espanhol, mas pelo menos não perguntaram se a capital é Buenos Aires. Eu gostei mesmo foi de uma cara mais velho que só falava mal do partido comunista. Ele reclamava da falta de liberdade, acusava os políticos de corruptos, citando as suas falcatruas acusava a TV que só falava bem deles e o partido de ter destruído a cultura tradicional chinesa. Muitos concordavam com ele, mas um cara falou que era bom ter um partido só (!!!), ai ele se enfureceu! Começou a gritar em chinês e depois falou para mim em inglês "O que essa juventude tem na cabeça??? Que tipo de educação recebem para pensar esse tipo de coisa??". Foi realmente interessante ver os chineses falando abertamente de política, xingando o partido em público, etc. O regime não é tão fechado quanto muitos nos querem fazer acreditar, ninguém ali estava com medo de ser preso por falar o que estava falando. Ainda tenho muito o que aprender sobre a política chinesa, e acho que essa foi minha primeira aula. Talvez eu apareça no "English Corner" novamente para aprender um pouco sobre a China, o problema é ficar falando em inglês e não treinar o chinês, mas é só de vez em quando mesmo.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Uma pequena (ou nem tanto) nota a respeito do nome do blog
O nome deste blog é baseado em um famoso romance chinês publicado em 1490 chamado Xiyouji, ou Jornada ao Ocidente. Ele conta a história de um grupo de peregrinos liderados por um monge budista que viaja da China à Índia para buscar escrituras sagradas. Interessantemente, o personagem principal acaba não sendo o monge, mas sim seu discípulo mais poderoso, o macaco Sun Wukong, arrogante, irreverente e meio indisciplinado para um monge. O macaco é um dos personagens mais populares do folclore chinês, sendo suas aventuras constantemente representadas nas óperas de Bejing. Aliás, Goku, o personagem principal do anime Dragon Ball, é inspirado nele. Seu rabo, seu bastão que estica e sua nuvem voadora são todos baseados em Sun Wukong. O próprio nome, Son Goku, é a tradução para o japonês de Sun Wukong.
Para mim este livro foi bastante importante por ter sido o tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso, onde eu procurei analisar a religião chinesa usando o romance como fonte. Além do que, eu simplesmente adoro o Sun Wukong. Assim como ele e seus companheiros (o monge, um porco, um cavalo e um monstro) foram para o ocidente buscar a iluminação, eu viajei ao oriente em busca de conhecimento. Por isso o nome Jornada ao Oriente (東遊記), o mesmo nome do romance porém com um caractere de diferença, 東, leste, ao invés de 西, oeste. Aliás, a tradução mais correta do título do romance seria "Relato da Jornada ao Ocidente", então considerem este blog um "Relato da Jornada ao Oriente".
Por fim, a foto do blog é uma pintura presente no Palácio de Verão (que eu espero visitar em breve) retratando o grupo de peregrinos em sua viagem. Só precisei inverter a imagem para fazê-los caminhar no sentido oposto, hehehe.
Para mim este livro foi bastante importante por ter sido o tema do meu Trabalho de Conclusão de Curso, onde eu procurei analisar a religião chinesa usando o romance como fonte. Além do que, eu simplesmente adoro o Sun Wukong. Assim como ele e seus companheiros (o monge, um porco, um cavalo e um monstro) foram para o ocidente buscar a iluminação, eu viajei ao oriente em busca de conhecimento. Por isso o nome Jornada ao Oriente (東遊記), o mesmo nome do romance porém com um caractere de diferença, 東, leste, ao invés de 西, oeste. Aliás, a tradução mais correta do título do romance seria "Relato da Jornada ao Ocidente", então considerem este blog um "Relato da Jornada ao Oriente".
Por fim, a foto do blog é uma pintura presente no Palácio de Verão (que eu espero visitar em breve) retratando o grupo de peregrinos em sua viagem. Só precisei inverter a imagem para fazê-los caminhar no sentido oposto, hehehe.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Aulas de chinês e Rugby
Olá para todos os que acompanham. Como vocês puderam notar (pelo menos aqueles que acompanham este blog com alguma frequência) eu não tenho escrito com tanta frequência quanto inicialmente. Agora começaram as aulas e eu realmente tenho que estudar, não tendo mais tempo de sair andando pela cidade toda hora. Agora que começou minha rotina de estudos a frequência das postagens vai baixar, mas com certeza escreverei mais de um texto por semana.
As aulas estão indo bem. São todas em chinês, então não entendo boa parte do que os professores dizem, mas estou aprendendo bastante. Hoje mesmo a professora improvisou alguns diálogos com os alunos e eu ficava vidrado prestando atenção no que ela dizia tentando traduzir. Aos poucos eu vou ficando melhor e vou conseguindo decifrar o que ela diz com tanta velocidade. Hoje mesmo eu tenho que transcrever dois diálogos em "hanzi" (os caracteres chineses), copiar cerca de três páginas de "hanzi" (cada um deles 10 vezes) e ainda mandar um e-mail para a professora em chinês, falando sobre qualquer coisa. Além de mim na minha sala há 3 cazaques (um cara e uma guria parecidos com mongóis e uma loira de olhos azuis! Sei lá que mistura que há lá), 2 japoneses, 1 coreano, 1 sueca, 2 franceses, 1 alemão, 1 escocês, 1 irlandesa, 1 finlandesa, 1 inglesa e eu. É realmente um choque uma aula toda em chinês, mas a medida que os professores vão falando eu vou procurando no dicionário as palavras e anotando, então apesar de ser um método um pouco "duro", funciona bem.
Mudando de assunto, ontem a noite eu joguei Rugby! Para aqueles que não sabem, eu sou um apaixonado pelo esporte e era o capitão e vice-presidente do Antiqua Rugby, equipe de Pelotas que está atualmente em segundo lugar no Circuito Gaúcho de Rugby Sevens (http://antiqua.rugby.esp.br/). Então mesmo antes de vir para cá eu já havia pesquisado na internet e encontrado uma equipe de Rugby aqui, o Beijing Devils (http://www.beijingdevils.com/). Ontem, terça-feira, peguei o metrô e fui até o bar onde o time se reune e de onde sai o ônibus que leva os jogadres até o campo de treinamento. Eu ia mais para conversar com os caras e descobrir se há algum time mais próximo de onde eu moro, mas acabei indo junto ver o treinamento. Lá encontrei outro brasileiro que foi lá pela primeira vez também e ficamos olhando o treino. Acabamos nos juntando com os caras , fizemos algumas jogadas ensaiadas e acabamos jogando um pouco (sem tackles muito fortes, já que eles treinam em grama sintética). O treino foi meio bagunçado, sem aquecimento nem alongamento, mas descobri que é porque nenhum dos treinadores principais pode comparecer e porque eles têm um jogo neste sábado contra outra equipe de Beijing cujo nome eu não lembro. De qualquer maneira, achei os treinos do Antiqua (comandados pelo grande Michel), muito melhor organizados. Mas foi bom jogar com mais de 7 jogadores em cada time. Entrei em rucks contra caras muito maiores que eu! Não consegui empurrar muito, mas foi legal, deu para ralar o joelho já. Sábado com certeza irei ver o jogo, mas não sei se vou participar do time, já que é muito longe da universidade. Mas... caso eu não encontre outro time mais em conta... Tenho que jogar Rugby né! Não vou ficar sem isso nem em Beijing, hehehe.
Bueno, por hoje é só pessoal. Eu prometo que outra hora eu escrevo sobre assuntos mais pontuais, tipo a universidade, os trânsito, a comida aqui, os chineses, etc. Mas por enquanto é isso. Vou lá porque eu realmente tenho que estudar, fui!
As aulas estão indo bem. São todas em chinês, então não entendo boa parte do que os professores dizem, mas estou aprendendo bastante. Hoje mesmo a professora improvisou alguns diálogos com os alunos e eu ficava vidrado prestando atenção no que ela dizia tentando traduzir. Aos poucos eu vou ficando melhor e vou conseguindo decifrar o que ela diz com tanta velocidade. Hoje mesmo eu tenho que transcrever dois diálogos em "hanzi" (os caracteres chineses), copiar cerca de três páginas de "hanzi" (cada um deles 10 vezes) e ainda mandar um e-mail para a professora em chinês, falando sobre qualquer coisa. Além de mim na minha sala há 3 cazaques (um cara e uma guria parecidos com mongóis e uma loira de olhos azuis! Sei lá que mistura que há lá), 2 japoneses, 1 coreano, 1 sueca, 2 franceses, 1 alemão, 1 escocês, 1 irlandesa, 1 finlandesa, 1 inglesa e eu. É realmente um choque uma aula toda em chinês, mas a medida que os professores vão falando eu vou procurando no dicionário as palavras e anotando, então apesar de ser um método um pouco "duro", funciona bem.
Mudando de assunto, ontem a noite eu joguei Rugby! Para aqueles que não sabem, eu sou um apaixonado pelo esporte e era o capitão e vice-presidente do Antiqua Rugby, equipe de Pelotas que está atualmente em segundo lugar no Circuito Gaúcho de Rugby Sevens (http://antiqua.rugby.esp.br/). Então mesmo antes de vir para cá eu já havia pesquisado na internet e encontrado uma equipe de Rugby aqui, o Beijing Devils (http://www.beijingdevils.com/). Ontem, terça-feira, peguei o metrô e fui até o bar onde o time se reune e de onde sai o ônibus que leva os jogadres até o campo de treinamento. Eu ia mais para conversar com os caras e descobrir se há algum time mais próximo de onde eu moro, mas acabei indo junto ver o treinamento. Lá encontrei outro brasileiro que foi lá pela primeira vez também e ficamos olhando o treino. Acabamos nos juntando com os caras , fizemos algumas jogadas ensaiadas e acabamos jogando um pouco (sem tackles muito fortes, já que eles treinam em grama sintética). O treino foi meio bagunçado, sem aquecimento nem alongamento, mas descobri que é porque nenhum dos treinadores principais pode comparecer e porque eles têm um jogo neste sábado contra outra equipe de Beijing cujo nome eu não lembro. De qualquer maneira, achei os treinos do Antiqua (comandados pelo grande Michel), muito melhor organizados. Mas foi bom jogar com mais de 7 jogadores em cada time. Entrei em rucks contra caras muito maiores que eu! Não consegui empurrar muito, mas foi legal, deu para ralar o joelho já. Sábado com certeza irei ver o jogo, mas não sei se vou participar do time, já que é muito longe da universidade. Mas... caso eu não encontre outro time mais em conta... Tenho que jogar Rugby né! Não vou ficar sem isso nem em Beijing, hehehe.
Bueno, por hoje é só pessoal. Eu prometo que outra hora eu escrevo sobre assuntos mais pontuais, tipo a universidade, os trânsito, a comida aqui, os chineses, etc. Mas por enquanto é isso. Vou lá porque eu realmente tenho que estudar, fui!
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Primeiras aulas de chinês
Tive minhas primeiras aulas de chinês hoje. A primeira com uma cara muito nervoso difícil de entender e a segunda com uma mulher bem simpática que falava muito rápido. Com exceção de algumas poucas palavras as aulas foram todas em chinês! Haja esforço! Sai bem cansado da aula devido ao esforço de tentar decodificar tudo o que eles falavam. Fizemos lições básicas (cumprimento, apresentação e essas bobagens de primeira aula de língua), mas aprendi e recapitulei muita coisa das explicações, não tanto da matéria em si. No fim da aula meu ouvido estava bem melhor. Vai ser difícil ter aulas todas em chinês, mas acho que o aprendizado será bem rápido.
Bom, consegui relatar o dia de ontem e a manhã de hoje, enfim! Vou lá estender roupa, fazer compras básicas e passar o resto do dia estudando chinês. Muito obrigado pelos comentários. As saudades são muito fortes (bem mais do que eu esperava), mas ler o que vocês escrevem me dá forças para aguentar tudo e para escrever esse monte de texto todos os dias. T+!
Bom, consegui relatar o dia de ontem e a manhã de hoje, enfim! Vou lá estender roupa, fazer compras básicas e passar o resto do dia estudando chinês. Muito obrigado pelos comentários. As saudades são muito fortes (bem mais do que eu esperava), mas ler o que vocês escrevem me dá forças para aguentar tudo e para escrever esse monte de texto todos os dias. T+!
Tian'anmen (Praça da Paz Celestial) e arredores
Desci do metrô cerca de 15:00, subi as escadas em direção à entrada de Tian'anmen e já apareceu um chinês puxando papo em inglês (surpreendentemente bem pronunciado), "Hello mister, where are you from?". Só respondi secamente "hello" e passei reto. Beijing é um lugar muito seguro, pouquíssimos assaltos a mão armada, mas há vários golpistas rondando os lugares movimentados atrás de turistas desavisados. Caras que querem te levar para puteiros ("Lediba!", huahauhauhau), chinesinhas que estudam inglês e te levam para "casas de chá" para conversar (e quando não oferecem prostitutas de entregam uma conta de 300 pila por 3 copinhos de chá), esse tipo de coisa. Dentro de Tian'anmen ainda fui abordado por uma chinesa em inglês, passei reto também.
A praça estava lotada de gente e de policiais e com vários locais bloqueados. Dia 1 de outubro é a comemoração dos 60 anos da revolução, então estão preparando uma comemoração enorme. Há várias máquinas de raio-X para examinar as mochilas das pessoas também. Vai ser uma data bem sensível caso haja manifestações políticas em público, por isso a segurança toda. Caminhei um pouco por lá mas dei volta, já que tinha que pagar ingresso para ir mais adiante e eu não tinhha muito tempo para visitar tudo. Acabei indo em direção a Qianmen, a rua que leva até a praça. É um imenso calçãdão que está sendo todo reformado para abrigar várias lojas de várias marcas, chinesas e internacionais. A arquitetura é imitação da arquitetura chinesa típica em pedra com construções mais "ocidentais". Bem bonito e artificial. Há até um bondinho cruzando o calçadão. Também encontrei uma loja especializada em palitinhos (sim, uma loja inteira só de palitinhos para comer, em vário estilos e preços), uma livraria onde eu comprei um livro sobre os caracteres chineses e uma loja de chá. Parei um pouco nesta última porque me deram um pouco de chá para esperimentar e era muuuito bom. Extremamente perfumado, bem diferentes daqueles do Brasil. A mulher tentou me vender um pouco mas era muito caro. Sai sem comprar e ainda tendo conseguido que a mulher me ensinasse o nome do chá e mais algumas palavres em chinês.
Mais interessante que Qianmen são as vielas que saem a partir dela. São parecidas com os Hutongs, porém mais movimentadas e comerciais, com várias lojas, restaurantes, fruteiras e vendedores chamando os turístas em chinglish. Foi em uma destas vielas que eu encontrei alguns chineses jogando Xiangqi (um tipo de xadrez chinês) e tirei uma foto. As peças de Xiangqi são normalmente pedaços de madeira com o nome da peça talhado e era muito interessante de ver como ao comer uma peça do adversário os caras faziam questão de dar uma porrada na peça com a sua própria. Um dos caras ainda tentou me vender um pôster antes de eu sair.
Bom, até eu sair de Qianmen, pegar o metrô e chegar na universidade já eram 20:30. No total caminhanei cerca de 10 horas na corrida, tendo sentado apenas para almoçar e alguns minutos para descansar em Qianmen. Mas o dia foi bem gratificante: conheci um templo budista, conversei com um tibetano, conheci ruas que ainda não foram tocadas pela modernização da China e treinei meu chinês em conversas com pessoas nas ruas. Saldo do dia: Muito bom! (fora a dor nas costas de tanto caminhar). Fotos no kutkut!
A praça estava lotada de gente e de policiais e com vários locais bloqueados. Dia 1 de outubro é a comemoração dos 60 anos da revolução, então estão preparando uma comemoração enorme. Há várias máquinas de raio-X para examinar as mochilas das pessoas também. Vai ser uma data bem sensível caso haja manifestações políticas em público, por isso a segurança toda. Caminhei um pouco por lá mas dei volta, já que tinha que pagar ingresso para ir mais adiante e eu não tinhha muito tempo para visitar tudo. Acabei indo em direção a Qianmen, a rua que leva até a praça. É um imenso calçãdão que está sendo todo reformado para abrigar várias lojas de várias marcas, chinesas e internacionais. A arquitetura é imitação da arquitetura chinesa típica em pedra com construções mais "ocidentais". Bem bonito e artificial. Há até um bondinho cruzando o calçadão. Também encontrei uma loja especializada em palitinhos (sim, uma loja inteira só de palitinhos para comer, em vário estilos e preços), uma livraria onde eu comprei um livro sobre os caracteres chineses e uma loja de chá. Parei um pouco nesta última porque me deram um pouco de chá para esperimentar e era muuuito bom. Extremamente perfumado, bem diferentes daqueles do Brasil. A mulher tentou me vender um pouco mas era muito caro. Sai sem comprar e ainda tendo conseguido que a mulher me ensinasse o nome do chá e mais algumas palavres em chinês.
Mais interessante que Qianmen são as vielas que saem a partir dela. São parecidas com os Hutongs, porém mais movimentadas e comerciais, com várias lojas, restaurantes, fruteiras e vendedores chamando os turístas em chinglish. Foi em uma destas vielas que eu encontrei alguns chineses jogando Xiangqi (um tipo de xadrez chinês) e tirei uma foto. As peças de Xiangqi são normalmente pedaços de madeira com o nome da peça talhado e era muito interessante de ver como ao comer uma peça do adversário os caras faziam questão de dar uma porrada na peça com a sua própria. Um dos caras ainda tentou me vender um pôster antes de eu sair.
Bom, até eu sair de Qianmen, pegar o metrô e chegar na universidade já eram 20:30. No total caminhanei cerca de 10 horas na corrida, tendo sentado apenas para almoçar e alguns minutos para descansar em Qianmen. Mas o dia foi bem gratificante: conheci um templo budista, conversei com um tibetano, conheci ruas que ainda não foram tocadas pela modernização da China e treinei meu chinês em conversas com pessoas nas ruas. Saldo do dia: Muito bom! (fora a dor nas costas de tanto caminhar). Fotos no kutkut!
Ruas no entorno de Yonghegong
Saíndo do templo (12:30) eu pensava em ir direto para Tian'anmen, mas então dei uma olhada no entorno e percebi uma arquitetura bem diferente do que eu estou acostumado, com prédios de no máximo dois andares e formas mais "chinesas" (em torno da universidade só há imensos arranha-céus e condomínios enormes). Resolvi andar nas ruas um pouco, e não me arrependi. É uma zona mais antiga da cidade, ainda não demolida para dar espaço a construções novas como boa parte da cidade já foi. Há váááários restaurantes no entorno (aquela rua com lanternas vermelhas no álbum), vários deles com fachadas bem típicas. Também há bastante variedade de comidas regionais, com restaurantes com comidas típicas de diversos locais da China. Caminhei com uma ruazinha um pouco maior, vi placas apontando para alguns Huntongs e resolvi entrar em um.
Os Hutongs são vielinhas estreitas onde o chinês mais pobre mora. Tu anda em uma rua grande e vê a placa indicando a entrada de um Hutong. Na vielinha principal até dá para passar um carro. Ai tu olha as entradas das casa e em seguida vê uma entrada que dá para uma viela menor ainda, repleta de portas de pequenos cômodos e bicicletas na frente (aqui elas são onipresentes). E assim vão se ramificando os Hutongs. Não são lugares miseráveis, algumas vielas tem uma infraestrutura bem legal. Aqui dá pra ver a vida do povo comum: as cozinhas imundas de alguns restaurantes, biboquinhas vendendo comida, lojinhas, casas de um cômodo só e dois beliches, alguns banheiros públicos (vários buracos no chão, sem muita divisória e sem torneira), pessoas fazendo "puxadinhos", etc... Ao contrário do que eu pensava, as pessoas no Hutongs não ficavam me encarando como se eu fosse um alienígena (ao contrário das pessoas no metrô: moram em uma das maiores cidades do mundo, repleta de estrangeiros, e parece que nunca viram alguém de olho grande). Chegou uma hora que eu não sabia mais para que lado ir e acabei saíndo em uma rua grande qualquer, mas em seguida achei a estação do metrô. Saíndo do Hutong comi em um restaurante simples (não tive coragem de comer em uma biboca do Hutong), com o cardápio todo em chinês e sem foto. Reconheci no nome de um prato o peixe, o arroz e os vegetais, ai pedi né. Bem bom, agridoce e apimentado (falar em comida e pimenta em Beijing é quase redundância).
Sinceramente, apreciei mais andar nestas ruas mais simples do que caminhar na Muralha superlotada. Até conversei com a mulher de uma fruteira que me vendeu um pêssego gigante. Ela me perguntou se eu era norte americano (É estrangeiro? Deve ser estadunidense) e me ensinou algumas medidas de peso. Com certeza pretendo visitar outros Hutongs, ai ponho mais fotos no kutkut. Após comer fui para a estação de metrô para visitar Tian'anmen.
Os Hutongs são vielinhas estreitas onde o chinês mais pobre mora. Tu anda em uma rua grande e vê a placa indicando a entrada de um Hutong. Na vielinha principal até dá para passar um carro. Ai tu olha as entradas das casa e em seguida vê uma entrada que dá para uma viela menor ainda, repleta de portas de pequenos cômodos e bicicletas na frente (aqui elas são onipresentes). E assim vão se ramificando os Hutongs. Não são lugares miseráveis, algumas vielas tem uma infraestrutura bem legal. Aqui dá pra ver a vida do povo comum: as cozinhas imundas de alguns restaurantes, biboquinhas vendendo comida, lojinhas, casas de um cômodo só e dois beliches, alguns banheiros públicos (vários buracos no chão, sem muita divisória e sem torneira), pessoas fazendo "puxadinhos", etc... Ao contrário do que eu pensava, as pessoas no Hutongs não ficavam me encarando como se eu fosse um alienígena (ao contrário das pessoas no metrô: moram em uma das maiores cidades do mundo, repleta de estrangeiros, e parece que nunca viram alguém de olho grande). Chegou uma hora que eu não sabia mais para que lado ir e acabei saíndo em uma rua grande qualquer, mas em seguida achei a estação do metrô. Saíndo do Hutong comi em um restaurante simples (não tive coragem de comer em uma biboca do Hutong), com o cardápio todo em chinês e sem foto. Reconheci no nome de um prato o peixe, o arroz e os vegetais, ai pedi né. Bem bom, agridoce e apimentado (falar em comida e pimenta em Beijing é quase redundância).
Sinceramente, apreciei mais andar nestas ruas mais simples do que caminhar na Muralha superlotada. Até conversei com a mulher de uma fruteira que me vendeu um pêssego gigante. Ela me perguntou se eu era norte americano (É estrangeiro? Deve ser estadunidense) e me ensinou algumas medidas de peso. Com certeza pretendo visitar outros Hutongs, ai ponho mais fotos no kutkut. Após comer fui para a estação de metrô para visitar Tian'anmen.
Templo tibetano de Yonghegong
Desculpem não ter atualizado ontem, mas cheguei em casa muito tarde e cansado. Deu tempo apenas de por as fotos do dia no orkut, falar com a Bruna e com o pessoal de casa e já era hora de dormir. Como tenho muito o que falar vou dividir o relato do meu dia em alguns posts.
Ontem o dia foi extremamente cansativo. Sai às 9:30 e só voltei às 20:30. Inicialmente eu pensava em visitar Tian'anmen no domingo, mas acabei me decidindo por ir visitar o Yonghegong. O Yonghegong é um templo budismo tibetano que data do século XVII, e durante o Império foi o maior centro do budismo tibetano fora do Tibete, recebendo a visita de monges do Tibete, da Mongólia e de várias pessoas da corte, incluído vários imperadores. O lugar é realmente grande, tendo sido transformado na década de 80 em um ponto turístico. Ele só escapou de ser destruído durante a Revolução cultural de 1966-76 devido à proteção do Zhou Enlai, primeiro ministro da época. Além de dar dinheiro através do turismo, o templo também serve para propagandear o suposto respeito do governo chinês com a religião tibetana e afirmar que o Tibete sempre fez parte da China. Nào faltam referências ãs visitas de imperadores ao templo e ãs relações amistosas entre estes e os lamas que moravam e ensinavam ali, "patriotas preocupados em preservar a unidade da China" (sim, isto está escrito lá). O governo chinês se utiliza da relação estreita que o templo manteve com a corte para reafirmar sua soberania sobre o Tibete, a ainda arranja uns troquinhos dos turistas, esperto não?
Hoje há ali várias lojinhas de bugigangas e de artigos religiosos para os turístas. Porém, mais numerosos que os vários turístas tirando fotos ali são as pessoas que vão lá para rezar, o que é bem impressionante. Na verdade, acho que boa parte dos chineses que vai ali a turísmo aproveita para oferecer incenso e rezar. O templo (cuja foto aérea pode ser vista no orkut) é composto de vários pavilhões, dentro dos quais estão localizadas diversas estátuas de Budas, Arhats, Bodisatvas e demais entidades do budismo tibetano. Destaque para o último pavilhão que abriga uma estátua de um Buda com 18 metros de altura. O ingresso para entrar no templo é um mini-CD com um vídeo sobre o templo, que eu ainda não vi.
Em frente a cada pavilhão há grande incensários várias pessoas fazendo preçes. Os fiéis acendem incenso no incensário (às vezes um bastão, às vezes três e às vezes um maço inteiro), rezam de pé ou ajoelhados, segurando os bastões com ambas as mãos em frente ao corpo ou sobre a cabeça, curvam-se três vezes para cada divindade para quem eles rezaram (uns apenas curvam as costas, outros ajoelham-se e tocam o chão com a testa no estilo tibetano, mas normalmente basta baixar a cabeça) e então jogam o incenso de volta no incensário. Já dá para imaginar que a fumaça é uma constante no templo, sorte que é lugar aberto. Dentro dos pavilhões onde estão as estátuas é proibido queimar o incenso (para evitar incêndios, já que o local é todo de madeira) e tirar fotos (motivo pelo qual não pude tirar fotos das estátuas). Desta forma, os fiés fazem os mesmos gestos em frente as estátuas mas sem queimar o incenso, que é simplesmente depositado sobre uma mesa após a oração. De tempos em tempos uma funcionária recolhe os bastões de incenso das mesas e põe-nos dentro dos incensários no lado de fora dos pavilhões para queimarem. Não vi nenhum fiel trazendo comida como oferenda, mas sobre o altar de algumas estátuas há frutas e sobre a de outras aguardente (o baijiu, 56%, urrrghhh). Há uma sala apenas para expor pequenas estátuas de cobre que ornavam o templo e que foram ofertadas por diversas pessoas em época diversas. Do meu lado havia um casal que ia olhando as estátuas e após ler os textos explicativos curvavam-se respeitosamente em direção äs estátuas. Uma vez em frente a uma vitrine com 3 estátuas principais de Budas eu contei o número de reverencias que o homem fez: nove. Três para cada um dos Budas.
Visitei todos os pavilhões e fiquei encantado com a beleza do local, pena que não pude fotografar o mais bonito, que eram as estátuas no interior dos pavilhões. Pude acompanhar uma oração coletiva em uma pequena sala, com um monge entoando um mantra com uma voz grave e monotona e jogando arroz de uma tigela em uma mesa enquanto os fiéis acompanhavam ajoelhados e com as mãos juntas. É interessante notar que há vários locais onde as pessoas depositavam oferendas em dinheiro que podiam ser facilmente alcançadas com as mãos caso alguém quisesse roubar (vi notas de 100 ali).
Antes de sair ainda sentei perto de uns monges tibetanos e fiquei com muita vontade de pedir para tirar uma foto junto, ainda mais depois que eu vi um chinês fazendo isso. Por sorte dois monges vieram na minha direção, sentaram no meu banco e puxaram assunto! Perguntaram de onde eu era. Ai nos começamos a conversar num chinês muito ruim (- Eu: Eu não falo chinês muito bem - Tibetano: Eu também não. Hehehehehe). Descobri que eles vieram de Lhasa por motivos religiosos até o templo. É claro que eu quis perguntar sobre política, mas meu parco vocabulário chinês não permitia (nem o dele, hehehe). por fim pedi para tirar uma foto e eles concordaram. Nossa! Mal sei chinês e conversei com um tibetano que também sabe pouco chinês, muito legal mesmo! Na saída ainda perguntei para o dono de uma lojinha o nome de alguns deuses cujas estátuas estavam a venda.
Nossa que post comprido, mas como vim estudar religião na China né, não podia ser diferente. A seguir sobre os arredores do Templo.
Ontem o dia foi extremamente cansativo. Sai às 9:30 e só voltei às 20:30. Inicialmente eu pensava em visitar Tian'anmen no domingo, mas acabei me decidindo por ir visitar o Yonghegong. O Yonghegong é um templo budismo tibetano que data do século XVII, e durante o Império foi o maior centro do budismo tibetano fora do Tibete, recebendo a visita de monges do Tibete, da Mongólia e de várias pessoas da corte, incluído vários imperadores. O lugar é realmente grande, tendo sido transformado na década de 80 em um ponto turístico. Ele só escapou de ser destruído durante a Revolução cultural de 1966-76 devido à proteção do Zhou Enlai, primeiro ministro da época. Além de dar dinheiro através do turismo, o templo também serve para propagandear o suposto respeito do governo chinês com a religião tibetana e afirmar que o Tibete sempre fez parte da China. Nào faltam referências ãs visitas de imperadores ao templo e ãs relações amistosas entre estes e os lamas que moravam e ensinavam ali, "patriotas preocupados em preservar a unidade da China" (sim, isto está escrito lá). O governo chinês se utiliza da relação estreita que o templo manteve com a corte para reafirmar sua soberania sobre o Tibete, a ainda arranja uns troquinhos dos turistas, esperto não?
Hoje há ali várias lojinhas de bugigangas e de artigos religiosos para os turístas. Porém, mais numerosos que os vários turístas tirando fotos ali são as pessoas que vão lá para rezar, o que é bem impressionante. Na verdade, acho que boa parte dos chineses que vai ali a turísmo aproveita para oferecer incenso e rezar. O templo (cuja foto aérea pode ser vista no orkut) é composto de vários pavilhões, dentro dos quais estão localizadas diversas estátuas de Budas, Arhats, Bodisatvas e demais entidades do budismo tibetano. Destaque para o último pavilhão que abriga uma estátua de um Buda com 18 metros de altura. O ingresso para entrar no templo é um mini-CD com um vídeo sobre o templo, que eu ainda não vi.
Em frente a cada pavilhão há grande incensários várias pessoas fazendo preçes. Os fiéis acendem incenso no incensário (às vezes um bastão, às vezes três e às vezes um maço inteiro), rezam de pé ou ajoelhados, segurando os bastões com ambas as mãos em frente ao corpo ou sobre a cabeça, curvam-se três vezes para cada divindade para quem eles rezaram (uns apenas curvam as costas, outros ajoelham-se e tocam o chão com a testa no estilo tibetano, mas normalmente basta baixar a cabeça) e então jogam o incenso de volta no incensário. Já dá para imaginar que a fumaça é uma constante no templo, sorte que é lugar aberto. Dentro dos pavilhões onde estão as estátuas é proibido queimar o incenso (para evitar incêndios, já que o local é todo de madeira) e tirar fotos (motivo pelo qual não pude tirar fotos das estátuas). Desta forma, os fiés fazem os mesmos gestos em frente as estátuas mas sem queimar o incenso, que é simplesmente depositado sobre uma mesa após a oração. De tempos em tempos uma funcionária recolhe os bastões de incenso das mesas e põe-nos dentro dos incensários no lado de fora dos pavilhões para queimarem. Não vi nenhum fiel trazendo comida como oferenda, mas sobre o altar de algumas estátuas há frutas e sobre a de outras aguardente (o baijiu, 56%, urrrghhh). Há uma sala apenas para expor pequenas estátuas de cobre que ornavam o templo e que foram ofertadas por diversas pessoas em época diversas. Do meu lado havia um casal que ia olhando as estátuas e após ler os textos explicativos curvavam-se respeitosamente em direção äs estátuas. Uma vez em frente a uma vitrine com 3 estátuas principais de Budas eu contei o número de reverencias que o homem fez: nove. Três para cada um dos Budas.
Visitei todos os pavilhões e fiquei encantado com a beleza do local, pena que não pude fotografar o mais bonito, que eram as estátuas no interior dos pavilhões. Pude acompanhar uma oração coletiva em uma pequena sala, com um monge entoando um mantra com uma voz grave e monotona e jogando arroz de uma tigela em uma mesa enquanto os fiéis acompanhavam ajoelhados e com as mãos juntas. É interessante notar que há vários locais onde as pessoas depositavam oferendas em dinheiro que podiam ser facilmente alcançadas com as mãos caso alguém quisesse roubar (vi notas de 100 ali).
Antes de sair ainda sentei perto de uns monges tibetanos e fiquei com muita vontade de pedir para tirar uma foto junto, ainda mais depois que eu vi um chinês fazendo isso. Por sorte dois monges vieram na minha direção, sentaram no meu banco e puxaram assunto! Perguntaram de onde eu era. Ai nos começamos a conversar num chinês muito ruim (- Eu: Eu não falo chinês muito bem - Tibetano: Eu também não. Hehehehehe). Descobri que eles vieram de Lhasa por motivos religiosos até o templo. É claro que eu quis perguntar sobre política, mas meu parco vocabulário chinês não permitia (nem o dele, hehehe). por fim pedi para tirar uma foto e eles concordaram. Nossa! Mal sei chinês e conversei com um tibetano que também sabe pouco chinês, muito legal mesmo! Na saída ainda perguntei para o dono de uma lojinha o nome de alguns deuses cujas estátuas estavam a venda.
Nossa que post comprido, mas como vim estudar religião na China né, não podia ser diferente. A seguir sobre os arredores do Templo.
sábado, 12 de setembro de 2009
A Muralha e as tumbas
Hoje acordei bem cedo para ir para a Grande Muralha. É como uma boas vindas para os estudantes estrangeiros: pagamos 20 RMBs (Renminbi, a moeda corrente), o equivalente a 6 reais, e fomos à apresentação de acrobacia na quarta feira (que normalmente custa mais de 100 RMBs) e agora iriamos até a Muralha.
A Muralha é dividida em várias seções, umas mais e outras menos próximas do centro de Beijing. Nosso ônibus nos levou até Badaling, a seção mais próxima da muralha, e também a mais "badalada" (Han? Han? Badaling, badalada, pegaram o trocadilho? Huahuahuahauhauahuahau). Poisé, por ser mais próximo do centro (cerca de uma hora de ônibus) Badaling é a mais visitada. É também a seção mais modificada da muralha, então não esperem ver pedras de 2000 anos de idade aqui. Que eu lembre esta parte foi construída durante a dinastia Ming (sécs. XIV - XVII) e no século XX foi restaurada e modificada para fins turísticos. Então é Muralha para turísta ver mesmo, com várias banquinhas vendendo bugigangas superfaturadas com vendedores oferencendo as mercadorias em chinglish.
Bom, a Muralha astava um infeeeerno! Muuuuuuuita gente. Nós caminhavamos e quando tinhamos que cruzar as torres tinhamos que parar porque o trafego de pessoas era muito grande. Pelas fotos no orkut vocês podem ter uma noção. Subimos mais ou menos uma hora e depois descemos, o que cansa para caramba. Há vários pontos com declive bem acentuado. É criança, velho, estrangeiro, chinês, gente tirando foto, comendo, se empurrando para conseguir caminhar... Foi legalzinho. Mas na próxima vez espero ir a uma seção mais afastada, com menos gente e um pouco menos modificada. Aliás, meus companheiros de escalada foram o Taka, japonês que já esteve no Brasil a turísmo duas vezes e adorou a caipirinha, e a Ellen, sueca que vai para a mesma classe que eu no chinês.
As 13:30 fomos para uma loja de objeto de artes para almoçar. Os objetos são todos lindos, mas extremamente caros; é loja para turísta perto da Muralha e com objetos realmente bons e bonitos, então os preços são realmente caros. Há pinturas, vasos, esculturas, objetos em jade (lindos!), estátuas, caligrafia, etc... No andar superior fica o restaurante, onde comemos por conta daqueles 20 RMBs pagos inicialmente. Eram várias mesas redondas (para umas 9 - 10 pessoas cada) e os pratos são postos em uma plataforma giratória sobre a mesa. A pessoas só tem que girar a plataforma para pegar o que quiser. Comi muito arroz, óbviamente, e porco, peixe, lula, galinha, vários vegetais, enfim, muita comida. Ainda provei mais uma cerveja fraquíssima chinesa e o famoso baijiu: aguardente de arroz com 56% de álcool. Muito forte o negócio. Ainda peguei uma garrafinha e trouxe para levar para o Brasil (não roubei, perguntei se podia levar!) Durante o almoço aind aconversei com dois finlandeses que estavam na nossa mesa. O cara (me esqueci do nome dele) é fanzaço de Sentenced também (Sentenced é uma banda finlandesa de heavy metal que eu gosto pra caramba)!
Por fim, saímos do restaurante e fomos para as famosas tumbas do imperadores da dinastia Ming. Chegando lá há uma linda construção com um pilar cheio de inscrições (que eu achava que fosse fotografar na volta, mas me enganei) e um corredor com um quilometro ou mais de extensão com várias arvóres e estátuas a intervalos regulares (cerca de 100 metros cada par). Há estátuas de cavalos, camelos, cachorros, elefantes, guerreiros, funcionários reais, etc... No meu álbum tem a minha foto com um guerreiro. Caminhamos, caminhamos, caminhamos e chegamos no fim da linha, onde eu esperava que estivessem as tais tumbas. Era a saída! Descobri que aquilo esse corredor de árvores é só a entrada (mais de um quilomentro de extensão!), que o complexo inteiro é muito maior e que não daria tempo de ir em alguma tumba devido a distãncia. Ou seja, fui nas tumbas Ming e não vi nenhuma tumba... Vai ter que ficar para a próxima. Por fim voltamos para a cidade pegando um pouco de congestionamento, e eu só rindo durante o caminho do caos que é o trânsito de Beijing (eu prometo que em breve comente isso). Ah, no orkut tem uma foto de uma câmera de segurança das tumbas, em um poste disfarçado de árvore. Bem engraçado.
Era isso então. Amanhã acho que vou na Praça da Paz celestial. Talvez eu vá na Cidade Proibida, mas acho que vou ficar na rua mesmo, tirando algumas fotos. Ai eu ponho tudo aqui no blog. Vocês não imaginam a saudade que dá de casa, mesmo vendo essas coisas diferentes e descobrindo coisas novas. Mas, fazer o que... Decidi pelo mais difícl... Estudar logo a China, é pedir para passar trabalho mesmo. Mas no fim compensa (eu espero). Bueno, já está tarde e o Daisuke está aqui roncando do lado. Vou dormir. Amanhã mais fotos e novidades, fui!
A Muralha é dividida em várias seções, umas mais e outras menos próximas do centro de Beijing. Nosso ônibus nos levou até Badaling, a seção mais próxima da muralha, e também a mais "badalada" (Han? Han? Badaling, badalada, pegaram o trocadilho? Huahuahuahauhauahuahau). Poisé, por ser mais próximo do centro (cerca de uma hora de ônibus) Badaling é a mais visitada. É também a seção mais modificada da muralha, então não esperem ver pedras de 2000 anos de idade aqui. Que eu lembre esta parte foi construída durante a dinastia Ming (sécs. XIV - XVII) e no século XX foi restaurada e modificada para fins turísticos. Então é Muralha para turísta ver mesmo, com várias banquinhas vendendo bugigangas superfaturadas com vendedores oferencendo as mercadorias em chinglish.
Bom, a Muralha astava um infeeeerno! Muuuuuuuita gente. Nós caminhavamos e quando tinhamos que cruzar as torres tinhamos que parar porque o trafego de pessoas era muito grande. Pelas fotos no orkut vocês podem ter uma noção. Subimos mais ou menos uma hora e depois descemos, o que cansa para caramba. Há vários pontos com declive bem acentuado. É criança, velho, estrangeiro, chinês, gente tirando foto, comendo, se empurrando para conseguir caminhar... Foi legalzinho. Mas na próxima vez espero ir a uma seção mais afastada, com menos gente e um pouco menos modificada. Aliás, meus companheiros de escalada foram o Taka, japonês que já esteve no Brasil a turísmo duas vezes e adorou a caipirinha, e a Ellen, sueca que vai para a mesma classe que eu no chinês.
As 13:30 fomos para uma loja de objeto de artes para almoçar. Os objetos são todos lindos, mas extremamente caros; é loja para turísta perto da Muralha e com objetos realmente bons e bonitos, então os preços são realmente caros. Há pinturas, vasos, esculturas, objetos em jade (lindos!), estátuas, caligrafia, etc... No andar superior fica o restaurante, onde comemos por conta daqueles 20 RMBs pagos inicialmente. Eram várias mesas redondas (para umas 9 - 10 pessoas cada) e os pratos são postos em uma plataforma giratória sobre a mesa. A pessoas só tem que girar a plataforma para pegar o que quiser. Comi muito arroz, óbviamente, e porco, peixe, lula, galinha, vários vegetais, enfim, muita comida. Ainda provei mais uma cerveja fraquíssima chinesa e o famoso baijiu: aguardente de arroz com 56% de álcool. Muito forte o negócio. Ainda peguei uma garrafinha e trouxe para levar para o Brasil (não roubei, perguntei se podia levar!) Durante o almoço aind aconversei com dois finlandeses que estavam na nossa mesa. O cara (me esqueci do nome dele) é fanzaço de Sentenced também (Sentenced é uma banda finlandesa de heavy metal que eu gosto pra caramba)!
Por fim, saímos do restaurante e fomos para as famosas tumbas do imperadores da dinastia Ming. Chegando lá há uma linda construção com um pilar cheio de inscrições (que eu achava que fosse fotografar na volta, mas me enganei) e um corredor com um quilometro ou mais de extensão com várias arvóres e estátuas a intervalos regulares (cerca de 100 metros cada par). Há estátuas de cavalos, camelos, cachorros, elefantes, guerreiros, funcionários reais, etc... No meu álbum tem a minha foto com um guerreiro. Caminhamos, caminhamos, caminhamos e chegamos no fim da linha, onde eu esperava que estivessem as tais tumbas. Era a saída! Descobri que aquilo esse corredor de árvores é só a entrada (mais de um quilomentro de extensão!), que o complexo inteiro é muito maior e que não daria tempo de ir em alguma tumba devido a distãncia. Ou seja, fui nas tumbas Ming e não vi nenhuma tumba... Vai ter que ficar para a próxima. Por fim voltamos para a cidade pegando um pouco de congestionamento, e eu só rindo durante o caminho do caos que é o trânsito de Beijing (eu prometo que em breve comente isso). Ah, no orkut tem uma foto de uma câmera de segurança das tumbas, em um poste disfarçado de árvore. Bem engraçado.
Era isso então. Amanhã acho que vou na Praça da Paz celestial. Talvez eu vá na Cidade Proibida, mas acho que vou ficar na rua mesmo, tirando algumas fotos. Ai eu ponho tudo aqui no blog. Vocês não imaginam a saudade que dá de casa, mesmo vendo essas coisas diferentes e descobrindo coisas novas. Mas, fazer o que... Decidi pelo mais difícl... Estudar logo a China, é pedir para passar trabalho mesmo. Mas no fim compensa (eu espero). Bueno, já está tarde e o Daisuke está aqui roncando do lado. Vou dormir. Amanhã mais fotos e novidades, fui!
Fotos!
Olá! Sinto informar-lhes que não estou conseguindo disponibilizar fotos aqui no blog, provavelmente devido ao proxy que eu estou usando para furar o bloqueio da internet. Mas postei fotos no Orkut, então dêem uma olhada lá. Em seguida eu escrevo sobre a minha ida à Muralha e minha pseudo-ida às tumbas da dinastia Ming.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Um pouco do outro lado de Beijing
Olá pessoas! Esqueci de mencionar que eu comprei meu PC novo na quinta feira também com a ajuda do Julian, que negociou o melhor preço para mim. Infelizmente ele veio com Windows em chinês e está até agora assim! Baixei o Windows português, gravei o CD mas não consigo instalar porque o PC não da boot pelo CD e o setup está todo em chinês... Por enquanto vou me virando com o Windows chinês, sem poder fazer várias coisas.
Como eu havia dito que faria, hoje fui me encontrar com um brasileiro, o Henrique, logo após eu comprar meus livros para o curso de chinês que começa na segunda feira. O Henrique também conseguiu uma bolsa do governo chinês, mas veio na ano passado. Portanto, está iniciando seu segundo ano de estudos de chinês agora. Conversei com ele pelo orkut antes de vir para cá e combinamos de nos encontrar.
Nos encontramos na estação do metrô perto do templo Lama e ele me levou para uma área bem comercial da cidade, Wangfujing. Lá pode-se encontrar diversas lojas das marcas mais famosas do mundo, com preços proporcionalmente altos. Mas é nessa área também que se encontra algumas feirinhas com aqueles famosos espetinhos que todos ouvem falar. Havia carneiro, galinha, frutas, bichos da seda, etc. Mas só encontramos escorpião em uma banca (segundo o Henrique era para haver mais bancas vendendo isso) e o preço estava muito alto. Então mesmo os dois querendo provar (ele nunca havia provado também) deixamos para outra hora. Também fomos em uma feirinha de bugigangas para turistas onde um chinês viu minha camiseta do Brasil e começou a falar "Baxi!" (Brasil) e o nome do jogadores da seleção (Lonado, Adiano, Lobino, Kaka). Ah, Ronaldinho é Xiao (pequeno) Lonado, hehehe.
Depois fomos para uma região perto da Torre do Tambor, onde há construções mais antigas (na região onde eu moro só há prédios enormes) e vários Hutongs, espécies de cortiços. Lá andamos na beira do lago Bohai, uma região cheia de bares com um visual mais tradicional. Destaco os vários caras que nos abordaram falando em Chinglish "Leidiba! Leidiba!", o que inglês seria Lady Bar. É, é exatamente isso que vocês estão pensando, estavam nos oferecendo prostitutas. Até anunciavam o preço, que variava entre 100 e 200 RMB (algo entre 30 e 70 reais). Só passavamos dizendo "Bu yao!" (Não queremos). Fora este detalhe, muito bonito o lugar.
Por fim, jantamos em um restaurante onde serviam diversos tipos de espetos. Comemos espetos de carneiro e pato. Muito bons e apimentados, hehe. Também tomei uma cerveja chinesa, a Yanjing. Com 3,5 % de volume dá para imaginar a qualidade da coisa... Mas, segundo o Henrique há outras cervejas bem melhores.
Bom, eu teria outras coisas para falar, mas cheguei tarde no dormitório e tenho que acordar cedo para ir à Muralha amanhã, então eu publico outra hora. Quero especialmente falar do metrô e do trânsito aqui. Vou lá então. Qualquer dúvida é só dizer. T+!
Como eu havia dito que faria, hoje fui me encontrar com um brasileiro, o Henrique, logo após eu comprar meus livros para o curso de chinês que começa na segunda feira. O Henrique também conseguiu uma bolsa do governo chinês, mas veio na ano passado. Portanto, está iniciando seu segundo ano de estudos de chinês agora. Conversei com ele pelo orkut antes de vir para cá e combinamos de nos encontrar.
Nos encontramos na estação do metrô perto do templo Lama e ele me levou para uma área bem comercial da cidade, Wangfujing. Lá pode-se encontrar diversas lojas das marcas mais famosas do mundo, com preços proporcionalmente altos. Mas é nessa área também que se encontra algumas feirinhas com aqueles famosos espetinhos que todos ouvem falar. Havia carneiro, galinha, frutas, bichos da seda, etc. Mas só encontramos escorpião em uma banca (segundo o Henrique era para haver mais bancas vendendo isso) e o preço estava muito alto. Então mesmo os dois querendo provar (ele nunca havia provado também) deixamos para outra hora. Também fomos em uma feirinha de bugigangas para turistas onde um chinês viu minha camiseta do Brasil e começou a falar "Baxi!" (Brasil) e o nome do jogadores da seleção (Lonado, Adiano, Lobino, Kaka). Ah, Ronaldinho é Xiao (pequeno) Lonado, hehehe.
Depois fomos para uma região perto da Torre do Tambor, onde há construções mais antigas (na região onde eu moro só há prédios enormes) e vários Hutongs, espécies de cortiços. Lá andamos na beira do lago Bohai, uma região cheia de bares com um visual mais tradicional. Destaco os vários caras que nos abordaram falando em Chinglish "Leidiba! Leidiba!", o que inglês seria Lady Bar. É, é exatamente isso que vocês estão pensando, estavam nos oferecendo prostitutas. Até anunciavam o preço, que variava entre 100 e 200 RMB (algo entre 30 e 70 reais). Só passavamos dizendo "Bu yao!" (Não queremos). Fora este detalhe, muito bonito o lugar.
Por fim, jantamos em um restaurante onde serviam diversos tipos de espetos. Comemos espetos de carneiro e pato. Muito bons e apimentados, hehe. Também tomei uma cerveja chinesa, a Yanjing. Com 3,5 % de volume dá para imaginar a qualidade da coisa... Mas, segundo o Henrique há outras cervejas bem melhores.
Bom, eu teria outras coisas para falar, mas cheguei tarde no dormitório e tenho que acordar cedo para ir à Muralha amanhã, então eu publico outra hora. Quero especialmente falar do metrô e do trânsito aqui. Vou lá então. Qualquer dúvida é só dizer. T+!
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Dos primeiros dias
Bueno, depois desta chegada não havia como fica pior. No dia seguinte (domingo) apesar de eu ter ido dormir tarde acordei as 6:30 e nada de voltar a dormir. A diferença de fuso é f... Passei a manhã tentando ligar para casa; comprando cartões telefonicos, gastando eles, etc. e nada. Por sorte perto do meio dia o Julian conseguiu localizar o número do meu quarto e veio até a universidade me encontrar. Fomos até o centro comercial no norte da rua da universidade comprar um celular e um número para mim. O cara fala chinês, sabe onde comprar, que preço pagar e como negociar. Que melhor companhia para fazer compras? Comemos uma sopa d legumes com arroz (muuuuita pimenta) e voltei para a universidade com um aparelho novo (o mais barato possível) e um número novo.
O centro comercial é realmente muuuuuuuuuuuuuito grande. Imaginem um prédio de mais de 30 andares apenas para vender aparelhos eletrônicos. Cada andar é especializado em um item (celulares, computadores, mp3 players, etc...) e cada um deles é repleto de bancas com centenas (se não milhares) de vendedores. Tu anda pelos corredores e eles ficam oferecendo os produtos, vêm atrás de ti falando chinês e arriscando um chinglish ruim. É muito grande mesmo. Ah, e pouca coisa tem preço. Na maioria das vezes tu pergunta o preço e então começa a pechinchar, porque o preço inicial sempre é bem maior que o final. Por sorte fui com um negociador profissional.
Enfim, no fim do dia consegui falar com a Bruna e com minha família através do Voipraider. Estava muito ansioso e finalmente pude contar como foi minha chegada catastrófica.
Entre segunda e hoje eu fiz minha matrícula, abri conta no banco da China para receber minha bolsa, fiz o teste de nivelamento para as aulas de língua chinesa (e fiquei no nível 2), fiz compras básicas no Carrefour (aqui é Jialefu), assisti palestras para os alunos estrangeiros em chinês (sim, eu e mais uns quantos ficamos boiando durante toda a palestra), fui num restaurante brasileiro comer de graça porque era 7 de semtembro (com chineses pilchados servindo espeto corrido! Huahauhauhauahu), comi um melão no palito, e assisti uma apresentação de acrobacia chinesa simplesmente incrível. Também conversei bastante com meu colega de quarto, Daisuke, que ficou impressionado com meu conhecimento de Manga, Anime e cultura pop japonesa em geral, seus amigos japoneses (que assim como eu acham ridículo que no filme do Dragon Ball o Goku seja interpretado por um ocidental) e russos, norte-americanos, suecos, etc...
Nos próximos posts eu falo mais sobre a Universidade, a vida no Campus, as ruas de Beijing, os chineses, etc... Pelo menos agora consegui escrever um pouco sobre meus primeiros dias na China. Amanhã vou encontrar um brasileiro no centro de Beijing e sábado vou na Muralha em uma excursão para os estudantes estrangeiros. Agora que eu descobri como burlar a censura do PCC tudo fica mais fácil, hehe. Até breve!
O centro comercial é realmente muuuuuuuuuuuuuito grande. Imaginem um prédio de mais de 30 andares apenas para vender aparelhos eletrônicos. Cada andar é especializado em um item (celulares, computadores, mp3 players, etc...) e cada um deles é repleto de bancas com centenas (se não milhares) de vendedores. Tu anda pelos corredores e eles ficam oferecendo os produtos, vêm atrás de ti falando chinês e arriscando um chinglish ruim. É muito grande mesmo. Ah, e pouca coisa tem preço. Na maioria das vezes tu pergunta o preço e então começa a pechinchar, porque o preço inicial sempre é bem maior que o final. Por sorte fui com um negociador profissional.
Enfim, no fim do dia consegui falar com a Bruna e com minha família através do Voipraider. Estava muito ansioso e finalmente pude contar como foi minha chegada catastrófica.
Entre segunda e hoje eu fiz minha matrícula, abri conta no banco da China para receber minha bolsa, fiz o teste de nivelamento para as aulas de língua chinesa (e fiquei no nível 2), fiz compras básicas no Carrefour (aqui é Jialefu), assisti palestras para os alunos estrangeiros em chinês (sim, eu e mais uns quantos ficamos boiando durante toda a palestra), fui num restaurante brasileiro comer de graça porque era 7 de semtembro (com chineses pilchados servindo espeto corrido! Huahauhauhauahu), comi um melão no palito, e assisti uma apresentação de acrobacia chinesa simplesmente incrível. Também conversei bastante com meu colega de quarto, Daisuke, que ficou impressionado com meu conhecimento de Manga, Anime e cultura pop japonesa em geral, seus amigos japoneses (que assim como eu acham ridículo que no filme do Dragon Ball o Goku seja interpretado por um ocidental) e russos, norte-americanos, suecos, etc...
Nos próximos posts eu falo mais sobre a Universidade, a vida no Campus, as ruas de Beijing, os chineses, etc... Pelo menos agora consegui escrever um pouco sobre meus primeiros dias na China. Amanhã vou encontrar um brasileiro no centro de Beijing e sábado vou na Muralha em uma excursão para os estudantes estrangeiros. Agora que eu descobri como burlar a censura do PCC tudo fica mais fácil, hehe. Até breve!
A viagem, parte 2 – A tempestade
Cheguei em Chengdu com 2 horas de atraso, então a KLM me conseguiu uma nova conexão as 13:45 (se o vôo de Amsterdam não tivesse atrasado seria às 12:20) com uma compania diferente, a Sichuan Airlines. Por enquanto nada demais, até que um detector num corredor viu que eu estava com a temperatura alta demais e eu fui levado para a quarentena para medir a temperatura. Aqui eles realmente estão levando a sério esse negócio de Gripe A...
Mediram a minha temperatura 2 vezes, eu estava com 37 e poucos. Examinaram minha garganta e me perguntaram que horas era meu vôo. Como eu tinha pouco tempo eles me liberaram, mas com uma cartilha sobre uma doença e uma máscara extremamente desconfortável para eu usar no vôo. Já atrasado, tive que trocar dinheiro, comprar um cartão telefônico e ligar para o Julian (meu amigo paraibano que ficou de me buscar na aeroporto) avisando do atraso. Devido a essa série de fatores perdi meu vôo e fui transferido para outro às 15:45. Bueno, zanzei pelo aeroporto , subi no avião e decolei. Meia hora depois avisam que o avião teria que voltar devido a “problemas mecânicos” (em pleno ar!). Fora os barulhos estranhos e a senhora rezando do meu lado a volta foi tranquila, hehe.
Uma hora depois eu estava eu outro avião que ficou mais de meia hora parado, até que avisam algo para os passageiros e tudo vira uma bagunça completa dentro do avião. Todos começam a discutir, a xingar, a gritar e eu no meio sem entender nada. Foi avisado algo aos passageiros em chinês que deixou todos furiosos e não se deram ao trabalho de avisar em inglês, afinal, acho que eu era o único não-chinês dentro do avião. Quando todos começaram a pegar as malas e a descer eu fui junto, ai pude perguntar para a tripulação o que ocorreu e eles disseram que o avião não decolaria devido a “problemas mecânicos” (de novo!).
Voltei ao portão do aeroporto sem saber se conseguiria ir a Beijing. A confusão seguia no portão, com os passageiros enfurecidos apontado dedos para os funcionários da empresa, querendo o dinheiro de volta ou querendo uma passagem para o próximo vôo. E eu lá, sem entender nada. Um funcionário me disse que eu iria no próximo vôo para Beijing, mas não me disse como. Após mais de meia hora de confusão, eu estava lá desesperado conversando com uma chinesa que falava inglês e, vendo minha expressão de desespero, resolveu me explicar a situação. Enfim passa um chinês e me diz em inglês para eu correr até o balcão para conseguir trocar a passagem a tempo. Chegando lá vi várias pessoas esfregando seus bilhetes na cara da funcionária enquanto ela anotava os números e entregava bilhetes novos e me juntei ao grupo. Eu só conseguia dizer “Por favor senhorita” em chinês enquanto ela anotava números e trocavam bilhetes desesperadamente. Por sorte um chinês no meio da confusão percebeu minha situação e disse para a moça ajudar o estrangeiro (“laowai” é a palavra para estrangeiro, só o que eu entendia que ele dizia para a mulher). Ela ouviu ele e trocou meu bilhete. Após agradecer meu salvador e a chinesa que conversou comigo corri até o novo portão de embarque e finalmente subi no avião. Finalmente, depois de mais meia hora de demora o vôo sobe, e eu torcendo o tempo todo para que ele não voltasse, hehe.
Por fim, às 22:45 chego na aerporto de Beijing, cansado, sujo, fedorento e abalado psicologicamente. Ainda tive algum trabalho para encontrar minha bagagem (já que ela havia sido despachada no vôo das 13:45) e por fim o Julian não estava mais me esperando. Eu avisei ele de que o vôo atrasaria, mas nem tanto! Não consegui ligar para o celular dele e tive que pegar um táxi até a universidade, que me cobrou o dobro do normal o desgraçado, mesmo eu tentando pechinchar. Cheguei na universidade com chuva, tendo que perguntar em chinês aos guardas onde ficava meu dormitório. Por sorte eles apontaram um coreano que estava a caminho do dormitório e que falava inglês. Cheguei no dormitório, me registrei, entrei no quarto acordando meu colega de quarto japonês (já era mais de meia-noite) e despenquei na cama.
Detalhe: o Julian me esperou no aeroporto até a meia-noite! O problema é que ele estava em um terminal diferente (no bilhete improvisado não constava o terminal em que eu desceria) e a bateria do celular dele havia acabado. Que droga, gastou dinheiro para ir me buscar e esperou cerca de 6 horas no aeroporto por nada. Muito gente boa mesmo esse paraíba.
Bom, essa foi minha triste chegada. Daqui por diante a coisa melhora. Em breve começo a descrever meus primeiros dias aqui. Desculpem por não dar notícias antes, mas o Partidão não é muito liberal com a internet aqui. Tenho que sair agora para comprar um CD para instalar um Windows português no meu computador. Até mais!
Mediram a minha temperatura 2 vezes, eu estava com 37 e poucos. Examinaram minha garganta e me perguntaram que horas era meu vôo. Como eu tinha pouco tempo eles me liberaram, mas com uma cartilha sobre uma doença e uma máscara extremamente desconfortável para eu usar no vôo. Já atrasado, tive que trocar dinheiro, comprar um cartão telefônico e ligar para o Julian (meu amigo paraibano que ficou de me buscar na aeroporto) avisando do atraso. Devido a essa série de fatores perdi meu vôo e fui transferido para outro às 15:45. Bueno, zanzei pelo aeroporto , subi no avião e decolei. Meia hora depois avisam que o avião teria que voltar devido a “problemas mecânicos” (em pleno ar!). Fora os barulhos estranhos e a senhora rezando do meu lado a volta foi tranquila, hehe.
Uma hora depois eu estava eu outro avião que ficou mais de meia hora parado, até que avisam algo para os passageiros e tudo vira uma bagunça completa dentro do avião. Todos começam a discutir, a xingar, a gritar e eu no meio sem entender nada. Foi avisado algo aos passageiros em chinês que deixou todos furiosos e não se deram ao trabalho de avisar em inglês, afinal, acho que eu era o único não-chinês dentro do avião. Quando todos começaram a pegar as malas e a descer eu fui junto, ai pude perguntar para a tripulação o que ocorreu e eles disseram que o avião não decolaria devido a “problemas mecânicos” (de novo!).
Voltei ao portão do aeroporto sem saber se conseguiria ir a Beijing. A confusão seguia no portão, com os passageiros enfurecidos apontado dedos para os funcionários da empresa, querendo o dinheiro de volta ou querendo uma passagem para o próximo vôo. E eu lá, sem entender nada. Um funcionário me disse que eu iria no próximo vôo para Beijing, mas não me disse como. Após mais de meia hora de confusão, eu estava lá desesperado conversando com uma chinesa que falava inglês e, vendo minha expressão de desespero, resolveu me explicar a situação. Enfim passa um chinês e me diz em inglês para eu correr até o balcão para conseguir trocar a passagem a tempo. Chegando lá vi várias pessoas esfregando seus bilhetes na cara da funcionária enquanto ela anotava os números e entregava bilhetes novos e me juntei ao grupo. Eu só conseguia dizer “Por favor senhorita” em chinês enquanto ela anotava números e trocavam bilhetes desesperadamente. Por sorte um chinês no meio da confusão percebeu minha situação e disse para a moça ajudar o estrangeiro (“laowai” é a palavra para estrangeiro, só o que eu entendia que ele dizia para a mulher). Ela ouviu ele e trocou meu bilhete. Após agradecer meu salvador e a chinesa que conversou comigo corri até o novo portão de embarque e finalmente subi no avião. Finalmente, depois de mais meia hora de demora o vôo sobe, e eu torcendo o tempo todo para que ele não voltasse, hehe.
Por fim, às 22:45 chego na aerporto de Beijing, cansado, sujo, fedorento e abalado psicologicamente. Ainda tive algum trabalho para encontrar minha bagagem (já que ela havia sido despachada no vôo das 13:45) e por fim o Julian não estava mais me esperando. Eu avisei ele de que o vôo atrasaria, mas nem tanto! Não consegui ligar para o celular dele e tive que pegar um táxi até a universidade, que me cobrou o dobro do normal o desgraçado, mesmo eu tentando pechinchar. Cheguei na universidade com chuva, tendo que perguntar em chinês aos guardas onde ficava meu dormitório. Por sorte eles apontaram um coreano que estava a caminho do dormitório e que falava inglês. Cheguei no dormitório, me registrei, entrei no quarto acordando meu colega de quarto japonês (já era mais de meia-noite) e despenquei na cama.
Detalhe: o Julian me esperou no aeroporto até a meia-noite! O problema é que ele estava em um terminal diferente (no bilhete improvisado não constava o terminal em que eu desceria) e a bateria do celular dele havia acabado. Que droga, gastou dinheiro para ir me buscar e esperou cerca de 6 horas no aeroporto por nada. Muito gente boa mesmo esse paraíba.
Bom, essa foi minha triste chegada. Daqui por diante a coisa melhora. Em breve começo a descrever meus primeiros dias aqui. Desculpem por não dar notícias antes, mas o Partidão não é muito liberal com a internet aqui. Tenho que sair agora para comprar um CD para instalar um Windows português no meu computador. Até mais!
A viagem, parte 1 – A calmaria antes da tempestade
Começemos do início então, da viagem.
Embarquei em Porto Alegre, meio desidratado de tanto chorar no aeroporto, e cheguei em São Paulo no início da tarde de quinta-feira (dia 3). Vasculhei todo o aeroporto, tomei um chopp Devassa Índia no aeroporto e no fim da tarde embarquei para Amsterdam pela KLM. Não há como uma viagem de 12 horas ser agradável, mas o atendimento da KLM é realmente muito bom, bastante comida e muitas opções de filmes, séries, documentários e até livros nas telinhas individuais de cada passageiro. Em Amsterdam zanzei por todo o aeroporto também e almoçei num Pub irlandês, com direito a chopp de meio litro e tudo. Muito legal o lugar. Por fim, embarquei para Chengdu, minha última conexão, cidade no centro da China. O vôo foi tão bom quanto o outro, com o detalhe de que atrasou 2 horas porque os chineses não autorizavam a saída, e ai começa a aventura...
Embarquei em Porto Alegre, meio desidratado de tanto chorar no aeroporto, e cheguei em São Paulo no início da tarde de quinta-feira (dia 3). Vasculhei todo o aeroporto, tomei um chopp Devassa Índia no aeroporto e no fim da tarde embarquei para Amsterdam pela KLM. Não há como uma viagem de 12 horas ser agradável, mas o atendimento da KLM é realmente muito bom, bastante comida e muitas opções de filmes, séries, documentários e até livros nas telinhas individuais de cada passageiro. Em Amsterdam zanzei por todo o aeroporto também e almoçei num Pub irlandês, com direito a chopp de meio litro e tudo. Muito legal o lugar. Por fim, embarquei para Chengdu, minha última conexão, cidade no centro da China. O vôo foi tão bom quanto o outro, com o detalhe de que atrasou 2 horas porque os chineses não autorizavam a saída, e ai começa a aventura...
Do bloqueio
Finalmente conseguir acessar o blog!!!
Desculpem nao atualizar o blog desde que eu cheguei em Beijing, mas recem ontem comprei um computador para entrar na Internet e recem hoje descobri uma maneira de furar o bloqueio. Aparentemente o blogspot esta bloqueado aqui e recem agora descobri um site de navegacao anonima que me pemite o acesso.
Cheguei ja fazem 5 dias aqui, entao tenho muuuuuito o que escrever para compensar o tempo perdido. Em breve comeco a postar tudo (talvez daqui a algumas horas). Nesse meio tempo pretendo instalar um Windows em portugues e conseguir por acentos nas palavras, hehehe. T+!
Desculpem nao atualizar o blog desde que eu cheguei em Beijing, mas recem ontem comprei um computador para entrar na Internet e recem hoje descobri uma maneira de furar o bloqueio. Aparentemente o blogspot esta bloqueado aqui e recem agora descobri um site de navegacao anonima que me pemite o acesso.
Cheguei ja fazem 5 dias aqui, entao tenho muuuuuito o que escrever para compensar o tempo perdido. Em breve comeco a postar tudo (talvez daqui a algumas horas). Nesse meio tempo pretendo instalar um Windows em portugues e conseguir por acentos nas palavras, hehehe. T+!
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