Sábado passado ocorreu o tal do festival de bandas aqui na universidade. Quando cheguei lá descobri que o negócio não era bem bem apenas um festival de bandas. Nós eramos uma das poucas bandas que iam se apresentar, sendo a maioria das apresentações de cantores sem banda. Chegamos cedo da tarde, pudemos ficar em um camarim ultra profissional (com aqueles espelhos cheios de lâmpadas que eu havia visto apenas em gravações), depois de umas duas horas pudemos começar a passar o som as pressas porque o cara da mesa de som ficou gritando para a gente sair de uma vez. É a sexta edição do evento e parece que a organização mudou, o que explica que, apesar da baita estrutura a organização deixou bastante a desejar, pelo menos para a nossa banda. Os shows começariam às 19:00 mas acabaram começando ãs 19:30 ou mais e nós nos apresentamos entre 20:30 e 21:00 não tenho bem certeza. Antes do show ainda fui e voltei ao dormitório por causa da diarréia que me incomodava desde o dia anterior e que me fez ir ao banheiro 6 vezes neste dia. Algo interessante foi uma das mulheres da organização ter dito que nós devíamos trazer nossa própria maquiagem porque a do local seri cobrada. "Hein? Maquiagem?", óbviamente nós, como uma banda de metal, estavamos fora do contexto, mas azar!
Quando da nossa apresentação o meu AMP deu problema e resolveu que não funcionaria. Ficamos alguns minutos tentando resolver o problema e a platéia em silêncio olhando. O apresentador do festival entrou de novo no palco para dizer algo do tipo "Estamos com problemas técnicos" mas em seguida voltou a funcionar. Começamos a tocar a primeira música e a minha corda mais grossa arrebentou logo aos 30 segundos de música. O resto da música foi só com metade das notas do baixo e os guitarristas se perdendo por isso. Antes de começar a segunda música um cara me emprestou o baixo dele (e mais alguns segundos de silêncio constrangedor) e tocamos a segunda música tranquilamente, fora que o baterista errou o fim da música porque não tinha nenhum retorno e não ouvia direito o que nós estavamos tocando, hehe. Apesar dos pesares, acredito que o pessoal gostou.
A semana novamente não trouxe novidades. Mas neste sábado (ontem) eu, o Taka, o casal de finlandeses Juha e Sanna, os congoleses Armand, Francis e BR e a letã Maija fomos fazer turismo na cidade. Com temperaturas negativas o dia todo (OK, talvez as 15:00 da tarde tenha feito uns 2 graus) encaramos o frio e nos fomos. Visitamos o Altar da Terra, o Templo de Confúcio e arredores. O Altar da Terra é um dos 5 altares disctribuídos pela cidade onde eram realizados regularmente rituais pelo imperador, os demais são o dos Grãos, da Lua, do Sol e, o mais famoso, do Céu. Bem nesse dia havia começado no parque do altar uma feira de livros, então ao invés das árvores e da paisagem normal do parque vimos muuuuuita gente, mas foi bem legal. O Temple de Confúcio é o segundo maior templo na China dedicado ao cara, sendo o maior na cidade natal dele. Aqui não se encontra aquela exuberância de estátuas de deuses e demônios que se vê nos templos budistas e daoístas. Há apenas uma estátua de Confúcio que não está dentro de algum pavilhão para ser adorada. O que há aos montes aqui são estelas com os nomes de todos os aprovados nos exames para ingresso na burocracia imperial desde sei lá que ano. E são muuuuitas estelas! Fora isso um pátio interno bonito e alguns mini museus sobre o confucionismo. Ainda há vários locais para se queimar incenso, mas não vi ninguém fazendo isso aqui. Provavelmente o pessoal que quer orar prefere o Templo Lama que fica bem próximo e tem uma aura bem mais "religiosa". Os dois locais que visitamos neste dia tem um caráter religioso, mas muito mais ligado à burocracia e ao estado do que ao povo. O Altar é um dos locais onde o imperador deixava claro a importância dele na manutenção da harmonia entre o Céu e a Terra e o templo de Confúcio é basicamente um local de estudos e de sagração dos burocratas do estado, em homenagem ao "santo" dos estudos, Confúcio. Se é que ele pode ser chamado assim, já que apesar do caráter deificante que o pessoal e o estado atribuiu a ele depois da sua morte ele não tinha muito interesse por assuntos religiosos.
Entre as visitas comemos em um pequeno restaurante que tem como atração carne de burro! Comi uma massa com carne de burro e um tipo de sanduiche. Nada demais na tal da carne. Passamos por um restaurante que oferecia carne de cachorro também mas o finlandês ficou chocado demais com isso e não entramos.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
O Idiota
Acabei de chegar do mercado e tive que vir direto para o computador escrever o recém ocorrido.
Como ficou crítica a situação dos meus tênis e minhas calças (na verdade meu único tênis e minhas duas calças velhas quase rasgando) eu finalmente criei coragem para ir até o mercado em frente ao Zoológico comprar um par de tênis e duas calças. Fui com o Daisuke, comprei duas calças por um preço mais barato do que eu estava disposto a pagar (depois de 20 minutos de barganha) e sai a olhar tênis. Entrei em uma banca e pedi para o vendedor buscar um par do meu tamanho de um tênis que eu gostei. O cara trouxe, eu experimentei e ele disse o preço. 380 RMB foi o que eu ouvi, e já fiz meu sorriso de "caro demais" (eu não estava disposto a pagar mais de 100 RMB). Eu perguntei "380?" e o Daisuke me respondeu "Não! 2380!". Perguntei o preço de novo para o vendedor e ele confirmou. Ai comecei a rir, óbviamente, tirei os tênis e comecei a ir embora. O cara me segurou pelo braço e me perguntou que preço eu queria pagar, ao que eu respondi 70! Para que? O cara me empurrou para fora da loja com força, fechou a cara e me chamou de 傻子 (shazi), ou seja, de idiota! Eu segui rindo e disse que ele é que era idiota querendo cobrar mais de 2000 RMBs por um tênis. O cara se emputeceu, apontou o dedo para mim, avançou um passo e gritou de novo "Tu é um idiota!". Eu não ia criar confusão né? Sai dali rindo e achando o máximo! Fui chamado de idiota por um chinês, respondei ele e dexei ele puto da vida! Hahahahahaha. Depois consegui comprar um tênis que parece (PARECE) melhor que a média por 100 RMB. O Daisuke ainda comprou uma jaqueta quente para carambra para o inverno e fomos embora. Os dois felizes pelas compras e eu mais feliz ainda por ter xingado o cara de volta. 2000 RMBs por um tênis falso! Completamente sem noção!
Como ficou crítica a situação dos meus tênis e minhas calças (na verdade meu único tênis e minhas duas calças velhas quase rasgando) eu finalmente criei coragem para ir até o mercado em frente ao Zoológico comprar um par de tênis e duas calças. Fui com o Daisuke, comprei duas calças por um preço mais barato do que eu estava disposto a pagar (depois de 20 minutos de barganha) e sai a olhar tênis. Entrei em uma banca e pedi para o vendedor buscar um par do meu tamanho de um tênis que eu gostei. O cara trouxe, eu experimentei e ele disse o preço. 380 RMB foi o que eu ouvi, e já fiz meu sorriso de "caro demais" (eu não estava disposto a pagar mais de 100 RMB). Eu perguntei "380?" e o Daisuke me respondeu "Não! 2380!". Perguntei o preço de novo para o vendedor e ele confirmou. Ai comecei a rir, óbviamente, tirei os tênis e comecei a ir embora. O cara me segurou pelo braço e me perguntou que preço eu queria pagar, ao que eu respondi 70! Para que? O cara me empurrou para fora da loja com força, fechou a cara e me chamou de 傻子 (shazi), ou seja, de idiota! Eu segui rindo e disse que ele é que era idiota querendo cobrar mais de 2000 RMBs por um tênis. O cara se emputeceu, apontou o dedo para mim, avançou um passo e gritou de novo "Tu é um idiota!". Eu não ia criar confusão né? Sai dali rindo e achando o máximo! Fui chamado de idiota por um chinês, respondei ele e dexei ele puto da vida! Hahahahahaha. Depois consegui comprar um tênis que parece (PARECE) melhor que a média por 100 RMB. O Daisuke ainda comprou uma jaqueta quente para carambra para o inverno e fomos embora. Os dois felizes pelas compras e eu mais feliz ainda por ter xingado o cara de volta. 2000 RMBs por um tênis falso! Completamente sem noção!
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Fim de semana com os japoneses
Eeee! Nos últimos dias em Beijing a temperatura aumentou, as vezes até chega a 6 graus durante o dia! É melhor aproveitar enquanto não volta lá para baixo de novo. O problema é que dentro do quarto está muito calor, esses dias tive que dormir só de lençol.
Acabei não indo na Mesquita nesta sexta-feira porque meu "guia" teve que sair e não iria na mesquita nesse dia mas quem sabe no próximo. Na sexta a noite o Taka veio aqui no nosso quarto e trouxe umas bebidas japonesas e cerveja. Ficamos tocando violão, bebendo e incomodando os vizinhos até 1 da manhã. Saiu nossa dupla Bossa Nova com o Daisuke de platéia, hehe. Mostrei para eles alguns vídeos famosos do Brasil como o do japonês dançando no Pânico e do Joel Santana falando portuglês. Eles me ensinaram o que o japa fala, como é o passinho direito e se mataram de rir do Joel, até hoje estão falando "Tu de léfti, tu de raiti, tu de mídio".
Sábado eu e o Daisuke fomos em uma rua aqui de Beijing que concentra várias lojas de chá. Provamos os principais tipos de chá, compramos uns chás caros, eu comprei uma caneca especial para tomar ché e ele comprou o kit para servir chá que ele tanto queria. Mas a melhor compra veio no Carrefour aqui perto. Chegando lá depois de sair dos chás descobri uma promoção: caso alguém comprasse duas caixas de Heineken (cada uma com 24 latas de 355ml) a segunda saia pela metade do preço! Resultado: Tenho estoque até a minha volta para o Brasil em janeiro e estou com os braços doendo até agora de carregar aquelas caixas do mercado até aqui (já havia gasto 200 RMB em cerveja, não queria gastar mais com táxi!).
E por fim, no domingo teve o primeiro ensaio com a banda inteira. Próximo sábado haverá na universidade um festival de bandas e nós iremos tocar uma música que a banda já havia composto e gravado antes para um CD das bandas da universidade. O problema do festival é que as outras bandas são todas pop/meloso/romântico/adolescente/etc. Então nós seremos a única de metal... Fazer o que... Nesse sábado foi nosso único ensaio da música com a banda inteira antes do festival, mas como é só uma música mesmo foi tranquilo. O ensaio foi em um estúdio muuuuuito profissional cheio de Marshalls válvulados! Quem entende de equipamento de música sabe o valor disso. E as 4 horas de ensaio saíram por 40 RMBs (R$ 10,00)! O Taka foi junto no ensaio e descobrimos que ele toca bateria também. Enquanto eu e o guitarrista estavamos brincando com "Fade to Black" do Metallica ele acabou nos acompanhando e tocou metal pela primeira vez na vida. É óbvio que também tocamos "Garota de Ipanema" (com ele na guitarra dessa vez) para os chineses verem. Em breve ponho fotos do ensaio e da banda no orkut, e óbviamente do festival quando ele acontecer.
Minha semana é bem monótona, consistindo basicamente de aulas, estudos dentro do quarto e saídas para comer. Eu e o Daisuke temos ficado estudando até tarde e acabamos os 2 indo dormir à 1 da manhã para acordar às 7 (Ok, ele estuda enquanto eu fico no MSN teclando com vocês). Por isso hoje me deitei a 1 da tarde e levantei as 4. Tenho que mudar isso rápido...
Acabei não indo na Mesquita nesta sexta-feira porque meu "guia" teve que sair e não iria na mesquita nesse dia mas quem sabe no próximo. Na sexta a noite o Taka veio aqui no nosso quarto e trouxe umas bebidas japonesas e cerveja. Ficamos tocando violão, bebendo e incomodando os vizinhos até 1 da manhã. Saiu nossa dupla Bossa Nova com o Daisuke de platéia, hehe. Mostrei para eles alguns vídeos famosos do Brasil como o do japonês dançando no Pânico e do Joel Santana falando portuglês. Eles me ensinaram o que o japa fala, como é o passinho direito e se mataram de rir do Joel, até hoje estão falando "Tu de léfti, tu de raiti, tu de mídio".
Sábado eu e o Daisuke fomos em uma rua aqui de Beijing que concentra várias lojas de chá. Provamos os principais tipos de chá, compramos uns chás caros, eu comprei uma caneca especial para tomar ché e ele comprou o kit para servir chá que ele tanto queria. Mas a melhor compra veio no Carrefour aqui perto. Chegando lá depois de sair dos chás descobri uma promoção: caso alguém comprasse duas caixas de Heineken (cada uma com 24 latas de 355ml) a segunda saia pela metade do preço! Resultado: Tenho estoque até a minha volta para o Brasil em janeiro e estou com os braços doendo até agora de carregar aquelas caixas do mercado até aqui (já havia gasto 200 RMB em cerveja, não queria gastar mais com táxi!).
E por fim, no domingo teve o primeiro ensaio com a banda inteira. Próximo sábado haverá na universidade um festival de bandas e nós iremos tocar uma música que a banda já havia composto e gravado antes para um CD das bandas da universidade. O problema do festival é que as outras bandas são todas pop/meloso/romântico/adolescente/etc. Então nós seremos a única de metal... Fazer o que... Nesse sábado foi nosso único ensaio da música com a banda inteira antes do festival, mas como é só uma música mesmo foi tranquilo. O ensaio foi em um estúdio muuuuuito profissional cheio de Marshalls válvulados! Quem entende de equipamento de música sabe o valor disso. E as 4 horas de ensaio saíram por 40 RMBs (R$ 10,00)! O Taka foi junto no ensaio e descobrimos que ele toca bateria também. Enquanto eu e o guitarrista estavamos brincando com "Fade to Black" do Metallica ele acabou nos acompanhando e tocou metal pela primeira vez na vida. É óbvio que também tocamos "Garota de Ipanema" (com ele na guitarra dessa vez) para os chineses verem. Em breve ponho fotos do ensaio e da banda no orkut, e óbviamente do festival quando ele acontecer.
Minha semana é bem monótona, consistindo basicamente de aulas, estudos dentro do quarto e saídas para comer. Eu e o Daisuke temos ficado estudando até tarde e acabamos os 2 indo dormir à 1 da manhã para acordar às 7 (Ok, ele estuda enquanto eu fico no MSN teclando com vocês). Por isso hoje me deitei a 1 da tarde e levantei as 4. Tenho que mudar isso rápido...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Friiiooooo!!!
Faz um tempinho que eu não dou notícias aqui, mas pelo menos dessa vez não fiquei uma semana sem postar nada!
Nesse fim de semana passado aconteceu a etapa Pelotas do Campeonato Gaúcho de Rugby Sevens. Infelizmente o Antiqua conseguiu apenas o segundo lugar dessa vez, mas o time todo está muito feliz pelo resultado geral da etapa. O primeiro grande evento organizado pelo time funcionou muito bem e pelo que eu ouvi foi muito bom, com uma confraternização animadíssima no fim (regada a muito álcool é claro). A final entre o Antiqua e o Guará terminou com a vitória de 5 x 0 deste último com um try marcado aos 10 minutos da prorrogação (sendo que o total de uma partida normal de Rugby Sevens é de 15 minutos!). Segundo relatos foi o jogo mais emocionante e tenso da história do nosso time, o que me deixa ainda mais triste por não ter participado. Aliás, o Fronteira Sul de Bagé, com o qual eu treinei algumas vezes, surpreendeu a todos com o terceiro lugar. Parabéns para a gurizada!
Mas também tenho novidades relativas à China! Durante essa semana a temperatura tem se mantido abaixo de 0 na maior parte dos dias, chegando a uns +3 graus no meio da tarde e até -6 de noite (as vezes com sensação de -10 por causa do vento). Imaginem-se dentro de uma geladeira, diminuam a temperatura em uns 10 graus e ponham um ventilador bem forte a funcionar; é assim lá fora. Um lago em um parque aqui da universidade já congelou e as poças de água na rua congelam e formam verdadeiras pistas de derrapagem em todo lugar. Pelo menos dentro do quarto faz entre 15 e 20 graus por causa da calefação, o suficiente para que eu use apenas um cobertor e ande apenas de camiseta e calça. Desde a primeira grande neve do dia 1 de novembro já nevou mais duas vezes, mas não tão fortemente quanto da primeira vez. Desta vez pelo menos não foram provocadas pelo governo.
Já ensaiei duas vezes com a banda da qual eu havia falado, e na maior parte das vezes tocamos Metallica (comigo de vocal porque o vocalista não sabe as letras, tsc tsc tsc). No primeiro ensaio já surgiram, cresceram e estouraram bolhas nos dedos, como nos velhos tempos, hehehe. Próximo ensaio planejavamos mexer em algumas composições próprias, mas surgiu a oportunidade de se tocar uma música em um festival que vai acontecer aqui na Universidade dia 28 desse mês, então provavelmente no próximo ensaio vamos focar em alguma música já pronta da banda. O guitarrista fala muito bem inglês e é das próximidades de Beijing, o baterista é um gordinho cabeludo muito simpático da Mongólia Interior que me convidou para ir lá próximo verão tocar junto com a banda que ele tem lá, que mistura metal e música mongol tradicional (viajar para uma região inóspita da China nas férias com hospedagem e guia garantidos? Iahuuu! Vambora!) e o vocalista um cara meio estranho do norte gelado (sim, mais gelado que Beijing). Não pretendo levar muito a sério a banda porque tenho outras ocupações, mas vamos ver no que dá... Pelo menos estou conversando direto com chineses que estão me ensinando um monte sobre a China atual e corrigindo meu chinês (e me levando pra jantar após o ensaio em uns restaurantes realmente muuuuito bons).
Semana descobri que há uma brasileira estudando aqui na universidade além de mim! Ela se chama Mariana, nasceu em São Paulo de pais chineses e já mora aqui há uns 10 anos, portanto já é praticamente chinesa. Nos encontramos semana passada para conversar e descobri que ela joga Rugby aqui no time que eu visitei logo que cheguei em Beijing. Bom saber que eu não sou o único brasileiro aqui.
Desde segunda-feira da semana passada eu estou em uma classe mais avançada que a que eu estava nas aulas de chinês. As aulas estavam fáceis demais e eu resolvei trocar para não perder tempo. Me fu...! A coisa está difícil e eu estu tendo que estudar muito mais que antes, antecipando os conteúdos para não ficar perdido nas aulas e revisando a matéria que a turma já estudou durante dois meses! Tem uma matéria que é realmente difícil, mas a maioria eu estou conseguindo acompanhar. A coisa está difícil mas está indo, pelo menos estou aprendendo muito mais que antes. Antes difícil que fácil demais! Me consola saber que tem gente mais perdida que eu na aula, hehehe.
Acho que era isso. Eu realmente não tenho saído para turismo, então não tenho feito muita foto. Há dois fins de semana atrás fui em um aniversário de um inglês aqui e conheci um paquistanês que frequenta a mesquita mais famosa do bairro tradicional muçulmano aqui de Beijing e que ficou de me levar lá na sexta passada (dia do culto principal) para eu conhecer. Infelizmente não consegui mais falar com ele e acabei não indo lá, mas vou tentar denovo esta semana. Caso eu finalmente consiga ir lá vocês terão fotinhos novas para ver, hehe. Até a vista!
Nesse fim de semana passado aconteceu a etapa Pelotas do Campeonato Gaúcho de Rugby Sevens. Infelizmente o Antiqua conseguiu apenas o segundo lugar dessa vez, mas o time todo está muito feliz pelo resultado geral da etapa. O primeiro grande evento organizado pelo time funcionou muito bem e pelo que eu ouvi foi muito bom, com uma confraternização animadíssima no fim (regada a muito álcool é claro). A final entre o Antiqua e o Guará terminou com a vitória de 5 x 0 deste último com um try marcado aos 10 minutos da prorrogação (sendo que o total de uma partida normal de Rugby Sevens é de 15 minutos!). Segundo relatos foi o jogo mais emocionante e tenso da história do nosso time, o que me deixa ainda mais triste por não ter participado. Aliás, o Fronteira Sul de Bagé, com o qual eu treinei algumas vezes, surpreendeu a todos com o terceiro lugar. Parabéns para a gurizada!
Mas também tenho novidades relativas à China! Durante essa semana a temperatura tem se mantido abaixo de 0 na maior parte dos dias, chegando a uns +3 graus no meio da tarde e até -6 de noite (as vezes com sensação de -10 por causa do vento). Imaginem-se dentro de uma geladeira, diminuam a temperatura em uns 10 graus e ponham um ventilador bem forte a funcionar; é assim lá fora. Um lago em um parque aqui da universidade já congelou e as poças de água na rua congelam e formam verdadeiras pistas de derrapagem em todo lugar. Pelo menos dentro do quarto faz entre 15 e 20 graus por causa da calefação, o suficiente para que eu use apenas um cobertor e ande apenas de camiseta e calça. Desde a primeira grande neve do dia 1 de novembro já nevou mais duas vezes, mas não tão fortemente quanto da primeira vez. Desta vez pelo menos não foram provocadas pelo governo.
Já ensaiei duas vezes com a banda da qual eu havia falado, e na maior parte das vezes tocamos Metallica (comigo de vocal porque o vocalista não sabe as letras, tsc tsc tsc). No primeiro ensaio já surgiram, cresceram e estouraram bolhas nos dedos, como nos velhos tempos, hehehe. Próximo ensaio planejavamos mexer em algumas composições próprias, mas surgiu a oportunidade de se tocar uma música em um festival que vai acontecer aqui na Universidade dia 28 desse mês, então provavelmente no próximo ensaio vamos focar em alguma música já pronta da banda. O guitarrista fala muito bem inglês e é das próximidades de Beijing, o baterista é um gordinho cabeludo muito simpático da Mongólia Interior que me convidou para ir lá próximo verão tocar junto com a banda que ele tem lá, que mistura metal e música mongol tradicional (viajar para uma região inóspita da China nas férias com hospedagem e guia garantidos? Iahuuu! Vambora!) e o vocalista um cara meio estranho do norte gelado (sim, mais gelado que Beijing). Não pretendo levar muito a sério a banda porque tenho outras ocupações, mas vamos ver no que dá... Pelo menos estou conversando direto com chineses que estão me ensinando um monte sobre a China atual e corrigindo meu chinês (e me levando pra jantar após o ensaio em uns restaurantes realmente muuuuito bons).
Semana descobri que há uma brasileira estudando aqui na universidade além de mim! Ela se chama Mariana, nasceu em São Paulo de pais chineses e já mora aqui há uns 10 anos, portanto já é praticamente chinesa. Nos encontramos semana passada para conversar e descobri que ela joga Rugby aqui no time que eu visitei logo que cheguei em Beijing. Bom saber que eu não sou o único brasileiro aqui.
Desde segunda-feira da semana passada eu estou em uma classe mais avançada que a que eu estava nas aulas de chinês. As aulas estavam fáceis demais e eu resolvei trocar para não perder tempo. Me fu...! A coisa está difícil e eu estu tendo que estudar muito mais que antes, antecipando os conteúdos para não ficar perdido nas aulas e revisando a matéria que a turma já estudou durante dois meses! Tem uma matéria que é realmente difícil, mas a maioria eu estou conseguindo acompanhar. A coisa está difícil mas está indo, pelo menos estou aprendendo muito mais que antes. Antes difícil que fácil demais! Me consola saber que tem gente mais perdida que eu na aula, hehehe.
Acho que era isso. Eu realmente não tenho saído para turismo, então não tenho feito muita foto. Há dois fins de semana atrás fui em um aniversário de um inglês aqui e conheci um paquistanês que frequenta a mesquita mais famosa do bairro tradicional muçulmano aqui de Beijing e que ficou de me levar lá na sexta passada (dia do culto principal) para eu conhecer. Infelizmente não consegui mais falar com ele e acabei não indo lá, mas vou tentar denovo esta semana. Caso eu finalmente consiga ir lá vocês terão fotinhos novas para ver, hehe. Até a vista!
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Torneio de Rugby em Pelotas!
Esse fim de semana tem torneio de Rugby em Pelotas! Queria muito participar... Abaixo vai a propaganda que está no nosso site:
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Quem gosta de esportes de contato físico não pode perder o evento que ocorrerá dias 14 e 15 de novembro, no Parque do Lobão. Um total de 8 a 10 equipes estarão em Pelotas disputando o mais novo esporte olímpico, o Rugby Seven-a-Side, modalidade disputada com 7 jogadores em cada equipe. A equipe Antiqua, de Pelotas, defende o título da última, realizada em Santa Maria, e de quebra ainda precisa tirar 2 pontos de vantagem do Guará Rugby, de Canela, para assumir a liderança do torneio, que será encerrado justamente em Canela, na quarta etapa. Serão 2 dias de emoções e esforço físico intensos, coroados ao final com um divertido 3° tempo. Em breve divulgaremos a tabela de jogos.
Apoiam a etapa: Milenium Transporte Universitário, Sul Back Produtos de Rugby, Quality Cópias, Angelus Pax Assistência Familiar, Fonte Ijuí e Frigorífico Castro.
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Apesar de longe não é difícil de chegar lá, basta pegar os ônibus da Conquistadora, tipo o Arco Íris. Vai haver também jogos femininos amistosos, com a participação do time feminino do Antiqua. Para quem ficou curioso com o esporte de tanto eu encher o saco falando do mesmo dêem uma conferida lá, garanto que não vão se arrepender. Vão ter jogos sábado das 13:00 às 20:00 e domingo das 10:00 às 18:00 e a entrada é gratuita.
O pôster vocês podem ver espalhado pela cidade, no meu orkut ou no site do time: http://www.antiqua.rugby.esp.br/
Detalhe, a Angelus Pax combinou o patrocínio e na última hora recusou-se a fornecer a ambulância que havia prometido, depois de saírem os cartazes do torneio onde consta seu nome, sacanagem...
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Quem gosta de esportes de contato físico não pode perder o evento que ocorrerá dias 14 e 15 de novembro, no Parque do Lobão. Um total de 8 a 10 equipes estarão em Pelotas disputando o mais novo esporte olímpico, o Rugby Seven-a-Side, modalidade disputada com 7 jogadores em cada equipe. A equipe Antiqua, de Pelotas, defende o título da última, realizada em Santa Maria, e de quebra ainda precisa tirar 2 pontos de vantagem do Guará Rugby, de Canela, para assumir a liderança do torneio, que será encerrado justamente em Canela, na quarta etapa. Serão 2 dias de emoções e esforço físico intensos, coroados ao final com um divertido 3° tempo. Em breve divulgaremos a tabela de jogos.
Apoiam a etapa: Milenium Transporte Universitário, Sul Back Produtos de Rugby, Quality Cópias, Angelus Pax Assistência Familiar, Fonte Ijuí e Frigorífico Castro.
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Apesar de longe não é difícil de chegar lá, basta pegar os ônibus da Conquistadora, tipo o Arco Íris. Vai haver também jogos femininos amistosos, com a participação do time feminino do Antiqua. Para quem ficou curioso com o esporte de tanto eu encher o saco falando do mesmo dêem uma conferida lá, garanto que não vão se arrepender. Vão ter jogos sábado das 13:00 às 20:00 e domingo das 10:00 às 18:00 e a entrada é gratuita.
O pôster vocês podem ver espalhado pela cidade, no meu orkut ou no site do time: http://www.antiqua.rugby.esp.br/
Detalhe, a Angelus Pax combinou o patrocínio e na última hora recusou-se a fornecer a ambulância que havia prometido, depois de saírem os cartazes do torneio onde consta seu nome, sacanagem...
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Re-encontros com a música
Nessa terça-feira meu amigo japonês Taka me convidou para almoçar em um restaurante japonês não muito longe da universidade, para comer carne de carne a la japonesa: fatias bem finas e fritas, meio adocicadas cobrindo o arroz. Ruim não era, mas quando eu penso no nosso churrasco...
Bueno, esse Taka é um japonês fissurado pelo Brasil, tendo viajado para ai 2 vezes já. O cara é fã de música brasileira, principalmente Bossa Nova, por isso eu baixei alguns CDs de música gaúcha para mostrar para ele algo um pouco diferente. Após o almoço eu fui no quarto dele para ele pegar o pen-drive e trazer no meu quarto para pegar a música. Entrei no quarto, comentei sobre o violão que ele tinha e o cara se sentou e começou a tocar todas as músicas de Bossa Nova que eu conheço!!! E não apenas a tocar, mas a TOCAR, dedilhando com swinge e tudo. O cara é bom! Provavelmente conheça mais Bossa Nova que eu. Ficou todo emocionado quando eu começei a cantar porque ele adora o som do português, mesmo eu não sabendo a maior parte das letras. Acabamos combinando de tocar juntos algumas músicas um hora dessas. Eu vou aprender direito a cantar algumas bossa novas e ele vai treinar também. E ele também tem um pandeiro e me ensinou algumas batidas. Sim, o japonês ensinando o brasileiro a tocar pandeiro. Bizarro! Quantos pontos de paradoxo dá isso (piadinha para quem é RPGista, hehehehe)?
E nessa quarta-feira encontrei na entrada do meu prédio um cartaz de uma banda aqui da universidade que toca heavy metal e está procurando baixista e baterista. Faz uns 5 anos que eu vendi o meu contra-baixo e parei de tocar metal, me contentando apenas em ouvir, mas não sei porque resolvi responder ao chamado e mandei um e-mail para o cara. Disse a ele que não tinha contra-baixo mas estava interessado em conhecer a banda. O cara mandou umas músicas (bem legais por sinais, meio metal progressivo) e combinamos de nos encontrar amanhã a tarde. Será que depois de 5 anos eu vou voltar a tocar metal justamente na China??? Vamos ver no que dá!
Bom essa semana foi de revisão e provas de chinês. Hoje tive duas provas muito fáceis e amanhã tenho mais uma, provavelmente muito fácil também. Provavelmente semana que vem eu e mais 2 gurias pulemos para o próximo nível porque o nosso está correndo muito devagar para nós. A temperatura aumentou mas no fim da semana que vem vai baixar muuuuito, -7º C segundo previsões! Pelo menos o aquecimento começa para valer nesta segunda-feira, espero que seja bom!
Bueno, esse Taka é um japonês fissurado pelo Brasil, tendo viajado para ai 2 vezes já. O cara é fã de música brasileira, principalmente Bossa Nova, por isso eu baixei alguns CDs de música gaúcha para mostrar para ele algo um pouco diferente. Após o almoço eu fui no quarto dele para ele pegar o pen-drive e trazer no meu quarto para pegar a música. Entrei no quarto, comentei sobre o violão que ele tinha e o cara se sentou e começou a tocar todas as músicas de Bossa Nova que eu conheço!!! E não apenas a tocar, mas a TOCAR, dedilhando com swinge e tudo. O cara é bom! Provavelmente conheça mais Bossa Nova que eu. Ficou todo emocionado quando eu começei a cantar porque ele adora o som do português, mesmo eu não sabendo a maior parte das letras. Acabamos combinando de tocar juntos algumas músicas um hora dessas. Eu vou aprender direito a cantar algumas bossa novas e ele vai treinar também. E ele também tem um pandeiro e me ensinou algumas batidas. Sim, o japonês ensinando o brasileiro a tocar pandeiro. Bizarro! Quantos pontos de paradoxo dá isso (piadinha para quem é RPGista, hehehehe)?
E nessa quarta-feira encontrei na entrada do meu prédio um cartaz de uma banda aqui da universidade que toca heavy metal e está procurando baixista e baterista. Faz uns 5 anos que eu vendi o meu contra-baixo e parei de tocar metal, me contentando apenas em ouvir, mas não sei porque resolvi responder ao chamado e mandei um e-mail para o cara. Disse a ele que não tinha contra-baixo mas estava interessado em conhecer a banda. O cara mandou umas músicas (bem legais por sinais, meio metal progressivo) e combinamos de nos encontrar amanhã a tarde. Será que depois de 5 anos eu vou voltar a tocar metal justamente na China??? Vamos ver no que dá!
Bom essa semana foi de revisão e provas de chinês. Hoje tive duas provas muito fáceis e amanhã tenho mais uma, provavelmente muito fácil também. Provavelmente semana que vem eu e mais 2 gurias pulemos para o próximo nível porque o nosso está correndo muito devagar para nós. A temperatura aumentou mas no fim da semana que vem vai baixar muuuuito, -7º C segundo previsões! Pelo menos o aquecimento começa para valer nesta segunda-feira, espero que seja bom!
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
E tudo tem um motivo
Eu já escrevi que a neve que caiu ontem foi realmente incomum, e hoje tive a confirmação com minha professora. Ela disse que quando neva (se nevar) em Beijing é em dezembro, quando está muito frio, e cai poucos centímetros de neve. A neve quue caiu ontem foi equivalente ao que neva o ano inteiro, portanto o pessoal realmente se impressionou.
Maaaas... tudo tem um motivo!
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Texto da Cláudia Trevisan, disponível em http://blog.estadao.com.br/blog/claudia
A NEVE ARTIFICIAL - 01/11/09
O calendário diz que ainda estamos no outono, mas Pequim amanheceu hoje coberta de neve. A temperatura caiu abaixo de zero e os moradores tiraram seus pesados casacos do armário antes do tempo. Todos estranharam a quantidade de neve que caiu durante a manhã, muito maior do que a registrada no auge do inverno, mas o mistério foi esclarecido à tarde: o Escritório de Modificação do Tempo de Pequim informou que havia utilizado produtos químicos para intensificiar a tempestado, com o objetivo de amenizar a seca que atinge a região norte do país.
Sim, Pequim tem um departamento governamental responsável pela modificação do tempo, o mesmo que garantiu um impecável dia azul no dia 1º de outubro para as celebrações dos 60 anos da Revolução Comunista e um dia sem chuva na abertura da Olimpíada de 2008. Segundo Zhang Qiang, responsável pelo escritório, disse à imprensa oficial chinesa que as nuvens foram bombardeadas com 186 doses de iodeto de prata a partir das 8h da manhã de sábado. “Nós não vamos perder nenhuma oportunidade para provocar precipitações artificiais, já que Pequim está sofrendo com uma persistente seca”, afirmou. Pelos seus cálculos, pelo menos 16 milhões de tonadas de neve caíram sobre a cidade como resultado do bombardeamento das nuvens.
Artifical ou não, a neve tem um encanto irresistível, que arrasta crianças para guerra de gelo e leva adultos buscarem o melhor ângulo para suas fotos de “inverno”. Para quem nasceu em um país tropical como eu, é uma forte lembrança de que esta não é a minha casa.
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Poisé, o PCC mais uma vez brincando de Deus, mas pelo menos dessa vez o motivo é bem melhor do que "limpar o céu para a comemoração dos 60 anos da república". Hoje o céu está limpinho, mas a temperatura gira em torno de 1º C. A neve ainda está por ai, mas derretendo rápido. Nos próximos dia a temperatura aumenta (eu espero). Hoje está mais frio que ontem, então ocorre um fenomeno interessante. A neve que caiu ontem começou a derreter já ontem, o que formou poças de água em vários lugares. Porém como hoje a temperatura diminuiu, as poças recongelaram, formando camadas de gelos escoregadiço (neve não escorrega). Tem que se ter cuidado ao passar perto das poças de gelo, senão o tombo pode ser feio.
Aqui no alojamento a calefação começou a funcionar enfim, mas é tão fraca que quase não faz diferença. Eu realmente espero que isto funcione melhor quando esfriar, por que senão a coisa vai ser bem feia. Mas até que estou aguentando bem. Fico contente de saber que os escandinavos, acostumados a temperaturas de - 15º C, estão sentindo tanto ou mais frio que eu (pelo menos reclamam mais), principalmente porque eles sempre têm temperaturas altas dentro de suas casas aquecidas na Europa, e eu acostumado com a (não) calefação riograndense, hehehehehe.
Maaaas... tudo tem um motivo!
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Texto da Cláudia Trevisan, disponível em http://blog.estadao.com.br/blog/claudia
A NEVE ARTIFICIAL - 01/11/09
O calendário diz que ainda estamos no outono, mas Pequim amanheceu hoje coberta de neve. A temperatura caiu abaixo de zero e os moradores tiraram seus pesados casacos do armário antes do tempo. Todos estranharam a quantidade de neve que caiu durante a manhã, muito maior do que a registrada no auge do inverno, mas o mistério foi esclarecido à tarde: o Escritório de Modificação do Tempo de Pequim informou que havia utilizado produtos químicos para intensificiar a tempestado, com o objetivo de amenizar a seca que atinge a região norte do país.
Sim, Pequim tem um departamento governamental responsável pela modificação do tempo, o mesmo que garantiu um impecável dia azul no dia 1º de outubro para as celebrações dos 60 anos da Revolução Comunista e um dia sem chuva na abertura da Olimpíada de 2008. Segundo Zhang Qiang, responsável pelo escritório, disse à imprensa oficial chinesa que as nuvens foram bombardeadas com 186 doses de iodeto de prata a partir das 8h da manhã de sábado. “Nós não vamos perder nenhuma oportunidade para provocar precipitações artificiais, já que Pequim está sofrendo com uma persistente seca”, afirmou. Pelos seus cálculos, pelo menos 16 milhões de tonadas de neve caíram sobre a cidade como resultado do bombardeamento das nuvens.
Artifical ou não, a neve tem um encanto irresistível, que arrasta crianças para guerra de gelo e leva adultos buscarem o melhor ângulo para suas fotos de “inverno”. Para quem nasceu em um país tropical como eu, é uma forte lembrança de que esta não é a minha casa.
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Poisé, o PCC mais uma vez brincando de Deus, mas pelo menos dessa vez o motivo é bem melhor do que "limpar o céu para a comemoração dos 60 anos da república". Hoje o céu está limpinho, mas a temperatura gira em torno de 1º C. A neve ainda está por ai, mas derretendo rápido. Nos próximos dia a temperatura aumenta (eu espero). Hoje está mais frio que ontem, então ocorre um fenomeno interessante. A neve que caiu ontem começou a derreter já ontem, o que formou poças de água em vários lugares. Porém como hoje a temperatura diminuiu, as poças recongelaram, formando camadas de gelos escoregadiço (neve não escorrega). Tem que se ter cuidado ao passar perto das poças de gelo, senão o tombo pode ser feio.
Aqui no alojamento a calefação começou a funcionar enfim, mas é tão fraca que quase não faz diferença. Eu realmente espero que isto funcione melhor quando esfriar, por que senão a coisa vai ser bem feia. Mas até que estou aguentando bem. Fico contente de saber que os escandinavos, acostumados a temperaturas de - 15º C, estão sentindo tanto ou mais frio que eu (pelo menos reclamam mais), principalmente porque eles sempre têm temperaturas altas dentro de suas casas aquecidas na Europa, e eu acostumado com a (não) calefação riograndense, hehehehehe.
domingo, 1 de novembro de 2009
Ópera de Beijing e neve
Durante esta semana não aconteceu nada de muito interessante, aulas, estudos, etc. Porém, ao chegar na aula na sexta-feira a professora avisou que estava ocorrendo um encontro de sinologia na universidade. No intervalo da aula fui até onde o tal encontro estava ocorrendo e acabo descobrindo ser este O "Encontro Internacional de Sinologia", um encontro de sinológos do mundo todo que ocorre bianualmente aqui na universidade. E não que ao chegar lá eu encontro um tal de Michael Loewe dando uma conferência, simplesmente uma das maiores autoridades no mundo atualmente a respeito de sinologia (coordenador do calhamaço em 13 tomos "Cambridge History of China", a bíblia da sinologia). Porra! Como é que niguém me avisa com antecedência de um evento desses??? Acabei ficando lá o resto da manhã e perdi o resto das aulas de chinês. O evento ocorreu na sexta, sábado e domingo e consistiu de diversas palestras e mesas redondas de chineses na sua maioria, mas também de sinólogos de diversos outros países. Acompanhei a mesa redonda entitulada "Sinologia e História" na sexta-feira a tarde (de 13 falas entendi as 3 que foram em inglês) e no sábado de manhã (desta vez mesmo os estrangeiros estavam falando chinês, então foi difícil a coisa).
Mas o melhor ainda estava por vir, no sábado a noite houve uma apresentação de ópera de Beijing! Como para todas as atividades a entrada estava liberada eu achei que para está também estaria, grande erro... Era necessário ter um bilhete para entrar, e sabe-se lá como se conseguia o maldito bilhete. Tivemos que encher o saco do porteiro e esperar uns 15 minutos no frio até ele no liberar a entrada porque estavam sobrando vários lugares. E realmente valeu a pena insistir. A Ópera de Beijing é um espetáculo de teatro, música, dança e acrobacia ao mesmo tempo, alternando atuações dramáticas, danças alegres (ou não), lutas coreografadas, etc. As atuações são sempre cantadas, com gestos altamente estilizados e repletos de sutilezas. A maquiagem e figuro é exuberante e repleta de simbolismo, refletindo a personalidade da personagem. A orquesta conta com um coral também e, neste caso, utilizava-se de instrumentos da orquestra ocidental misturados com os instrumentos tradicionais chineses. Na ocasião foram encenados trechos de 4 óperas famosas, na maioria com histórias tristes. Enfim, não adianta eu ficar tentando descrever aqui, só vendo para se ter uma idéia. No filme "Adeus minha concubina", de Chen Kaige (o DVD pode ser locado na "Imagem" em Pelotas), vocês podem ver alguns trechos da ópera de mesmo nome (e que também foi encenada aqui, eba!). Infelizmente não levei a máquina fotográfica, mas eis algumas fotos por cortesia do google: http://images.google.com/images?hl=pt-BR&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&hs=EGb&q=beijing+opera&lr=&um=1&ie=UTF-8&ei=j5LtSpmdN86AkQWesaWIDw&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=4&ved=0CCkQsAQwAw
Também encontrei no Youku uma ópera inteira. Dificilmente vai interessar a alguém vê-la inteira, mas a quem interessar dêem uma olhada em alguns trechos pelo menos para se ter idéia. E sim, as vozes são bem irritantes, mas o conjunto todo é muito legal, hehe. Eis o limk: http://v.youku.com/v_playlist/f3378021o1p7.html
Bueno, os meus planos para este domingo eram acordar tarde, atualizar o blog e passar o resto do dia estudando. Mas eis que ãs 10 da manhã, no momento em que eu me acordo com o barulho do Daisuke e vou me virar para seguir dormindo ele me diz que está nevando. Estava previsto um pouco de neve para a madrugada, mas eu não esperava que fosse seguir nevando de manhã. Eu abro a janela e, UAU! Neve! Muita neve! Cobrindo as árvores todas em frente ao alojamento! Não deu outra, me vesti na hora e sai para ver a neve lá fora. É a primeira vez que eu vejo neve caíndo na minha vida então fiquei maravilhado! Eu não era só eu que estava emocionado com a neve, no gramado em frente ao prédio de ciências humanas (coberto com uns 20 cm de neve) vários alunos faziam bonecos de neves e guerra de bolas de neve. Consegui tirar fotos lindas da neve cobrindo a vegetação do campus. Realmente, a neve é tão bonita quanto parece ser pela televisão e fotos.
A neve não é comum em Beijing por causa do baixíssimo indíce de umidade aqui e hoje não estava tão frio assim (de manhã estava cerca de 0 graus). Mas a chuva que estava caíndo ontem acabou propiciando este espetáculo incomum para esta época, uma neve grossa e abundante, mas muito úmida por causa da temperatura relativamente alta. Vários galhos de árvores caíram no campus por causa do peso da neve em cima. Bom, se tudo correr normalmente com o clima aqui talvez eu só veja neve de novo em dezembro ou janeiro agora, e isso se nevar! Há invernos aqui em que não neva nada.
Após o almoço ainda voltei ao gramado com os 2 finlandenses e a lituana, que riam de mim o tempo todo porque eu parecia uma criança. Afinal, eu era o único ali que nunca havia visto neve na vida. Fiz meus 2 primeiros bonecos de neve (um em tamanho de gente junto com os outros e um bebezinho criação minha, hehe), fiz várias bolas de neve e até comi uma. Agora eu entendo o que é a tal da bola de neve dos desenhos animados! Se tu fizer uma pequena bola de neve e começar a rolar ela, eventualmente ela fica enorme. Vi uns 5 chineses rolando uma bola com mais de um metro de altura para fazer um boneco. Impressionante! Passei a tarde toda passeando porque não queria perder nada da, talvez, única neve do ano. Infelizmente no meio da tarde a neve cessou e no fim da tarde já começou a derreter, e provavelmente amanhã de manhã já não sobre muita coisa.
Bueno, esta foi minha semana. Finalmente atualizei o blog e enfim vou começar a estudar. Daqui por diante vou fazer um esforço grande para atualizar o blog pelo menos semanalmente. Desculpas pela demora desta vez! As fotos do Festival de Cultura Internacional e da neve já estão no orkut. Fui!
Mas o melhor ainda estava por vir, no sábado a noite houve uma apresentação de ópera de Beijing! Como para todas as atividades a entrada estava liberada eu achei que para está também estaria, grande erro... Era necessário ter um bilhete para entrar, e sabe-se lá como se conseguia o maldito bilhete. Tivemos que encher o saco do porteiro e esperar uns 15 minutos no frio até ele no liberar a entrada porque estavam sobrando vários lugares. E realmente valeu a pena insistir. A Ópera de Beijing é um espetáculo de teatro, música, dança e acrobacia ao mesmo tempo, alternando atuações dramáticas, danças alegres (ou não), lutas coreografadas, etc. As atuações são sempre cantadas, com gestos altamente estilizados e repletos de sutilezas. A maquiagem e figuro é exuberante e repleta de simbolismo, refletindo a personalidade da personagem. A orquesta conta com um coral também e, neste caso, utilizava-se de instrumentos da orquestra ocidental misturados com os instrumentos tradicionais chineses. Na ocasião foram encenados trechos de 4 óperas famosas, na maioria com histórias tristes. Enfim, não adianta eu ficar tentando descrever aqui, só vendo para se ter uma idéia. No filme "Adeus minha concubina", de Chen Kaige (o DVD pode ser locado na "Imagem" em Pelotas), vocês podem ver alguns trechos da ópera de mesmo nome (e que também foi encenada aqui, eba!). Infelizmente não levei a máquina fotográfica, mas eis algumas fotos por cortesia do google: http://images.google.com/images?hl=pt-BR&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official&hs=EGb&q=beijing+opera&lr=&um=1&ie=UTF-8&ei=j5LtSpmdN86AkQWesaWIDw&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=4&ved=0CCkQsAQwAw
Também encontrei no Youku uma ópera inteira. Dificilmente vai interessar a alguém vê-la inteira, mas a quem interessar dêem uma olhada em alguns trechos pelo menos para se ter idéia. E sim, as vozes são bem irritantes, mas o conjunto todo é muito legal, hehe. Eis o limk: http://v.youku.com/v_playlist/f3378021o1p7.html
Bueno, os meus planos para este domingo eram acordar tarde, atualizar o blog e passar o resto do dia estudando. Mas eis que ãs 10 da manhã, no momento em que eu me acordo com o barulho do Daisuke e vou me virar para seguir dormindo ele me diz que está nevando. Estava previsto um pouco de neve para a madrugada, mas eu não esperava que fosse seguir nevando de manhã. Eu abro a janela e, UAU! Neve! Muita neve! Cobrindo as árvores todas em frente ao alojamento! Não deu outra, me vesti na hora e sai para ver a neve lá fora. É a primeira vez que eu vejo neve caíndo na minha vida então fiquei maravilhado! Eu não era só eu que estava emocionado com a neve, no gramado em frente ao prédio de ciências humanas (coberto com uns 20 cm de neve) vários alunos faziam bonecos de neves e guerra de bolas de neve. Consegui tirar fotos lindas da neve cobrindo a vegetação do campus. Realmente, a neve é tão bonita quanto parece ser pela televisão e fotos.
A neve não é comum em Beijing por causa do baixíssimo indíce de umidade aqui e hoje não estava tão frio assim (de manhã estava cerca de 0 graus). Mas a chuva que estava caíndo ontem acabou propiciando este espetáculo incomum para esta época, uma neve grossa e abundante, mas muito úmida por causa da temperatura relativamente alta. Vários galhos de árvores caíram no campus por causa do peso da neve em cima. Bom, se tudo correr normalmente com o clima aqui talvez eu só veja neve de novo em dezembro ou janeiro agora, e isso se nevar! Há invernos aqui em que não neva nada.
Após o almoço ainda voltei ao gramado com os 2 finlandenses e a lituana, que riam de mim o tempo todo porque eu parecia uma criança. Afinal, eu era o único ali que nunca havia visto neve na vida. Fiz meus 2 primeiros bonecos de neve (um em tamanho de gente junto com os outros e um bebezinho criação minha, hehe), fiz várias bolas de neve e até comi uma. Agora eu entendo o que é a tal da bola de neve dos desenhos animados! Se tu fizer uma pequena bola de neve e começar a rolar ela, eventualmente ela fica enorme. Vi uns 5 chineses rolando uma bola com mais de um metro de altura para fazer um boneco. Impressionante! Passei a tarde toda passeando porque não queria perder nada da, talvez, única neve do ano. Infelizmente no meio da tarde a neve cessou e no fim da tarde já começou a derreter, e provavelmente amanhã de manhã já não sobre muita coisa.
Bueno, esta foi minha semana. Finalmente atualizei o blog e enfim vou começar a estudar. Daqui por diante vou fazer um esforço grande para atualizar o blog pelo menos semanalmente. Desculpas pela demora desta vez! As fotos do Festival de Cultura Internacional e da neve já estão no orkut. Fui!
Festival de Cultura Internacional
Como eu disse, com a volta as aulas as postagens diminuem de frequência (sem trema, eba!), mas não devia ter diminuído tanto, hehe. Mais de uma semana já sem novidades, tsc, tsc, tsc... Vou dividir meu texto em dois posts, o primeiro a respeito da semana passada e o segundo a respeito desta semana, então preparem-se que lá vem texto!
Dia 22 (quinta-feira) foi exibido aqui no campus o filme "A fundação de uma república" (é, já faz uma semana), como parte das atividades do Festival de Cultura Internacional. Para quem não sabe, este é uma mega produção chinesa feita especialmente para comemorar os 60 anos da Revolução. O filme narra os acontecimentos envolvenda a China entre 1945 (data em que acabou a Segunda Guerra os japoneses foram expulsos) e 1949 (data da fundação) e conta com a participação de todos os grandes atores chineses do cinema, (Jet Lee, Jackie Chan, Gong Li, Zhang Ziyi, ...) que na maioria atuaram de graça. O filme não me agradou muito. É uma narração bem didática dos principais fatos da luta entre Partido Comunista e o Guomindang pelo poder, repleta de Mao Zedong, detalhes, Mao Zedong, datas, Mao Zedong, nomes e Mao Zedong. Há tantos detalhes que só alguém que tenha algum conhecimento maior dos acontecimentos do período consegue acompanhar todo o enredo. Há algumas cenas grandiosas de batalhas, demonstrações de patriotismo, discursos e alguns efeitos especiais. O filme não chega a ser escancaradamente propagandísta, mas compre bem seu papel de inflar o ufanismo chinês e retrata a figura de Mao Zedong de uma maneira extremamente simpática. O filme pode não ser muito bom, mas valeu pela experiência, pela comida distribuída durante a exibição (teve até cerveja e pizza!) e pela reação dos chineses que se emocionavam quando viam algum ator famosão em um papel pequeno e que começaram a aplaudir quando do discurso do Mao de fundação da República.
Enfim, sábado (dia 24) ocorreu o evento principal do Festival de Cultura Internacional. Este é um evento que ocorre todo ano na universidade e no qual os alunos estrangeiros procuram mostrar aos demais um pouco da cultura de seu país. No sábado a tarde haviam várias bancas divididas por países onde cada grupo de estudantes buscavam retrar de alguma forma sua cultura. Fora pouquíssimas bancas da Europa, América e África, a mostra se resumia aos países asiáticos. Fora da Ásia havia EUA (único da América), Inglaterra, Romênia, Áustria, Egito, Gana, Angola, Chade. Da Ásia Israel, Turquia, Rússia, Tadjiquistão, Paquistão, Cazaquistão, Nepal, Mongólia, Japão, Coréia do Sul, Malásia, Tailândia, Laos, Vietnã, Indonésia e, dã, China. Realmente muito legal, havia música, dança, comida e bebida. Ufa, acho que lembrei de todos! Alguns destaques:
- Os japoneses venderam um monte de comida e encenaram a cerimônia do chá, para mim a tenda mais legal.
- Na tenda da Inglaterra apenas havia uma cara vestindo a camiseta da seleção inglesa de futebol, e todos queriam tirar fotos com ele.
- As chinesas só queriam saber de tirar fotos com os russos; altos, loiros e de olhos azuis, ui!
- O paquistaneses estavam escrevendo os nomes das pessoas em Urdu em uma caligrafia árabe extremamente linda e vendendo. No paquistão a língua utilizada é o urdu, com o alfabeto árabe. Para quem não sabe a maior parte do mundo muçulmano não é árabe e nem fala árabe.
A partir das 19:00 houve apresentações em um auditório da universidade. Houve apresentações muito legais e outras nem tanto. Os japoneses apresentaram uma dança folcórica muito legal, assim como os tailandeses; os mongóis apresentaram uma música com voz e um violino mongol; quatro coreanas interpretaram uma maldita música "playbackada" pop, daqueles que grudam na cabeça por uma semana inteira; etc. No fim houve um desfile de roupas tradicionais seguido de "We are the world" cantado a quatro vozes (duas boas e duas péssimas, eca). Interessante, chato, engraçado, ruim e bom ao mesmo tempo, hehe.
Como eu sou o único brasileiro na universidade (na verdade o único sul-americano), não participei do evento porque daria muito trabalho. Mas ano que vem pretendo montar a banquinha do Brasil, nem que para isso tenha que convidar brasileiros de fora da universidade. Quem sabe, eu que não gosto de futebol, de samba, de carnaval e nem aprecio muito a dita "cultura gaúcha" apareço lá pilchado, com samba ao fundo e peneirando uma bola! Huahuahauhuahauhau!
No dia seguinte fui em uma pizzaria não muito longe da universidade. Em quase 2 meses, essa foi a primeira vez que eu fui a alguma lugar comer comida "ocidental" (está certo que eu fui numa churrascaria logo no segunda dia aqui, mas ainda não havia batida a saudade da comida não chinesa, então não conta), ou seja, em quase dois meses foi a primeira vez que eu: 1) usei garfo e faca, 2) comi queijo e 3) comi azeitonas. A pizza era bem boa, assada em forno a lenha, e havia chope a 5 RMBs (R$ 1,25) o copo de 500 ml, então foi uma experiência muuuuuito agradável. Não me entendam mal, eu adoro a comida chinesa e não sinto tanta falta da comida brasileira, mas o tempo que eu passei sem a comida daí torna uma ida ã pizzaria muito interessante, mesmo eu preferindo as pizzas da mãe.
Dia 22 (quinta-feira) foi exibido aqui no campus o filme "A fundação de uma república" (é, já faz uma semana), como parte das atividades do Festival de Cultura Internacional. Para quem não sabe, este é uma mega produção chinesa feita especialmente para comemorar os 60 anos da Revolução. O filme narra os acontecimentos envolvenda a China entre 1945 (data em que acabou a Segunda Guerra os japoneses foram expulsos) e 1949 (data da fundação) e conta com a participação de todos os grandes atores chineses do cinema, (Jet Lee, Jackie Chan, Gong Li, Zhang Ziyi, ...) que na maioria atuaram de graça. O filme não me agradou muito. É uma narração bem didática dos principais fatos da luta entre Partido Comunista e o Guomindang pelo poder, repleta de Mao Zedong, detalhes, Mao Zedong, datas, Mao Zedong, nomes e Mao Zedong. Há tantos detalhes que só alguém que tenha algum conhecimento maior dos acontecimentos do período consegue acompanhar todo o enredo. Há algumas cenas grandiosas de batalhas, demonstrações de patriotismo, discursos e alguns efeitos especiais. O filme não chega a ser escancaradamente propagandísta, mas compre bem seu papel de inflar o ufanismo chinês e retrata a figura de Mao Zedong de uma maneira extremamente simpática. O filme pode não ser muito bom, mas valeu pela experiência, pela comida distribuída durante a exibição (teve até cerveja e pizza!) e pela reação dos chineses que se emocionavam quando viam algum ator famosão em um papel pequeno e que começaram a aplaudir quando do discurso do Mao de fundação da República.
Enfim, sábado (dia 24) ocorreu o evento principal do Festival de Cultura Internacional. Este é um evento que ocorre todo ano na universidade e no qual os alunos estrangeiros procuram mostrar aos demais um pouco da cultura de seu país. No sábado a tarde haviam várias bancas divididas por países onde cada grupo de estudantes buscavam retrar de alguma forma sua cultura. Fora pouquíssimas bancas da Europa, América e África, a mostra se resumia aos países asiáticos. Fora da Ásia havia EUA (único da América), Inglaterra, Romênia, Áustria, Egito, Gana, Angola, Chade. Da Ásia Israel, Turquia, Rússia, Tadjiquistão, Paquistão, Cazaquistão, Nepal, Mongólia, Japão, Coréia do Sul, Malásia, Tailândia, Laos, Vietnã, Indonésia e, dã, China. Realmente muito legal, havia música, dança, comida e bebida. Ufa, acho que lembrei de todos! Alguns destaques:
- Os japoneses venderam um monte de comida e encenaram a cerimônia do chá, para mim a tenda mais legal.
- Na tenda da Inglaterra apenas havia uma cara vestindo a camiseta da seleção inglesa de futebol, e todos queriam tirar fotos com ele.
- As chinesas só queriam saber de tirar fotos com os russos; altos, loiros e de olhos azuis, ui!
- O paquistaneses estavam escrevendo os nomes das pessoas em Urdu em uma caligrafia árabe extremamente linda e vendendo. No paquistão a língua utilizada é o urdu, com o alfabeto árabe. Para quem não sabe a maior parte do mundo muçulmano não é árabe e nem fala árabe.
A partir das 19:00 houve apresentações em um auditório da universidade. Houve apresentações muito legais e outras nem tanto. Os japoneses apresentaram uma dança folcórica muito legal, assim como os tailandeses; os mongóis apresentaram uma música com voz e um violino mongol; quatro coreanas interpretaram uma maldita música "playbackada" pop, daqueles que grudam na cabeça por uma semana inteira; etc. No fim houve um desfile de roupas tradicionais seguido de "We are the world" cantado a quatro vozes (duas boas e duas péssimas, eca). Interessante, chato, engraçado, ruim e bom ao mesmo tempo, hehe.
Como eu sou o único brasileiro na universidade (na verdade o único sul-americano), não participei do evento porque daria muito trabalho. Mas ano que vem pretendo montar a banquinha do Brasil, nem que para isso tenha que convidar brasileiros de fora da universidade. Quem sabe, eu que não gosto de futebol, de samba, de carnaval e nem aprecio muito a dita "cultura gaúcha" apareço lá pilchado, com samba ao fundo e peneirando uma bola! Huahuahauhuahauhau!
No dia seguinte fui em uma pizzaria não muito longe da universidade. Em quase 2 meses, essa foi a primeira vez que eu fui a alguma lugar comer comida "ocidental" (está certo que eu fui numa churrascaria logo no segunda dia aqui, mas ainda não havia batida a saudade da comida não chinesa, então não conta), ou seja, em quase dois meses foi a primeira vez que eu: 1) usei garfo e faca, 2) comi queijo e 3) comi azeitonas. A pizza era bem boa, assada em forno a lenha, e havia chope a 5 RMBs (R$ 1,25) o copo de 500 ml, então foi uma experiência muuuuuito agradável. Não me entendam mal, eu adoro a comida chinesa e não sinto tanta falta da comida brasileira, mas o tempo que eu passei sem a comida daí torna uma ida ã pizzaria muito interessante, mesmo eu preferindo as pizzas da mãe.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Mais cola de outros blogs
Uebas, melhorei da gripe (eu acho) e aproveitei para comprar roupas para o inverno, já que aqui já está fazendo 6 graus de manhã. Comprei calça, jaqueta, luvas e botas muito barato, mas não antes de cansativas e longas sessões de barganha. No fim eu ainda devia comprar um tênis novo mas não aguentava mais tanta barganha. Infelizmente terei que voltar ao mercado quando os meus tênis desintegrarem-se. Como eu não tenho muitas novidades além destas compras, vou reproduzir aqui um trecho do último post do blog do Henrique Campolina (o brasileiro de que eu já falei que também mora aqui) que fala sobre as comemorações dos 60 anos da República Popular da China e sobre a censura na internet por essas bandas.
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60 Anos de República Popular da China:
O meu blog nunca foi um blog de teor político e vai continuar assim. O que eu faço aqui é relatar as minhas experiências morando aqui em Beijing e eu prefiro manter ele nessa linha, no entanto é pertinente que eu comente sobre algumas coisas nesse post. Bem, no dia 1 de Outubro a República Popular da China completou 60 anos de fundação. Pra entender um pouco sobre isso vocês podem ver nesse link no site da Globo um pouco a respeito da história e ver um vídeo dos desfiles militares que ocorreram no dia na parte da manhã. Graças a essa comemoração, Beijing no último mês esteve em constante mudança. Foi linha nova de metrô aberta, segurança triplicada pela cidade, novas construções, voluntários do governo pra todos os lados, coisas relacionadas aos 60 anos nas ruas, nos outdoors, no cinema, enfim...
Começando pelos ensaios, o governo já ensaia a cerimônia faz muito tempo, porém nos últimos 2 meses intensificou os ensaios de tal forma que chegou a no final do mês de Setembro a fechar ruas, parar linhas de metrô e transporte público uma vez ou duas por semana depois de certos horários (normalmente depois de 4 horas da tarde, ou em alguns dias na parte da noite). Não foram tantos dias onde isso aconteceu, mas ocorreu de em algumas sexta-feiras ou domingos o metrô parar depois de certo horário, assim como ruas serem fechadas em pontos cruciais da cidade, e isso trouxe uma dor de cabeça… Me recordo de um Domingo onde demorei mais de 3 horas pra chegar em casa em um percurso que demoraria 40 minutos. Ou outra vez que fiquei no meio do caminho da linha do metrô porque simplesmente fizeram o metrô não parar na estação onde eu precisava de descer. Tenho um amigo que um dia após voltar de viagem simplesmente ficou preso na rua, porque fecharam as ruas que iam do trabalho dele pra casa dele e não tinha como voltar pra casa. O que os policiais falaram foi: “Só amanhã.” Complicado né? Felizmente isso só aconteceu por poucos dias, e por mais que eu ache que o governo pegou um pouco pesado pra preparação da cerimônia eu respeitei na medida do possível tudo isso.
Sobre a cidade muita coisa foi modificada, em todos lados era possível (e ainda é) ver algo relacionado aos 60 anos, no cinema parece que só tavam passando filmes Chineses, na loja de DVDs perto da minha casa, DVD americano novo não chegava, a censura na internet piorou e o patriotismo Chinês ficou em alta de forma impressionante. Nos dias que antecederam a comemoração muita preparação e mistério a respeito da cerimônia que ocorreria no dia primeiro de Outubro. A segurança foi aumentada principalmente em pontos críticos da cidade, em especial arredores da avenida onde a passeata do dia ocorreria, assim como arredores da Praça da Paz Celestial onde a maior parte do evento aconteceu. Fui um dia em Wangfujing e simplesmente vi um tanque da SWAT parado perto do metrô, com policiais do grupo também totalmente equipados por ali, chegou a assustar tanta segurança pela cidade… Vi alguns dias vários caças passando por cima de onde eu moro, e em alguns pontos da cidade a presença do exército era vista também.
Sobre a cerimônia algo interessante, uma cerminônia que teoricamente seria para o povo que não teve participação do mesmo… No dia primeiro de Outubro Beijing não tinha metrô, ônibus, carros normais estavam proibidos de entrar em vários pontos da cidade, e o que a maioria das pessoas fez foi ficar em casa assistindo a cerimônia, ou nas ruas nos lugares onde se era possível visitar, bem longe de onde tudo estava acontecendo. Um pouco irônico a Cerimônia não ter participação da população, mas imagino um evento nessas proporções com milhões de Chineses querendo ver nas ruas e chegar mais perto, simplesmente inviável e impossível. Na parte da manhã desfile militar, tanques, aviões, exército de todos os tipos, caças, desfilavam na frente da Praça da Paz Celestial e seguiam uma avenida muito importante da cidade. No link do site da globo que eu postei lá em cima vocês podem ver um pouco do que ocorreu de manhã. Depois veio o presidente, desfilou com roupa similar ao que costumava usar Mao Tse Tung, e no mesmo carro onde ficava em pé dentro do carro gritando:
“Olá companheiros! Vamos trabalhar duro!”
Não sei como ele não ficou sem voz, porque ficou repetindo isso ao longo de uma avenida gigantesca, olhando para os lados onde 200 mil Chineses ligados ao partido, exército e afins estavam. Eu assisti durante um tempo mas fiquei cansado, só fui ligar a televisão de novo na parte da noite onde a cerimônia principal ocorreu. Muitos fogos de artifício, cantores famosos, apresentações. Algo bem no estilo dos Jogos Olímpicos, bem bonito o espetáculo. Abaixo um vídeo do Jackie Chan com uma cantora Chinesa fazendo a apresentação de uma música sobre a China durante a noite do dia 1:
http://v.youku.com/v_show/id_XMTIyNTcwMTky.html
Os 60 anos da China representam muita coisa, mas essa comemoração acima de tudo demonstrou que a China está mais forte do que nunca. A maior força militar mundial, potência econômica, que se desenvolve a índices assustadores e muda em uma velocidade impressionante. O que é interessante é observar essa cerimônia que desperta mais ainda o patriotismo do Chinês (que já é muito), e ver a China “comunista” dos dias de hoje. A China comunista que tem 60 anos já passou por vários períodos de transição, e continua a mudar. Cada vez mais o que vejo é que o comunismo continua existindo na essência do governo, das forças militares e tudo mais. No entanto o que se vê com relação ao consumismo principalmente chega a espantar. No site do maior portal de vídeos Chinês, Youku, junto aos vídeos das comemorações de 60 anos e videoclipes relacionados , é possível se ver a logomarca da Coca-Cola estampada nos banners do site assim como a logomarca da empresa Midea. Comunismo? Na Grande Muralha no trecho de Badaling, o governo acaba de abrir uma filial do… KFC! Uma das maiores redes de fast-food dos Estados Unidos. Assim como ao lado foi aberto uma cafeteria da rede Starbucks, também conhecida mundialmente. Até que ponto vai o Comunismo Chinês? Eu realmente não sei falar, mas eu tenho certeza que os próximos anos nesse país vão ser de muitas mudanças e eu fico feliz em estar aqui. Acho que estou no lugar certo, na hora certa.
Falando sobre outro assunto sério e importante, censura na internet...
Censura na internet Chinesa:
Imagino que a maioria das pessoas já saiba que a internet na China é controlada pelo governo, controlada através de um sistema de censura que a cada mês que passa fica mais rigoroso e difícil de ser burlado. Antes das olímpiadas muitas críticas foram feitas ao governo Chinês principalmente pelo fato de portais internacionais de emissoras de tv, jornais e afins terem sido bloqueados alguns meses antes dos jogos, algo que nem possibilitava que os jornalistas fizessem o seu trabalho. Com várias críticas e o mundo voltado pra China o governo desbloqueou vários sites na época dos jogos, a internet na Vila Olímpica tinha menos filtros que a de quem morava fora dela. Mesmo assim havia melhorado muito de uma forma geral.
Bem, os jogos acabaram já faz 1 ano e muita coisa aconteceu nesse período. Dois acontecimentos em especial fizeram o governo adotar um bloqueio ainda mais rigoroso do que o bloqueio anterior, com os problemas no T.ibet e o ano de 2009 sendo o ano da celebração dos 60 anos da República Popular da China o governo Chinês adotou um bloqueio mais rígido. Twitter, Facebook, Youtube (bloqueado totalmente desde Março), servidores de blogs como blogger, blogspot, wordpress, e muitos outros sites todos foram completamente bloqueados… O google vive caindo, de vez em quando bloqueiam algum outro portal estrangeiro e assim vai. O que é verdade é que a internet já serviu pra Chineses articularem protestos e quebradeira por aqui, quando existiam estrangeiros fazendo protestos em favor ao T.ibet e em especial grupos Franceses fizeram várias declarações contra a China, muitos dos internautas Chineses passou a nutrir um certo tipo de desgosto ao país. Resultado disso? Quebradeira na rede de supermercados Francesa Carrefour… Não acho que o acesso a informação do povo Chinês (e dos estrangeiros como eu que moram aqui hahahaha) deva ser tão controlado, mas controlar 338 milhões de internautas deve ser uma tarefa meio complicada.
Os programas que os estrangeiros costumam utilizar pra burlar o bloqueio já não funcionam mais, eu por exemplo conseguia abrir o youtube até semana passada mas agora nada funciona… Todos os provedores de internet Chineses estão com filtros novos e um bloqueio muito mais pesado.
E pra terminar sobre esse assunto o governo estava propondo uma medida de que os usuários dos maiores portais Chineses só pudessem fazer comentários sobre notícias, em fórums, ou registrassem contas de e-mail e afins fornecendo dados como carteira de identidade e impossibilitando que participações anônimas fossem feitas. Mas a medida logicamente foi polêmica e ainda não entrou em vigor. O mesmo aconteceu pra uma outra medida onde o governo disse que todos os computadores vendidos passariam a vir com um software de bloqueio, que segundo o governo Chinês tinha o intuito de proteger crianças contra a pornografia e conteúdo impróprio de forma geral. Mas claro a intenção do software era censurar ainda mais a rede, a medida foi adiada depois de governos como os EUA criticarem a medida e fabricantes de computadores terem ficado indecisas quando ao produto.
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O link para o blog do Henrique é http://www.perdidonachina.rg3.net/
É isto então, espero não ser consumido pela secura e pelo frio do inverno vindouro, hehehe. Um esclarecimento, o vídeo que o Henrique indica está hospedado no Youku, o equivalente chinês do Youtube, já que este último é bloqueado aqui.
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60 Anos de República Popular da China:
O meu blog nunca foi um blog de teor político e vai continuar assim. O que eu faço aqui é relatar as minhas experiências morando aqui em Beijing e eu prefiro manter ele nessa linha, no entanto é pertinente que eu comente sobre algumas coisas nesse post. Bem, no dia 1 de Outubro a República Popular da China completou 60 anos de fundação. Pra entender um pouco sobre isso vocês podem ver nesse link no site da Globo um pouco a respeito da história e ver um vídeo dos desfiles militares que ocorreram no dia na parte da manhã. Graças a essa comemoração, Beijing no último mês esteve em constante mudança. Foi linha nova de metrô aberta, segurança triplicada pela cidade, novas construções, voluntários do governo pra todos os lados, coisas relacionadas aos 60 anos nas ruas, nos outdoors, no cinema, enfim...
Começando pelos ensaios, o governo já ensaia a cerimônia faz muito tempo, porém nos últimos 2 meses intensificou os ensaios de tal forma que chegou a no final do mês de Setembro a fechar ruas, parar linhas de metrô e transporte público uma vez ou duas por semana depois de certos horários (normalmente depois de 4 horas da tarde, ou em alguns dias na parte da noite). Não foram tantos dias onde isso aconteceu, mas ocorreu de em algumas sexta-feiras ou domingos o metrô parar depois de certo horário, assim como ruas serem fechadas em pontos cruciais da cidade, e isso trouxe uma dor de cabeça… Me recordo de um Domingo onde demorei mais de 3 horas pra chegar em casa em um percurso que demoraria 40 minutos. Ou outra vez que fiquei no meio do caminho da linha do metrô porque simplesmente fizeram o metrô não parar na estação onde eu precisava de descer. Tenho um amigo que um dia após voltar de viagem simplesmente ficou preso na rua, porque fecharam as ruas que iam do trabalho dele pra casa dele e não tinha como voltar pra casa. O que os policiais falaram foi: “Só amanhã.” Complicado né? Felizmente isso só aconteceu por poucos dias, e por mais que eu ache que o governo pegou um pouco pesado pra preparação da cerimônia eu respeitei na medida do possível tudo isso.
Sobre a cidade muita coisa foi modificada, em todos lados era possível (e ainda é) ver algo relacionado aos 60 anos, no cinema parece que só tavam passando filmes Chineses, na loja de DVDs perto da minha casa, DVD americano novo não chegava, a censura na internet piorou e o patriotismo Chinês ficou em alta de forma impressionante. Nos dias que antecederam a comemoração muita preparação e mistério a respeito da cerimônia que ocorreria no dia primeiro de Outubro. A segurança foi aumentada principalmente em pontos críticos da cidade, em especial arredores da avenida onde a passeata do dia ocorreria, assim como arredores da Praça da Paz Celestial onde a maior parte do evento aconteceu. Fui um dia em Wangfujing e simplesmente vi um tanque da SWAT parado perto do metrô, com policiais do grupo também totalmente equipados por ali, chegou a assustar tanta segurança pela cidade… Vi alguns dias vários caças passando por cima de onde eu moro, e em alguns pontos da cidade a presença do exército era vista também.
Sobre a cerimônia algo interessante, uma cerminônia que teoricamente seria para o povo que não teve participação do mesmo… No dia primeiro de Outubro Beijing não tinha metrô, ônibus, carros normais estavam proibidos de entrar em vários pontos da cidade, e o que a maioria das pessoas fez foi ficar em casa assistindo a cerimônia, ou nas ruas nos lugares onde se era possível visitar, bem longe de onde tudo estava acontecendo. Um pouco irônico a Cerimônia não ter participação da população, mas imagino um evento nessas proporções com milhões de Chineses querendo ver nas ruas e chegar mais perto, simplesmente inviável e impossível. Na parte da manhã desfile militar, tanques, aviões, exército de todos os tipos, caças, desfilavam na frente da Praça da Paz Celestial e seguiam uma avenida muito importante da cidade. No link do site da globo que eu postei lá em cima vocês podem ver um pouco do que ocorreu de manhã. Depois veio o presidente, desfilou com roupa similar ao que costumava usar Mao Tse Tung, e no mesmo carro onde ficava em pé dentro do carro gritando:
“Olá companheiros! Vamos trabalhar duro!”
Não sei como ele não ficou sem voz, porque ficou repetindo isso ao longo de uma avenida gigantesca, olhando para os lados onde 200 mil Chineses ligados ao partido, exército e afins estavam. Eu assisti durante um tempo mas fiquei cansado, só fui ligar a televisão de novo na parte da noite onde a cerimônia principal ocorreu. Muitos fogos de artifício, cantores famosos, apresentações. Algo bem no estilo dos Jogos Olímpicos, bem bonito o espetáculo. Abaixo um vídeo do Jackie Chan com uma cantora Chinesa fazendo a apresentação de uma música sobre a China durante a noite do dia 1:
http://v.youku.com/v_show/id_XMTIyNTcwMTky.html
Os 60 anos da China representam muita coisa, mas essa comemoração acima de tudo demonstrou que a China está mais forte do que nunca. A maior força militar mundial, potência econômica, que se desenvolve a índices assustadores e muda em uma velocidade impressionante. O que é interessante é observar essa cerimônia que desperta mais ainda o patriotismo do Chinês (que já é muito), e ver a China “comunista” dos dias de hoje. A China comunista que tem 60 anos já passou por vários períodos de transição, e continua a mudar. Cada vez mais o que vejo é que o comunismo continua existindo na essência do governo, das forças militares e tudo mais. No entanto o que se vê com relação ao consumismo principalmente chega a espantar. No site do maior portal de vídeos Chinês, Youku, junto aos vídeos das comemorações de 60 anos e videoclipes relacionados , é possível se ver a logomarca da Coca-Cola estampada nos banners do site assim como a logomarca da empresa Midea. Comunismo? Na Grande Muralha no trecho de Badaling, o governo acaba de abrir uma filial do… KFC! Uma das maiores redes de fast-food dos Estados Unidos. Assim como ao lado foi aberto uma cafeteria da rede Starbucks, também conhecida mundialmente. Até que ponto vai o Comunismo Chinês? Eu realmente não sei falar, mas eu tenho certeza que os próximos anos nesse país vão ser de muitas mudanças e eu fico feliz em estar aqui. Acho que estou no lugar certo, na hora certa.
Falando sobre outro assunto sério e importante, censura na internet...
Censura na internet Chinesa:
Imagino que a maioria das pessoas já saiba que a internet na China é controlada pelo governo, controlada através de um sistema de censura que a cada mês que passa fica mais rigoroso e difícil de ser burlado. Antes das olímpiadas muitas críticas foram feitas ao governo Chinês principalmente pelo fato de portais internacionais de emissoras de tv, jornais e afins terem sido bloqueados alguns meses antes dos jogos, algo que nem possibilitava que os jornalistas fizessem o seu trabalho. Com várias críticas e o mundo voltado pra China o governo desbloqueou vários sites na época dos jogos, a internet na Vila Olímpica tinha menos filtros que a de quem morava fora dela. Mesmo assim havia melhorado muito de uma forma geral.
Bem, os jogos acabaram já faz 1 ano e muita coisa aconteceu nesse período. Dois acontecimentos em especial fizeram o governo adotar um bloqueio ainda mais rigoroso do que o bloqueio anterior, com os problemas no T.ibet e o ano de 2009 sendo o ano da celebração dos 60 anos da República Popular da China o governo Chinês adotou um bloqueio mais rígido. Twitter, Facebook, Youtube (bloqueado totalmente desde Março), servidores de blogs como blogger, blogspot, wordpress, e muitos outros sites todos foram completamente bloqueados… O google vive caindo, de vez em quando bloqueiam algum outro portal estrangeiro e assim vai. O que é verdade é que a internet já serviu pra Chineses articularem protestos e quebradeira por aqui, quando existiam estrangeiros fazendo protestos em favor ao T.ibet e em especial grupos Franceses fizeram várias declarações contra a China, muitos dos internautas Chineses passou a nutrir um certo tipo de desgosto ao país. Resultado disso? Quebradeira na rede de supermercados Francesa Carrefour… Não acho que o acesso a informação do povo Chinês (e dos estrangeiros como eu que moram aqui hahahaha) deva ser tão controlado, mas controlar 338 milhões de internautas deve ser uma tarefa meio complicada.
Os programas que os estrangeiros costumam utilizar pra burlar o bloqueio já não funcionam mais, eu por exemplo conseguia abrir o youtube até semana passada mas agora nada funciona… Todos os provedores de internet Chineses estão com filtros novos e um bloqueio muito mais pesado.
E pra terminar sobre esse assunto o governo estava propondo uma medida de que os usuários dos maiores portais Chineses só pudessem fazer comentários sobre notícias, em fórums, ou registrassem contas de e-mail e afins fornecendo dados como carteira de identidade e impossibilitando que participações anônimas fossem feitas. Mas a medida logicamente foi polêmica e ainda não entrou em vigor. O mesmo aconteceu pra uma outra medida onde o governo disse que todos os computadores vendidos passariam a vir com um software de bloqueio, que segundo o governo Chinês tinha o intuito de proteger crianças contra a pornografia e conteúdo impróprio de forma geral. Mas claro a intenção do software era censurar ainda mais a rede, a medida foi adiada depois de governos como os EUA criticarem a medida e fabricantes de computadores terem ficado indecisas quando ao produto.
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O link para o blog do Henrique é http://www.perdidonachina.rg3.net/
É isto então, espero não ser consumido pela secura e pelo frio do inverno vindouro, hehehe. Um esclarecimento, o vídeo que o Henrique indica está hospedado no Youku, o equivalente chinês do Youtube, já que este último é bloqueado aqui.
domingo, 18 de outubro de 2009
Do famoso (e gorduroso) Pato de Beijing
Uau, aqui estou eu na frente do PC comendo algumas uvas realmente saborosas e doces que eu acabei de comprar na fruteira e me deleitando com as mais recentes adições à minha biblioteca. O tempo hoje está relativamente frio mas com um vento muito forte, o que faz com que algumas das scooters estacionadas em frente ao meu prédio caiam de vez em quando e começem a soar o alarme, para deleite dos meus ouvidos. Já faz alguns dias que eu estou um pouco mal da saúde, com um pouco de tosse, indisposição e com a cabeça um pouco pesada, mas nada que me impeça de sair do quarto de vez em quando. Desde que o tempo esfriou na metade da semana passada vários colegas meus ficaram doentes, inclusive com febre; agora chegou a minha vez. Vou ver se fico dentro do quarto o resto do dia e evito aventuras que nem a do pato, que custou a piora na minha situação no dia de ontem devido ã minha exposição ao vento.
Hoje após o almoço eu fui até a fruteira comprar frutas (dãã). No caminho acabei topando com uma grande feira de livros, usados e semi-novos. Quem me conheçe sabe que eu sou fissurado por livro velhos, e não é que depois de olhar todas as bancas durante cerca de 1 hora eu acabei comprando 5 livros pelo total de 68 RMBs (uns R$ 15,00). Comprei "O apanhador no campo de centeio", "O poderoso chefão", "O guia do mochileiro das galáxias", um livro sobre a história de Beijing escrito por grandes estudiosos do assunto e um guia de viagens Lonely Planet (um dos melhores guias disponíveis) sobre a China com mais de 1000 páginas, todos em inglês. É muito bom eu poder ler estes livros como recreação tanto para descansar um pouco do chinês de vez em quando quanto para aprimorar um pouco o meu inglês, já que as vezes eu me frustro com meu parco vocabulário. Depois fui comprar as frutas e paguei cerca de 12 RMBs por menos de 1,5 Kg de bananas, uvas e caquis. Acho que vou parar de comer frutas para comprar livros, vale mais a pena, huahuahauhau.
Bueno, meu objetivo de hoje era narrar minha ótima experiência com o famoso pato de Beijing. O pato assado de Beijing é um prato tradicionalíssimo aqui e famoso no mundo inteiro. Já comentei aqui sobre 2 chineses que eu conheçi no English corner, um guri e uma guria, que falam um inglês incrivelmente fluente (talvez mais que o meu). Poisé, na semana passado nós nos encontramos no English Corner novamente e ficamos conversando até mais de meia noite, ai o cara disse que ia nos levar em um restaurante tradicional chinês na sexta seguinte (no caso a última, dia 16) para comer o famoso Pato de Beijing caso ele não tivesse que trabalhar. Eis que neste sexta ã tarde eu recebo uma mensagem de texto dele avisando que ele estaria livre e se eu estaria disponível. Eu, uma guria letã daqui, a Maija (com quem eu havia comentado que havia sido convidado para comer em um restaurante tradicional chinês e que pediu para ir junto), o chinês e a chinesa (cujos nomes ingleses são Clay e Emma) nos encontramos em frente ao tal restaurante e eu descubro que é um dos mais famosos de da cidade em relação ao pato! Eu havia dito para o cara que eu não tinha muito dinheiro, mas acho que ele quis oferecer o melhor, então me preparei para a facada. Vários estrangeiros, fila de espera, reservas, etc. Muito requintado o negócio lá! O Quanjude (全聚德) foi fundado em 1864 e é uma das refer6encias na China no tal pato. Para vocês terem uma idéia, cada pato servido vem numerado e pode ser rastreado até o local de seu nascimento através de seu número de identificação, que é fornecido ao ser servido. O Clay vem de uma província do centro da China e mora em Beijing há apenas 1 ano, mas já havia vindo no restaurante 3 vezes, então foi ele quem pediu os pratos todos.
O pato em si vem inteiro e o chef corta ele na nossa frente, parte da pele do peito, fatias do resto do corpo do pato e a cabeça cortada ao meio. E só! Só são servidas algumas partes da superfície da carne com a gordura junto, todo o resto é levado embora. Eles fazem sopa com os osso depois e não sei o que fazem do resto da carne. Não lembro o número do nosso pato, mas era superior a 1.000.000. O pato é comido enrolado dentro de uma massa redonda e fina como um molho e vegetais. Só posso dizer que é muuuuuito bom. A camada de gordura é crocante e a carne é macia e saborosa. O único problema é a gordura, que vem junto como todas as fatias. No início da refeição eu só pensava eu como era gostosa a carne, na metade em como era gostosa apesar da gordura, no fim eu estava lutando contra a gordura para conseguir saborear mais a carne, hehehehe. Sai do restaurante com a barriga pesadíssima de gordura de pato, mas extremamente satisfeito. Além do pato comemos alguns vegetais cozidos (vegatais crus não costumam figurar nas refeições chinesas), tofu frito (lembrava polenta frita) uma sopa doce e meio alcólica de arroz e bolinhos de arroz recheados com sésamo e muito chá verde.
No fim a conta, 500 RMBs inteiramente pagos pelo anfitrião! Ainda insisti em pagar minha parte (com dor no coração é claro) mas ele não aceitou. Aqui na China é tradição, quem convida paga tudo. Eu já havia lido sobre isto, mas não estava realmente preparado. Não me senti muito confortável com isso mas tive que aceitar (para felicidade do meu bolso), se eu quiser retribuir agora só convidando ele para algum lugar e pagando tudo eu mesmo. Depois ainda saímos para o lago Houhai, região cheia de barzinhos. Peguei mais vento do que eu deveria e acabamos indo para um barzinho, só que dessa vez eu e a lituana insistimos em pagar as cervejas pelo menos. Ficamos conversando um pouco e acabamos voltando para a universidade antes da meia noite.
E isso foi o mais interessante o meu fim de semana. Ontem passei o dia trancado no quarto adoentado estudando, lendo blogs e notícias na internet, teclando com os conhecidos, lendo o Senhor dos Anéis e tomando chá. Hoje após a minha ida às compras e a postagem no blog só me restam os estudos. Demorei algum tempo para escrever este post devido a pausas para fazer outras coisas e cada vez mais o vento aumenta e outras scooters se juntam ao coral dos alarmes, argh! Até breve (eu espero)!
Hoje após o almoço eu fui até a fruteira comprar frutas (dãã). No caminho acabei topando com uma grande feira de livros, usados e semi-novos. Quem me conheçe sabe que eu sou fissurado por livro velhos, e não é que depois de olhar todas as bancas durante cerca de 1 hora eu acabei comprando 5 livros pelo total de 68 RMBs (uns R$ 15,00). Comprei "O apanhador no campo de centeio", "O poderoso chefão", "O guia do mochileiro das galáxias", um livro sobre a história de Beijing escrito por grandes estudiosos do assunto e um guia de viagens Lonely Planet (um dos melhores guias disponíveis) sobre a China com mais de 1000 páginas, todos em inglês. É muito bom eu poder ler estes livros como recreação tanto para descansar um pouco do chinês de vez em quando quanto para aprimorar um pouco o meu inglês, já que as vezes eu me frustro com meu parco vocabulário. Depois fui comprar as frutas e paguei cerca de 12 RMBs por menos de 1,5 Kg de bananas, uvas e caquis. Acho que vou parar de comer frutas para comprar livros, vale mais a pena, huahuahauhau.
Bueno, meu objetivo de hoje era narrar minha ótima experiência com o famoso pato de Beijing. O pato assado de Beijing é um prato tradicionalíssimo aqui e famoso no mundo inteiro. Já comentei aqui sobre 2 chineses que eu conheçi no English corner, um guri e uma guria, que falam um inglês incrivelmente fluente (talvez mais que o meu). Poisé, na semana passado nós nos encontramos no English Corner novamente e ficamos conversando até mais de meia noite, ai o cara disse que ia nos levar em um restaurante tradicional chinês na sexta seguinte (no caso a última, dia 16) para comer o famoso Pato de Beijing caso ele não tivesse que trabalhar. Eis que neste sexta ã tarde eu recebo uma mensagem de texto dele avisando que ele estaria livre e se eu estaria disponível. Eu, uma guria letã daqui, a Maija (com quem eu havia comentado que havia sido convidado para comer em um restaurante tradicional chinês e que pediu para ir junto), o chinês e a chinesa (cujos nomes ingleses são Clay e Emma) nos encontramos em frente ao tal restaurante e eu descubro que é um dos mais famosos de da cidade em relação ao pato! Eu havia dito para o cara que eu não tinha muito dinheiro, mas acho que ele quis oferecer o melhor, então me preparei para a facada. Vários estrangeiros, fila de espera, reservas, etc. Muito requintado o negócio lá! O Quanjude (全聚德) foi fundado em 1864 e é uma das refer6encias na China no tal pato. Para vocês terem uma idéia, cada pato servido vem numerado e pode ser rastreado até o local de seu nascimento através de seu número de identificação, que é fornecido ao ser servido. O Clay vem de uma província do centro da China e mora em Beijing há apenas 1 ano, mas já havia vindo no restaurante 3 vezes, então foi ele quem pediu os pratos todos.
O pato em si vem inteiro e o chef corta ele na nossa frente, parte da pele do peito, fatias do resto do corpo do pato e a cabeça cortada ao meio. E só! Só são servidas algumas partes da superfície da carne com a gordura junto, todo o resto é levado embora. Eles fazem sopa com os osso depois e não sei o que fazem do resto da carne. Não lembro o número do nosso pato, mas era superior a 1.000.000. O pato é comido enrolado dentro de uma massa redonda e fina como um molho e vegetais. Só posso dizer que é muuuuuito bom. A camada de gordura é crocante e a carne é macia e saborosa. O único problema é a gordura, que vem junto como todas as fatias. No início da refeição eu só pensava eu como era gostosa a carne, na metade em como era gostosa apesar da gordura, no fim eu estava lutando contra a gordura para conseguir saborear mais a carne, hehehehe. Sai do restaurante com a barriga pesadíssima de gordura de pato, mas extremamente satisfeito. Além do pato comemos alguns vegetais cozidos (vegatais crus não costumam figurar nas refeições chinesas), tofu frito (lembrava polenta frita) uma sopa doce e meio alcólica de arroz e bolinhos de arroz recheados com sésamo e muito chá verde.
No fim a conta, 500 RMBs inteiramente pagos pelo anfitrião! Ainda insisti em pagar minha parte (com dor no coração é claro) mas ele não aceitou. Aqui na China é tradição, quem convida paga tudo. Eu já havia lido sobre isto, mas não estava realmente preparado. Não me senti muito confortável com isso mas tive que aceitar (para felicidade do meu bolso), se eu quiser retribuir agora só convidando ele para algum lugar e pagando tudo eu mesmo. Depois ainda saímos para o lago Houhai, região cheia de barzinhos. Peguei mais vento do que eu deveria e acabamos indo para um barzinho, só que dessa vez eu e a lituana insistimos em pagar as cervejas pelo menos. Ficamos conversando um pouco e acabamos voltando para a universidade antes da meia noite.
E isso foi o mais interessante o meu fim de semana. Ontem passei o dia trancado no quarto adoentado estudando, lendo blogs e notícias na internet, teclando com os conhecidos, lendo o Senhor dos Anéis e tomando chá. Hoje após a minha ida às compras e a postagem no blog só me restam os estudos. Demorei algum tempo para escrever este post devido a pausas para fazer outras coisas e cada vez mais o vento aumenta e outras scooters se juntam ao coral dos alarmes, argh! Até breve (eu espero)!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Dos clubes da universidade
Hoje depois do almoço fomos na praça em frente ao prédio das Ciências Humanas porque havia muita gente lá e várias "banquinhas". Examinando de perto descobrimos que eram os diversos clubes e associações de alunos que estavam fazendo sua propaganda. É como aqueles clubes que aparecem nos filmes estadunidenses de basquete, futebol americano, cheerleaders, xadrez, computador (estes dois últimos sempre reservados nos filmes aos "loosers"). Dentre alguns dos clubes aqui havia Tenis, Badminton, Criquete, Futebol Americano (vou ter que criar o de Rugby) Kendô, Kung fu, Taichi chuan, mágica, jogos chineses de tabuleiro, carros, chá, música, dança, Hip-Hop, música, teatro, caligrafia, instrumentos musicais tradicionais, cultura pop japonesa, Ópera de Beijing, História, Estatística, Economia, Astronomia, Meio Ambiente e por ai vai... Acabei pegando o contato do de História e o de caligrafia (com pincel de pêlo de cavalo, tinta nanquim e tudo; bem que eu podia melhorar a minha caligrafia em português também, mas isso fica para outra hora). Não me juntei com o de jogos de tabuleiro porque o horário deles colidia com as minhas aulas, mas que queria muito jogar Weiqi (mais conhecido no Brasil pelo nome japonês, Go. Informações em http://pt.wikipedia.org/wiki/Go). Me interessei também pelos instrumentos tradicionais, mas não havia o que eu queria, o Erhu, uma espécie de violino de 2 cordas.
Achei realmente muito legal a feirinha. Havia muitos estudantes passeando por ali e se inscrevendo nos diversos clubes, pessoal do Hip-hop dancando, bandas tocando (tocando muito mal musiquinhas pop-rock estadunidenses, mas tocando), gente fazendo mágica, improvisação de teatro, a presentações de kung fu, etc. O pessoal abrodava todo mundo, oferecendo flyers a respeito do seu clube. Pena que nas universidades brasileiras não há nada parecido, seria algo bem legal.
Já que não escrevi muito hoje e fazem 3 dias desde o meu últimos post,então vou finalizar com o link para um vídeo realizado por um chinês da parada do dia primeiro de outubro. O clipe é muito bonito e permite se ter uma noção do que foi a parada. Até a próxima!
http://vimeo.com/6853452
Achei realmente muito legal a feirinha. Havia muitos estudantes passeando por ali e se inscrevendo nos diversos clubes, pessoal do Hip-hop dancando, bandas tocando (tocando muito mal musiquinhas pop-rock estadunidenses, mas tocando), gente fazendo mágica, improvisação de teatro, a presentações de kung fu, etc. O pessoal abrodava todo mundo, oferecendo flyers a respeito do seu clube. Pena que nas universidades brasileiras não há nada parecido, seria algo bem legal.
Já que não escrevi muito hoje e fazem 3 dias desde o meu últimos post,então vou finalizar com o link para um vídeo realizado por um chinês da parada do dia primeiro de outubro. O clipe é muito bonito e permite se ter uma noção do que foi a parada. Até a próxima!
http://vimeo.com/6853452
domingo, 11 de outubro de 2009
Domingo
Depois de 8 dias de feriado e 2 dias de aula (uma no sábado) eis que chega o domingo. Ontem após a aula eu, um finlandês e uma lituana fomos visitar um templo daoísta na parte sudoeste da cidade. O lugar é muito bonito e, ao contrário do templo Dongyue, havia pessoas rezando neste. Apesra de não possuir uma visão detalhada de todos os 76 departamentos do além, há aqui uma série de pequenos pavilhões em homenagem a diversos deuses daoístas onde é possível às pessoas rezarem e oferecerem incenso. Aqui pude ver alguns deuses que eu conhecia um pouco, como o Imperador de Jade, os Três Deuses Estelares eo Oito Imortais. Fotos no kutkut.
Hoje a minha intenção é passar o dia todo no quarto estudando para recuperar os dias de não-estudo do feriadão. Mas para não dizerem que eu publiquei pouco texto, vou colar aqui um texto bastante informativo da Cláudia Trevisan sobre o custo de vida na China. Ela é correspondente da Folha de São Paulo aqui em Beijing e possui um blog, do qual eu retirei o seguinte texto:
O PODER DE COMPRA DE CADA UM - 24/03/2008
Atendendo às reclamações de alguns leitores, volto à questão dos preços baixos (ou altos?) do post “200 cartões a R$ 10”. O PIB per capita da China é de US$ 2.500, menos da metade dos US$ 6.842 do Brasil, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Mas se nós olharmos o PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra, o da China sobe para 8.788, não muito distante dos 10.637 recebidos pelos brasileiros. Chamado pela sigla em inglês de PPP (Purchasing Power Parity), este índice é o preferido dos especialistas para comparar diferentes economias, porque leva em conta o poder de compra de cada moeda dentro do respectivo país. Isso significa que para cada dólar que ganha, um chinês pode comprar muito mais coisas do que um brasileiro com o mesmo dólar, porque no seu país os preços são relativamente mais baixos. Passagens de metrô a R$ 0,5 e de ônibus a R$ 0,25 são baratos, mesmo para os chineses.
Mas isso não significa que eles vivam em um estado de bem estar social, com serviços públicos acessíveis a todos. Pelo contrário. Uma das coisas que mais me surpreendeu quando morei aqui na primeira vez (2004-2005) foi descobrir que a China comunista não tem um sistema público e universal de saúde, que o ensino, mesmo o fundamental, é pago e que a maioria da população não tem aposentadoria. Os chineses que possuem um vínculo de trabalho formal podem ter um seguro saúde, mas isso é a minoria. A maior parte tem que pagar quando precisa ir ao médico ou se internar em um hospital. A educação também é paga, desde o primário. No ano passado, o governo iniciou na zona rural um programa de isentar as famílias das anualidades durante os nove anos de ensino compulsório. Os primeiros beneficiados foram 150 milhões de crianças camponesas pobres. A idéia agora é estender o programa às cidades. Mas as universidades continuarão pagas. A da minha intérprete, que estudou inglês, custava cerca de R$ 1.500 por ano.
Aposentadoria é um luxo para poucos. A maioria dos chineses que mora na zona rural (55% da população) não tem nenhum amparo na velhice. Na cidade, os empregados de empresas estatais recebem o benefício, mas seu número é cada vez menor. A falta de um sistema previdenciário e de saúde públicos é uma das razões pelas quais os chineses têm um índice altíssimo de poupança, de quase 50% do PIB. Sem o amparo do Estado, eles guardam dinheiro para momentos de necessidade e para sobreviver na velhice. É também um dos motivos pelo quais os pais preferem ter filhos do sexo masculino. De acordo com a cultura chinesa, cabe ao filho homem cuidar dos pais, enquanto a filha vai cuidar de seus sogros.
O atual governo colocou entre seus principais objetivos a criação de um sistema prividenciário e de saúde públicos acessíveis a todos, principalmente os mais pobres. O aumento de 31,4% na arrecadação de impostos no ano passado, para pouco mais de US$ 600 bilhões, deu folga orçamentária para o Partido Comunista ampliar o investimento nessas áreas. Mas em um país de 1,3 bilhão, a construção de uma rede de proteção social é um processo que vai demorar muito para ser concluído.
Link do blog dela: http://blog.estadao.com.br/blog/claudia
Hoje a minha intenção é passar o dia todo no quarto estudando para recuperar os dias de não-estudo do feriadão. Mas para não dizerem que eu publiquei pouco texto, vou colar aqui um texto bastante informativo da Cláudia Trevisan sobre o custo de vida na China. Ela é correspondente da Folha de São Paulo aqui em Beijing e possui um blog, do qual eu retirei o seguinte texto:
O PODER DE COMPRA DE CADA UM - 24/03/2008
Atendendo às reclamações de alguns leitores, volto à questão dos preços baixos (ou altos?) do post “200 cartões a R$ 10”. O PIB per capita da China é de US$ 2.500, menos da metade dos US$ 6.842 do Brasil, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Mas se nós olharmos o PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra, o da China sobe para 8.788, não muito distante dos 10.637 recebidos pelos brasileiros. Chamado pela sigla em inglês de PPP (Purchasing Power Parity), este índice é o preferido dos especialistas para comparar diferentes economias, porque leva em conta o poder de compra de cada moeda dentro do respectivo país. Isso significa que para cada dólar que ganha, um chinês pode comprar muito mais coisas do que um brasileiro com o mesmo dólar, porque no seu país os preços são relativamente mais baixos. Passagens de metrô a R$ 0,5 e de ônibus a R$ 0,25 são baratos, mesmo para os chineses.
Mas isso não significa que eles vivam em um estado de bem estar social, com serviços públicos acessíveis a todos. Pelo contrário. Uma das coisas que mais me surpreendeu quando morei aqui na primeira vez (2004-2005) foi descobrir que a China comunista não tem um sistema público e universal de saúde, que o ensino, mesmo o fundamental, é pago e que a maioria da população não tem aposentadoria. Os chineses que possuem um vínculo de trabalho formal podem ter um seguro saúde, mas isso é a minoria. A maior parte tem que pagar quando precisa ir ao médico ou se internar em um hospital. A educação também é paga, desde o primário. No ano passado, o governo iniciou na zona rural um programa de isentar as famílias das anualidades durante os nove anos de ensino compulsório. Os primeiros beneficiados foram 150 milhões de crianças camponesas pobres. A idéia agora é estender o programa às cidades. Mas as universidades continuarão pagas. A da minha intérprete, que estudou inglês, custava cerca de R$ 1.500 por ano.
Aposentadoria é um luxo para poucos. A maioria dos chineses que mora na zona rural (55% da população) não tem nenhum amparo na velhice. Na cidade, os empregados de empresas estatais recebem o benefício, mas seu número é cada vez menor. A falta de um sistema previdenciário e de saúde públicos é uma das razões pelas quais os chineses têm um índice altíssimo de poupança, de quase 50% do PIB. Sem o amparo do Estado, eles guardam dinheiro para momentos de necessidade e para sobreviver na velhice. É também um dos motivos pelo quais os pais preferem ter filhos do sexo masculino. De acordo com a cultura chinesa, cabe ao filho homem cuidar dos pais, enquanto a filha vai cuidar de seus sogros.
O atual governo colocou entre seus principais objetivos a criação de um sistema prividenciário e de saúde públicos acessíveis a todos, principalmente os mais pobres. O aumento de 31,4% na arrecadação de impostos no ano passado, para pouco mais de US$ 600 bilhões, deu folga orçamentária para o Partido Comunista ampliar o investimento nessas áreas. Mas em um país de 1,3 bilhão, a construção de uma rede de proteção social é um processo que vai demorar muito para ser concluído.
Link do blog dela: http://blog.estadao.com.br/blog/claudia
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Barganhas, templo daoísta Dongyue e restante do feriado
Devia ter escrito este texto há 2 dias, mas acabei deixando para depois.
No dia seguinte ã nossa ida à vila Chuandixia resolvemos passear mais no centro de Beijing. De manhã saímos para ir até a cidade subterrânea, um complexo de tuneis construído na década de 70 por ordem do Mao para servir de abrigo para a população de Beijing em caso de guerra nuclear entre a URSS e os EUA. O complexo é uma cidade completa, mas atualmente está fechado para visitação, o que frustrou nossos planos. Resolvemos ir até Tian'anmen, porque os carros da parada ainda estão (ou estavam até terça-feira pelo menos) estacionados lá, porém desistimos. Tian'anmen é a maior quadra do mundo, fica no centro da cidade, era feriado, os carros da parada estavam lá, existem pelo menos uns 6,3 bilhões de pessoas na China, resultado: um mar de pessoas indo para lá. Para chegar na quadra não é possível atravessar a rua, deve-se seguir por túneis que ligam as ruas ao redor a ela. Desistimos quando vimos o a multidão na nossa frente, era muito trabalho apenas para ver os carros. Acabamos indo em Qianmen (não antes de sermos parados por um chinês que queria tirar uma foto com a sueca), o calçadão comercial que fica em frente a Tian'anmen. Passeamos pelas lojas, almoçamos em um restaurante bem simples (e bom) e fizemos algumas compras. Comprei uma bolsa para mim, verde e com a estrela do partido e a inscrição "Servir o povo", bem coisa de turista mesmo. Eu precisava de uma pasta para carregar minhas coisas e esse tipo é a mais barata. É óbvio que eu tive que barganhar, o preço começou em 65 RMBs mas baixou para 25 RMBs depois de uns 15 minutos de barganha, com direito a cara de brava da vendedora!
Por fim acabamos indo ver o templo daoísta Dongyua. Como qualquer grande templo chinês, é constutuído de vários pavilhões separados por pátios grandes. O destaque aqui são os 76 departamentos dos deuses. Para cada um há um "quartinho" com algumas estátuas e uma explicação. Entre os departamentos pode-se encontrar o referente aos mamíferos, às criaturas aquáticas, ao vento, ao mar, ao clima, às punições ou recompensas pós-morte, à criação dos filhos, aos 15 tipos de morte violenta, aos maus-espíritos, àqueles que morreram injustamente, à assinatura de documentos oficiais (na terra ou no além), ã fiscalização dos mandarins, ao fundador do templo, à relação entre monges budistas e padres daoístas, à contagem dos dias de vida dos seres vivos, etc. Em frente há cada departamento há uma urna para a colocação de incenso e uma caixa para doações em dinheiro. Caso alguém tenha algum pedido é só depositar o dinheiro na minha conta que eu acho o departamento mais adequado lá, hehe. Além dos departamentos há também alguns pavilhões dedicados a alguns deuses mais importantes, alguns sinos e várias estelas com diversas inscrições, mandadas fazer pelas personalidade que doaram dinheiro para o templo e, obviamente, queriam deixar isso registrado. Algo interessante é a enorme quantidade de amuletos pendurado em um corredor do templo. Quem quiser pendurar um deve comprar o amuleto, escrever seu nome nele e pendurar no templo para conseguir alguma coisa que queira. Eu queria comprar um para levar comigo, mas infelizmente vem um colar de jade junto, ai o preço é de 100 RMBs.
Bom, acho que de templo é isso ai. Nesse dai ainda, quando voltava para a universidade, comprei os 3 volumes do "Senhor dos Anéis" em inglês, novinhos por 45 RMBs (R$ 13,00) com um vendedor ambulante. O preço inicial era 70 RMBs, e se eu tivesse barganhado mais acho que teria conseguido levar por uns 30, mas quando o preço baixou para 45 eu simplesmente levei, é muito barato!
Durante o resto do feriado eu não sai mais para pontos turísticos. Na quarta visitei uma livraria enorme (a maior que eu já vi) e acabei comprando guias de Beijing e livros para aprender chinês. De noite houve uma festa aqui no dormitório. Fiquei a maior parte do tempo conversando com 4 congoleses e 1 canadense que morou no Brasil 1 ano e fala muito bem português. Mais no fim encontrei um colombiano e não consegui falar espanhol com ele! A minha cabeça estava tão cheia de francês que eu não conseguia articular nada em espanhol, incrível! Depois disso saímos para um karaoke (sim, eu também achava que isso era coisa de japonês) e depois fomos num bar ali perto. Fiquei a quinta feira inteira no quarto estudando e mexendo na INTERNET. E hoje voltaram as aulas! E amanhã também tenho aula, para recuperar o feriadão, que coisa boa hein! Agora volta a rotina de estudos e diminuem as novidades. Vou ver agora começo a escrever alguns textos menos narrativos e mais reflexivos a respeito dos diferentes aspectos da China, vamos ver...
Respostas:
- Vou avisar a Ellen do teu interesse nela Rubens, mas já aviso que ela tem namorado. E sim, só como comida chinesa nas cantinas daqui, que é muito boa e extremamente apimentada. Quando eu voltar para ai os acarajés da redenção vão ser fichinha. De vez em quando eu compro uns miojo, como todo chinês.
- Tio Flávio, fico tri feliz de saber que meu blog te inspirou a criar o teu. Estou acompanhando também.
- Rodrigo, como foi a apresentação e o lançamento do livro?
- Emmanuel, realmente, que diabos eles fazem com nossas fotos???
No dia seguinte ã nossa ida à vila Chuandixia resolvemos passear mais no centro de Beijing. De manhã saímos para ir até a cidade subterrânea, um complexo de tuneis construído na década de 70 por ordem do Mao para servir de abrigo para a população de Beijing em caso de guerra nuclear entre a URSS e os EUA. O complexo é uma cidade completa, mas atualmente está fechado para visitação, o que frustrou nossos planos. Resolvemos ir até Tian'anmen, porque os carros da parada ainda estão (ou estavam até terça-feira pelo menos) estacionados lá, porém desistimos. Tian'anmen é a maior quadra do mundo, fica no centro da cidade, era feriado, os carros da parada estavam lá, existem pelo menos uns 6,3 bilhões de pessoas na China, resultado: um mar de pessoas indo para lá. Para chegar na quadra não é possível atravessar a rua, deve-se seguir por túneis que ligam as ruas ao redor a ela. Desistimos quando vimos o a multidão na nossa frente, era muito trabalho apenas para ver os carros. Acabamos indo em Qianmen (não antes de sermos parados por um chinês que queria tirar uma foto com a sueca), o calçadão comercial que fica em frente a Tian'anmen. Passeamos pelas lojas, almoçamos em um restaurante bem simples (e bom) e fizemos algumas compras. Comprei uma bolsa para mim, verde e com a estrela do partido e a inscrição "Servir o povo", bem coisa de turista mesmo. Eu precisava de uma pasta para carregar minhas coisas e esse tipo é a mais barata. É óbvio que eu tive que barganhar, o preço começou em 65 RMBs mas baixou para 25 RMBs depois de uns 15 minutos de barganha, com direito a cara de brava da vendedora!
Por fim acabamos indo ver o templo daoísta Dongyua. Como qualquer grande templo chinês, é constutuído de vários pavilhões separados por pátios grandes. O destaque aqui são os 76 departamentos dos deuses. Para cada um há um "quartinho" com algumas estátuas e uma explicação. Entre os departamentos pode-se encontrar o referente aos mamíferos, às criaturas aquáticas, ao vento, ao mar, ao clima, às punições ou recompensas pós-morte, à criação dos filhos, aos 15 tipos de morte violenta, aos maus-espíritos, àqueles que morreram injustamente, à assinatura de documentos oficiais (na terra ou no além), ã fiscalização dos mandarins, ao fundador do templo, à relação entre monges budistas e padres daoístas, à contagem dos dias de vida dos seres vivos, etc. Em frente há cada departamento há uma urna para a colocação de incenso e uma caixa para doações em dinheiro. Caso alguém tenha algum pedido é só depositar o dinheiro na minha conta que eu acho o departamento mais adequado lá, hehe. Além dos departamentos há também alguns pavilhões dedicados a alguns deuses mais importantes, alguns sinos e várias estelas com diversas inscrições, mandadas fazer pelas personalidade que doaram dinheiro para o templo e, obviamente, queriam deixar isso registrado. Algo interessante é a enorme quantidade de amuletos pendurado em um corredor do templo. Quem quiser pendurar um deve comprar o amuleto, escrever seu nome nele e pendurar no templo para conseguir alguma coisa que queira. Eu queria comprar um para levar comigo, mas infelizmente vem um colar de jade junto, ai o preço é de 100 RMBs.
Bom, acho que de templo é isso ai. Nesse dai ainda, quando voltava para a universidade, comprei os 3 volumes do "Senhor dos Anéis" em inglês, novinhos por 45 RMBs (R$ 13,00) com um vendedor ambulante. O preço inicial era 70 RMBs, e se eu tivesse barganhado mais acho que teria conseguido levar por uns 30, mas quando o preço baixou para 45 eu simplesmente levei, é muito barato!
Durante o resto do feriado eu não sai mais para pontos turísticos. Na quarta visitei uma livraria enorme (a maior que eu já vi) e acabei comprando guias de Beijing e livros para aprender chinês. De noite houve uma festa aqui no dormitório. Fiquei a maior parte do tempo conversando com 4 congoleses e 1 canadense que morou no Brasil 1 ano e fala muito bem português. Mais no fim encontrei um colombiano e não consegui falar espanhol com ele! A minha cabeça estava tão cheia de francês que eu não conseguia articular nada em espanhol, incrível! Depois disso saímos para um karaoke (sim, eu também achava que isso era coisa de japonês) e depois fomos num bar ali perto. Fiquei a quinta feira inteira no quarto estudando e mexendo na INTERNET. E hoje voltaram as aulas! E amanhã também tenho aula, para recuperar o feriadão, que coisa boa hein! Agora volta a rotina de estudos e diminuem as novidades. Vou ver agora começo a escrever alguns textos menos narrativos e mais reflexivos a respeito dos diferentes aspectos da China, vamos ver...
Respostas:
- Vou avisar a Ellen do teu interesse nela Rubens, mas já aviso que ela tem namorado. E sim, só como comida chinesa nas cantinas daqui, que é muito boa e extremamente apimentada. Quando eu voltar para ai os acarajés da redenção vão ser fichinha. De vez em quando eu compro uns miojo, como todo chinês.
- Tio Flávio, fico tri feliz de saber que meu blog te inspirou a criar o teu. Estou acompanhando também.
- Rodrigo, como foi a apresentação e o lançamento do livro?
- Emmanuel, realmente, que diabos eles fazem com nossas fotos???
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Mudança de planos
Acabei dormindo depois do almoço e quando acordei o proxy não estava funcionando. Sai para fazer compras no super mercado e por sorte quando voltei já estava funcionando, mas agora é tarde. Estou saíndo para uma janta e não sei que horas volto, portanto o templo vai ter que ficar para amanhã.
A vilinha de Chuandixia
E lá vem mais texto...
Como eu havia dito, segunda feira nós iríamos até uma vilinha a cerca de 90 km de Beijing, Chuandixia. Acordei as 5:15, para sair ãs 6:00 e pegar o ônibus para a vila ãs 7:30. Acabamos chegando atrasado e só conseguimos pegar o das 8:00, que leva até uma cidadezinha de onde teríamos de pegar um táxi até Chuandixia. Até entrarmos no ônibus foi uma de perguntar onde fica a parada, o preço, até onde o ônibus nos levaria, esperar na fila, ignorar a fila na hora que o ônibus chega e empurrar feito um louco para conseguir um lugar no ônibus (sim, a fila existe, mas só até chegar o ônibus, depois é salve-se quem puder). A viagem durou 2 horas e assim que desembarcamos fomos abordados por um taxista. O cara queria 40 pila para nos levar até Chuandixia, mas após uns 10 minutos de barganha consegui reduzir o preço para 20. O cara nos levou até metade do caminho e disse que teríamos que pegar o ônibus para o resto, cara de pau! Eu disse que havíamos combinado até a vila, ai ele se fez de louco e nos levou até lá. Ainda nos deu o telefone dele para ligarmos quando quisessemos voltar para pegar o ônibus, só omitiu o fato de que podíamos pega o ônibus diretamente onde estavamos, safadinho...
A vila de Chuandixia é simplesmente maravilhosa! Construída em uma face das diversas montanhas da região, ela foi construída a cerca de 400 anos atrás e hoje vivem nela cerca de 80 famílias. A arquitetura é a mesma dos séculos anteriores, com conjuntos de quatro casas que cercam um pátio interno. Antes a vila vivia do comércio, mas hoje as famílias que ali moram vivem de oferecer refeições e hospedagem aos turistas que vão lá para ter uma noção de como seria uma pequena vila chinesa há 4 séculos atrás. Logo na entrada há vários feirantes vendendo legumes, castanhas, frutas e milho e batata doce assados. Não há UM atrativo especial na vila, o negócio aqui é subir e descer as vielinhas, entrando nas casas para admirar os pátios internos, os legumes pendurados, as pessoas preparando comida, as capelinhas em homenagem a diferentes deuses, etc. Há poucas lojas para turistas aqui, sendo a grande atração mesmo as ruas e casas de família. Pode-se também caminhar por trilhas nas montanhas em torno da vila. Outra atração do lugar são os estrangeiros! Aqui também fomos parados por turistas chineses para tirar fotos e certa vez um cara estava tirando fotos nossas de longe e quando eu abanei para ele e se escondeu, hahahaha. Só para frisar: a vila é maravilhosa! Para quem está acostumado com a agitação e modernidade de Beijing, uma viagem até esta vila é quase como uma viagem no tempo.
A volta foi outra aventura. Chegamos na parada de ônibus com 50 minutos de antecedência e já haviam uma 40 pessoas lá. Quando o ônibus chegou foi um deus nos acuda. Empurra, empurra, pessoas furando fila, pessoas xingando os que furavam a vila, e salva-se que puder. Acabei ficando em pé, mas um chinês caridoso consegui me convidou para sentar ao seu lado, fazendo 6 pessos caberem em 5 lugares. Nas 2 horas e meia de viajem de volta no ônibus lotado acabei conversando com este cara mais velho e mais 2 gurias e 2 guris. Todos falavam algo de inglês, mas conversamos na maior parte do tempo em chinês. Eu e meus colegas ficamos felizes ao ouvir que nossa universidade é considerada uma das melhores da China (o cara mais velho estudou nela). Cometi o erro de dizer que eu achava que devia ter um parceiro de chinês, pois todos se ofereceram e uma das gurias passou boa parte da viagem dizendo o quanto ela seria uma boa parceira, já que ela trabalha com jornalismo. Esse negócio de parceiro de língua é algo comum aqui, tipo uma pessoa que sabe a língua que tu quer estudar e com quem tu se encontra para estudar e conversar junto de vez em quando. A Universidade possui alguns alunos voluntários que falam inglês e que ajudam o pessoal que estuda chinês.
Bom, ainda tenho que escrever sobre a minha ida ao Templo, mas deixo isso para depois do almoço. Até breve.
Como eu havia dito, segunda feira nós iríamos até uma vilinha a cerca de 90 km de Beijing, Chuandixia. Acordei as 5:15, para sair ãs 6:00 e pegar o ônibus para a vila ãs 7:30. Acabamos chegando atrasado e só conseguimos pegar o das 8:00, que leva até uma cidadezinha de onde teríamos de pegar um táxi até Chuandixia. Até entrarmos no ônibus foi uma de perguntar onde fica a parada, o preço, até onde o ônibus nos levaria, esperar na fila, ignorar a fila na hora que o ônibus chega e empurrar feito um louco para conseguir um lugar no ônibus (sim, a fila existe, mas só até chegar o ônibus, depois é salve-se quem puder). A viagem durou 2 horas e assim que desembarcamos fomos abordados por um taxista. O cara queria 40 pila para nos levar até Chuandixia, mas após uns 10 minutos de barganha consegui reduzir o preço para 20. O cara nos levou até metade do caminho e disse que teríamos que pegar o ônibus para o resto, cara de pau! Eu disse que havíamos combinado até a vila, ai ele se fez de louco e nos levou até lá. Ainda nos deu o telefone dele para ligarmos quando quisessemos voltar para pegar o ônibus, só omitiu o fato de que podíamos pega o ônibus diretamente onde estavamos, safadinho...
A vila de Chuandixia é simplesmente maravilhosa! Construída em uma face das diversas montanhas da região, ela foi construída a cerca de 400 anos atrás e hoje vivem nela cerca de 80 famílias. A arquitetura é a mesma dos séculos anteriores, com conjuntos de quatro casas que cercam um pátio interno. Antes a vila vivia do comércio, mas hoje as famílias que ali moram vivem de oferecer refeições e hospedagem aos turistas que vão lá para ter uma noção de como seria uma pequena vila chinesa há 4 séculos atrás. Logo na entrada há vários feirantes vendendo legumes, castanhas, frutas e milho e batata doce assados. Não há UM atrativo especial na vila, o negócio aqui é subir e descer as vielinhas, entrando nas casas para admirar os pátios internos, os legumes pendurados, as pessoas preparando comida, as capelinhas em homenagem a diferentes deuses, etc. Há poucas lojas para turistas aqui, sendo a grande atração mesmo as ruas e casas de família. Pode-se também caminhar por trilhas nas montanhas em torno da vila. Outra atração do lugar são os estrangeiros! Aqui também fomos parados por turistas chineses para tirar fotos e certa vez um cara estava tirando fotos nossas de longe e quando eu abanei para ele e se escondeu, hahahaha. Só para frisar: a vila é maravilhosa! Para quem está acostumado com a agitação e modernidade de Beijing, uma viagem até esta vila é quase como uma viagem no tempo.
A volta foi outra aventura. Chegamos na parada de ônibus com 50 minutos de antecedência e já haviam uma 40 pessoas lá. Quando o ônibus chegou foi um deus nos acuda. Empurra, empurra, pessoas furando fila, pessoas xingando os que furavam a vila, e salva-se que puder. Acabei ficando em pé, mas um chinês caridoso consegui me convidou para sentar ao seu lado, fazendo 6 pessos caberem em 5 lugares. Nas 2 horas e meia de viajem de volta no ônibus lotado acabei conversando com este cara mais velho e mais 2 gurias e 2 guris. Todos falavam algo de inglês, mas conversamos na maior parte do tempo em chinês. Eu e meus colegas ficamos felizes ao ouvir que nossa universidade é considerada uma das melhores da China (o cara mais velho estudou nela). Cometi o erro de dizer que eu achava que devia ter um parceiro de chinês, pois todos se ofereceram e uma das gurias passou boa parte da viagem dizendo o quanto ela seria uma boa parceira, já que ela trabalha com jornalismo. Esse negócio de parceiro de língua é algo comum aqui, tipo uma pessoa que sabe a língua que tu quer estudar e com quem tu se encontra para estudar e conversar junto de vez em quando. A Universidade possui alguns alunos voluntários que falam inglês e que ajudam o pessoal que estuda chinês.
Bom, ainda tenho que escrever sobre a minha ida ao Templo, mas deixo isso para depois do almoço. Até breve.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Minha primeira publicação!
Peço desculpas a todos. Hoje meus planos eram narrar as minhas interessantes aventuras ocorridas entre ontem e hoje (segunda e terça), mas acabei fazendo outras coisas e já está tarde. Mas prometo que amanhã eu escrevo, já que pretendo ficar o dia todo no quarto estudando Já adianto que o texto inclue uma vilinha mega pequena e mega antiga, um templo onde tu podes conhecer toda a burocracia celeste e tentativas razoavelmente bem sucedidas de barganhas. Como por fotos na internet é bem mais fácil e rápido que escrever, elas já estão no kutkut.
Mas agora vou aproveitar o post para fazer a propaganda da minha primeira publicação!
O livro "Religião e Poder, do Mundo Antigo ao Moderno: Ensaios Acadêmicos", organizado pelos professores Fábio Vergara e Mônica Selvatici será lançado no dia 9 de outubro ãs 17:45 no auditório do Colégio São José. O livro constitui-se de textos adaptados a partir dos Trabalhos de Conclusão de Curso de 9 ex-alunos do curso de História da UFPel que versam basicamente sobre religião na antiguidade (menos o meu e o do Rodrigo que falam sobre religião, mas nos sécs. XV - XVI e no outro lado do mundo, hehe). Lá estará a pesquisa que eu realizei sobre a religião chinesa através do romance "Jornada ao Ocidente" e que acabou me trazendo até aqui. Bom, o convite está feito. Infelizmente não poderei comparecer no lançamento pra dar autógrafos, mas é só mandar para mim que eu autografo e mando de volta, huahuahauhauhauahua. Aproveitem, porque eu só vou poder ver o livro daqui a uns 4 meses.
A lista de autores é a seguinte:
Sérgio Ricardo Fracalanza Muzy
Giovani Rodrigues de Moura
Caterine Henriques Mendes
Luís Artur Janes Silva
Kátia Amorim Macedo
Marco Antonio Correa Collares
Edalaura Berny Medeiros
Daniel da Silva Añaña
Rodrigo de Oliveira Cardozo
Mas agora vou aproveitar o post para fazer a propaganda da minha primeira publicação!
O livro "Religião e Poder, do Mundo Antigo ao Moderno: Ensaios Acadêmicos", organizado pelos professores Fábio Vergara e Mônica Selvatici será lançado no dia 9 de outubro ãs 17:45 no auditório do Colégio São José. O livro constitui-se de textos adaptados a partir dos Trabalhos de Conclusão de Curso de 9 ex-alunos do curso de História da UFPel que versam basicamente sobre religião na antiguidade (menos o meu e o do Rodrigo que falam sobre religião, mas nos sécs. XV - XVI e no outro lado do mundo, hehe). Lá estará a pesquisa que eu realizei sobre a religião chinesa através do romance "Jornada ao Ocidente" e que acabou me trazendo até aqui. Bom, o convite está feito. Infelizmente não poderei comparecer no lançamento pra dar autógrafos, mas é só mandar para mim que eu autografo e mando de volta, huahuahauhauhauahua. Aproveitem, porque eu só vou poder ver o livro daqui a uns 4 meses.
A lista de autores é a seguinte:
Sérgio Ricardo Fracalanza Muzy
Giovani Rodrigues de Moura
Caterine Henriques Mendes
Luís Artur Janes Silva
Kátia Amorim Macedo
Marco Antonio Correa Collares
Edalaura Berny Medeiros
Daniel da Silva Añaña
Rodrigo de Oliveira Cardozo
domingo, 4 de outubro de 2009
Antigo Palácio de Verão 2 e Zoológico
Nesta sexta-feira fomos ao Antigo Palácio de Verão. Eu já havia estado lá, mas como o pessoal ia e o tempo estava muito melhor do que da primeira vez que eu fui acabei indo junto. Porém desta vez tive que pagar entrada, infelizmente. Já escrevi sobre o Palácio anteriormente, então não há muita novidade. O que acoteceu de novo foram as apresentações culturais espalhadas pelo parque em celebração ao 60 anos da Revolução (vimos uma guria equilibrando coisas nos pés e algumas apresentações de danças), havia muito mais gente do que da primeira vez, o tempo estava lindo (o que permitiu algumas fotos muito lindas) e fui abordado por uma chinesa para tirar uma foto! Sim, um estrangeiro andando na China sempre está sujeito ser abordado por chineses curiosos para tirar fotos. Ainda mais um barbudo ou um negro (leiam mais adiante).
Sexta a noite adivinhem onde eu fui? English Corner é claro! Esperava encontrar os chineses e o norte americano/chinês que eu havia encontrado da última vez,ao invés disso encontrei o mesmo religioso (que se chama Robert) que eu havia visto da última vez discutindo religião com um estadunidense mais velho e uns chineses. Estavam falando sobre a definição de Deus, sobre a inaplicabilidade do conceito de Deus, de pecado, de mal e bem do cara para toda a humanidade, sobre a diversidade de interpretações que a bíblia pode ter (ao contrário da única considerada verdadeira pelo Robert), etc. Acho que ele não esperava tantos contra-argumentos e uma platéia tão crítica ã sua pregação. No fim os outros foram indo embora e sobrou só eu e ele, o ateu e o cristão convicto. Foi muito interessante a conversa, o cara me contou sobre as experiências dele com anjos e demônios, sobre as igrejas cristãs na China, sobre as leis chinesas a respeito da religião, porque é tão importante para ele pregar. Por outro lado eu expliquei para ele a diferença dos conceitos chinês e cristãos de Deus e religião, minha discordância completa com quase tudo que ele dizia, sobre o sincretismo que existe no Brasil (para ele é tudo coisa do demônio) entre outros tópicos. A conversa foi bastante amigável, e assim como ele me ensinou algo sobre religião e religiosos eu sei que eu dei a ele bastante o que pensar. Talvez eu veja ele denovo próxima sexta.
No sábado fomos ao zoológico. Além de mim, do casal de finlandeses e da sueca que haviam ido ao Palácio de Verão havia ainda 2 congoleses juntos. O zoológico é um zoológico como qualquer outro, cheio de animais e grande. A atração principal óbviamente são os pandas, que infelizmente na sua maioria estavam escondidos e afastados do público, o que dificultou a fotografia. Além dos pandas vimos répteis, aves, tigres, ursos, camelos, elefantes, etc.
Destaques:
- A cada 5 minutos tinhamos que parar porque alguém queria tirar fotos com os congoleses. É impressionante! Para muitos deles era a primeira vez que viam um negro ao vivo. E o olhar que fazem não é algo preconceituoso, mas simples curiosidade. As crianças comprimentavam-nos o tempo todo, em inglês e em chinês, e os adultos queriam tirar várias fotos ao lado deles. Para mim como brasileiro, acostumado com tamanha diversidade, é muito estranho este tipo de reação. Mas temos que levar em conta que a miscigenação na China é muito pequena, e as fisionomias não variam muita, ainda mais se compararmos com o Brasil onde há de tudo!
- Enquanto esperavamos sentados uns policiais puxaram papo conosco. Perguntaram de onde eramos, o que faziamos na China, onde estudavamos, etc. Óbviamente quando disse que era brasileiro eles começaram a falar de futebol. Até que consegui me fazer entender em chinês. Os caras ainda falaram sobre o presidente do Congo que havia visitado a China, sobre o Cristiano Ronaldo, perguntaram se eu não tinha namorada na China, se nós gostavamos da China e por ai vai. Os chineses são muito curiosos a respeito dos estrangeiros e é comum este tipo de coisa. Costumam ser bastante simpáticos e sempre ficam impressionados e elogiam quando o estrangeiro fala chinês (mesmo que seja apenas olá, hehe), bem legal.
Depois fomos a um mercado imenso que existe em frente ao zoológico, tipo o Mercado da Seda mas menos turístico. Aqui quase ninguém fala inglês e os vendedores não te puxam pelo braço. Me interessei por um tênis e começei a barganhar (em chinês, êêê!), mas fiz errado o processo e não levei o tênis porque o preço ainda estava muito alto. O preço começou em 480 e desceu a 250, o problema é que o tênis vale uns 100, e eu disse que pagava 200, ai fudeu tudo! Eu tinha que ter oferecido uns 40 para comprar por cerca de 100. Da próxima vez eu melhoro!
Quando todos pegaram o metrô para ir embora eu resolvi conhecer as redondezas. Começei a caminhar de volta ã Universidade. Acabei cansando e pela primeira vez peguei um ônibus sem ninguém me guiar, paguei 0,40 RMBs e desci em frente ã Universidade!
E hoje é domingo! Não temos planos de ir a lugar algum, então talvez eu estude, ou talvez eu saia sozinho para conhecer alguma outra parte da cidade. É incrível o quanto eu aprendo enquanto caminho na rua. Sempre com o dicionário em mãos eu o consulto para saber o significado de alguma placa na rua, para saber como dizer alguma palavra ou frase em determinada situação, etc. E o fato de eu estar procurando aquela palavra para utilizar em uma situação concreta e imediata realmente ajuda muito no processo de memorização ("Olha lá o estrangeiro lendo o livrinho enquanto caminha na rua! Vai acabar tropeçando!" Hehehehe). Talvez amanhã a gente viaje para uma vilazinha próxima de Beijing que ainda preserva a arquitetura da dinastia Ming, ai vou ter várias fotos para mostrar! Até!
Seção respostas:
- "O que há velhinho?" também é frase do Pernalonga.
- A arquitetura chinesa é única (pelo menos a mais antiga), e muito provavelmente muito da arquitetura japonesa é baseada na chinesa. Mas é provável que as fontes sobre isso estejam na sua grande maioria em inglês, francês e, dã, chinês.
- Sim Rodrigo, vai tomar vergonha na cara e cria um orkut duma vez! Como o tempo aqui está sempre com neblina há várias fotos no estilo das pinturas de paisagens.
- Putz, o Emmanuel me jogando na cara que eu admiti estar escrevendo muito, sacanagem... Huahuahauhauhua.
Sexta a noite adivinhem onde eu fui? English Corner é claro! Esperava encontrar os chineses e o norte americano/chinês que eu havia encontrado da última vez,ao invés disso encontrei o mesmo religioso (que se chama Robert) que eu havia visto da última vez discutindo religião com um estadunidense mais velho e uns chineses. Estavam falando sobre a definição de Deus, sobre a inaplicabilidade do conceito de Deus, de pecado, de mal e bem do cara para toda a humanidade, sobre a diversidade de interpretações que a bíblia pode ter (ao contrário da única considerada verdadeira pelo Robert), etc. Acho que ele não esperava tantos contra-argumentos e uma platéia tão crítica ã sua pregação. No fim os outros foram indo embora e sobrou só eu e ele, o ateu e o cristão convicto. Foi muito interessante a conversa, o cara me contou sobre as experiências dele com anjos e demônios, sobre as igrejas cristãs na China, sobre as leis chinesas a respeito da religião, porque é tão importante para ele pregar. Por outro lado eu expliquei para ele a diferença dos conceitos chinês e cristãos de Deus e religião, minha discordância completa com quase tudo que ele dizia, sobre o sincretismo que existe no Brasil (para ele é tudo coisa do demônio) entre outros tópicos. A conversa foi bastante amigável, e assim como ele me ensinou algo sobre religião e religiosos eu sei que eu dei a ele bastante o que pensar. Talvez eu veja ele denovo próxima sexta.
No sábado fomos ao zoológico. Além de mim, do casal de finlandeses e da sueca que haviam ido ao Palácio de Verão havia ainda 2 congoleses juntos. O zoológico é um zoológico como qualquer outro, cheio de animais e grande. A atração principal óbviamente são os pandas, que infelizmente na sua maioria estavam escondidos e afastados do público, o que dificultou a fotografia. Além dos pandas vimos répteis, aves, tigres, ursos, camelos, elefantes, etc.
Destaques:
- A cada 5 minutos tinhamos que parar porque alguém queria tirar fotos com os congoleses. É impressionante! Para muitos deles era a primeira vez que viam um negro ao vivo. E o olhar que fazem não é algo preconceituoso, mas simples curiosidade. As crianças comprimentavam-nos o tempo todo, em inglês e em chinês, e os adultos queriam tirar várias fotos ao lado deles. Para mim como brasileiro, acostumado com tamanha diversidade, é muito estranho este tipo de reação. Mas temos que levar em conta que a miscigenação na China é muito pequena, e as fisionomias não variam muita, ainda mais se compararmos com o Brasil onde há de tudo!
- Enquanto esperavamos sentados uns policiais puxaram papo conosco. Perguntaram de onde eramos, o que faziamos na China, onde estudavamos, etc. Óbviamente quando disse que era brasileiro eles começaram a falar de futebol. Até que consegui me fazer entender em chinês. Os caras ainda falaram sobre o presidente do Congo que havia visitado a China, sobre o Cristiano Ronaldo, perguntaram se eu não tinha namorada na China, se nós gostavamos da China e por ai vai. Os chineses são muito curiosos a respeito dos estrangeiros e é comum este tipo de coisa. Costumam ser bastante simpáticos e sempre ficam impressionados e elogiam quando o estrangeiro fala chinês (mesmo que seja apenas olá, hehe), bem legal.
Depois fomos a um mercado imenso que existe em frente ao zoológico, tipo o Mercado da Seda mas menos turístico. Aqui quase ninguém fala inglês e os vendedores não te puxam pelo braço. Me interessei por um tênis e começei a barganhar (em chinês, êêê!), mas fiz errado o processo e não levei o tênis porque o preço ainda estava muito alto. O preço começou em 480 e desceu a 250, o problema é que o tênis vale uns 100, e eu disse que pagava 200, ai fudeu tudo! Eu tinha que ter oferecido uns 40 para comprar por cerca de 100. Da próxima vez eu melhoro!
Quando todos pegaram o metrô para ir embora eu resolvi conhecer as redondezas. Começei a caminhar de volta ã Universidade. Acabei cansando e pela primeira vez peguei um ônibus sem ninguém me guiar, paguei 0,40 RMBs e desci em frente ã Universidade!
E hoje é domingo! Não temos planos de ir a lugar algum, então talvez eu estude, ou talvez eu saia sozinho para conhecer alguma outra parte da cidade. É incrível o quanto eu aprendo enquanto caminho na rua. Sempre com o dicionário em mãos eu o consulto para saber o significado de alguma placa na rua, para saber como dizer alguma palavra ou frase em determinada situação, etc. E o fato de eu estar procurando aquela palavra para utilizar em uma situação concreta e imediata realmente ajuda muito no processo de memorização ("Olha lá o estrangeiro lendo o livrinho enquanto caminha na rua! Vai acabar tropeçando!" Hehehehe). Talvez amanhã a gente viaje para uma vilazinha próxima de Beijing que ainda preserva a arquitetura da dinastia Ming, ai vou ter várias fotos para mostrar! Até!
Seção respostas:
- "O que há velhinho?" também é frase do Pernalonga.
- A arquitetura chinesa é única (pelo menos a mais antiga), e muito provavelmente muito da arquitetura japonesa é baseada na chinesa. Mas é provável que as fontes sobre isso estejam na sua grande maioria em inglês, francês e, dã, chinês.
- Sim Rodrigo, vai tomar vergonha na cara e cria um orkut duma vez! Como o tempo aqui está sempre com neblina há várias fotos no estilo das pinturas de paisagens.
- Putz, o Emmanuel me jogando na cara que eu admiti estar escrevendo muito, sacanagem... Huahuahauhauhua.
sábado, 3 de outubro de 2009
A parada...
É, hoje já é sábado e eu disse que em breve iria escrever sobre o feriadão que começou nesta quinta feira, mas antes tarde que mais tarde...
A parada começaria nesta quarta feira ãs 10:00 e, apesar de não haver telões no campus como eu imaginava, todas as televisões da universidade estavam exibindo a dita cuja. Fui ao restaurante às 11:00 e já estava lotado de gente, todos assistindo ã TV. A parada em si já era impressionante, devido ãs proporções, äs sincronização dos movimentos dos participantes, a quantidade de gente envolvida, a organização geral, a imponência das armas exibidas, os sorrisos nada naturais que a platéia selecionada fazia enquanto abanava toda vez que a câmera os focava, enfim. Imaginem o espetáculo de abertura das olimpíadas porém mais sóbrio e bélico. Com certeza apareceu nos noticiários daí. Mas para mim muito mais interessante que a parada em si foi a reação do público no restaurante. Era aplauso a cada 5 minutos! Aparecia um carro mais bonito e o restaurante inteiro aplaudia. Aviões soltando fumaça colorida? Suspiros de admiração e aplausos. Trecho de um discurso de algum político? Aplausos! As universidades apareciam? Aplausos! É realmente incrível. As manifestações que estou descrevendo provavelmente ocorreram em todo lugar onde havia mais de cinco chineses reunidos assistindo o desfile.
Para mim o que foi destaque:
- Um trecho do desfile foi dedicado ao grandes políticos chineses, com uma foto imensa sendo carregada e a audição de um trecho de um discurso seu. Os políticos representados foram respectivamente Mao Zedong, Zhou Enlai, Deng Xiaoping, Jiang Zemin e o atual presidente Hu Jintao. O discurso que recebeu mais aplausos da platéia no restaurante não foi o do Mao, mas sim o do Deng, aquele que disse que enriquecer é glorioso. Tempos de mudança...
- Outro trecho representava as províncias da China, com carros alegóricos representando cada uma delas. Toda vez que um dos carros era focado algum grupo de chineses aplauida, provavelmente os provenientes daquele local. A do Tibete apresentava a cordilheira do Himalaia com muito mais destaque que o Palácio de Potala (antigo centro de poder do Dalai Lama), provavelmente para evitar vincular a provícia ä religião, importante fator no sentimento separatista. E no fim eis que aparece Taiwan! E todo o restaurante aplaude! A situação de Taiwan aqui é que ela se considera um país independente a China a considera uma província. A reação da platéia diante da demonstração de soberania da China continental sobre Taiwan foi interessante, demonstrando a vontade dos jovens daqui de unificação (e controle) com Taiwan.
E foi isso. No resto do dia a parada foi reprisada e foram exibidas reportagens sobre a mesma. No início da noite houve uma seção imensa de fogos de artifício (maior que nas olimpíadas), mas eu perdi de assistir do último andar do alojamente porque estava jantando fora. Sexta, sábado e amanhã ainda haverá pela cidades atividades celebrando o feriado.
Ah, esqueci de dizer. O clima em Beijing até quarta-feira estava muito feio, nublado e poluído. Porém na quarta a noite começou a chover bem forte e a quinta amanheceu com o céu claro e poucas nuvens. Motivos para essa chuva repentina e bem vinda na véspera da parada?
Opção A: Boa vontade de São Pedro
Opção B: Mao Zedong (que a essa altura já virou um deus) pediu para o deus daoísta responsável pela chuva que ele contribuísse para o bom andamento da parada.
Opção C: O centro meteorológico de Beijing bombardeou as nuvens com elementos químicos para forçar a chuva (dava para ouvir os canhões funcionando).
A parada começaria nesta quarta feira ãs 10:00 e, apesar de não haver telões no campus como eu imaginava, todas as televisões da universidade estavam exibindo a dita cuja. Fui ao restaurante às 11:00 e já estava lotado de gente, todos assistindo ã TV. A parada em si já era impressionante, devido ãs proporções, äs sincronização dos movimentos dos participantes, a quantidade de gente envolvida, a organização geral, a imponência das armas exibidas, os sorrisos nada naturais que a platéia selecionada fazia enquanto abanava toda vez que a câmera os focava, enfim. Imaginem o espetáculo de abertura das olimpíadas porém mais sóbrio e bélico. Com certeza apareceu nos noticiários daí. Mas para mim muito mais interessante que a parada em si foi a reação do público no restaurante. Era aplauso a cada 5 minutos! Aparecia um carro mais bonito e o restaurante inteiro aplaudia. Aviões soltando fumaça colorida? Suspiros de admiração e aplausos. Trecho de um discurso de algum político? Aplausos! As universidades apareciam? Aplausos! É realmente incrível. As manifestações que estou descrevendo provavelmente ocorreram em todo lugar onde havia mais de cinco chineses reunidos assistindo o desfile.
Para mim o que foi destaque:
- Um trecho do desfile foi dedicado ao grandes políticos chineses, com uma foto imensa sendo carregada e a audição de um trecho de um discurso seu. Os políticos representados foram respectivamente Mao Zedong, Zhou Enlai, Deng Xiaoping, Jiang Zemin e o atual presidente Hu Jintao. O discurso que recebeu mais aplausos da platéia no restaurante não foi o do Mao, mas sim o do Deng, aquele que disse que enriquecer é glorioso. Tempos de mudança...
- Outro trecho representava as províncias da China, com carros alegóricos representando cada uma delas. Toda vez que um dos carros era focado algum grupo de chineses aplauida, provavelmente os provenientes daquele local. A do Tibete apresentava a cordilheira do Himalaia com muito mais destaque que o Palácio de Potala (antigo centro de poder do Dalai Lama), provavelmente para evitar vincular a provícia ä religião, importante fator no sentimento separatista. E no fim eis que aparece Taiwan! E todo o restaurante aplaude! A situação de Taiwan aqui é que ela se considera um país independente a China a considera uma província. A reação da platéia diante da demonstração de soberania da China continental sobre Taiwan foi interessante, demonstrando a vontade dos jovens daqui de unificação (e controle) com Taiwan.
E foi isso. No resto do dia a parada foi reprisada e foram exibidas reportagens sobre a mesma. No início da noite houve uma seção imensa de fogos de artifício (maior que nas olimpíadas), mas eu perdi de assistir do último andar do alojamente porque estava jantando fora. Sexta, sábado e amanhã ainda haverá pela cidades atividades celebrando o feriado.
Ah, esqueci de dizer. O clima em Beijing até quarta-feira estava muito feio, nublado e poluído. Porém na quarta a noite começou a chover bem forte e a quinta amanheceu com o céu claro e poucas nuvens. Motivos para essa chuva repentina e bem vinda na véspera da parada?
Opção A: Boa vontade de São Pedro
Opção B: Mao Zedong (que a essa altura já virou um deus) pediu para o deus daoísta responsável pela chuva que ele contribuísse para o bom andamento da parada.
Opção C: O centro meteorológico de Beijing bombardeou as nuvens com elementos químicos para forçar a chuva (dava para ouvir os canhões funcionando).
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Início de feriado
Hoje é quarta feira aqui e amanhã começa um feriadão de 8 dias aqui. Dia 1 de outubro é o dia nacional da China, aniversário da proclamação da República Popular da China em 1949 que vai emendar neste ano com o feriado do festival de outono.
Amanhã vai fazer exatamente 60 anos da fundação da república e a festa vai ser simplesmente enorme. Cartazes estão espalhados por toda a cidade faz mais de um mês e em várias praças e pontos turísticos há arranjos de flores com o número 60 em cima. A frente da Universidade está decorada também. Haverá amanhã em frente à Praça da Paz Celestial uma parada enorme, provavelmente tão grande quanto (se não mais) que a abertura das olimpíadas, porém mais militarizada. Há várias semanas estão sendo realizados ensaios, e toda vez que há um ensaio ruas e estações de metrô são bloqueadas. Com certeza vocês vão ver a parada na TV, assim como eu, hehe.
A vigilância está bem grande em toda a cidade, para evitar manifestações políticas. Apenas pessoas convidadas estarão presentes para assistir ã parada, o restante da população (como eu) vai assistir tudo pela TV ou por telões espalhados pela cidade. Já comentei sobre a presença da polícia na cidade, mas nos últimos dias também estão presentes soldados do exército e tanques nas ruas!! Tudo para evitar que manifestantes queiram aparecer. A entrada na Universidade está sendo controlada também, e só se entra mostrando identidade. Porém acho que sábado ou domingo as coisas devem voltar ao normal.
É claro que não se deve levar tão a sério essa vigilância toda: os caras mal olham para a identidade quando tu mostra ela e nos locais onde há máquinas de raio-x para as mala as pessoas nem sempre estão olhando para a tela. A presença ostensiva é realmente para desencorajar manifestação extra-oficiais e não para reprimi-las. Mas... durante alguns dias vou andar com a minha carteira de estudante e a cópia do meu passaporte (já que só vão devolver meu passaporte em alguns dias) sempre no bolso.
Bueno, como já dizia Perna-Longa: Por hoje é só pessoal! Não garanto que eu escreva nos próximos dias por que eu não tenho certeza que a Internet vá funcionar plenamente (também por causa das medidas de segurança do feriado, blergh), mas na medida do possível nos próximos dias eu escrevos sobre os passeios do feriadão e publico as fotos. Até breve!
Amanhã vai fazer exatamente 60 anos da fundação da república e a festa vai ser simplesmente enorme. Cartazes estão espalhados por toda a cidade faz mais de um mês e em várias praças e pontos turísticos há arranjos de flores com o número 60 em cima. A frente da Universidade está decorada também. Haverá amanhã em frente à Praça da Paz Celestial uma parada enorme, provavelmente tão grande quanto (se não mais) que a abertura das olimpíadas, porém mais militarizada. Há várias semanas estão sendo realizados ensaios, e toda vez que há um ensaio ruas e estações de metrô são bloqueadas. Com certeza vocês vão ver a parada na TV, assim como eu, hehe.
A vigilância está bem grande em toda a cidade, para evitar manifestações políticas. Apenas pessoas convidadas estarão presentes para assistir ã parada, o restante da população (como eu) vai assistir tudo pela TV ou por telões espalhados pela cidade. Já comentei sobre a presença da polícia na cidade, mas nos últimos dias também estão presentes soldados do exército e tanques nas ruas!! Tudo para evitar que manifestantes queiram aparecer. A entrada na Universidade está sendo controlada também, e só se entra mostrando identidade. Porém acho que sábado ou domingo as coisas devem voltar ao normal.
É claro que não se deve levar tão a sério essa vigilância toda: os caras mal olham para a identidade quando tu mostra ela e nos locais onde há máquinas de raio-x para as mala as pessoas nem sempre estão olhando para a tela. A presença ostensiva é realmente para desencorajar manifestação extra-oficiais e não para reprimi-las. Mas... durante alguns dias vou andar com a minha carteira de estudante e a cópia do meu passaporte (já que só vão devolver meu passaporte em alguns dias) sempre no bolso.
Bueno, como já dizia Perna-Longa: Por hoje é só pessoal! Não garanto que eu escreva nos próximos dias por que eu não tenho certeza que a Internet vá funcionar plenamente (também por causa das medidas de segurança do feriado, blergh), mas na medida do possível nos próximos dias eu escrevos sobre os passeios do feriadão e publico as fotos. Até breve!
A Muralha 2.0 - Jinshanling e Simatai
Como eu já havia dito, terça-feira nós iriamos até uma seção mais afastada da muralha da China, Simatai, cerca de 2 horas de Beijing. Na verdade fomos até Jinshanling e depois caminhamos sobre a muralha até Simatai. Após ter visto o mar de gente em Badaling e ter me decepcionada com a Muralha para turista ver, as minhas expectativas não eram muito grandes em relação ä viagem deste dia, felizmente me enganei...
Fomos até lá em um ônibus fretado por um canadense. O grupo era formado por mim, 2 finlandeses e 5 canadenses, Ao chegar em Jinshanling ãs 10:00 pegamos o teleférico até o topo dos morros para chegar até a Muralha; já que teríamos 4 horas de caminhada difícil pela frente resolvemos nos poupar de escalar o morro. Chegando lá em cima eu literalmente perdi o fôlego, a vista é simplesmente incrível! O tempo estava nublado e chegou a chover a tarde, mas mesmo assim a vista era impressionante. Havia poucas pessoas no local e a paisagem é mais irregular do que em badaling. Vejam as fotos no orkut e confiram por si mesmos.
Nesta seção a Muralha não foi toda refeita como em Badaling, e há trechos que estão literalmente caíndo aos pedaços. Há partes onde se deve descer da Muralha porque não é possível seguir sobre ela ou porque não há escada para subir na próxima torre. Há torres inteira, torres sem telhado e torres sem parede alguma. Há trechos do onde se anda sobre pedra lisa, outros sobre tijolos irregulares e outros simplesmente sobre as pedras do interior do muro. Enfim, o grau de preservação deste trecho "vareia", mas a norma é que tenha uns 300 anos de idade. Há certo tijolos onde é possível ler a inscrição que o oleiro imprimiu sobre eles. Ã medida que a Muralha se aproxima de Simatai o estado de conservação (na verdade de modificação) vai se acentuando, mas pelo menos ainda é possível ver as pedras originais da dinastia Ming.
Após menos de uma hora de caminhada já estavamos suando e ofegantes de subir degraus altíssimos ou descer escadarias íngrimes. Durante todo o trajeto cruzamos por vendedores oferecendo camisetas, cerveja, água, café, etc. É incrível, eles caminham de um lado ao outro vendendo as mercadorias, e olha que tem mulheres de mais de 40 anos. Imaginem um ser de 45 anos de idade subindo a Muralha todos os dias com uma bolsa cheia de garrafas d'água e subindo e descendo nos dois sentidos da Muralha o dia inteiro atrás de turistas! Após 1 hora de caminhada nós já estavamos ofegantes, como elas aguentam? Uma hora eu disse para uma das mulheres que queria uma cama para descansar, e ela disse que conseguia, 200 RMBs a hora. De onde ela tiraria uma cama? Uma hora de caminhada depois cruzamos por ela denovo! Ela lembrava de mim. "200 RMBs hein! Não vai querer?" Algumas mulheres ajudam os mais velhos a subir ou descer alguns trechos mais difíceis, para depois empurrar-lhe mercadorias é óbvio. A garrafa de água que custa 1 RMB no mercado é vendida por 10 RMBs aqui. Vi uma mulher convencendo um cara em inglês que ele deveria comprar água ("Ainda tens mais 3 horas de caminhada! É muita coisa!"). Quem mandou não ir preparado?
Após 4 horas de caminhada e 30 torres chegamos em Simatai, exaustos mas felizes. O passeio realmente valeu a pena. A paisagem ainda intocada, a presença de poucas pessoas, a muralha menos modificada, vale muito a pena. Quando alguém vier me visitar aqui, com certeza é neste trecho da muralha que vai caminhar.
Fomos até lá em um ônibus fretado por um canadense. O grupo era formado por mim, 2 finlandeses e 5 canadenses, Ao chegar em Jinshanling ãs 10:00 pegamos o teleférico até o topo dos morros para chegar até a Muralha; já que teríamos 4 horas de caminhada difícil pela frente resolvemos nos poupar de escalar o morro. Chegando lá em cima eu literalmente perdi o fôlego, a vista é simplesmente incrível! O tempo estava nublado e chegou a chover a tarde, mas mesmo assim a vista era impressionante. Havia poucas pessoas no local e a paisagem é mais irregular do que em badaling. Vejam as fotos no orkut e confiram por si mesmos.
Nesta seção a Muralha não foi toda refeita como em Badaling, e há trechos que estão literalmente caíndo aos pedaços. Há partes onde se deve descer da Muralha porque não é possível seguir sobre ela ou porque não há escada para subir na próxima torre. Há torres inteira, torres sem telhado e torres sem parede alguma. Há trechos do onde se anda sobre pedra lisa, outros sobre tijolos irregulares e outros simplesmente sobre as pedras do interior do muro. Enfim, o grau de preservação deste trecho "vareia", mas a norma é que tenha uns 300 anos de idade. Há certo tijolos onde é possível ler a inscrição que o oleiro imprimiu sobre eles. Ã medida que a Muralha se aproxima de Simatai o estado de conservação (na verdade de modificação) vai se acentuando, mas pelo menos ainda é possível ver as pedras originais da dinastia Ming.
Após menos de uma hora de caminhada já estavamos suando e ofegantes de subir degraus altíssimos ou descer escadarias íngrimes. Durante todo o trajeto cruzamos por vendedores oferecendo camisetas, cerveja, água, café, etc. É incrível, eles caminham de um lado ao outro vendendo as mercadorias, e olha que tem mulheres de mais de 40 anos. Imaginem um ser de 45 anos de idade subindo a Muralha todos os dias com uma bolsa cheia de garrafas d'água e subindo e descendo nos dois sentidos da Muralha o dia inteiro atrás de turistas! Após 1 hora de caminhada nós já estavamos ofegantes, como elas aguentam? Uma hora eu disse para uma das mulheres que queria uma cama para descansar, e ela disse que conseguia, 200 RMBs a hora. De onde ela tiraria uma cama? Uma hora de caminhada depois cruzamos por ela denovo! Ela lembrava de mim. "200 RMBs hein! Não vai querer?" Algumas mulheres ajudam os mais velhos a subir ou descer alguns trechos mais difíceis, para depois empurrar-lhe mercadorias é óbvio. A garrafa de água que custa 1 RMB no mercado é vendida por 10 RMBs aqui. Vi uma mulher convencendo um cara em inglês que ele deveria comprar água ("Ainda tens mais 3 horas de caminhada! É muita coisa!"). Quem mandou não ir preparado?
Após 4 horas de caminhada e 30 torres chegamos em Simatai, exaustos mas felizes. O passeio realmente valeu a pena. A paisagem ainda intocada, a presença de poucas pessoas, a muralha menos modificada, vale muito a pena. Quando alguém vier me visitar aqui, com certeza é neste trecho da muralha que vai caminhar.
domingo, 27 de setembro de 2009
Bah!
Putz! Para quem disse que não havia novidades, até que eu escrevi pra caramba! Estou pegando essa mania de historiador de escrever demais. Tsc, tsc, tsc...
Algumas considerações
Bom, escrevi pra caramba para compensar o que eu não escrevi durante a semana. Mas agora são quase onze da noite aqui e eu ainda não fiz meus deveres para amanhã. Antes de ir gostaria dizer algumas coisas breve (prometo que é pouco texto desta vez):
- Muito obrigado mesmo àqueles que fazem comentários no blog. Estou sempre checando para ver se alguém mais comentou. É de muita importância para mim e me ajuda bastante a suportar a distância.
- Desculpem pelos erros de ortografia, mas os textos já demoram bastante para serem escritos, se eu ainda ficar revisando ai sim não faço mais nada da vida.
- Está sendo realmente interessante esta atividades de escrita. A narrativa é intrínseca ao trabalho do historiador, mas até agora eu tinha uma preguiça de escrever! Tomara que eu pegue alguma prática com este blog e melhore com o passar do tempo.
- Ao Mauríccio: o meu método de estudar chinês pode até ser meio torturante, mas é o único disponível! O professores simplesmente não falam inglês. Que saudades das aulas de francês da Isabela e da Paula! Pelo menos eu tenho um imenso vocabulário de comida por causa da pão duriçe! Huahuahauhau. E o desespero de não entender direito nem as aulas me leva a redobrar os estudos.
- Ao Rubens: Cara, os nomes em chinês que eu ponho já são a pronúncia. Cixi é Cixi mesmo, parecido com o português. É claro que vários sons não existem em português, mas apenas para aprender a pronúnica correta do sistema de transliteração para o alfabeto latino leva umas quantas aulas. Então tens que te contentar com os nomes que eu ponho mesmo. Quando a gente se encontrar de novo eu te ensino as pronúncias direitinho.
- Daqui por diante procurarei responder as perguntas nas postagens mesmo. Caso eu tenha esquecido de algo me avisem.
- Tenho que estudar! Fui!
- Muito obrigado mesmo àqueles que fazem comentários no blog. Estou sempre checando para ver se alguém mais comentou. É de muita importância para mim e me ajuda bastante a suportar a distância.
- Desculpem pelos erros de ortografia, mas os textos já demoram bastante para serem escritos, se eu ainda ficar revisando ai sim não faço mais nada da vida.
- Está sendo realmente interessante esta atividades de escrita. A narrativa é intrínseca ao trabalho do historiador, mas até agora eu tinha uma preguiça de escrever! Tomara que eu pegue alguma prática com este blog e melhore com o passar do tempo.
- Ao Mauríccio: o meu método de estudar chinês pode até ser meio torturante, mas é o único disponível! O professores simplesmente não falam inglês. Que saudades das aulas de francês da Isabela e da Paula! Pelo menos eu tenho um imenso vocabulário de comida por causa da pão duriçe! Huahuahauhau. E o desespero de não entender direito nem as aulas me leva a redobrar os estudos.
- Ao Rubens: Cara, os nomes em chinês que eu ponho já são a pronúncia. Cixi é Cixi mesmo, parecido com o português. É claro que vários sons não existem em português, mas apenas para aprender a pronúnica correta do sistema de transliteração para o alfabeto latino leva umas quantas aulas. Então tens que te contentar com os nomes que eu ponho mesmo. Quando a gente se encontrar de novo eu te ensino as pronúncias direitinho.
- Daqui por diante procurarei responder as perguntas nas postagens mesmo. Caso eu tenha esquecido de algo me avisem.
- Tenho que estudar! Fui!
A true mélange de 语言 (Uma verdadeira mistura de idiomas)
Sexta-feira, após a ida ao Mercado da Seda eu estava jantado e pensando em dar uma passado no "English Corner" novamente (a reunião de chineses que ocorre toda a sexta-feira a noite para falar inglês). Eis que de repente chega um chinês e me pergunta em inglês de onde eu sou. Só pensei: "Uau, nem precisei ir até o English Corner, ele veio até mim!". E não é que o cara não é chinês, mas norte-americano filhos de chineses. O Jonny está com uma bolsa de mestrado estudando em outra universidade e resolveu jantar nesta para conhecê-la. Acabou interrogando o primeiro estrangeiro que viu para conhecer a universidade e acabamos jantando juntos. Conversamos bastante e eu o convidei para visitar o English Corner. Ele ficou bastante impressionado (como eu havia ficado da primeira vez que eu fui) e puxou conversa com alguns norte-americanos, que óbviamente a princípio não acreditavam que ele fosse dos EUA. Vimos um mormon norte-americano (dãã, óbvio!) pregando em inglês! Quisemos muito perguntar para o cara se ele realmente achava que a platéia estava entendendo ele (falando em inglês, como nomes bíblicos e conceitos cristãos que os chineses desconheçem) e se ele sabia que ele podia ser preso por aquilo (na China é proibido pregação religiosa em público, e a atividade religiosa só é permitida em privado ou nos templos autorizados pelo governo). Vimos também algumas gurias alemãs bonitas que cometeram o erro de dar uma passada ali antes de irem pra festa. Acabaram cercadas de homens chineses que queriam seus telefones. Além disso, ficamos um baita tempo conversando com um rapaz e uma moça chineses que falavam inglês muito bem, até levei os três na parada de ônibus. Estes dois talvez sejam os dois chineses com quem eu realmente tenha conversado nestas três semanas aqui. Acabei pegando o contato dos chineses (que adoraram conversar com um ocidental realmente admirador da cultura chinesa, e não apenas interessado em lucrar com a China) e do sino-americano.
O resto do meu fim de semana foi de estudos. Sábado dormi um pouco a tarde e estudei o resto do dia. Já esse domingo tive aula de manhã! Que coisa bem boa! A tarde mais estudos e uma tentatica frustrada de dormir um pouco. A monotonia do dia só foi quebrada pela janta. Quando estava saíndo para jantar encontrei uma colega de sala de aula e mais algumas pessoas, então fomos almoçar juntos. O grupo consistia de: a suiça que é minha colega, uma norte americana, uma irlandesa, uma francesa, dois congoleses e eu! Foi uma torre de Babel! Duas pessoas não falavam francês (óbviamente as duas falantes nativas de inglês) e um congolês só falava francês. Os caras são muito legais e ficaram tri felizes de conhecer um brasileiro, ainda mais um que fala francês. E eu muito feliz de conhecer dois não-europeus (cansa um pouco conviver só com gente pálida que nào faz idéia do que é pobreza) com quem eu posso conversar em francês.
A conversa foi uma bagunça! Na maior parte do tempo ficamos eu, o congolês que não fala inglês e a suiça falando em francês. Mas de repente tinhamos que falar com outra pessoa em inglês, e de repente estavamos resolvendo algumas dúvidas do congolês em chinês. Muita mistura numa mesma mesa! Por sorte não havia mais ninguém ali falando português, ai sim eu enlouquecia. Foi realmente muito bom voltar a falar francês depois de quase um ano sem praticar, e até que me sai melhor do que eu esperava. Agora vou poder praticar meu francês de vez em quando, ao invés de só falar inglês e chinês o tempo todo.
Fora essa confusão toda, o fim de semana foi (ou está sendo bem monótono). Mas acho que terça feira eu vou matar aula para ir na Muralha! Mas dessa vez numa parte muito mais interessante. O casal de finlandeses me convidou para ir em um ônibus fretado para 10 pessoas, eu eu acho que vou! Simatai é uma parte da muralha mais afastada, original e com menos turistas. Pretendemos chegarneste ponto da muralha e caminhar até outro ponto, cerca de 10 km de distância. Desta vez talvez eu consiga realmente ver a muralha e a natureza ao redor, e não apenas turistas. Além do que, esta parte não foi reformada para atrair turistas, tendo realmente mais de 300 anos de idade.
O resto do meu fim de semana foi de estudos. Sábado dormi um pouco a tarde e estudei o resto do dia. Já esse domingo tive aula de manhã! Que coisa bem boa! A tarde mais estudos e uma tentatica frustrada de dormir um pouco. A monotonia do dia só foi quebrada pela janta. Quando estava saíndo para jantar encontrei uma colega de sala de aula e mais algumas pessoas, então fomos almoçar juntos. O grupo consistia de: a suiça que é minha colega, uma norte americana, uma irlandesa, uma francesa, dois congoleses e eu! Foi uma torre de Babel! Duas pessoas não falavam francês (óbviamente as duas falantes nativas de inglês) e um congolês só falava francês. Os caras são muito legais e ficaram tri felizes de conhecer um brasileiro, ainda mais um que fala francês. E eu muito feliz de conhecer dois não-europeus (cansa um pouco conviver só com gente pálida que nào faz idéia do que é pobreza) com quem eu posso conversar em francês.
A conversa foi uma bagunça! Na maior parte do tempo ficamos eu, o congolês que não fala inglês e a suiça falando em francês. Mas de repente tinhamos que falar com outra pessoa em inglês, e de repente estavamos resolvendo algumas dúvidas do congolês em chinês. Muita mistura numa mesma mesa! Por sorte não havia mais ninguém ali falando português, ai sim eu enlouquecia. Foi realmente muito bom voltar a falar francês depois de quase um ano sem praticar, e até que me sai melhor do que eu esperava. Agora vou poder praticar meu francês de vez em quando, ao invés de só falar inglês e chinês o tempo todo.
Fora essa confusão toda, o fim de semana foi (ou está sendo bem monótono). Mas acho que terça feira eu vou matar aula para ir na Muralha! Mas dessa vez numa parte muito mais interessante. O casal de finlandeses me convidou para ir em um ônibus fretado para 10 pessoas, eu eu acho que vou! Simatai é uma parte da muralha mais afastada, original e com menos turistas. Pretendemos chegarneste ponto da muralha e caminhar até outro ponto, cerca de 10 km de distância. Desta vez talvez eu consiga realmente ver a muralha e a natureza ao redor, e não apenas turistas. Além do que, esta parte não foi reformada para atrair turistas, tendo realmente mais de 300 anos de idade.
Mercado da Seda e Parque Ritan
Sexta-feira e eu alguns colegas de aula almoçamos juntos no restaurante do alojamento para estrangeiros, onde a maioria de nós mora (eu fui o único que me dei ao trabalho de decorar os nomes das comidas em chinês para comer nos outros restaurantes mais baratos, então fui vencido na escolha do local, blergh). Como alguns queriam fazer compras no Mercado da Seda, acabei acompanhando-os, mais para conhecer o famoso local do que para fazer compras.
O dia estava quente e com a tipíca neblina beijinense (é esse o termo?) encobrindo o céu. Após descermos na estação mais próxima ainda tivemos que caminhar cerca de meia-hora. Me espantou a quantidade de policiais nas ruas e o armamentos deles. Se vê policiais normalmente em Beijing, não muitos e sempre desarmados. Desta vez porém era impressionante. Em cada esquina havia uma viatura da SWAT chinesa (com a mesma sigla, sim) com pelo menos dois caras vestidos de preto na frente, usando capacete, colete a prova de balas e portando metralhadoras com baionetas! Impressionante. Não que realmente estivesse acontecendo algo, mas com a próximidade do feriado nacional o governo está realmente empenhado em mostrar que está presente e em evitar qualquer tipo de manifestação política contrária ao partido (vide as recentes manifestações de tibetanos e uigures). A tendência é que até o feriado a presença da polícia fique mais ostensiva, assim como o controle da movimentação das pessoas pela cidade, principalmente na Praça da Paz Celestial e arredores. Com certeza durante o feriado várias ruas e estações de metrô estarão bloqueadas, então vou andar longe do centro durante o início de outubro.
Bom, voltando ao Mercado da Seda. É um prédio de seis andares repleto de banquinhas vendendo diversos produtos falsificados, como um camelódromo mais organizado. Os produtos estão divididos por andares e lá pode-se encontrar roupas, sapatos, bolsas, eletrônicos, brinquedos, relógios, jóias, artigos em seda, artesanato tradicional, souvenires, enfim; muita coisa. Que marca queres? Gucci? Prada? Luis Vitton? Aqui é o lugar! Tudo perfeitamente replicado e por 1/10 do preço! Caso um pessoa tenha paciência de barganhar muito e aguentar os vendedores incomodando pode-se conseguir produtos bons e a preços muito baixos. É um local visitado principalmente por turistas, então todos os vendedores falam inglês (não é chinglish, é inglês mesmo, apesar do vocabulário limitadíssimo) e muitos falam o básico para vender em outras línguas. Não contive as risadas quando as vendedores viram a bolsa do meu colega finlandês que é estampada com a bandeira da Finlândia e cumprimentaram-no em finlandês! Até disseram "Preço bom" em finlandês!
A medida que se anda nos corredores os vendedores todos ficam oferecendo os produtos, uns dão tapas, outros esfregam os produtos na tua cara ou te puxam pelo braço! "Hello! Want purse? Luis Vitton? Good price! Jeans? Very cheap!". Quando eu dizia que não queria em chinês algumas me perguntavam de volta "Porque não quer?", para saber se eu realmente falava chinês, dava vontade de mandar a ... Há ainda as vendedoras que lembravam de mim! Com se eu já tivesse comprado na banca delas milhares de vezes. Fiquei bastante interessado em um conjunto de bonecos dos protagonistas do livro Jornada ao Ocidente. Perguntei o preço e a mulher respondeu 1040 RMBs. Eu disse que não queria e fui indo e a mulher meu puxou pelo braço! "Que preço tu queres?". Não respondi porque apesar do interesse eu não queria gastar dinheiro, mas com certeza eu conseguiria comprar por uns 300 a 400 RMBs.
Vi os vendedores com calculadoras apontandos para os clientes, "Ah, não. Com esse preço tu me mata!", "Ok, esse é meu preço final, agora é sério!", "Assim eu não tenho nenhum lucro", "Eu quero ser sua amiga para que tu voltes aqui, mas com esse preço nós não podemos ser amigos!" etc. Mais engraçado foi um americano barganhando por um relógio: "Aqui é tudo falsificado! Te dou 10 RMB por esse relógio!", no que a vendedora respondia batendo nele com outro relógio: "Tu estás louco! Tu tens que ir ver um médico!". No fim, ainda achando graça de tudo mas um pouco cansado de dizer "Bu yao!" (não quero!) começei a responder em português para as vendedoras, dizendo que caso elas falassem em português comigo eu compraria alguma coisa delas. E não que uma me disse "Obrigado"! Ai começou a falar em espanhol, mas ai já não era português. Não comprei nada dela!
Realmente, apesar dos preços iniciais serem exorbitantes, pode-se (na verdade deve-se) barganhar até o preço diminuir no mínimo pela metade. O problema é que como a maioria dos clientes é estrangeiros os preços são um pouco maiores do que em mercados de barganha menos movimentados e mais "chineses". Mesmo assim, os preços são muito bons após a barganha. Portanto caso alguém queira uma Luis Vitton por menos de R$ 50 é só avisar! É possível que eu volte lá para comprar roupas de inverno e tênis.
Bueno, após essa rica experiência antropológica o grupo (que consistia basicamente em quatro finlandeses, uma sueca e eu) resolveu voltar para a Universidade. Eu preferi ir sozinho conhecer as ruas no entorno. A zona do entorno é considerada o bairro dos estrangeiros. É aqui que ficam a maioria das embaixadas (senão todas) e há várias marcas internacionais. Tomei um café expresso muito bom em uma cafeteria que atendia em inglês (o expresso mais caro que eu já tomei, uns R$ 6, mas café é caro aqui na China e eu realmente precisava de um café de verdade) e consultando meu mapa resolvi ir no parque Ritan, o altar do sol, um dos cincos altares de sacrifícios imperiais que estão espalhados pela cidade (o mais famoso é o do Céu). No caminho passei na frente de algumas embaixadas, mas não encontrei a do Brasil.
O parque era bem bonito, mas já era tarde e estava escurecendo. Deu para ver várias pessoas se exercitando e um grupo de velhos jogando Weiqi, um jogo de tabuleiro chinês mais conhecido no Brasil pelo nome japonês, Go. Fiquei emocionado de ver enfim ao vivo uma partida de Weiqi, que eu gosto bastante, pena que não pude fotografar poque não levei a câmera (de novo?). Mas um dia ainda tiro fotos do parque, talvez na próxima vez que eu for no Mercado da Seda. Ai também já aproveito para procurar a embaixada do Brasil.
O dia estava quente e com a tipíca neblina beijinense (é esse o termo?) encobrindo o céu. Após descermos na estação mais próxima ainda tivemos que caminhar cerca de meia-hora. Me espantou a quantidade de policiais nas ruas e o armamentos deles. Se vê policiais normalmente em Beijing, não muitos e sempre desarmados. Desta vez porém era impressionante. Em cada esquina havia uma viatura da SWAT chinesa (com a mesma sigla, sim) com pelo menos dois caras vestidos de preto na frente, usando capacete, colete a prova de balas e portando metralhadoras com baionetas! Impressionante. Não que realmente estivesse acontecendo algo, mas com a próximidade do feriado nacional o governo está realmente empenhado em mostrar que está presente e em evitar qualquer tipo de manifestação política contrária ao partido (vide as recentes manifestações de tibetanos e uigures). A tendência é que até o feriado a presença da polícia fique mais ostensiva, assim como o controle da movimentação das pessoas pela cidade, principalmente na Praça da Paz Celestial e arredores. Com certeza durante o feriado várias ruas e estações de metrô estarão bloqueadas, então vou andar longe do centro durante o início de outubro.
Bom, voltando ao Mercado da Seda. É um prédio de seis andares repleto de banquinhas vendendo diversos produtos falsificados, como um camelódromo mais organizado. Os produtos estão divididos por andares e lá pode-se encontrar roupas, sapatos, bolsas, eletrônicos, brinquedos, relógios, jóias, artigos em seda, artesanato tradicional, souvenires, enfim; muita coisa. Que marca queres? Gucci? Prada? Luis Vitton? Aqui é o lugar! Tudo perfeitamente replicado e por 1/10 do preço! Caso um pessoa tenha paciência de barganhar muito e aguentar os vendedores incomodando pode-se conseguir produtos bons e a preços muito baixos. É um local visitado principalmente por turistas, então todos os vendedores falam inglês (não é chinglish, é inglês mesmo, apesar do vocabulário limitadíssimo) e muitos falam o básico para vender em outras línguas. Não contive as risadas quando as vendedores viram a bolsa do meu colega finlandês que é estampada com a bandeira da Finlândia e cumprimentaram-no em finlandês! Até disseram "Preço bom" em finlandês!
A medida que se anda nos corredores os vendedores todos ficam oferecendo os produtos, uns dão tapas, outros esfregam os produtos na tua cara ou te puxam pelo braço! "Hello! Want purse? Luis Vitton? Good price! Jeans? Very cheap!". Quando eu dizia que não queria em chinês algumas me perguntavam de volta "Porque não quer?", para saber se eu realmente falava chinês, dava vontade de mandar a ... Há ainda as vendedoras que lembravam de mim! Com se eu já tivesse comprado na banca delas milhares de vezes. Fiquei bastante interessado em um conjunto de bonecos dos protagonistas do livro Jornada ao Ocidente. Perguntei o preço e a mulher respondeu 1040 RMBs. Eu disse que não queria e fui indo e a mulher meu puxou pelo braço! "Que preço tu queres?". Não respondi porque apesar do interesse eu não queria gastar dinheiro, mas com certeza eu conseguiria comprar por uns 300 a 400 RMBs.
Vi os vendedores com calculadoras apontandos para os clientes, "Ah, não. Com esse preço tu me mata!", "Ok, esse é meu preço final, agora é sério!", "Assim eu não tenho nenhum lucro", "Eu quero ser sua amiga para que tu voltes aqui, mas com esse preço nós não podemos ser amigos!" etc. Mais engraçado foi um americano barganhando por um relógio: "Aqui é tudo falsificado! Te dou 10 RMB por esse relógio!", no que a vendedora respondia batendo nele com outro relógio: "Tu estás louco! Tu tens que ir ver um médico!". No fim, ainda achando graça de tudo mas um pouco cansado de dizer "Bu yao!" (não quero!) começei a responder em português para as vendedoras, dizendo que caso elas falassem em português comigo eu compraria alguma coisa delas. E não que uma me disse "Obrigado"! Ai começou a falar em espanhol, mas ai já não era português. Não comprei nada dela!
Realmente, apesar dos preços iniciais serem exorbitantes, pode-se (na verdade deve-se) barganhar até o preço diminuir no mínimo pela metade. O problema é que como a maioria dos clientes é estrangeiros os preços são um pouco maiores do que em mercados de barganha menos movimentados e mais "chineses". Mesmo assim, os preços são muito bons após a barganha. Portanto caso alguém queira uma Luis Vitton por menos de R$ 50 é só avisar! É possível que eu volte lá para comprar roupas de inverno e tênis.
Bueno, após essa rica experiência antropológica o grupo (que consistia basicamente em quatro finlandeses, uma sueca e eu) resolveu voltar para a Universidade. Eu preferi ir sozinho conhecer as ruas no entorno. A zona do entorno é considerada o bairro dos estrangeiros. É aqui que ficam a maioria das embaixadas (senão todas) e há várias marcas internacionais. Tomei um café expresso muito bom em uma cafeteria que atendia em inglês (o expresso mais caro que eu já tomei, uns R$ 6, mas café é caro aqui na China e eu realmente precisava de um café de verdade) e consultando meu mapa resolvi ir no parque Ritan, o altar do sol, um dos cincos altares de sacrifícios imperiais que estão espalhados pela cidade (o mais famoso é o do Céu). No caminho passei na frente de algumas embaixadas, mas não encontrei a do Brasil.
O parque era bem bonito, mas já era tarde e estava escurecendo. Deu para ver várias pessoas se exercitando e um grupo de velhos jogando Weiqi, um jogo de tabuleiro chinês mais conhecido no Brasil pelo nome japonês, Go. Fiquei emocionado de ver enfim ao vivo uma partida de Weiqi, que eu gosto bastante, pena que não pude fotografar poque não levei a câmera (de novo?). Mas um dia ainda tiro fotos do parque, talvez na próxima vez que eu for no Mercado da Seda. Ai também já aproveito para procurar a embaixada do Brasil.
Em busca do Cartão Sagrado
Burocracia é foda...
Quarta feira (sim, eu sei que faz tempo, desculpem-me por favor) eu mais umas 5 pessoas da minha sala de aula fomos tentar fazer nosso cartão do campus. Esse é um cartão magnético através do qual é possível se acessar a biblioteca e pagar nos restaurantes do campus. Descobrimos onde era o local de pagar e fomos lá, mas o pagamento só podia ser feito através de cartão do Banco da China, o que fez com que 4 dessem dinheiro para uma inglesa para que ela pagasse por eles, já que apenas ela e eu estavamos com o cartão de crédito. Por algum motivo meu colega de quarto que foi lá fazer o cartão no dia seguinte conseguiu pagar em dinheiro, fazer o que...
Com os recibos em mãos fomos até o setor onde os cartões são confeccionados e nos pediram para localizar nossos nomes em uma lista. Isto feito, as mulheres começaram a conversar e nos disseram que nossos nomes eram muito longos e que teríamos que por nossos nomes chineses no cartão. Tentamos explicar (em chinês) que apesar de possuírmos nomes em chinês deveríamos por nossos nomes originais, já que são eles que constam nos nossos passaportes e em nossas carteiras de estudante. Nada feito, muito longos. Poderiamos então cortar os nomes do meio? Não, nomes chineses apenas! Eis que chega um americano e mostra seu cartão com seu nome completo em inglês nele (composto de três nomes no total). Ok, mas cortem os nomes do meio. Cortamos e nos mandaram retornar na sexta porque eles teriam que digitar novamente os nomes no sistema e não há como digitar apenas os nossos, deveria seguir a ordem da lista.
Eis que volta o comboio todo na sexta-feira e a mulher nos manda para o Escritório de Assuntos dos Alunos Estrangeiros. De tudo que ela falou em chinês só entendemos que eles não fariam e que deveriamos ir para o escritório. Lá chegando descobrimos (felizmente com a atendente que fala inlgês) que as mulheres que confeccionam as carteiras se cansaram de atender vários estrangeiros com as mesmas reclamações a respeito do nome e transferiram a responsabilidade pela coleta dos dados para o Escritório. Lá também não sabiam se deveriamos por nossos nomes em chinês ou podiamos escrever o nomes originais. Na dúvida escrevemos ambos, tomando o cuidado de omitir os nomes do meio para que não fossem considerados longos demais. Tivemos que pôr o número de nossos passaporte, mesmo que ninguém ali estivesse com o mesmo já que eles estão com a polícia para a concessão da permissão de residência na China. Também tivemos que pôr o número de nossas contas de banco (obrigatoriamente do Banco da China) sendo que havia pessoas no grupo que não tem conta em banco chinês e nem pretendiam ter... Bom, isto resolvido devemos esperam mais uma semana até que os dados sejam enviados até o departamento que confecciona os cartões e então sabe-se lá mais quanto tempo até que os dados sejam digitados no sistema, para ai sim podermos fazer nossos cartões.
Omiti detalhes aqui da função toda, mas já dá para perceber que a burocracia aqui é grande. O restante do grupo que foi comigo era europeu e estava realmente furioso com o negócio. Eu só dava risada, "Pobres europeus, não estão acostumados com esse tipo de coisa, tsc tsc tsc."
Quarta feira (sim, eu sei que faz tempo, desculpem-me por favor) eu mais umas 5 pessoas da minha sala de aula fomos tentar fazer nosso cartão do campus. Esse é um cartão magnético através do qual é possível se acessar a biblioteca e pagar nos restaurantes do campus. Descobrimos onde era o local de pagar e fomos lá, mas o pagamento só podia ser feito através de cartão do Banco da China, o que fez com que 4 dessem dinheiro para uma inglesa para que ela pagasse por eles, já que apenas ela e eu estavamos com o cartão de crédito. Por algum motivo meu colega de quarto que foi lá fazer o cartão no dia seguinte conseguiu pagar em dinheiro, fazer o que...
Com os recibos em mãos fomos até o setor onde os cartões são confeccionados e nos pediram para localizar nossos nomes em uma lista. Isto feito, as mulheres começaram a conversar e nos disseram que nossos nomes eram muito longos e que teríamos que por nossos nomes chineses no cartão. Tentamos explicar (em chinês) que apesar de possuírmos nomes em chinês deveríamos por nossos nomes originais, já que são eles que constam nos nossos passaportes e em nossas carteiras de estudante. Nada feito, muito longos. Poderiamos então cortar os nomes do meio? Não, nomes chineses apenas! Eis que chega um americano e mostra seu cartão com seu nome completo em inglês nele (composto de três nomes no total). Ok, mas cortem os nomes do meio. Cortamos e nos mandaram retornar na sexta porque eles teriam que digitar novamente os nomes no sistema e não há como digitar apenas os nossos, deveria seguir a ordem da lista.
Eis que volta o comboio todo na sexta-feira e a mulher nos manda para o Escritório de Assuntos dos Alunos Estrangeiros. De tudo que ela falou em chinês só entendemos que eles não fariam e que deveriamos ir para o escritório. Lá chegando descobrimos (felizmente com a atendente que fala inlgês) que as mulheres que confeccionam as carteiras se cansaram de atender vários estrangeiros com as mesmas reclamações a respeito do nome e transferiram a responsabilidade pela coleta dos dados para o Escritório. Lá também não sabiam se deveriamos por nossos nomes em chinês ou podiamos escrever o nomes originais. Na dúvida escrevemos ambos, tomando o cuidado de omitir os nomes do meio para que não fossem considerados longos demais. Tivemos que pôr o número de nossos passaporte, mesmo que ninguém ali estivesse com o mesmo já que eles estão com a polícia para a concessão da permissão de residência na China. Também tivemos que pôr o número de nossas contas de banco (obrigatoriamente do Banco da China) sendo que havia pessoas no grupo que não tem conta em banco chinês e nem pretendiam ter... Bom, isto resolvido devemos esperam mais uma semana até que os dados sejam enviados até o departamento que confecciona os cartões e então sabe-se lá mais quanto tempo até que os dados sejam digitados no sistema, para ai sim podermos fazer nossos cartões.
Omiti detalhes aqui da função toda, mas já dá para perceber que a burocracia aqui é grande. O restante do grupo que foi comigo era europeu e estava realmente furioso com o negócio. Eu só dava risada, "Pobres europeus, não estão acostumados com esse tipo de coisa, tsc tsc tsc."
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