domingo, 11 de outubro de 2009

Domingo

Depois de 8 dias de feriado e 2 dias de aula (uma no sábado) eis que chega o domingo. Ontem após a aula eu, um finlandês e uma lituana fomos visitar um templo daoísta na parte sudoeste da cidade. O lugar é muito bonito e, ao contrário do templo Dongyue, havia pessoas rezando neste. Apesra de não possuir uma visão detalhada de todos os 76 departamentos do além, há aqui uma série de pequenos pavilhões em homenagem a diversos deuses daoístas onde é possível às pessoas rezarem e oferecerem incenso. Aqui pude ver alguns deuses que eu conhecia um pouco, como o Imperador de Jade, os Três Deuses Estelares eo Oito Imortais. Fotos no kutkut.

Hoje a minha intenção é passar o dia todo no quarto estudando para recuperar os dias de não-estudo do feriadão. Mas para não dizerem que eu publiquei pouco texto, vou colar aqui um texto bastante informativo da Cláudia Trevisan sobre o custo de vida na China. Ela é correspondente da Folha de São Paulo aqui em Beijing e possui um blog, do qual eu retirei o seguinte texto:

O PODER DE COMPRA DE CADA UM - 24/03/2008

Atendendo às reclamações de alguns leitores, volto à questão dos preços baixos (ou altos?) do post “200 cartões a R$ 10”. O PIB per capita da China é de US$ 2.500, menos da metade dos US$ 6.842 do Brasil, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Mas se nós olharmos o PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra, o da China sobe para 8.788, não muito distante dos 10.637 recebidos pelos brasileiros. Chamado pela sigla em inglês de PPP (Purchasing Power Parity), este índice é o preferido dos especialistas para comparar diferentes economias, porque leva em conta o poder de compra de cada moeda dentro do respectivo país. Isso significa que para cada dólar que ganha, um chinês pode comprar muito mais coisas do que um brasileiro com o mesmo dólar, porque no seu país os preços são relativamente mais baixos. Passagens de metrô a R$ 0,5 e de ônibus a R$ 0,25 são baratos, mesmo para os chineses.
Mas isso não significa que eles vivam em um estado de bem estar social, com serviços públicos acessíveis a todos. Pelo contrário. Uma das coisas que mais me surpreendeu quando morei aqui na primeira vez (2004-2005) foi descobrir que a China comunista não tem um sistema público e universal de saúde, que o ensino, mesmo o fundamental, é pago e que a maioria da população não tem aposentadoria. Os chineses que possuem um vínculo de trabalho formal podem ter um seguro saúde, mas isso é a minoria. A maior parte tem que pagar quando precisa ir ao médico ou se internar em um hospital. A educação também é paga, desde o primário. No ano passado, o governo iniciou na zona rural um programa de isentar as famílias das anualidades durante os nove anos de ensino compulsório. Os primeiros beneficiados foram 150 milhões de crianças camponesas pobres. A idéia agora é estender o programa às cidades. Mas as universidades continuarão pagas. A da minha intérprete, que estudou inglês, custava cerca de R$ 1.500 por ano.
Aposentadoria é um luxo para poucos. A maioria dos chineses que mora na zona rural (55% da população) não tem nenhum amparo na velhice. Na cidade, os empregados de empresas estatais recebem o benefício, mas seu número é cada vez menor. A falta de um sistema previdenciário e de saúde públicos é uma das razões pelas quais os chineses têm um índice altíssimo de poupança, de quase 50% do PIB. Sem o amparo do Estado, eles guardam dinheiro para momentos de necessidade e para sobreviver na velhice. É também um dos motivos pelo quais os pais preferem ter filhos do sexo masculino. De acordo com a cultura chinesa, cabe ao filho homem cuidar dos pais, enquanto a filha vai cuidar de seus sogros.
O atual governo colocou entre seus principais objetivos a criação de um sistema prividenciário e de saúde públicos acessíveis a todos, principalmente os mais pobres. O aumento de 31,4% na arrecadação de impostos no ano passado, para pouco mais de US$ 600 bilhões, deu folga orçamentária para o Partido Comunista ampliar o investimento nessas áreas. Mas em um país de 1,3 bilhão, a construção de uma rede de proteção social é um processo que vai demorar muito para ser concluído.

Link do blog dela: http://blog.estadao.com.br/blog/claudia

4 comentários:

  1. Lendo isso lembrei de dias atrás ver um documentário justamente sobre a educação na China.Eles mostraram as escolas das zonas rurais e suas referidas crianças. Chamou-me mto a atenção ver as próprias crianças,sentadas no chão, servindo a merenda para seus coleguinhas. fiquei realmente pensativa ao ver aquilo...

    (os finlandeses são legais?sempre tive curiosidade em conhecer um!hihih)

    Bjos!!

    ResponderExcluir
  2. Hm... banco de dados atualizado! informações preciosas! a um professor de humanidades como eu! ;) bração!

    ResponderExcluir
  3. Interessante.. o Brasil mesmo nessas de capitalismo selvagem e afins em teoria tem mais direitos garantidos pros cidadãos..

    ResponderExcluir
  4. Eaí rapaz!

    Pensando nas relações socias e de trabalho lembrei que assisti partes de um documentário chamado "Bienvenido a China - Fabricas alto riesgo" da TV Espanha. Nele apresentavam pessoas mutiladas devido a acidentes de trabalho, e a falta de assitência do governo, além de explicações referentes à baixa renda das pessoas e tal.

    Imagino que um documentário destes passando aí ia chocar até mesmo os chineses (bem, eu fiquei chocado, mas sou ocidental, não conta).

    Abraço e te cuida!

    ResponderExcluir