Uebas, melhorei da gripe (eu acho) e aproveitei para comprar roupas para o inverno, já que aqui já está fazendo 6 graus de manhã. Comprei calça, jaqueta, luvas e botas muito barato, mas não antes de cansativas e longas sessões de barganha. No fim eu ainda devia comprar um tênis novo mas não aguentava mais tanta barganha. Infelizmente terei que voltar ao mercado quando os meus tênis desintegrarem-se. Como eu não tenho muitas novidades além destas compras, vou reproduzir aqui um trecho do último post do blog do Henrique Campolina (o brasileiro de que eu já falei que também mora aqui) que fala sobre as comemorações dos 60 anos da República Popular da China e sobre a censura na internet por essas bandas.
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60 Anos de República Popular da China:
O meu blog nunca foi um blog de teor político e vai continuar assim. O que eu faço aqui é relatar as minhas experiências morando aqui em Beijing e eu prefiro manter ele nessa linha, no entanto é pertinente que eu comente sobre algumas coisas nesse post. Bem, no dia 1 de Outubro a República Popular da China completou 60 anos de fundação. Pra entender um pouco sobre isso vocês podem ver nesse link no site da Globo um pouco a respeito da história e ver um vídeo dos desfiles militares que ocorreram no dia na parte da manhã. Graças a essa comemoração, Beijing no último mês esteve em constante mudança. Foi linha nova de metrô aberta, segurança triplicada pela cidade, novas construções, voluntários do governo pra todos os lados, coisas relacionadas aos 60 anos nas ruas, nos outdoors, no cinema, enfim...
Começando pelos ensaios, o governo já ensaia a cerimônia faz muito tempo, porém nos últimos 2 meses intensificou os ensaios de tal forma que chegou a no final do mês de Setembro a fechar ruas, parar linhas de metrô e transporte público uma vez ou duas por semana depois de certos horários (normalmente depois de 4 horas da tarde, ou em alguns dias na parte da noite). Não foram tantos dias onde isso aconteceu, mas ocorreu de em algumas sexta-feiras ou domingos o metrô parar depois de certo horário, assim como ruas serem fechadas em pontos cruciais da cidade, e isso trouxe uma dor de cabeça… Me recordo de um Domingo onde demorei mais de 3 horas pra chegar em casa em um percurso que demoraria 40 minutos. Ou outra vez que fiquei no meio do caminho da linha do metrô porque simplesmente fizeram o metrô não parar na estação onde eu precisava de descer. Tenho um amigo que um dia após voltar de viagem simplesmente ficou preso na rua, porque fecharam as ruas que iam do trabalho dele pra casa dele e não tinha como voltar pra casa. O que os policiais falaram foi: “Só amanhã.” Complicado né? Felizmente isso só aconteceu por poucos dias, e por mais que eu ache que o governo pegou um pouco pesado pra preparação da cerimônia eu respeitei na medida do possível tudo isso.
Sobre a cidade muita coisa foi modificada, em todos lados era possível (e ainda é) ver algo relacionado aos 60 anos, no cinema parece que só tavam passando filmes Chineses, na loja de DVDs perto da minha casa, DVD americano novo não chegava, a censura na internet piorou e o patriotismo Chinês ficou em alta de forma impressionante. Nos dias que antecederam a comemoração muita preparação e mistério a respeito da cerimônia que ocorreria no dia primeiro de Outubro. A segurança foi aumentada principalmente em pontos críticos da cidade, em especial arredores da avenida onde a passeata do dia ocorreria, assim como arredores da Praça da Paz Celestial onde a maior parte do evento aconteceu. Fui um dia em Wangfujing e simplesmente vi um tanque da SWAT parado perto do metrô, com policiais do grupo também totalmente equipados por ali, chegou a assustar tanta segurança pela cidade… Vi alguns dias vários caças passando por cima de onde eu moro, e em alguns pontos da cidade a presença do exército era vista também.
Sobre a cerimônia algo interessante, uma cerminônia que teoricamente seria para o povo que não teve participação do mesmo… No dia primeiro de Outubro Beijing não tinha metrô, ônibus, carros normais estavam proibidos de entrar em vários pontos da cidade, e o que a maioria das pessoas fez foi ficar em casa assistindo a cerimônia, ou nas ruas nos lugares onde se era possível visitar, bem longe de onde tudo estava acontecendo. Um pouco irônico a Cerimônia não ter participação da população, mas imagino um evento nessas proporções com milhões de Chineses querendo ver nas ruas e chegar mais perto, simplesmente inviável e impossível. Na parte da manhã desfile militar, tanques, aviões, exército de todos os tipos, caças, desfilavam na frente da Praça da Paz Celestial e seguiam uma avenida muito importante da cidade. No link do site da globo que eu postei lá em cima vocês podem ver um pouco do que ocorreu de manhã. Depois veio o presidente, desfilou com roupa similar ao que costumava usar Mao Tse Tung, e no mesmo carro onde ficava em pé dentro do carro gritando:
“Olá companheiros! Vamos trabalhar duro!”
Não sei como ele não ficou sem voz, porque ficou repetindo isso ao longo de uma avenida gigantesca, olhando para os lados onde 200 mil Chineses ligados ao partido, exército e afins estavam. Eu assisti durante um tempo mas fiquei cansado, só fui ligar a televisão de novo na parte da noite onde a cerimônia principal ocorreu. Muitos fogos de artifício, cantores famosos, apresentações. Algo bem no estilo dos Jogos Olímpicos, bem bonito o espetáculo. Abaixo um vídeo do Jackie Chan com uma cantora Chinesa fazendo a apresentação de uma música sobre a China durante a noite do dia 1:
http://v.youku.com/v_show/id_XMTIyNTcwMTky.html
Os 60 anos da China representam muita coisa, mas essa comemoração acima de tudo demonstrou que a China está mais forte do que nunca. A maior força militar mundial, potência econômica, que se desenvolve a índices assustadores e muda em uma velocidade impressionante. O que é interessante é observar essa cerimônia que desperta mais ainda o patriotismo do Chinês (que já é muito), e ver a China “comunista” dos dias de hoje. A China comunista que tem 60 anos já passou por vários períodos de transição, e continua a mudar. Cada vez mais o que vejo é que o comunismo continua existindo na essência do governo, das forças militares e tudo mais. No entanto o que se vê com relação ao consumismo principalmente chega a espantar. No site do maior portal de vídeos Chinês, Youku, junto aos vídeos das comemorações de 60 anos e videoclipes relacionados , é possível se ver a logomarca da Coca-Cola estampada nos banners do site assim como a logomarca da empresa Midea. Comunismo? Na Grande Muralha no trecho de Badaling, o governo acaba de abrir uma filial do… KFC! Uma das maiores redes de fast-food dos Estados Unidos. Assim como ao lado foi aberto uma cafeteria da rede Starbucks, também conhecida mundialmente. Até que ponto vai o Comunismo Chinês? Eu realmente não sei falar, mas eu tenho certeza que os próximos anos nesse país vão ser de muitas mudanças e eu fico feliz em estar aqui. Acho que estou no lugar certo, na hora certa.
Falando sobre outro assunto sério e importante, censura na internet...
Censura na internet Chinesa:
Imagino que a maioria das pessoas já saiba que a internet na China é controlada pelo governo, controlada através de um sistema de censura que a cada mês que passa fica mais rigoroso e difícil de ser burlado. Antes das olímpiadas muitas críticas foram feitas ao governo Chinês principalmente pelo fato de portais internacionais de emissoras de tv, jornais e afins terem sido bloqueados alguns meses antes dos jogos, algo que nem possibilitava que os jornalistas fizessem o seu trabalho. Com várias críticas e o mundo voltado pra China o governo desbloqueou vários sites na época dos jogos, a internet na Vila Olímpica tinha menos filtros que a de quem morava fora dela. Mesmo assim havia melhorado muito de uma forma geral.
Bem, os jogos acabaram já faz 1 ano e muita coisa aconteceu nesse período. Dois acontecimentos em especial fizeram o governo adotar um bloqueio ainda mais rigoroso do que o bloqueio anterior, com os problemas no T.ibet e o ano de 2009 sendo o ano da celebração dos 60 anos da República Popular da China o governo Chinês adotou um bloqueio mais rígido. Twitter, Facebook, Youtube (bloqueado totalmente desde Março), servidores de blogs como blogger, blogspot, wordpress, e muitos outros sites todos foram completamente bloqueados… O google vive caindo, de vez em quando bloqueiam algum outro portal estrangeiro e assim vai. O que é verdade é que a internet já serviu pra Chineses articularem protestos e quebradeira por aqui, quando existiam estrangeiros fazendo protestos em favor ao T.ibet e em especial grupos Franceses fizeram várias declarações contra a China, muitos dos internautas Chineses passou a nutrir um certo tipo de desgosto ao país. Resultado disso? Quebradeira na rede de supermercados Francesa Carrefour… Não acho que o acesso a informação do povo Chinês (e dos estrangeiros como eu que moram aqui hahahaha) deva ser tão controlado, mas controlar 338 milhões de internautas deve ser uma tarefa meio complicada.
Os programas que os estrangeiros costumam utilizar pra burlar o bloqueio já não funcionam mais, eu por exemplo conseguia abrir o youtube até semana passada mas agora nada funciona… Todos os provedores de internet Chineses estão com filtros novos e um bloqueio muito mais pesado.
E pra terminar sobre esse assunto o governo estava propondo uma medida de que os usuários dos maiores portais Chineses só pudessem fazer comentários sobre notícias, em fórums, ou registrassem contas de e-mail e afins fornecendo dados como carteira de identidade e impossibilitando que participações anônimas fossem feitas. Mas a medida logicamente foi polêmica e ainda não entrou em vigor. O mesmo aconteceu pra uma outra medida onde o governo disse que todos os computadores vendidos passariam a vir com um software de bloqueio, que segundo o governo Chinês tinha o intuito de proteger crianças contra a pornografia e conteúdo impróprio de forma geral. Mas claro a intenção do software era censurar ainda mais a rede, a medida foi adiada depois de governos como os EUA criticarem a medida e fabricantes de computadores terem ficado indecisas quando ao produto.
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O link para o blog do Henrique é http://www.perdidonachina.rg3.net/
É isto então, espero não ser consumido pela secura e pelo frio do inverno vindouro, hehehe. Um esclarecimento, o vídeo que o Henrique indica está hospedado no Youku, o equivalente chinês do Youtube, já que este último é bloqueado aqui.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
domingo, 18 de outubro de 2009
Do famoso (e gorduroso) Pato de Beijing
Uau, aqui estou eu na frente do PC comendo algumas uvas realmente saborosas e doces que eu acabei de comprar na fruteira e me deleitando com as mais recentes adições à minha biblioteca. O tempo hoje está relativamente frio mas com um vento muito forte, o que faz com que algumas das scooters estacionadas em frente ao meu prédio caiam de vez em quando e começem a soar o alarme, para deleite dos meus ouvidos. Já faz alguns dias que eu estou um pouco mal da saúde, com um pouco de tosse, indisposição e com a cabeça um pouco pesada, mas nada que me impeça de sair do quarto de vez em quando. Desde que o tempo esfriou na metade da semana passada vários colegas meus ficaram doentes, inclusive com febre; agora chegou a minha vez. Vou ver se fico dentro do quarto o resto do dia e evito aventuras que nem a do pato, que custou a piora na minha situação no dia de ontem devido ã minha exposição ao vento.
Hoje após o almoço eu fui até a fruteira comprar frutas (dãã). No caminho acabei topando com uma grande feira de livros, usados e semi-novos. Quem me conheçe sabe que eu sou fissurado por livro velhos, e não é que depois de olhar todas as bancas durante cerca de 1 hora eu acabei comprando 5 livros pelo total de 68 RMBs (uns R$ 15,00). Comprei "O apanhador no campo de centeio", "O poderoso chefão", "O guia do mochileiro das galáxias", um livro sobre a história de Beijing escrito por grandes estudiosos do assunto e um guia de viagens Lonely Planet (um dos melhores guias disponíveis) sobre a China com mais de 1000 páginas, todos em inglês. É muito bom eu poder ler estes livros como recreação tanto para descansar um pouco do chinês de vez em quando quanto para aprimorar um pouco o meu inglês, já que as vezes eu me frustro com meu parco vocabulário. Depois fui comprar as frutas e paguei cerca de 12 RMBs por menos de 1,5 Kg de bananas, uvas e caquis. Acho que vou parar de comer frutas para comprar livros, vale mais a pena, huahuahauhau.
Bueno, meu objetivo de hoje era narrar minha ótima experiência com o famoso pato de Beijing. O pato assado de Beijing é um prato tradicionalíssimo aqui e famoso no mundo inteiro. Já comentei aqui sobre 2 chineses que eu conheçi no English corner, um guri e uma guria, que falam um inglês incrivelmente fluente (talvez mais que o meu). Poisé, na semana passado nós nos encontramos no English Corner novamente e ficamos conversando até mais de meia noite, ai o cara disse que ia nos levar em um restaurante tradicional chinês na sexta seguinte (no caso a última, dia 16) para comer o famoso Pato de Beijing caso ele não tivesse que trabalhar. Eis que neste sexta ã tarde eu recebo uma mensagem de texto dele avisando que ele estaria livre e se eu estaria disponível. Eu, uma guria letã daqui, a Maija (com quem eu havia comentado que havia sido convidado para comer em um restaurante tradicional chinês e que pediu para ir junto), o chinês e a chinesa (cujos nomes ingleses são Clay e Emma) nos encontramos em frente ao tal restaurante e eu descubro que é um dos mais famosos de da cidade em relação ao pato! Eu havia dito para o cara que eu não tinha muito dinheiro, mas acho que ele quis oferecer o melhor, então me preparei para a facada. Vários estrangeiros, fila de espera, reservas, etc. Muito requintado o negócio lá! O Quanjude (全聚德) foi fundado em 1864 e é uma das refer6encias na China no tal pato. Para vocês terem uma idéia, cada pato servido vem numerado e pode ser rastreado até o local de seu nascimento através de seu número de identificação, que é fornecido ao ser servido. O Clay vem de uma província do centro da China e mora em Beijing há apenas 1 ano, mas já havia vindo no restaurante 3 vezes, então foi ele quem pediu os pratos todos.
O pato em si vem inteiro e o chef corta ele na nossa frente, parte da pele do peito, fatias do resto do corpo do pato e a cabeça cortada ao meio. E só! Só são servidas algumas partes da superfície da carne com a gordura junto, todo o resto é levado embora. Eles fazem sopa com os osso depois e não sei o que fazem do resto da carne. Não lembro o número do nosso pato, mas era superior a 1.000.000. O pato é comido enrolado dentro de uma massa redonda e fina como um molho e vegetais. Só posso dizer que é muuuuuito bom. A camada de gordura é crocante e a carne é macia e saborosa. O único problema é a gordura, que vem junto como todas as fatias. No início da refeição eu só pensava eu como era gostosa a carne, na metade em como era gostosa apesar da gordura, no fim eu estava lutando contra a gordura para conseguir saborear mais a carne, hehehehe. Sai do restaurante com a barriga pesadíssima de gordura de pato, mas extremamente satisfeito. Além do pato comemos alguns vegetais cozidos (vegatais crus não costumam figurar nas refeições chinesas), tofu frito (lembrava polenta frita) uma sopa doce e meio alcólica de arroz e bolinhos de arroz recheados com sésamo e muito chá verde.
No fim a conta, 500 RMBs inteiramente pagos pelo anfitrião! Ainda insisti em pagar minha parte (com dor no coração é claro) mas ele não aceitou. Aqui na China é tradição, quem convida paga tudo. Eu já havia lido sobre isto, mas não estava realmente preparado. Não me senti muito confortável com isso mas tive que aceitar (para felicidade do meu bolso), se eu quiser retribuir agora só convidando ele para algum lugar e pagando tudo eu mesmo. Depois ainda saímos para o lago Houhai, região cheia de barzinhos. Peguei mais vento do que eu deveria e acabamos indo para um barzinho, só que dessa vez eu e a lituana insistimos em pagar as cervejas pelo menos. Ficamos conversando um pouco e acabamos voltando para a universidade antes da meia noite.
E isso foi o mais interessante o meu fim de semana. Ontem passei o dia trancado no quarto adoentado estudando, lendo blogs e notícias na internet, teclando com os conhecidos, lendo o Senhor dos Anéis e tomando chá. Hoje após a minha ida às compras e a postagem no blog só me restam os estudos. Demorei algum tempo para escrever este post devido a pausas para fazer outras coisas e cada vez mais o vento aumenta e outras scooters se juntam ao coral dos alarmes, argh! Até breve (eu espero)!
Hoje após o almoço eu fui até a fruteira comprar frutas (dãã). No caminho acabei topando com uma grande feira de livros, usados e semi-novos. Quem me conheçe sabe que eu sou fissurado por livro velhos, e não é que depois de olhar todas as bancas durante cerca de 1 hora eu acabei comprando 5 livros pelo total de 68 RMBs (uns R$ 15,00). Comprei "O apanhador no campo de centeio", "O poderoso chefão", "O guia do mochileiro das galáxias", um livro sobre a história de Beijing escrito por grandes estudiosos do assunto e um guia de viagens Lonely Planet (um dos melhores guias disponíveis) sobre a China com mais de 1000 páginas, todos em inglês. É muito bom eu poder ler estes livros como recreação tanto para descansar um pouco do chinês de vez em quando quanto para aprimorar um pouco o meu inglês, já que as vezes eu me frustro com meu parco vocabulário. Depois fui comprar as frutas e paguei cerca de 12 RMBs por menos de 1,5 Kg de bananas, uvas e caquis. Acho que vou parar de comer frutas para comprar livros, vale mais a pena, huahuahauhau.
Bueno, meu objetivo de hoje era narrar minha ótima experiência com o famoso pato de Beijing. O pato assado de Beijing é um prato tradicionalíssimo aqui e famoso no mundo inteiro. Já comentei aqui sobre 2 chineses que eu conheçi no English corner, um guri e uma guria, que falam um inglês incrivelmente fluente (talvez mais que o meu). Poisé, na semana passado nós nos encontramos no English Corner novamente e ficamos conversando até mais de meia noite, ai o cara disse que ia nos levar em um restaurante tradicional chinês na sexta seguinte (no caso a última, dia 16) para comer o famoso Pato de Beijing caso ele não tivesse que trabalhar. Eis que neste sexta ã tarde eu recebo uma mensagem de texto dele avisando que ele estaria livre e se eu estaria disponível. Eu, uma guria letã daqui, a Maija (com quem eu havia comentado que havia sido convidado para comer em um restaurante tradicional chinês e que pediu para ir junto), o chinês e a chinesa (cujos nomes ingleses são Clay e Emma) nos encontramos em frente ao tal restaurante e eu descubro que é um dos mais famosos de da cidade em relação ao pato! Eu havia dito para o cara que eu não tinha muito dinheiro, mas acho que ele quis oferecer o melhor, então me preparei para a facada. Vários estrangeiros, fila de espera, reservas, etc. Muito requintado o negócio lá! O Quanjude (全聚德) foi fundado em 1864 e é uma das refer6encias na China no tal pato. Para vocês terem uma idéia, cada pato servido vem numerado e pode ser rastreado até o local de seu nascimento através de seu número de identificação, que é fornecido ao ser servido. O Clay vem de uma província do centro da China e mora em Beijing há apenas 1 ano, mas já havia vindo no restaurante 3 vezes, então foi ele quem pediu os pratos todos.
O pato em si vem inteiro e o chef corta ele na nossa frente, parte da pele do peito, fatias do resto do corpo do pato e a cabeça cortada ao meio. E só! Só são servidas algumas partes da superfície da carne com a gordura junto, todo o resto é levado embora. Eles fazem sopa com os osso depois e não sei o que fazem do resto da carne. Não lembro o número do nosso pato, mas era superior a 1.000.000. O pato é comido enrolado dentro de uma massa redonda e fina como um molho e vegetais. Só posso dizer que é muuuuuito bom. A camada de gordura é crocante e a carne é macia e saborosa. O único problema é a gordura, que vem junto como todas as fatias. No início da refeição eu só pensava eu como era gostosa a carne, na metade em como era gostosa apesar da gordura, no fim eu estava lutando contra a gordura para conseguir saborear mais a carne, hehehehe. Sai do restaurante com a barriga pesadíssima de gordura de pato, mas extremamente satisfeito. Além do pato comemos alguns vegetais cozidos (vegatais crus não costumam figurar nas refeições chinesas), tofu frito (lembrava polenta frita) uma sopa doce e meio alcólica de arroz e bolinhos de arroz recheados com sésamo e muito chá verde.
No fim a conta, 500 RMBs inteiramente pagos pelo anfitrião! Ainda insisti em pagar minha parte (com dor no coração é claro) mas ele não aceitou. Aqui na China é tradição, quem convida paga tudo. Eu já havia lido sobre isto, mas não estava realmente preparado. Não me senti muito confortável com isso mas tive que aceitar (para felicidade do meu bolso), se eu quiser retribuir agora só convidando ele para algum lugar e pagando tudo eu mesmo. Depois ainda saímos para o lago Houhai, região cheia de barzinhos. Peguei mais vento do que eu deveria e acabamos indo para um barzinho, só que dessa vez eu e a lituana insistimos em pagar as cervejas pelo menos. Ficamos conversando um pouco e acabamos voltando para a universidade antes da meia noite.
E isso foi o mais interessante o meu fim de semana. Ontem passei o dia trancado no quarto adoentado estudando, lendo blogs e notícias na internet, teclando com os conhecidos, lendo o Senhor dos Anéis e tomando chá. Hoje após a minha ida às compras e a postagem no blog só me restam os estudos. Demorei algum tempo para escrever este post devido a pausas para fazer outras coisas e cada vez mais o vento aumenta e outras scooters se juntam ao coral dos alarmes, argh! Até breve (eu espero)!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Dos clubes da universidade
Hoje depois do almoço fomos na praça em frente ao prédio das Ciências Humanas porque havia muita gente lá e várias "banquinhas". Examinando de perto descobrimos que eram os diversos clubes e associações de alunos que estavam fazendo sua propaganda. É como aqueles clubes que aparecem nos filmes estadunidenses de basquete, futebol americano, cheerleaders, xadrez, computador (estes dois últimos sempre reservados nos filmes aos "loosers"). Dentre alguns dos clubes aqui havia Tenis, Badminton, Criquete, Futebol Americano (vou ter que criar o de Rugby) Kendô, Kung fu, Taichi chuan, mágica, jogos chineses de tabuleiro, carros, chá, música, dança, Hip-Hop, música, teatro, caligrafia, instrumentos musicais tradicionais, cultura pop japonesa, Ópera de Beijing, História, Estatística, Economia, Astronomia, Meio Ambiente e por ai vai... Acabei pegando o contato do de História e o de caligrafia (com pincel de pêlo de cavalo, tinta nanquim e tudo; bem que eu podia melhorar a minha caligrafia em português também, mas isso fica para outra hora). Não me juntei com o de jogos de tabuleiro porque o horário deles colidia com as minhas aulas, mas que queria muito jogar Weiqi (mais conhecido no Brasil pelo nome japonês, Go. Informações em http://pt.wikipedia.org/wiki/Go). Me interessei também pelos instrumentos tradicionais, mas não havia o que eu queria, o Erhu, uma espécie de violino de 2 cordas.
Achei realmente muito legal a feirinha. Havia muitos estudantes passeando por ali e se inscrevendo nos diversos clubes, pessoal do Hip-hop dancando, bandas tocando (tocando muito mal musiquinhas pop-rock estadunidenses, mas tocando), gente fazendo mágica, improvisação de teatro, a presentações de kung fu, etc. O pessoal abrodava todo mundo, oferecendo flyers a respeito do seu clube. Pena que nas universidades brasileiras não há nada parecido, seria algo bem legal.
Já que não escrevi muito hoje e fazem 3 dias desde o meu últimos post,então vou finalizar com o link para um vídeo realizado por um chinês da parada do dia primeiro de outubro. O clipe é muito bonito e permite se ter uma noção do que foi a parada. Até a próxima!
http://vimeo.com/6853452
Achei realmente muito legal a feirinha. Havia muitos estudantes passeando por ali e se inscrevendo nos diversos clubes, pessoal do Hip-hop dancando, bandas tocando (tocando muito mal musiquinhas pop-rock estadunidenses, mas tocando), gente fazendo mágica, improvisação de teatro, a presentações de kung fu, etc. O pessoal abrodava todo mundo, oferecendo flyers a respeito do seu clube. Pena que nas universidades brasileiras não há nada parecido, seria algo bem legal.
Já que não escrevi muito hoje e fazem 3 dias desde o meu últimos post,então vou finalizar com o link para um vídeo realizado por um chinês da parada do dia primeiro de outubro. O clipe é muito bonito e permite se ter uma noção do que foi a parada. Até a próxima!
http://vimeo.com/6853452
domingo, 11 de outubro de 2009
Domingo
Depois de 8 dias de feriado e 2 dias de aula (uma no sábado) eis que chega o domingo. Ontem após a aula eu, um finlandês e uma lituana fomos visitar um templo daoísta na parte sudoeste da cidade. O lugar é muito bonito e, ao contrário do templo Dongyue, havia pessoas rezando neste. Apesra de não possuir uma visão detalhada de todos os 76 departamentos do além, há aqui uma série de pequenos pavilhões em homenagem a diversos deuses daoístas onde é possível às pessoas rezarem e oferecerem incenso. Aqui pude ver alguns deuses que eu conhecia um pouco, como o Imperador de Jade, os Três Deuses Estelares eo Oito Imortais. Fotos no kutkut.
Hoje a minha intenção é passar o dia todo no quarto estudando para recuperar os dias de não-estudo do feriadão. Mas para não dizerem que eu publiquei pouco texto, vou colar aqui um texto bastante informativo da Cláudia Trevisan sobre o custo de vida na China. Ela é correspondente da Folha de São Paulo aqui em Beijing e possui um blog, do qual eu retirei o seguinte texto:
O PODER DE COMPRA DE CADA UM - 24/03/2008
Atendendo às reclamações de alguns leitores, volto à questão dos preços baixos (ou altos?) do post “200 cartões a R$ 10”. O PIB per capita da China é de US$ 2.500, menos da metade dos US$ 6.842 do Brasil, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Mas se nós olharmos o PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra, o da China sobe para 8.788, não muito distante dos 10.637 recebidos pelos brasileiros. Chamado pela sigla em inglês de PPP (Purchasing Power Parity), este índice é o preferido dos especialistas para comparar diferentes economias, porque leva em conta o poder de compra de cada moeda dentro do respectivo país. Isso significa que para cada dólar que ganha, um chinês pode comprar muito mais coisas do que um brasileiro com o mesmo dólar, porque no seu país os preços são relativamente mais baixos. Passagens de metrô a R$ 0,5 e de ônibus a R$ 0,25 são baratos, mesmo para os chineses.
Mas isso não significa que eles vivam em um estado de bem estar social, com serviços públicos acessíveis a todos. Pelo contrário. Uma das coisas que mais me surpreendeu quando morei aqui na primeira vez (2004-2005) foi descobrir que a China comunista não tem um sistema público e universal de saúde, que o ensino, mesmo o fundamental, é pago e que a maioria da população não tem aposentadoria. Os chineses que possuem um vínculo de trabalho formal podem ter um seguro saúde, mas isso é a minoria. A maior parte tem que pagar quando precisa ir ao médico ou se internar em um hospital. A educação também é paga, desde o primário. No ano passado, o governo iniciou na zona rural um programa de isentar as famílias das anualidades durante os nove anos de ensino compulsório. Os primeiros beneficiados foram 150 milhões de crianças camponesas pobres. A idéia agora é estender o programa às cidades. Mas as universidades continuarão pagas. A da minha intérprete, que estudou inglês, custava cerca de R$ 1.500 por ano.
Aposentadoria é um luxo para poucos. A maioria dos chineses que mora na zona rural (55% da população) não tem nenhum amparo na velhice. Na cidade, os empregados de empresas estatais recebem o benefício, mas seu número é cada vez menor. A falta de um sistema previdenciário e de saúde públicos é uma das razões pelas quais os chineses têm um índice altíssimo de poupança, de quase 50% do PIB. Sem o amparo do Estado, eles guardam dinheiro para momentos de necessidade e para sobreviver na velhice. É também um dos motivos pelo quais os pais preferem ter filhos do sexo masculino. De acordo com a cultura chinesa, cabe ao filho homem cuidar dos pais, enquanto a filha vai cuidar de seus sogros.
O atual governo colocou entre seus principais objetivos a criação de um sistema prividenciário e de saúde públicos acessíveis a todos, principalmente os mais pobres. O aumento de 31,4% na arrecadação de impostos no ano passado, para pouco mais de US$ 600 bilhões, deu folga orçamentária para o Partido Comunista ampliar o investimento nessas áreas. Mas em um país de 1,3 bilhão, a construção de uma rede de proteção social é um processo que vai demorar muito para ser concluído.
Link do blog dela: http://blog.estadao.com.br/blog/claudia
Hoje a minha intenção é passar o dia todo no quarto estudando para recuperar os dias de não-estudo do feriadão. Mas para não dizerem que eu publiquei pouco texto, vou colar aqui um texto bastante informativo da Cláudia Trevisan sobre o custo de vida na China. Ela é correspondente da Folha de São Paulo aqui em Beijing e possui um blog, do qual eu retirei o seguinte texto:
O PODER DE COMPRA DE CADA UM - 24/03/2008
Atendendo às reclamações de alguns leitores, volto à questão dos preços baixos (ou altos?) do post “200 cartões a R$ 10”. O PIB per capita da China é de US$ 2.500, menos da metade dos US$ 6.842 do Brasil, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Mas se nós olharmos o PIB per capita ajustado pela paridade do poder de compra, o da China sobe para 8.788, não muito distante dos 10.637 recebidos pelos brasileiros. Chamado pela sigla em inglês de PPP (Purchasing Power Parity), este índice é o preferido dos especialistas para comparar diferentes economias, porque leva em conta o poder de compra de cada moeda dentro do respectivo país. Isso significa que para cada dólar que ganha, um chinês pode comprar muito mais coisas do que um brasileiro com o mesmo dólar, porque no seu país os preços são relativamente mais baixos. Passagens de metrô a R$ 0,5 e de ônibus a R$ 0,25 são baratos, mesmo para os chineses.
Mas isso não significa que eles vivam em um estado de bem estar social, com serviços públicos acessíveis a todos. Pelo contrário. Uma das coisas que mais me surpreendeu quando morei aqui na primeira vez (2004-2005) foi descobrir que a China comunista não tem um sistema público e universal de saúde, que o ensino, mesmo o fundamental, é pago e que a maioria da população não tem aposentadoria. Os chineses que possuem um vínculo de trabalho formal podem ter um seguro saúde, mas isso é a minoria. A maior parte tem que pagar quando precisa ir ao médico ou se internar em um hospital. A educação também é paga, desde o primário. No ano passado, o governo iniciou na zona rural um programa de isentar as famílias das anualidades durante os nove anos de ensino compulsório. Os primeiros beneficiados foram 150 milhões de crianças camponesas pobres. A idéia agora é estender o programa às cidades. Mas as universidades continuarão pagas. A da minha intérprete, que estudou inglês, custava cerca de R$ 1.500 por ano.
Aposentadoria é um luxo para poucos. A maioria dos chineses que mora na zona rural (55% da população) não tem nenhum amparo na velhice. Na cidade, os empregados de empresas estatais recebem o benefício, mas seu número é cada vez menor. A falta de um sistema previdenciário e de saúde públicos é uma das razões pelas quais os chineses têm um índice altíssimo de poupança, de quase 50% do PIB. Sem o amparo do Estado, eles guardam dinheiro para momentos de necessidade e para sobreviver na velhice. É também um dos motivos pelo quais os pais preferem ter filhos do sexo masculino. De acordo com a cultura chinesa, cabe ao filho homem cuidar dos pais, enquanto a filha vai cuidar de seus sogros.
O atual governo colocou entre seus principais objetivos a criação de um sistema prividenciário e de saúde públicos acessíveis a todos, principalmente os mais pobres. O aumento de 31,4% na arrecadação de impostos no ano passado, para pouco mais de US$ 600 bilhões, deu folga orçamentária para o Partido Comunista ampliar o investimento nessas áreas. Mas em um país de 1,3 bilhão, a construção de uma rede de proteção social é um processo que vai demorar muito para ser concluído.
Link do blog dela: http://blog.estadao.com.br/blog/claudia
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Barganhas, templo daoísta Dongyue e restante do feriado
Devia ter escrito este texto há 2 dias, mas acabei deixando para depois.
No dia seguinte ã nossa ida à vila Chuandixia resolvemos passear mais no centro de Beijing. De manhã saímos para ir até a cidade subterrânea, um complexo de tuneis construído na década de 70 por ordem do Mao para servir de abrigo para a população de Beijing em caso de guerra nuclear entre a URSS e os EUA. O complexo é uma cidade completa, mas atualmente está fechado para visitação, o que frustrou nossos planos. Resolvemos ir até Tian'anmen, porque os carros da parada ainda estão (ou estavam até terça-feira pelo menos) estacionados lá, porém desistimos. Tian'anmen é a maior quadra do mundo, fica no centro da cidade, era feriado, os carros da parada estavam lá, existem pelo menos uns 6,3 bilhões de pessoas na China, resultado: um mar de pessoas indo para lá. Para chegar na quadra não é possível atravessar a rua, deve-se seguir por túneis que ligam as ruas ao redor a ela. Desistimos quando vimos o a multidão na nossa frente, era muito trabalho apenas para ver os carros. Acabamos indo em Qianmen (não antes de sermos parados por um chinês que queria tirar uma foto com a sueca), o calçadão comercial que fica em frente a Tian'anmen. Passeamos pelas lojas, almoçamos em um restaurante bem simples (e bom) e fizemos algumas compras. Comprei uma bolsa para mim, verde e com a estrela do partido e a inscrição "Servir o povo", bem coisa de turista mesmo. Eu precisava de uma pasta para carregar minhas coisas e esse tipo é a mais barata. É óbvio que eu tive que barganhar, o preço começou em 65 RMBs mas baixou para 25 RMBs depois de uns 15 minutos de barganha, com direito a cara de brava da vendedora!
Por fim acabamos indo ver o templo daoísta Dongyua. Como qualquer grande templo chinês, é constutuído de vários pavilhões separados por pátios grandes. O destaque aqui são os 76 departamentos dos deuses. Para cada um há um "quartinho" com algumas estátuas e uma explicação. Entre os departamentos pode-se encontrar o referente aos mamíferos, às criaturas aquáticas, ao vento, ao mar, ao clima, às punições ou recompensas pós-morte, à criação dos filhos, aos 15 tipos de morte violenta, aos maus-espíritos, àqueles que morreram injustamente, à assinatura de documentos oficiais (na terra ou no além), ã fiscalização dos mandarins, ao fundador do templo, à relação entre monges budistas e padres daoístas, à contagem dos dias de vida dos seres vivos, etc. Em frente há cada departamento há uma urna para a colocação de incenso e uma caixa para doações em dinheiro. Caso alguém tenha algum pedido é só depositar o dinheiro na minha conta que eu acho o departamento mais adequado lá, hehe. Além dos departamentos há também alguns pavilhões dedicados a alguns deuses mais importantes, alguns sinos e várias estelas com diversas inscrições, mandadas fazer pelas personalidade que doaram dinheiro para o templo e, obviamente, queriam deixar isso registrado. Algo interessante é a enorme quantidade de amuletos pendurado em um corredor do templo. Quem quiser pendurar um deve comprar o amuleto, escrever seu nome nele e pendurar no templo para conseguir alguma coisa que queira. Eu queria comprar um para levar comigo, mas infelizmente vem um colar de jade junto, ai o preço é de 100 RMBs.
Bom, acho que de templo é isso ai. Nesse dai ainda, quando voltava para a universidade, comprei os 3 volumes do "Senhor dos Anéis" em inglês, novinhos por 45 RMBs (R$ 13,00) com um vendedor ambulante. O preço inicial era 70 RMBs, e se eu tivesse barganhado mais acho que teria conseguido levar por uns 30, mas quando o preço baixou para 45 eu simplesmente levei, é muito barato!
Durante o resto do feriado eu não sai mais para pontos turísticos. Na quarta visitei uma livraria enorme (a maior que eu já vi) e acabei comprando guias de Beijing e livros para aprender chinês. De noite houve uma festa aqui no dormitório. Fiquei a maior parte do tempo conversando com 4 congoleses e 1 canadense que morou no Brasil 1 ano e fala muito bem português. Mais no fim encontrei um colombiano e não consegui falar espanhol com ele! A minha cabeça estava tão cheia de francês que eu não conseguia articular nada em espanhol, incrível! Depois disso saímos para um karaoke (sim, eu também achava que isso era coisa de japonês) e depois fomos num bar ali perto. Fiquei a quinta feira inteira no quarto estudando e mexendo na INTERNET. E hoje voltaram as aulas! E amanhã também tenho aula, para recuperar o feriadão, que coisa boa hein! Agora volta a rotina de estudos e diminuem as novidades. Vou ver agora começo a escrever alguns textos menos narrativos e mais reflexivos a respeito dos diferentes aspectos da China, vamos ver...
Respostas:
- Vou avisar a Ellen do teu interesse nela Rubens, mas já aviso que ela tem namorado. E sim, só como comida chinesa nas cantinas daqui, que é muito boa e extremamente apimentada. Quando eu voltar para ai os acarajés da redenção vão ser fichinha. De vez em quando eu compro uns miojo, como todo chinês.
- Tio Flávio, fico tri feliz de saber que meu blog te inspirou a criar o teu. Estou acompanhando também.
- Rodrigo, como foi a apresentação e o lançamento do livro?
- Emmanuel, realmente, que diabos eles fazem com nossas fotos???
No dia seguinte ã nossa ida à vila Chuandixia resolvemos passear mais no centro de Beijing. De manhã saímos para ir até a cidade subterrânea, um complexo de tuneis construído na década de 70 por ordem do Mao para servir de abrigo para a população de Beijing em caso de guerra nuclear entre a URSS e os EUA. O complexo é uma cidade completa, mas atualmente está fechado para visitação, o que frustrou nossos planos. Resolvemos ir até Tian'anmen, porque os carros da parada ainda estão (ou estavam até terça-feira pelo menos) estacionados lá, porém desistimos. Tian'anmen é a maior quadra do mundo, fica no centro da cidade, era feriado, os carros da parada estavam lá, existem pelo menos uns 6,3 bilhões de pessoas na China, resultado: um mar de pessoas indo para lá. Para chegar na quadra não é possível atravessar a rua, deve-se seguir por túneis que ligam as ruas ao redor a ela. Desistimos quando vimos o a multidão na nossa frente, era muito trabalho apenas para ver os carros. Acabamos indo em Qianmen (não antes de sermos parados por um chinês que queria tirar uma foto com a sueca), o calçadão comercial que fica em frente a Tian'anmen. Passeamos pelas lojas, almoçamos em um restaurante bem simples (e bom) e fizemos algumas compras. Comprei uma bolsa para mim, verde e com a estrela do partido e a inscrição "Servir o povo", bem coisa de turista mesmo. Eu precisava de uma pasta para carregar minhas coisas e esse tipo é a mais barata. É óbvio que eu tive que barganhar, o preço começou em 65 RMBs mas baixou para 25 RMBs depois de uns 15 minutos de barganha, com direito a cara de brava da vendedora!
Por fim acabamos indo ver o templo daoísta Dongyua. Como qualquer grande templo chinês, é constutuído de vários pavilhões separados por pátios grandes. O destaque aqui são os 76 departamentos dos deuses. Para cada um há um "quartinho" com algumas estátuas e uma explicação. Entre os departamentos pode-se encontrar o referente aos mamíferos, às criaturas aquáticas, ao vento, ao mar, ao clima, às punições ou recompensas pós-morte, à criação dos filhos, aos 15 tipos de morte violenta, aos maus-espíritos, àqueles que morreram injustamente, à assinatura de documentos oficiais (na terra ou no além), ã fiscalização dos mandarins, ao fundador do templo, à relação entre monges budistas e padres daoístas, à contagem dos dias de vida dos seres vivos, etc. Em frente há cada departamento há uma urna para a colocação de incenso e uma caixa para doações em dinheiro. Caso alguém tenha algum pedido é só depositar o dinheiro na minha conta que eu acho o departamento mais adequado lá, hehe. Além dos departamentos há também alguns pavilhões dedicados a alguns deuses mais importantes, alguns sinos e várias estelas com diversas inscrições, mandadas fazer pelas personalidade que doaram dinheiro para o templo e, obviamente, queriam deixar isso registrado. Algo interessante é a enorme quantidade de amuletos pendurado em um corredor do templo. Quem quiser pendurar um deve comprar o amuleto, escrever seu nome nele e pendurar no templo para conseguir alguma coisa que queira. Eu queria comprar um para levar comigo, mas infelizmente vem um colar de jade junto, ai o preço é de 100 RMBs.
Bom, acho que de templo é isso ai. Nesse dai ainda, quando voltava para a universidade, comprei os 3 volumes do "Senhor dos Anéis" em inglês, novinhos por 45 RMBs (R$ 13,00) com um vendedor ambulante. O preço inicial era 70 RMBs, e se eu tivesse barganhado mais acho que teria conseguido levar por uns 30, mas quando o preço baixou para 45 eu simplesmente levei, é muito barato!
Durante o resto do feriado eu não sai mais para pontos turísticos. Na quarta visitei uma livraria enorme (a maior que eu já vi) e acabei comprando guias de Beijing e livros para aprender chinês. De noite houve uma festa aqui no dormitório. Fiquei a maior parte do tempo conversando com 4 congoleses e 1 canadense que morou no Brasil 1 ano e fala muito bem português. Mais no fim encontrei um colombiano e não consegui falar espanhol com ele! A minha cabeça estava tão cheia de francês que eu não conseguia articular nada em espanhol, incrível! Depois disso saímos para um karaoke (sim, eu também achava que isso era coisa de japonês) e depois fomos num bar ali perto. Fiquei a quinta feira inteira no quarto estudando e mexendo na INTERNET. E hoje voltaram as aulas! E amanhã também tenho aula, para recuperar o feriadão, que coisa boa hein! Agora volta a rotina de estudos e diminuem as novidades. Vou ver agora começo a escrever alguns textos menos narrativos e mais reflexivos a respeito dos diferentes aspectos da China, vamos ver...
Respostas:
- Vou avisar a Ellen do teu interesse nela Rubens, mas já aviso que ela tem namorado. E sim, só como comida chinesa nas cantinas daqui, que é muito boa e extremamente apimentada. Quando eu voltar para ai os acarajés da redenção vão ser fichinha. De vez em quando eu compro uns miojo, como todo chinês.
- Tio Flávio, fico tri feliz de saber que meu blog te inspirou a criar o teu. Estou acompanhando também.
- Rodrigo, como foi a apresentação e o lançamento do livro?
- Emmanuel, realmente, que diabos eles fazem com nossas fotos???
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Mudança de planos
Acabei dormindo depois do almoço e quando acordei o proxy não estava funcionando. Sai para fazer compras no super mercado e por sorte quando voltei já estava funcionando, mas agora é tarde. Estou saíndo para uma janta e não sei que horas volto, portanto o templo vai ter que ficar para amanhã.
A vilinha de Chuandixia
E lá vem mais texto...
Como eu havia dito, segunda feira nós iríamos até uma vilinha a cerca de 90 km de Beijing, Chuandixia. Acordei as 5:15, para sair ãs 6:00 e pegar o ônibus para a vila ãs 7:30. Acabamos chegando atrasado e só conseguimos pegar o das 8:00, que leva até uma cidadezinha de onde teríamos de pegar um táxi até Chuandixia. Até entrarmos no ônibus foi uma de perguntar onde fica a parada, o preço, até onde o ônibus nos levaria, esperar na fila, ignorar a fila na hora que o ônibus chega e empurrar feito um louco para conseguir um lugar no ônibus (sim, a fila existe, mas só até chegar o ônibus, depois é salve-se quem puder). A viagem durou 2 horas e assim que desembarcamos fomos abordados por um taxista. O cara queria 40 pila para nos levar até Chuandixia, mas após uns 10 minutos de barganha consegui reduzir o preço para 20. O cara nos levou até metade do caminho e disse que teríamos que pegar o ônibus para o resto, cara de pau! Eu disse que havíamos combinado até a vila, ai ele se fez de louco e nos levou até lá. Ainda nos deu o telefone dele para ligarmos quando quisessemos voltar para pegar o ônibus, só omitiu o fato de que podíamos pega o ônibus diretamente onde estavamos, safadinho...
A vila de Chuandixia é simplesmente maravilhosa! Construída em uma face das diversas montanhas da região, ela foi construída a cerca de 400 anos atrás e hoje vivem nela cerca de 80 famílias. A arquitetura é a mesma dos séculos anteriores, com conjuntos de quatro casas que cercam um pátio interno. Antes a vila vivia do comércio, mas hoje as famílias que ali moram vivem de oferecer refeições e hospedagem aos turistas que vão lá para ter uma noção de como seria uma pequena vila chinesa há 4 séculos atrás. Logo na entrada há vários feirantes vendendo legumes, castanhas, frutas e milho e batata doce assados. Não há UM atrativo especial na vila, o negócio aqui é subir e descer as vielinhas, entrando nas casas para admirar os pátios internos, os legumes pendurados, as pessoas preparando comida, as capelinhas em homenagem a diferentes deuses, etc. Há poucas lojas para turistas aqui, sendo a grande atração mesmo as ruas e casas de família. Pode-se também caminhar por trilhas nas montanhas em torno da vila. Outra atração do lugar são os estrangeiros! Aqui também fomos parados por turistas chineses para tirar fotos e certa vez um cara estava tirando fotos nossas de longe e quando eu abanei para ele e se escondeu, hahahaha. Só para frisar: a vila é maravilhosa! Para quem está acostumado com a agitação e modernidade de Beijing, uma viagem até esta vila é quase como uma viagem no tempo.
A volta foi outra aventura. Chegamos na parada de ônibus com 50 minutos de antecedência e já haviam uma 40 pessoas lá. Quando o ônibus chegou foi um deus nos acuda. Empurra, empurra, pessoas furando fila, pessoas xingando os que furavam a vila, e salva-se que puder. Acabei ficando em pé, mas um chinês caridoso consegui me convidou para sentar ao seu lado, fazendo 6 pessos caberem em 5 lugares. Nas 2 horas e meia de viajem de volta no ônibus lotado acabei conversando com este cara mais velho e mais 2 gurias e 2 guris. Todos falavam algo de inglês, mas conversamos na maior parte do tempo em chinês. Eu e meus colegas ficamos felizes ao ouvir que nossa universidade é considerada uma das melhores da China (o cara mais velho estudou nela). Cometi o erro de dizer que eu achava que devia ter um parceiro de chinês, pois todos se ofereceram e uma das gurias passou boa parte da viagem dizendo o quanto ela seria uma boa parceira, já que ela trabalha com jornalismo. Esse negócio de parceiro de língua é algo comum aqui, tipo uma pessoa que sabe a língua que tu quer estudar e com quem tu se encontra para estudar e conversar junto de vez em quando. A Universidade possui alguns alunos voluntários que falam inglês e que ajudam o pessoal que estuda chinês.
Bom, ainda tenho que escrever sobre a minha ida ao Templo, mas deixo isso para depois do almoço. Até breve.
Como eu havia dito, segunda feira nós iríamos até uma vilinha a cerca de 90 km de Beijing, Chuandixia. Acordei as 5:15, para sair ãs 6:00 e pegar o ônibus para a vila ãs 7:30. Acabamos chegando atrasado e só conseguimos pegar o das 8:00, que leva até uma cidadezinha de onde teríamos de pegar um táxi até Chuandixia. Até entrarmos no ônibus foi uma de perguntar onde fica a parada, o preço, até onde o ônibus nos levaria, esperar na fila, ignorar a fila na hora que o ônibus chega e empurrar feito um louco para conseguir um lugar no ônibus (sim, a fila existe, mas só até chegar o ônibus, depois é salve-se quem puder). A viagem durou 2 horas e assim que desembarcamos fomos abordados por um taxista. O cara queria 40 pila para nos levar até Chuandixia, mas após uns 10 minutos de barganha consegui reduzir o preço para 20. O cara nos levou até metade do caminho e disse que teríamos que pegar o ônibus para o resto, cara de pau! Eu disse que havíamos combinado até a vila, ai ele se fez de louco e nos levou até lá. Ainda nos deu o telefone dele para ligarmos quando quisessemos voltar para pegar o ônibus, só omitiu o fato de que podíamos pega o ônibus diretamente onde estavamos, safadinho...
A vila de Chuandixia é simplesmente maravilhosa! Construída em uma face das diversas montanhas da região, ela foi construída a cerca de 400 anos atrás e hoje vivem nela cerca de 80 famílias. A arquitetura é a mesma dos séculos anteriores, com conjuntos de quatro casas que cercam um pátio interno. Antes a vila vivia do comércio, mas hoje as famílias que ali moram vivem de oferecer refeições e hospedagem aos turistas que vão lá para ter uma noção de como seria uma pequena vila chinesa há 4 séculos atrás. Logo na entrada há vários feirantes vendendo legumes, castanhas, frutas e milho e batata doce assados. Não há UM atrativo especial na vila, o negócio aqui é subir e descer as vielinhas, entrando nas casas para admirar os pátios internos, os legumes pendurados, as pessoas preparando comida, as capelinhas em homenagem a diferentes deuses, etc. Há poucas lojas para turistas aqui, sendo a grande atração mesmo as ruas e casas de família. Pode-se também caminhar por trilhas nas montanhas em torno da vila. Outra atração do lugar são os estrangeiros! Aqui também fomos parados por turistas chineses para tirar fotos e certa vez um cara estava tirando fotos nossas de longe e quando eu abanei para ele e se escondeu, hahahaha. Só para frisar: a vila é maravilhosa! Para quem está acostumado com a agitação e modernidade de Beijing, uma viagem até esta vila é quase como uma viagem no tempo.
A volta foi outra aventura. Chegamos na parada de ônibus com 50 minutos de antecedência e já haviam uma 40 pessoas lá. Quando o ônibus chegou foi um deus nos acuda. Empurra, empurra, pessoas furando fila, pessoas xingando os que furavam a vila, e salva-se que puder. Acabei ficando em pé, mas um chinês caridoso consegui me convidou para sentar ao seu lado, fazendo 6 pessos caberem em 5 lugares. Nas 2 horas e meia de viajem de volta no ônibus lotado acabei conversando com este cara mais velho e mais 2 gurias e 2 guris. Todos falavam algo de inglês, mas conversamos na maior parte do tempo em chinês. Eu e meus colegas ficamos felizes ao ouvir que nossa universidade é considerada uma das melhores da China (o cara mais velho estudou nela). Cometi o erro de dizer que eu achava que devia ter um parceiro de chinês, pois todos se ofereceram e uma das gurias passou boa parte da viagem dizendo o quanto ela seria uma boa parceira, já que ela trabalha com jornalismo. Esse negócio de parceiro de língua é algo comum aqui, tipo uma pessoa que sabe a língua que tu quer estudar e com quem tu se encontra para estudar e conversar junto de vez em quando. A Universidade possui alguns alunos voluntários que falam inglês e que ajudam o pessoal que estuda chinês.
Bom, ainda tenho que escrever sobre a minha ida ao Templo, mas deixo isso para depois do almoço. Até breve.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Minha primeira publicação!
Peço desculpas a todos. Hoje meus planos eram narrar as minhas interessantes aventuras ocorridas entre ontem e hoje (segunda e terça), mas acabei fazendo outras coisas e já está tarde. Mas prometo que amanhã eu escrevo, já que pretendo ficar o dia todo no quarto estudando Já adianto que o texto inclue uma vilinha mega pequena e mega antiga, um templo onde tu podes conhecer toda a burocracia celeste e tentativas razoavelmente bem sucedidas de barganhas. Como por fotos na internet é bem mais fácil e rápido que escrever, elas já estão no kutkut.
Mas agora vou aproveitar o post para fazer a propaganda da minha primeira publicação!
O livro "Religião e Poder, do Mundo Antigo ao Moderno: Ensaios Acadêmicos", organizado pelos professores Fábio Vergara e Mônica Selvatici será lançado no dia 9 de outubro ãs 17:45 no auditório do Colégio São José. O livro constitui-se de textos adaptados a partir dos Trabalhos de Conclusão de Curso de 9 ex-alunos do curso de História da UFPel que versam basicamente sobre religião na antiguidade (menos o meu e o do Rodrigo que falam sobre religião, mas nos sécs. XV - XVI e no outro lado do mundo, hehe). Lá estará a pesquisa que eu realizei sobre a religião chinesa através do romance "Jornada ao Ocidente" e que acabou me trazendo até aqui. Bom, o convite está feito. Infelizmente não poderei comparecer no lançamento pra dar autógrafos, mas é só mandar para mim que eu autografo e mando de volta, huahuahauhauhauahua. Aproveitem, porque eu só vou poder ver o livro daqui a uns 4 meses.
A lista de autores é a seguinte:
Sérgio Ricardo Fracalanza Muzy
Giovani Rodrigues de Moura
Caterine Henriques Mendes
Luís Artur Janes Silva
Kátia Amorim Macedo
Marco Antonio Correa Collares
Edalaura Berny Medeiros
Daniel da Silva Añaña
Rodrigo de Oliveira Cardozo
Mas agora vou aproveitar o post para fazer a propaganda da minha primeira publicação!
O livro "Religião e Poder, do Mundo Antigo ao Moderno: Ensaios Acadêmicos", organizado pelos professores Fábio Vergara e Mônica Selvatici será lançado no dia 9 de outubro ãs 17:45 no auditório do Colégio São José. O livro constitui-se de textos adaptados a partir dos Trabalhos de Conclusão de Curso de 9 ex-alunos do curso de História da UFPel que versam basicamente sobre religião na antiguidade (menos o meu e o do Rodrigo que falam sobre religião, mas nos sécs. XV - XVI e no outro lado do mundo, hehe). Lá estará a pesquisa que eu realizei sobre a religião chinesa através do romance "Jornada ao Ocidente" e que acabou me trazendo até aqui. Bom, o convite está feito. Infelizmente não poderei comparecer no lançamento pra dar autógrafos, mas é só mandar para mim que eu autografo e mando de volta, huahuahauhauhauahua. Aproveitem, porque eu só vou poder ver o livro daqui a uns 4 meses.
A lista de autores é a seguinte:
Sérgio Ricardo Fracalanza Muzy
Giovani Rodrigues de Moura
Caterine Henriques Mendes
Luís Artur Janes Silva
Kátia Amorim Macedo
Marco Antonio Correa Collares
Edalaura Berny Medeiros
Daniel da Silva Añaña
Rodrigo de Oliveira Cardozo
domingo, 4 de outubro de 2009
Antigo Palácio de Verão 2 e Zoológico
Nesta sexta-feira fomos ao Antigo Palácio de Verão. Eu já havia estado lá, mas como o pessoal ia e o tempo estava muito melhor do que da primeira vez que eu fui acabei indo junto. Porém desta vez tive que pagar entrada, infelizmente. Já escrevi sobre o Palácio anteriormente, então não há muita novidade. O que acoteceu de novo foram as apresentações culturais espalhadas pelo parque em celebração ao 60 anos da Revolução (vimos uma guria equilibrando coisas nos pés e algumas apresentações de danças), havia muito mais gente do que da primeira vez, o tempo estava lindo (o que permitiu algumas fotos muito lindas) e fui abordado por uma chinesa para tirar uma foto! Sim, um estrangeiro andando na China sempre está sujeito ser abordado por chineses curiosos para tirar fotos. Ainda mais um barbudo ou um negro (leiam mais adiante).
Sexta a noite adivinhem onde eu fui? English Corner é claro! Esperava encontrar os chineses e o norte americano/chinês que eu havia encontrado da última vez,ao invés disso encontrei o mesmo religioso (que se chama Robert) que eu havia visto da última vez discutindo religião com um estadunidense mais velho e uns chineses. Estavam falando sobre a definição de Deus, sobre a inaplicabilidade do conceito de Deus, de pecado, de mal e bem do cara para toda a humanidade, sobre a diversidade de interpretações que a bíblia pode ter (ao contrário da única considerada verdadeira pelo Robert), etc. Acho que ele não esperava tantos contra-argumentos e uma platéia tão crítica ã sua pregação. No fim os outros foram indo embora e sobrou só eu e ele, o ateu e o cristão convicto. Foi muito interessante a conversa, o cara me contou sobre as experiências dele com anjos e demônios, sobre as igrejas cristãs na China, sobre as leis chinesas a respeito da religião, porque é tão importante para ele pregar. Por outro lado eu expliquei para ele a diferença dos conceitos chinês e cristãos de Deus e religião, minha discordância completa com quase tudo que ele dizia, sobre o sincretismo que existe no Brasil (para ele é tudo coisa do demônio) entre outros tópicos. A conversa foi bastante amigável, e assim como ele me ensinou algo sobre religião e religiosos eu sei que eu dei a ele bastante o que pensar. Talvez eu veja ele denovo próxima sexta.
No sábado fomos ao zoológico. Além de mim, do casal de finlandeses e da sueca que haviam ido ao Palácio de Verão havia ainda 2 congoleses juntos. O zoológico é um zoológico como qualquer outro, cheio de animais e grande. A atração principal óbviamente são os pandas, que infelizmente na sua maioria estavam escondidos e afastados do público, o que dificultou a fotografia. Além dos pandas vimos répteis, aves, tigres, ursos, camelos, elefantes, etc.
Destaques:
- A cada 5 minutos tinhamos que parar porque alguém queria tirar fotos com os congoleses. É impressionante! Para muitos deles era a primeira vez que viam um negro ao vivo. E o olhar que fazem não é algo preconceituoso, mas simples curiosidade. As crianças comprimentavam-nos o tempo todo, em inglês e em chinês, e os adultos queriam tirar várias fotos ao lado deles. Para mim como brasileiro, acostumado com tamanha diversidade, é muito estranho este tipo de reação. Mas temos que levar em conta que a miscigenação na China é muito pequena, e as fisionomias não variam muita, ainda mais se compararmos com o Brasil onde há de tudo!
- Enquanto esperavamos sentados uns policiais puxaram papo conosco. Perguntaram de onde eramos, o que faziamos na China, onde estudavamos, etc. Óbviamente quando disse que era brasileiro eles começaram a falar de futebol. Até que consegui me fazer entender em chinês. Os caras ainda falaram sobre o presidente do Congo que havia visitado a China, sobre o Cristiano Ronaldo, perguntaram se eu não tinha namorada na China, se nós gostavamos da China e por ai vai. Os chineses são muito curiosos a respeito dos estrangeiros e é comum este tipo de coisa. Costumam ser bastante simpáticos e sempre ficam impressionados e elogiam quando o estrangeiro fala chinês (mesmo que seja apenas olá, hehe), bem legal.
Depois fomos a um mercado imenso que existe em frente ao zoológico, tipo o Mercado da Seda mas menos turístico. Aqui quase ninguém fala inglês e os vendedores não te puxam pelo braço. Me interessei por um tênis e começei a barganhar (em chinês, êêê!), mas fiz errado o processo e não levei o tênis porque o preço ainda estava muito alto. O preço começou em 480 e desceu a 250, o problema é que o tênis vale uns 100, e eu disse que pagava 200, ai fudeu tudo! Eu tinha que ter oferecido uns 40 para comprar por cerca de 100. Da próxima vez eu melhoro!
Quando todos pegaram o metrô para ir embora eu resolvi conhecer as redondezas. Começei a caminhar de volta ã Universidade. Acabei cansando e pela primeira vez peguei um ônibus sem ninguém me guiar, paguei 0,40 RMBs e desci em frente ã Universidade!
E hoje é domingo! Não temos planos de ir a lugar algum, então talvez eu estude, ou talvez eu saia sozinho para conhecer alguma outra parte da cidade. É incrível o quanto eu aprendo enquanto caminho na rua. Sempre com o dicionário em mãos eu o consulto para saber o significado de alguma placa na rua, para saber como dizer alguma palavra ou frase em determinada situação, etc. E o fato de eu estar procurando aquela palavra para utilizar em uma situação concreta e imediata realmente ajuda muito no processo de memorização ("Olha lá o estrangeiro lendo o livrinho enquanto caminha na rua! Vai acabar tropeçando!" Hehehehe). Talvez amanhã a gente viaje para uma vilazinha próxima de Beijing que ainda preserva a arquitetura da dinastia Ming, ai vou ter várias fotos para mostrar! Até!
Seção respostas:
- "O que há velhinho?" também é frase do Pernalonga.
- A arquitetura chinesa é única (pelo menos a mais antiga), e muito provavelmente muito da arquitetura japonesa é baseada na chinesa. Mas é provável que as fontes sobre isso estejam na sua grande maioria em inglês, francês e, dã, chinês.
- Sim Rodrigo, vai tomar vergonha na cara e cria um orkut duma vez! Como o tempo aqui está sempre com neblina há várias fotos no estilo das pinturas de paisagens.
- Putz, o Emmanuel me jogando na cara que eu admiti estar escrevendo muito, sacanagem... Huahuahauhauhua.
Sexta a noite adivinhem onde eu fui? English Corner é claro! Esperava encontrar os chineses e o norte americano/chinês que eu havia encontrado da última vez,ao invés disso encontrei o mesmo religioso (que se chama Robert) que eu havia visto da última vez discutindo religião com um estadunidense mais velho e uns chineses. Estavam falando sobre a definição de Deus, sobre a inaplicabilidade do conceito de Deus, de pecado, de mal e bem do cara para toda a humanidade, sobre a diversidade de interpretações que a bíblia pode ter (ao contrário da única considerada verdadeira pelo Robert), etc. Acho que ele não esperava tantos contra-argumentos e uma platéia tão crítica ã sua pregação. No fim os outros foram indo embora e sobrou só eu e ele, o ateu e o cristão convicto. Foi muito interessante a conversa, o cara me contou sobre as experiências dele com anjos e demônios, sobre as igrejas cristãs na China, sobre as leis chinesas a respeito da religião, porque é tão importante para ele pregar. Por outro lado eu expliquei para ele a diferença dos conceitos chinês e cristãos de Deus e religião, minha discordância completa com quase tudo que ele dizia, sobre o sincretismo que existe no Brasil (para ele é tudo coisa do demônio) entre outros tópicos. A conversa foi bastante amigável, e assim como ele me ensinou algo sobre religião e religiosos eu sei que eu dei a ele bastante o que pensar. Talvez eu veja ele denovo próxima sexta.
No sábado fomos ao zoológico. Além de mim, do casal de finlandeses e da sueca que haviam ido ao Palácio de Verão havia ainda 2 congoleses juntos. O zoológico é um zoológico como qualquer outro, cheio de animais e grande. A atração principal óbviamente são os pandas, que infelizmente na sua maioria estavam escondidos e afastados do público, o que dificultou a fotografia. Além dos pandas vimos répteis, aves, tigres, ursos, camelos, elefantes, etc.
Destaques:
- A cada 5 minutos tinhamos que parar porque alguém queria tirar fotos com os congoleses. É impressionante! Para muitos deles era a primeira vez que viam um negro ao vivo. E o olhar que fazem não é algo preconceituoso, mas simples curiosidade. As crianças comprimentavam-nos o tempo todo, em inglês e em chinês, e os adultos queriam tirar várias fotos ao lado deles. Para mim como brasileiro, acostumado com tamanha diversidade, é muito estranho este tipo de reação. Mas temos que levar em conta que a miscigenação na China é muito pequena, e as fisionomias não variam muita, ainda mais se compararmos com o Brasil onde há de tudo!
- Enquanto esperavamos sentados uns policiais puxaram papo conosco. Perguntaram de onde eramos, o que faziamos na China, onde estudavamos, etc. Óbviamente quando disse que era brasileiro eles começaram a falar de futebol. Até que consegui me fazer entender em chinês. Os caras ainda falaram sobre o presidente do Congo que havia visitado a China, sobre o Cristiano Ronaldo, perguntaram se eu não tinha namorada na China, se nós gostavamos da China e por ai vai. Os chineses são muito curiosos a respeito dos estrangeiros e é comum este tipo de coisa. Costumam ser bastante simpáticos e sempre ficam impressionados e elogiam quando o estrangeiro fala chinês (mesmo que seja apenas olá, hehe), bem legal.
Depois fomos a um mercado imenso que existe em frente ao zoológico, tipo o Mercado da Seda mas menos turístico. Aqui quase ninguém fala inglês e os vendedores não te puxam pelo braço. Me interessei por um tênis e começei a barganhar (em chinês, êêê!), mas fiz errado o processo e não levei o tênis porque o preço ainda estava muito alto. O preço começou em 480 e desceu a 250, o problema é que o tênis vale uns 100, e eu disse que pagava 200, ai fudeu tudo! Eu tinha que ter oferecido uns 40 para comprar por cerca de 100. Da próxima vez eu melhoro!
Quando todos pegaram o metrô para ir embora eu resolvi conhecer as redondezas. Começei a caminhar de volta ã Universidade. Acabei cansando e pela primeira vez peguei um ônibus sem ninguém me guiar, paguei 0,40 RMBs e desci em frente ã Universidade!
E hoje é domingo! Não temos planos de ir a lugar algum, então talvez eu estude, ou talvez eu saia sozinho para conhecer alguma outra parte da cidade. É incrível o quanto eu aprendo enquanto caminho na rua. Sempre com o dicionário em mãos eu o consulto para saber o significado de alguma placa na rua, para saber como dizer alguma palavra ou frase em determinada situação, etc. E o fato de eu estar procurando aquela palavra para utilizar em uma situação concreta e imediata realmente ajuda muito no processo de memorização ("Olha lá o estrangeiro lendo o livrinho enquanto caminha na rua! Vai acabar tropeçando!" Hehehehe). Talvez amanhã a gente viaje para uma vilazinha próxima de Beijing que ainda preserva a arquitetura da dinastia Ming, ai vou ter várias fotos para mostrar! Até!
Seção respostas:
- "O que há velhinho?" também é frase do Pernalonga.
- A arquitetura chinesa é única (pelo menos a mais antiga), e muito provavelmente muito da arquitetura japonesa é baseada na chinesa. Mas é provável que as fontes sobre isso estejam na sua grande maioria em inglês, francês e, dã, chinês.
- Sim Rodrigo, vai tomar vergonha na cara e cria um orkut duma vez! Como o tempo aqui está sempre com neblina há várias fotos no estilo das pinturas de paisagens.
- Putz, o Emmanuel me jogando na cara que eu admiti estar escrevendo muito, sacanagem... Huahuahauhauhua.
sábado, 3 de outubro de 2009
A parada...
É, hoje já é sábado e eu disse que em breve iria escrever sobre o feriadão que começou nesta quinta feira, mas antes tarde que mais tarde...
A parada começaria nesta quarta feira ãs 10:00 e, apesar de não haver telões no campus como eu imaginava, todas as televisões da universidade estavam exibindo a dita cuja. Fui ao restaurante às 11:00 e já estava lotado de gente, todos assistindo ã TV. A parada em si já era impressionante, devido ãs proporções, äs sincronização dos movimentos dos participantes, a quantidade de gente envolvida, a organização geral, a imponência das armas exibidas, os sorrisos nada naturais que a platéia selecionada fazia enquanto abanava toda vez que a câmera os focava, enfim. Imaginem o espetáculo de abertura das olimpíadas porém mais sóbrio e bélico. Com certeza apareceu nos noticiários daí. Mas para mim muito mais interessante que a parada em si foi a reação do público no restaurante. Era aplauso a cada 5 minutos! Aparecia um carro mais bonito e o restaurante inteiro aplaudia. Aviões soltando fumaça colorida? Suspiros de admiração e aplausos. Trecho de um discurso de algum político? Aplausos! As universidades apareciam? Aplausos! É realmente incrível. As manifestações que estou descrevendo provavelmente ocorreram em todo lugar onde havia mais de cinco chineses reunidos assistindo o desfile.
Para mim o que foi destaque:
- Um trecho do desfile foi dedicado ao grandes políticos chineses, com uma foto imensa sendo carregada e a audição de um trecho de um discurso seu. Os políticos representados foram respectivamente Mao Zedong, Zhou Enlai, Deng Xiaoping, Jiang Zemin e o atual presidente Hu Jintao. O discurso que recebeu mais aplausos da platéia no restaurante não foi o do Mao, mas sim o do Deng, aquele que disse que enriquecer é glorioso. Tempos de mudança...
- Outro trecho representava as províncias da China, com carros alegóricos representando cada uma delas. Toda vez que um dos carros era focado algum grupo de chineses aplauida, provavelmente os provenientes daquele local. A do Tibete apresentava a cordilheira do Himalaia com muito mais destaque que o Palácio de Potala (antigo centro de poder do Dalai Lama), provavelmente para evitar vincular a provícia ä religião, importante fator no sentimento separatista. E no fim eis que aparece Taiwan! E todo o restaurante aplaude! A situação de Taiwan aqui é que ela se considera um país independente a China a considera uma província. A reação da platéia diante da demonstração de soberania da China continental sobre Taiwan foi interessante, demonstrando a vontade dos jovens daqui de unificação (e controle) com Taiwan.
E foi isso. No resto do dia a parada foi reprisada e foram exibidas reportagens sobre a mesma. No início da noite houve uma seção imensa de fogos de artifício (maior que nas olimpíadas), mas eu perdi de assistir do último andar do alojamente porque estava jantando fora. Sexta, sábado e amanhã ainda haverá pela cidades atividades celebrando o feriado.
Ah, esqueci de dizer. O clima em Beijing até quarta-feira estava muito feio, nublado e poluído. Porém na quarta a noite começou a chover bem forte e a quinta amanheceu com o céu claro e poucas nuvens. Motivos para essa chuva repentina e bem vinda na véspera da parada?
Opção A: Boa vontade de São Pedro
Opção B: Mao Zedong (que a essa altura já virou um deus) pediu para o deus daoísta responsável pela chuva que ele contribuísse para o bom andamento da parada.
Opção C: O centro meteorológico de Beijing bombardeou as nuvens com elementos químicos para forçar a chuva (dava para ouvir os canhões funcionando).
A parada começaria nesta quarta feira ãs 10:00 e, apesar de não haver telões no campus como eu imaginava, todas as televisões da universidade estavam exibindo a dita cuja. Fui ao restaurante às 11:00 e já estava lotado de gente, todos assistindo ã TV. A parada em si já era impressionante, devido ãs proporções, äs sincronização dos movimentos dos participantes, a quantidade de gente envolvida, a organização geral, a imponência das armas exibidas, os sorrisos nada naturais que a platéia selecionada fazia enquanto abanava toda vez que a câmera os focava, enfim. Imaginem o espetáculo de abertura das olimpíadas porém mais sóbrio e bélico. Com certeza apareceu nos noticiários daí. Mas para mim muito mais interessante que a parada em si foi a reação do público no restaurante. Era aplauso a cada 5 minutos! Aparecia um carro mais bonito e o restaurante inteiro aplaudia. Aviões soltando fumaça colorida? Suspiros de admiração e aplausos. Trecho de um discurso de algum político? Aplausos! As universidades apareciam? Aplausos! É realmente incrível. As manifestações que estou descrevendo provavelmente ocorreram em todo lugar onde havia mais de cinco chineses reunidos assistindo o desfile.
Para mim o que foi destaque:
- Um trecho do desfile foi dedicado ao grandes políticos chineses, com uma foto imensa sendo carregada e a audição de um trecho de um discurso seu. Os políticos representados foram respectivamente Mao Zedong, Zhou Enlai, Deng Xiaoping, Jiang Zemin e o atual presidente Hu Jintao. O discurso que recebeu mais aplausos da platéia no restaurante não foi o do Mao, mas sim o do Deng, aquele que disse que enriquecer é glorioso. Tempos de mudança...
- Outro trecho representava as províncias da China, com carros alegóricos representando cada uma delas. Toda vez que um dos carros era focado algum grupo de chineses aplauida, provavelmente os provenientes daquele local. A do Tibete apresentava a cordilheira do Himalaia com muito mais destaque que o Palácio de Potala (antigo centro de poder do Dalai Lama), provavelmente para evitar vincular a provícia ä religião, importante fator no sentimento separatista. E no fim eis que aparece Taiwan! E todo o restaurante aplaude! A situação de Taiwan aqui é que ela se considera um país independente a China a considera uma província. A reação da platéia diante da demonstração de soberania da China continental sobre Taiwan foi interessante, demonstrando a vontade dos jovens daqui de unificação (e controle) com Taiwan.
E foi isso. No resto do dia a parada foi reprisada e foram exibidas reportagens sobre a mesma. No início da noite houve uma seção imensa de fogos de artifício (maior que nas olimpíadas), mas eu perdi de assistir do último andar do alojamente porque estava jantando fora. Sexta, sábado e amanhã ainda haverá pela cidades atividades celebrando o feriado.
Ah, esqueci de dizer. O clima em Beijing até quarta-feira estava muito feio, nublado e poluído. Porém na quarta a noite começou a chover bem forte e a quinta amanheceu com o céu claro e poucas nuvens. Motivos para essa chuva repentina e bem vinda na véspera da parada?
Opção A: Boa vontade de São Pedro
Opção B: Mao Zedong (que a essa altura já virou um deus) pediu para o deus daoísta responsável pela chuva que ele contribuísse para o bom andamento da parada.
Opção C: O centro meteorológico de Beijing bombardeou as nuvens com elementos químicos para forçar a chuva (dava para ouvir os canhões funcionando).
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